Contribuição das Argamassas para a Eficiência Energética dos Edifícios SEMINÁRIO Eficiência energética e arquitectura solar passiva: exemplos de aplicação JOÃO SANTA RITA Universidade do Minho, Guimarães 12 de Novembro de 2008 Organização: APFAC, Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção DEC, Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho DAA, Departamento Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho CASAS EM JANAS SINTRA FILIPA MOURÃO E JOÃO SANTA RITA 1998-2002 Prémio DGE 2003 Eficiência Energética nos Edifícios Residencial 1º Prémio Arq.João Santa Rita, Filipa Mourão P3E 1. Introdução As casas de Janas agrupam-se numa banda de habitação multifamiliar para três agregados familiares. O terreiro que dá acesso às três casas procurou construir um lugar gerador de vida comunitária, à semelhança de uma pequena unidade agrícola. Autores do projecto Arquitectura - Filipa Mourão e João Santa Rita Fundações e Estrutura - Fernando Rodrigues Águas e Esgotos – Ana Cristina Freitas As casas orientam-se a Sul para a magnífica paisagem rural tendo como horizonte a Serra de Sintra. Esta particular orientação serviu de pretexto para construir um edifício solar passivo baseado no sistema de ganhos directos. Cada unidade de habitação é organizada a partir do espaço nuclear da sala de estar de cada família, da qual se acede aos outros espaços da casa. O mezanino localizado na sala vai conferir à forma do edifício o perfil alternado das coberturas inclinadas. Data de projecto e construção 1998 – 2002 Área do terreno 2.000 m2 Área bruta de construção 400 m2 Área útil de cada fogo 110 m2 Custo de Construção 700 € /m2 Localização das casas em Janas, na Várzea de Sintra 2. Condicionantes do Projecto Fonte: Orlando Ribeiro, Geografia e Civilização, 1961 3. Apresentação do Projecto 121.40 121.40 122.20 GARA GEM 121.00 TERREIRO 120.10 120.00 CASA 1 CASA 2 CA SA 3 120.00 119.00 119.00 118.20 NORTE 118.00 117.90 Implantação 0 5m 10m 15m F D B G I K E C A H J L PLANTA PISO 0 PLANTA PISO 1 Planta piso térreo Alçado sul Planta primeiro piso Alçado norte 4. Estratégias e técnicas passivas utilizadas INVERNO • Sistema passivo de ganho directo com envidraçados orientados a Sul na relação de 20% da área do pavimento • Edifício com forte inércia térmica totalmente isolado pelo exterior • Portas e janelas de caixilharia de madeira e vidro duplo incolor com portadas interiores de madeira 2 1 2 4 3.38 INVERNO (20º ) 2.63 4 4 .00 3 VERÃO • Palas de sombreamento solar e toldos exteriores para controlar insolação excessiva • Ventilação natural cruzada para arrefecimento dos espaços interiores VERÃO (74º ) 2 1 2 4 3.38 2.63 4 4 .00 3 Principais características construtivas: • Paredes exteriores de alvenaria simples isoladas exteriormente com 6cm de poliestireno expandido e revestimento delegado no sistema “Dryvit” • Lajes maciças de betão armado isoladas com 4 cm de poliestireno exturdido sob a laje de pavimento e 10 cm de poliestireno expandido sobre a cobertura • Caixa de ar ventilada sob piso térreo • Paredes interiores de alvenaria maciça de modo a aumentar a inércia térmica do edifício 5. Construção 6. Resultados Verificação regulamentar do RCCTE Zona climática - I1 – V1 Inverno Verão Gráfico comparativo das condições de Inverno / Ni-RCCTE e Nic-Casas de Janas 60 45,3 50 (kwh/m2.ano) (kwh/m2.ano) 60 52,1 51 50 40 30 20 10 Gráfico comparativo das condições de Verão / Nv-RCCTE e Nvc-Casas de Janas 2,9 2,9 2,1 40 30 20 10 13,3 13,6 11,7 3,4 3,6 3,2 0 0 Fogo poente Fogo central Ni- RCTE Fogo nascente Nic- Casas de Janas Fogo poente Fogo central Nv- RCTE Fogo nascente Nvc- Casas de Janas 7. Medições experimentais (Verão e Inverno) Dados fornecidos pelo INETI Dr. Helder Gonçalves Eng. Álvaro Ramalho Experimentação Verão: 2004/2005 Inverno: 2004/2005 Piso Inferior Piso Superior Inverno de 2004 Janas Temperatura - Janeiro 2005 Janeiro de 2005 35 30 Temperatura [ºC] 25 TExt TEscritório TCozinha TQuarto TSala 20 15 10 5 interior 0 1 26 51 76 101 126 151 176 201 226 251 276 301 326 351 376 401 426 451 476 501 526 551 576 601 626 651 676 701 726 Horas Temperatura [ºC] exterior Radiação global [kW/m2] 80,7 Local Temperatura [ºC] Média das mínimas 7,7 Média das máximas 14,3 Média 10,5 Média Min Média Max Média escritório 19,3 27,1 22,2 cozinha 17,0 18,0 17,4 quarto 18,9 20,3 19,4 sala 19,1 21,1 19,9 Verão 2004 Agosto de 2004 Temperatura [ºC] Média das mínima s 25,9 Média das máxima s 29,9 Cozinha 24,0 25,2 24,7 Quarto 25,7 26,4 26,0 Sala 25,4 27,2 26,2 Local Escritório Média Temperatura [ºC] Radiação global [kW/m2] 27,4 193,5 Média das mínimas Média das máximas 17,8 23,5 Média 20,4 Janas Temperatura - Agosto de 2004 35 30 Temperatura [ºC] 25 TExt TEscritório TCozinha TQuarto TSala 20 15 10 Vmédia=1.05 m/s 5 0 1 26 51 76 101 126 151 176 201 226 251 276 301 326 351 376 401 426 451 476 501 526 551 576 601 626 651 676 701 726 Horas Verão 2005 Janas Temperatura - Agosto de 2005 Agosto 2005 40 35 Temperatura [ºC] 30 25 TExt TEscB TSalaB 20 TEscC TSalaC 15 10 5 0 1 24 47 70 93 116 139 162 185 208 231 254 277 300 323 346 369 392 415 438 461 484 507 530 553 576 599 622 645 668 691 714 737 Horas Temperatura [ºC] Radiaçã o global [kW/m2] 195,7 Temperatura [ºC] Média das mínimas 17,4 Média das máximas 24,9 Média 20,8 Local Média das mínimas Média das máximas Média Escritório 2 25,9 28,8 27,1 Sala 2 25,1 26,3 25,6 Escritório 1 25,6 27,6 26,5 Sala 1 24,2 25,7 24,9 8. Conclusões • Verificou-se em fase de projecto que o sistema solar passivo preconizado para as Casas de Janas reduziria o consumo energético, em cerca de 95 % para as condições de Inverno e em 75% para o Verão. • Verificou-se, já em fase de utilização plena das casas, a satisfação e conforto termohigrométrico dos utentes das três casas. • Verificou-se que no Inverno nenhum dos utilizadores das casas utilizou qualquer meio de aquecimento auxiliar. No Verão, a ventilação cruzada e o sombreamento dos vãos mostraram adequar-se à especificidade climática do local. • Confirmou-se que a exploração energética do edifício é muito económica em virtude das caracteristicas solares passivas das casas. CASA EM À-DOS MELROS VILA FRANCA DE XIRA FILIPA MOURÃO E JOÃO SANTA RITA 2003-2008 1. Condicionantes do Projecto Fonte: Orlando Ribeiro, Geografia e Civilização, 1961 Implantação - existente Alçados e Cortes - existente 2. Apresentação do Projecto Plantas, Alçados e Cortes 3. Obra 5. Conclusões Verificação regulamentar do RCCTE Zona climática - I1 – V1 Inverno Verão Gráfico com parativo das condições de Inverno / Ni-RCCTE e Nic de cáculo 60 Gráfico comparativo das condições de Verão / Nv-RCCTE e NvcCálculo 50.08 20 (kw h/m2.ano) (kw h/m2.ano) 50 40 30 20 10 4.61 0 16.51 15 10 4.72 5 0 Ni- RCTE Nic- Cálculo Nv- RCTE Nvc- Cálculo Verifica-se em fase de projecto que o sistema solar passivo preconizado para a Casa em À-dos- Melros irá reduzir o consumo energético, em cerca de 90 % para as condições de Inverno e em 71% para o Verão. MJ/kg cascalho fábrica de tijolos madeira gesso cimento tábua aglomerado vidro aço poliuretano PVC cobre neopreno alumínio Fonte: Albert Cuchí, arquitecto - Escola d’Arquitectura del Vallès 0.1 2.8 3 3.3 7.2 14 19 43 70 80 90 120 180