Vivaldo Lopes MATO GROSSO, TERRITÓRIO de OPORTUNIDADES MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 5 29/11/10 15:29 © Vivaldo Lopes, 2010. Edição e projeto gráfico Maria Teresa Carrión Carracedo Produção gráfica Ricardo Miguel Carrión Carracedo Chefe de Arte Helton Bastos Arte final Ronaldo Guarim Taques Imagem da Capa Shutterstock / Emelyanov Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Lopes, Vivaldo Mato Grosso : território de oportunidades / Vivaldo Lopes. -- Cuiabá, MT : Entrelinhas, 2010. ISBN 978-85-7992-010-3 1. Mato Grosso - Condições econômicas História 2. Mato Grosso - Condições sociais História I. Título. 10-12559 CDD-330.98172 Índices para catálogo sistemático: 1. Mato Grosso : Estado : História econômica 330.98172 Av. Senador Metello, 3773 | Jardim Cuiabá Cuiabá-MT | CEP: 78030-005 | Telefax: (65) 3624 5294 [email protected] | www.entrelinhaseditora.com.br MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 6 29/11/10 15:29 Dedico este livro ao meu pai Urbano Lopes (in memorian) e minha mãe Dominata Dias que, no início da década de 1970, retiraram toda a família de Alto Paraguai para Cuiabá, o que permitiu aos dez filhos prosseguir nos estudos. MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 7 29/11/10 15:29 onômica de Mato Grosso Expectativas p ntega A crise do agronegócio A solidez d A expropriação e os preços do gás em Ma rte e a economia de Mato Grosso Agroneg rescimento da economia A dinâmica ec tebol Paradoxos da economia de Mato Gro A semana econômica A crise e a arrecadaç desenvolvimento Onde está a crise? A du alização de Mato Grosso O consumo das f atente A montanha pariu um rato Educaç ômico Redução da pobreza em Mato Gro rescimento O super-simples e arrecadaçã mercado imobiliário Reestruturação da dí rescer em 2007? O crescimento chinês de pesquisa da agroenergia A exuberância irra escimento econômico de Cuiabá Os dois m rcado Crescimento e esperança A locomo oliviano O espirro do dragão O pou MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 8 29/11/10 15:29 tivas para 2006 A idez da economia m Mato Grosso A gronegócios e a liica econômica da to Grosso É a ecocadação do ICMS ? A duplicação da o das famílias EmEducação e deseno Grosso Tendênadação municipal da dívida de MT nês de Mato Groscia irracional Feliz dois mato grossos ocomotiva volta a u MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 9 Agradeço à minha esposa Ana Tereza e meus filhos Bruno, Clarissa e Amanda que souberam conviver com a ausência forçada do pai em momentos que os estudos da economia exigiram. Aos professores e amigos que me ajudaram em toda minha trajetória profissional. Vivaldo Lopes 29/11/10 15:29 Mato Grosso Expectativas para 2006 A e do agronegócio A solidez da economia ão e os preços do gás em Mato Grosso A mia de Mato Grosso Agronegócios e a lida economia A dinâmica econômica da xos da economia de Mato Grosso É a ecoonômica A crise e a arrecadação do ICMS ento Onde está a crise? A duplicação da Mato Grosso O consumo das famílias Emntanha pariu um rato Educação e desenão da pobreza em Mato Grosso TendênO super-simples e arrecadação municipal biliário Reestruturação da dívida de MT 07? O crescimento chinês de Mato Grosgroenergia A exuberância irracional Feliz onômico de Cuiabá Os dois mato grossos mento e esperança A locomotiva volta a spirro do dragão O pou MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 10 29/11/10 15:29 06 A omia sso A e a lica da a ecoCMS ão da s Emesenndênicipal e MT GrosFeliz ossos olta a Apresentação Conheci Vivaldo Lopes logo que ele concluía a sua participação na elaboração do Plano de Metas do governador Dante de Oliveira, para o primeiro mandato, em 1995. Desde então sempre conversamos sobre os cenários econômicos e sociais de Mato Grosso. Aquele era um momento muito particular para o Estado recém-saído de uma colonização intensa e com a economia oscilando entre o passado histórico extrativista e pecuário, e uma agricultura nascente. O Plano de Metas era um divisor de águas indispensável para essa virada, que produziria efeitos e transformações fundamentais na gestão estadual presente e futura. As agendas econômicas mato-grossenses eram bem incertas, se comparadas com o estágio atual já alcançado. A fase de colonização faz parte da História, a ocupação do cerrado e das fraldas da floresta também. A agenda atual fala do início da verticalização de um vasto portfólio da produção econômica gerada nesses curtos 15 anos. Os artigos de Vivaldo, publicados ao longo desses últimos anos, retratam com cores nítidas essa transição, analisada pelo ângulo crítico da visão econômica. O economista Vivaldo trabalha com desenvoltura os números que indicam os cenários. Houve crises muito fortes no agronegócio, vistas como intransponíveis em 2005, 2006 e 2007. Como a atividade era a principal naquele momento, seus reflexos tornaramse macroeconômicos e se espalharam pelo restante da economia. Sobre MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 11 29/11/10 15:29 isso, ele diz: “O ciclo de crescimento da economia de Mato Grosso nas duas últimas décadas estabeleceu condições vigorosas tanto do ponto de vista institucional como empresarial que podem suportar crises circunstanciais ditadas pelo mercado ou por decisões erráticas de governantes nacionais”. É uma análise conceitual ampla que exige conhecimento de causa. De fato a crise passou! Destaco, ainda, um trecho de um artigo de 2006: “A chegada do capitalismo no campo alterou completamente a matriz produtiva de Mato Grosso, produzindo fantásticos resultados no âmbito econômico e transformando a economia mato-grossense numa imensa e globalizada plataforma exportadora”. A leitura sofisticada de Vivaldo Lopes sobre os cenários futuros talvez se resumam nesse trecho do artigo “A industrialização de Mato Grosso”, de 27 de agosto de 2006: “O salto qualitativo que vai garantir a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso passa, necessariamente, pela industrialização de nosso Estado. Não sairemos da posição de economia periférica na produção primária enquanto não tivermos uma indústria forte e diversificada”. O acerto da profecia já se vê claramente nos dias atuais com a chegada e instalação dos grandes complexos industriais transformadores de grãos, de carnes, de tecelagem, de bebidas e de todas as cadeias produtivas conexas. Imagino que na reconstrução da História de Mato Grosso desse período, os artigos de Vivaldo serão fonte inevitável para consulta, assim como este livro terá espaço obrigatório nas bibliotecas e para quem for pensar o futuro do Brasil nos próximos anos. Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso e articulista em jornais desde 1990 MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 12 29/11/10 15:29 Prefácio Escrever este prefácio, em primeiro lugar, me levou a perguntar: qual a utilidade desta obra, cujos artigos foram anteriormente publicados e as pessoas já conhecem? Certamente, trata-se de coisa de economista. Desses sempre preocupados com os usos e as utilidades das coisas, revelando certa formação enviesada utilitarista, como a minha e a de Vivaldo Lopes. Nossa formação foi contemporânea, nos anos 70, quando se esperava muito mais ou mais rápido do plano social. Quando pensávamos o mundo mais igual para todos. Esse imaginário, algumas vezes discutido nas mesas de boteco na saída da Universidade, nos fez criar compromisso com o futuro, nem sempre compreendido ou possibilitado, para os feitos que foram acontecendo. Daí a segunda pergunta: o que nos permite este livro de artigos de Vivaldo Lopes? Esta obra instigante permite ao leitor fazer releituras de artigos publicados em alguns jornais de Cuiabá apresentados no cotidiano e no calor dos fatos. Agora, distanciado daqueles momentos, é preciso que se diga que o exercício de releitura, nos permite refletir sobre o ocorrido e remete-nos a avaliar imediatamente as consequências que aquele fato teve ao longo do passado, sobre o presente e talvez venha a ter no futuro. MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 13 29/11/10 15:29 Esse é o papel da história como ciência, considerando os registros de fatos e dos fenômenos nem sempre registrados em regiões pioneiras, mas cuja necessidade para explicar outros, em momentos posteriores, têm que admitir novas versões e falta de memória. Ou outros pontos de vista. A existência de documentos e de informações dá aos autores comprometidos com as ciências sociais o ponto seguinte da análise: a capacidade interpretativa em relação ao passado e permite ao economista fazer planejamento. Portanto, quando li os originais deste trabalho, a cada leitura dos seus artigos, refletia sobre os temas e suas variações que iam sendo apresentadas e me permitiam voar no tempo de maneira prazerosa. Desnecessário explicar o prazeroso pela qualidade do texto de Vivaldo, sempre conciso e objetivo. Essa é a importância preliminar do trabalho do autor: permitir voar pela história recente do Brasil e de Mato Grosso. Mas mais que isso, como ciência social, permite na repetição teorizar diversos momentos. O registro de fatos e opiniões permite construir polêmicas que podem ser a edificação de uma determinada versão da história e da economia. As discordâncias, como se pode esperar em qualquer conversa entre economistas, estão sempre presentes, entretanto, contam vírgulas e senões contestando e concordando. Essa é outra proeza de Vivaldo: a polêmica. Poucas vezes concordamos plenamente. Há sempre a mesma verdade vista de diversos pontos de vista, em geral, de natureza ideológica. Mas também nos permitimos observar certo amadurecimento de Vivaldo desde os tempos escolares, quando fomos contemporâneos na UFMT. Formado na Universidade Federal, mas trabalhando numa empresa de assistência rural, ao concluir o curso de Economia foi transferido para Sinop, nos anos 80, quando a cidade estava no início de sua implantação e mostrava aquele seu ar fumaçento e sem ligação asfáltica com a capital. Lá ficou isolado, estudando. Certamente esse ambiente que lembrava o “fog” londrino e sua satisfação com o estudo de economia lhe deu disposição para aprofundar seu conhecimento sobre os autores de macroeconomia como Keynes, Kalecki, Joan Robson e temas de economia brasileira. MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 14 29/11/10 15:29 Quando voltou a Cuiabá, compromissado com o social e embalado pelas leituras técnicas e empíricas, foi participar de projetos de reforma agrária em assentamentos, elaborando e auxiliando na implantação daqueles projetos. Tive certa inveja de Vivaldo naquele trabalho, mas acreditava que o meu complementava o dele quando eu trabalhava na implantação da indústria, naquele período. Vivaldo era técnico talentoso e isso despertou a atenção de alguns políticos que foram assumindo o poder e solicitando o seu apoio. Nessa etapa, trabalhou comigo, na UFMT, como professor, mas sempre comprometido com o conhecimento em Macroeconomia e Economia Brasileira. Os compromissos na vida pública, entretanto, foram afastando Vivaldo da vida acadêmica, para a qual se voltava esporadicamente através do Conselho Regional de Economia em palestras, participando dos eventos que iam organizando. Volta e meia debatia com ele temas polêmicos em palestras e seminários, nem sempre estávamos de acordo. Curiosamente, havia em mim uma leitura mais conservadora e nele mais moderna e atualizada, devo reconhecer. Essa visão moderna sempre esteve permeada pelo otimismo cultivado pela leitura dos novos autores que iam surgindo. Assim Vivaldo chega a secretário de diversos governos e de alguns partidos. Auxiliei-o em planos e avaliações de projetos estratégicos. Nesse período, Vivaldo passou a escrever sistematicamente os artigos que agora publica. Anteriormente publicava esporadicamente. Com estes deu um sentido mais objetivo e fixou alinhamentos e posições. Como disse antes, permitiu que se entendessem certos fenômenos em função de seu poder analítico. Ao apresentar Vivaldo Lopes, apresento parte do meu tempo e da minha memória! Parabéns Vivaldo. José Manuel Marta MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 15 29/11/10 15:29 va matriz econômica de Mato Grosso E omia sob Mantega A crise do agronegóci ato Grosso A expropriação e os preços do a da Ferronorte e a economia de Mato Gr da crise O crescimento da economia A O negócio futebol Paradoxos da economia ia, estúpido! A semana econômica A crise da pública e desenvolvimento Onde está 64 A industrialização de Mato Grosso O co ndedorismo latente A montanha pariu um mento econômico Redução da pobreza e mundiais e crescimento O super-simples cimento do mercado imobiliário Reestrut Grosso vai crescer em 2007? O crescimen m centro de pesquisa da agroenergia A exu passado O crescimento econômico de Cuia alismo de mercado Crescimento e esperan rar O susto boliviano O espirro do dragão MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 16 29/11/10 15:29 sso Expectativas para 2006 A negócio A solidez da economia ços do gás em Mato Grosso A ato Grosso Agronegócios e a limia A dinâmica econômica da nomia de Mato Grosso É a ecocrise e a arrecadação do ICMS e está a crise? A duplicação da o O consumo das famílias Emriu um rato Educação e desenreza em Mato Grosso Tendênmples e arrecadação municipal estruturação da dívida de MT cimento chinês de Mato GrosA exuberância irracional Feliz e Cuiabá Os dois mato grossos sperança A locomotiva volta a dragão O pou A nova matriz econômica de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . É a economia, estúpido!. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A economia sob Mantega. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A crise do agronegócio (1). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A crise do agronegócio (2). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A solidez da economia de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A expropriação e os preços do gás em Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . A venda da Ferronorte e a economia de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . Agronegócio e as lições da crise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O crescimento da economia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A dinâmica econômica da soja. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O negócio futebol. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Paradoxos da economia de Mato Grosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A semana econômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A crise e a arrecadação do ICMS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dívida pública e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Onde está a crise?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A duplicação da BR-364 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A industrialização de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O consumo das famílias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Empreendedorismo latente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A montanha pariu um rato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Educação e desenvolvimento econômico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 17 23 25 27 29 31 33 36 39 41 44 46 48 50 53 55 57 59 61 63 65 67 69 71 29/11/10 15:29 Redução da pobreza em Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Tendências mundiais e crescimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 O Super Simples e a arrecadação municipal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Crescimento do mercado imobiliário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Reestruturação da dívida de MT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Mato Grosso vai crescer em 2007?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 O crescimento chinês de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Um centro de pesquisa da agroenergia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 A exuberância irracional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Feliz ano passado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 O crescimento econômico de Cuiabá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Os dois mato grossos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 A superação econômica de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Socialismo de mercado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Crescimento e esperança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 A locomotiva volta a acelerar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 O susto boliviano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 O espirro do dragão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 O pouso da águia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Lei Kandir: verdade de Pirandello?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 A rastreabilidade ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 O grau de investimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 18 29/11/10 15:29 O voo da galinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O ciclo da agroindústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ferrovia em Cuiabá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A exuberância chinesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fundos de pensão e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Taxa de juros e crescimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O mercado interno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Janelas de oportunidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agroenergia e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O mercado interno aquecido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os novos ricos de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O espirro da águia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mato Grosso e a crise financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O bom momento do agronegócio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Juros, câmbio e nós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A crise ensina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Divisão e desenvolvimento: o Tigre Pantaneiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os bárbaros estão chegando. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tendências da economia do Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O fantasma da inflação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Turbulências pantaneiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Um PAC para as dívidas dos estados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 19 118 120 122 125 127 129 131 133 136 139 142 144 147 149 151 153 155 157 159 161 163 165 29/11/10 15:29 Atualmente, a dívida total dos estados 348,8 bilhões. Os municípios (capitais) O total devido por municípios e estado É provável que, diante da inflexibilidad do nível de comprometimento de suas das parcelas anuais das dívidas, os estad tributária como uma política compens de sua capacidade de investimentos pa cos de boa qualidade. A rápida alteraçã sil e no mundo está impondo a necessi ros e maior aporte de recursos para in ter aquecida a economia do país. O mo União promover uma nova reestrutura estados, reduzindo a taxa de juros e reti inflacionário. Os movimentos do Ban em 2009 taxa de juros reais próxima de feriores aos 6% cobrados pela União no MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 20 29/11/10 15:29 stados com a União é da ordem de R$ pitais) devem à União R$ 52,4 bilhões. estados à União é de R$ 401,2 bilhões. bilidade fiscal dos contratos e do elevae suas receitas líquidas para pagamento s estados tenham aumentado sua carga mpensatória para fazer frente à redução tos para provimento de serviços públiteração do cenário econômico no Braecessidade de redução das taxas de jupara investimentos públicos para manO momento é o mais adequado para a uturação dos contratos das dívidas dos s e retirando o IGP-DI como indexador o Banco Central indicam que teremos ma de 4,54% ao ano, portanto, bem inião nos contratos das dívidas estaduais MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 21 29/11/10 15:29 MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 22 29/11/10 15:29 Conjuntura | Tendências A nova matriz econômica de Mato Grosso A expansão econômica acelerada foi a principal marca da economia de Mato Grosso nas duas últimas décadas. Tendo a produção de bens primários (grãos, fibras, carnes e madeira) como a grande locomotiva produtiva, o estado exibe crescimento em ritmo chinês. No período compreendido entre 1989 e 2009 o estado quintuplicou o seu Produto Interno Bruto, reduziu fortemente o percentual de sua população em situação de pobreza extrema e aumentou sua participação relativa no PIB nacional de 0,5% para 1,5%. Firmou-se como campeão nacional na produção de grãos, algodão e possui o maior rebanho bovino do país. Participamos com 5% de todas as exportações brasileiras e contribuímos com mais de trinta por cento do saldo da balança comercial do país. Em duas décadas, saímos da condição de estado subdesenvolvido para o clube de economia emergente no cenário brasileiro. É, inquestionavelmente, um feito estratégico digno de comemoração por todos os mato-grossenses. Todavia, se o objetivo é continuar crescendo com sustentabilidade ambiental e social, com melhoria da qualidade de vida da população, reduzindo desigualdades sociais e regionais, o caminho natural é avançar da posição de economia primária agroexportadora para o patamar de economia industrializadora de alimentos. Todos os fatores estratégicos relevantes favorecem Mato Grosso para essa transição. As condições edafoclimáticas (solo, clima, água, baixa ocorrência de intempéries naturais) aliadas ao fato de nossa produção (alimentos) ter apelo tanto no mercado doméstico quanto no internacional são vantagens competitivas que contribuirão de forma expressiva para a nova onda de desenvolvimento que se descortina para o estado. A estabilidade macroeconômica do país, a solidez de nossas instituições, o crescimento da renda do trabalho e v 23 v MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 23 29/11/10 15:29 aumento dos investimentos produtivos em nosso estado são vetores que consolidam o cenário de crescimento com sustentabilidade e alteração qualitativa do patamar da economia de Mato Grosso. As tendências econômicas no âmbito nacional e internacional indicam que o novo ciclo econômico de Mato Grosso terá como principal turbina propulsora a industrialização de alimentos e não apenas a simples produção de commodities agropecuárias. Seis das dez maiores empresas do mundo que processam alimentos já possuem plantas industriais em Mato Grosso: JBS-Friboi, BRFoods (Sadia/Perdigão), Cargill, Bunge, ADM e Marfrig. Todas atraídas pelas vantagens competitivas do estado, aliadas a uma saudável política fiscal de atração de investimentos produtivos. A transição para a industrialização não exigirá o abandono da nossa vocação natural que é a produção agropecuária com muita eficiência e elevada produtividade. Ao contrário, teremos de reforçar tanto o agronegócio como a agricultura familiar que serão os grandes provedores da matéria-prima a ser processada aqui mesmo em nosso território. Essa transição econômica exigirá grande esforço e capacidade de planejamento de toda a sociedade, inclusos governos federal, estadual, municipais, insitituições empresariais e acadêmicas para superação dos dois principais gargalos estratégicos do estado: infraestrutura produtiva para levar nossa produção até os grandes centros de consumo e educação para melhorar a formação de nosso capital humano. O novo ciclo de desenvolvimento econômico de Mato Grosso – economia industrial processadora de alimentos – pode se consolidar como o mais longevo e sustentado de todos os ciclos anteriores que contribuíram para conduzir o estado de Mato Grosso ao respeitável estágio atual no cenário econômico nacional e mundial. Vivaldo Lopes é economista, consultor econômico licenciado da FGV e secretário-adjunto da Casa Civil de Mato Grosso. v 24 v MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 24 29/11/10 15:29 Conjuntura É a economia, estúpido! A frase do título acima foi dita por James Carville, um dos craques mundiais do marketing político, em 1992, durante a campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos, para explicar como combater o então presidente americano George Bush (pai) que buscava a reeleição. Mesmo tendo vencido a guerra do Iraque em 1991, Bush estava com baixa popularidade diante dos eleitores americanos. James Carville insistiu na tese, contra todos os assessores da campanha (e do próprio candidato), de que o presidente George Bush tinha uma boa política externa, havia vencido a guerra contra o Iraque mas havia descuidado da política econômica interna e, por consequência, afetado, para pior, o “way of life” dos americanos, falha imperdoável na cultura daquele povo. Dizem que muito tempo mais tarde, já no segundo mandato presidencial de Bill Clinton, Carville teria utilizado a mesma frase em defesa de Clinton quando este, mesmo tendo chocado os americanos e o mundo com suas estripulias sexuais no salão oval da Casa Branca, continuava com sua popularidade em alta com os cidadãos americanos. A despeito das diatribes presidenciais com a estagiária, a economia americana vivia um período de esplendor. Clinton se livrou do impeachment, elegeu sua mulher senadora e terminou o governo como o mais popular dos presidentes americanos. Trazida para o cenário da campanha presidencial brasileira, a frase poderia muito bem ser aplicada para explicar aos incrédulos e descuidados adversários do presidente Luiz Inácio da Silva, que continua com sua popularidade alta mesmo depois da oceânica avalanche de corrupção que envolveu notórios membros do seu governo e do seu partido. A despeito de estar fazendo um governo marcado por sucessivas denúncias de corrupção e completo menosprezo pela ética, ao manter e aperfeiçoar a política econômica herdada do governo Fernando Henrique Cardoso, Lula tem conseguido manter a solidez dos fundamentos v 25 v MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 25 29/11/10 15:29 macroeconômicos, melhoria dos indicadores financeiros do país e crescimento econômico. A conjugação de sorte (nenhuma crise econômica mundial), benefício do crescimento da economia mundial, política fiscal austera, controle da inflação, aumento dos gastos públicos dirigidos às camadas mais pobres, aumento do emprego, expansão do microcrédito, elevação do consumo das famílias, está proporcionando uma taxa de crescimento econômico que, mesmo pífia se comparada com as de outros países, é maior que nos períodos anteriores. Segundo cálculos do economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas, o aumento do consumo das famílias das classes C, D e E derivam do aumento real do salário mínimo, de benefícios previdenciários vinculados a este e dos programas sociais como o Bolsa Família que atendem mais de 11 milhões de famílias. Pesquisa recente divulgada pelo Datafolha indicou que nos últimos anos houve uma migração de 6 milhões de pessoas das classes D e E para a C. A mesma pesquisa mostra que os 10% mais ricos (a tal elite que Lula tanto abomina) tiveram aumento médio de 65,8% em seus rendimentos financeiros, beneficiados pelas altas taxas de juros. Os ganhos financeiros dos bancos brasileiros nos últimos três anos (período do governo Lula) é maior que os ganhos dos mesmos bancos nos oitos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Resta, a meu ver, aos oponentes do presidente Lula demonstrar aos eleitores que sustentar taxas de crescimento econômico somente à custa de aumentos de gastos públicos voltados aos pobres em detrimento dos investimentos em infraestrutura, educação e pesquisa tecnológica, não garante, no longo prazo, a sustentabilidade econômica que o Brasil necessita. E que os valores republicanos da ética e da honestidade não podem ser deixados de lado na condução dos destinos do país, mesmo em períodos de boa performance de sua economia, sob o risco de ficarmos para trás no jogo da economia global. Diário de Cuiabá | Edição 11.568 de 16.07.2006 v 26 v MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 26 29/11/10 15:29 Tendências A economia sob Mantega Reduzido um pouco do ruído sobre a saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, a semana inicia-se com as discussões a respeito dos rumos da economia brasileira sob a batuta do novo ministro da Fazenda Guido Mantega. Intensificam-se as ilações, análises e conjeturas sobre possíveis alterações na política econômica do governo federal, ao mesmo tempo em que se dão mais luzes aos comentários, opiniões e posicionamentos de Guido Mantega antes de se tornar ministro da Economia, especialmente no período em que presidiu o BNDES. São desse período os seus posicionamentos que atualmente mais causam temores entre analistas de mercado, meios acadêmicos e empresarial de que possamos ter na gestão da política econômica um “ministro da gastança”, contrariando a necessidade da imagem de austeridade e rigor fiscal que o governo central precisa transmitir à sociedade brasileira, ao mercado externo, aos grandes “players globais”, instituições internacionais e investidores estrangeiros. Alinho-me àqueles que entendem que a entrada de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda não ocasionará mudanças substanciais na política econômica atual. Economista de estilo “low-profile”, não é dado a grandes ousadias técnicas e sabe que entrou para administrar um período de transição até o final do mandato, passando pela imprevisibilidade de uma eleição presidencial, período durante o qual os nervos do mercado estão mais à flor da pele do que nunca. Os primeiros movimentos de sua gestão à frente do Ministério da Fazenda indicam recuos estratégicos em suas posições anteriores. Como presidente do BNDES, defendia que a TJLP, a taxa de juros utilizada nos financiamentos de longo prazo do BNDES, baixasse dos atuais 9% ao ano para 7% ao ano. Na reunião da última sexta-feira o Conselho Monetário Nacional, do qual ele passou a fazer parte, baixou a TJLP v 27 v MT_Terr_Oport_Miolo_14x21.indd 27 29/11/10 15:29