MATO GROSSO, TERRITÓRIO de OPORTUNIDADES

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Vivaldo Lopes
MATO GROSSO,
TERRITÓRIO de
OPORTUNIDADES
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© Vivaldo Lopes, 2010.
Edição e projeto gráfico Maria Teresa Carrión Carracedo
Produção gráfica Ricardo Miguel Carrión Carracedo
Chefe de Arte Helton Bastos
Arte final Ronaldo Guarim Taques
Imagem da Capa Shutterstock / Emelyanov
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lopes, Vivaldo
Mato Grosso : território de oportunidades
/ Vivaldo Lopes. -- Cuiabá, MT :
Entrelinhas, 2010.
ISBN 978-85-7992-010-3
1. Mato Grosso - Condições econômicas História 2. Mato Grosso - Condições sociais História I. Título.
10-12559
CDD-330.98172
Índices para catálogo sistemático:
1. Mato Grosso : Estado : História econômica
330.98172
Av. Senador Metello, 3773 | Jardim Cuiabá
Cuiabá-MT | CEP: 78030-005 | Telefax: (65) 3624 5294
[email protected] | www.entrelinhaseditora.com.br
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Dedico este livro ao meu pai
Urbano Lopes (in memorian) e minha mãe
Dominata Dias que, no início da década
de 1970, retiraram toda a família
de Alto Paraguai para Cuiabá,
o que permitiu aos dez filhos
prosseguir nos estudos.
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Agradeço à minha esposa Ana Tereza
e meus filhos Bruno, Clarissa e Amanda
que souberam conviver com a ausência
forçada do pai em momentos que
os estudos da economia exigiram.
Aos professores e amigos que me ajudaram
em toda minha trajetória profissional.
Vivaldo Lopes
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Apresentação
Conheci Vivaldo Lopes logo que ele concluía a sua participação na
elaboração do Plano de Metas do governador Dante de Oliveira, para o
primeiro mandato, em 1995. Desde então sempre conversamos sobre os
cenários econômicos e sociais de Mato Grosso. Aquele era um momento muito particular para o Estado recém-saído de uma colonização intensa e com a economia oscilando entre o passado histórico extrativista e pecuário, e uma agricultura nascente. O Plano de Metas era um divisor de águas indispensável para essa virada, que produziria efeitos e
transformações fundamentais na gestão estadual presente e futura.
As agendas econômicas mato-grossenses eram bem incertas, se
comparadas com o estágio atual já alcançado. A fase de colonização faz
parte da História, a ocupação do cerrado e das fraldas da floresta também. A agenda atual fala do início da verticalização de um vasto portfólio da produção econômica gerada nesses curtos 15 anos.
Os artigos de Vivaldo, publicados ao longo desses últimos anos,
retratam com cores nítidas essa transição, analisada pelo ângulo crítico
da visão econômica. O economista Vivaldo trabalha com desenvoltura
os números que indicam os cenários. Houve crises muito fortes no
agronegócio, vistas como intransponíveis em 2005, 2006 e 2007. Como
a atividade era a principal naquele momento, seus reflexos tornaramse macroeconômicos e se espalharam pelo restante da economia. Sobre
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isso, ele diz: “O ciclo de crescimento da economia de Mato Grosso
nas duas últimas décadas estabeleceu condições vigorosas tanto do
ponto de vista institucional como empresarial que podem suportar
crises circunstanciais ditadas pelo mercado ou por decisões erráticas
de governantes nacionais”. É uma análise conceitual ampla que exige
conhecimento de causa. De fato a crise passou!
Destaco, ainda, um trecho de um artigo de 2006: “A chegada do
capitalismo no campo alterou completamente a matriz produtiva de
Mato Grosso, produzindo fantásticos resultados no âmbito econômico
e transformando a economia mato-grossense numa imensa e globalizada plataforma exportadora”.
A leitura sofisticada de Vivaldo Lopes sobre os cenários futuros
talvez se resumam nesse trecho do artigo “A industrialização de Mato
Grosso”, de 27 de agosto de 2006: “O salto qualitativo que vai garantir
a sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social de Mato
Grosso passa, necessariamente, pela industrialização de nosso Estado.
Não sairemos da posição de economia periférica na produção primária
enquanto não tivermos uma indústria forte e diversificada”.
O acerto da profecia já se vê claramente nos dias atuais com a
chegada e instalação dos grandes complexos industriais transformadores
de grãos, de carnes, de tecelagem, de bebidas e de todas as cadeias
produtivas conexas.
Imagino que na reconstrução da História de Mato Grosso desse período, os artigos de Vivaldo serão fonte inevitável para consulta, assim
como este livro terá espaço obrigatório nas bibliotecas e para quem for
pensar o futuro do Brasil nos próximos anos.
Onofre Ribeiro
é jornalista em Mato Grosso
e articulista em jornais desde 1990
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Prefácio
Escrever este prefácio, em primeiro lugar, me levou a perguntar:
qual a utilidade desta obra, cujos artigos foram anteriormente publicados e as pessoas já conhecem?
Certamente, trata-se de coisa de economista. Desses sempre
preocupados com os usos e as utilidades das coisas, revelando certa
formação enviesada utilitarista, como a minha e a de Vivaldo Lopes.
Nossa formação foi contemporânea, nos anos 70, quando se esperava
muito mais ou mais rápido do plano social. Quando pensávamos o
mundo mais igual para todos. Esse imaginário, algumas vezes discutido
nas mesas de boteco na saída da Universidade, nos fez criar compromisso
com o futuro, nem sempre compreendido ou possibilitado, para os feitos
que foram acontecendo.
Daí a segunda pergunta: o que nos permite este livro de artigos de
Vivaldo Lopes?
Esta obra instigante permite ao leitor fazer releituras de artigos publicados em alguns jornais de Cuiabá apresentados no cotidiano e no
calor dos fatos. Agora, distanciado daqueles momentos, é preciso que
se diga que o exercício de releitura, nos permite refletir sobre o ocorrido e remete-nos a avaliar imediatamente as consequências que aquele fato teve ao longo do passado, sobre o presente e talvez venha a ter
no futuro.
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Esse é o papel da história como ciência, considerando os registros
de fatos e dos fenômenos nem sempre registrados em regiões pioneiras, mas cuja necessidade para explicar outros, em momentos posteriores, têm que admitir novas versões e falta de memória. Ou outros pontos de vista.
A existência de documentos e de informações dá aos autores comprometidos com as ciências sociais o ponto seguinte da análise: a capacidade interpretativa em relação ao passado e permite ao economista fazer planejamento. Portanto, quando li os originais deste trabalho,
a cada leitura dos seus artigos, refletia sobre os temas e suas variações
que iam sendo apresentadas e me permitiam voar no tempo de maneira prazerosa.
Desnecessário explicar o prazeroso pela qualidade do texto de
Vivaldo, sempre conciso e objetivo. Essa é a importância preliminar
do trabalho do autor: permitir voar pela história recente do Brasil e
de Mato Grosso. Mas mais que isso, como ciência social, permite na
repetição teorizar diversos momentos.
O registro de fatos e opiniões permite construir polêmicas que podem ser a edificação de uma determinada versão da história e da economia. As discordâncias, como se pode esperar em qualquer conversa
entre economistas, estão sempre presentes, entretanto, contam vírgulas
e senões contestando e concordando. Essa é outra proeza de Vivaldo: a
polêmica. Poucas vezes concordamos plenamente. Há sempre a mesma
verdade vista de diversos pontos de vista, em geral, de natureza ideológica. Mas também nos permitimos observar certo amadurecimento de
Vivaldo desde os tempos escolares, quando fomos contemporâneos na
UFMT.
Formado na Universidade Federal, mas trabalhando numa empresa
de assistência rural, ao concluir o curso de Economia foi transferido para
Sinop, nos anos 80, quando a cidade estava no início de sua implantação
e mostrava aquele seu ar fumaçento e sem ligação asfáltica com a
capital. Lá ficou isolado, estudando. Certamente esse ambiente que
lembrava o “fog” londrino e sua satisfação com o estudo de economia
lhe deu disposição para aprofundar seu conhecimento sobre os autores
de macroeconomia como Keynes, Kalecki, Joan Robson e temas de
economia brasileira.
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Quando voltou a Cuiabá, compromissado com o social e embalado
pelas leituras técnicas e empíricas, foi participar de projetos de reforma
agrária em assentamentos, elaborando e auxiliando na implantação daqueles projetos. Tive certa inveja de Vivaldo naquele trabalho, mas acreditava que o meu complementava o dele quando eu trabalhava na implantação da indústria, naquele período. Vivaldo era técnico talentoso e
isso despertou a atenção de alguns políticos que foram assumindo o poder e solicitando o seu apoio.
Nessa etapa, trabalhou comigo, na UFMT, como professor, mas
sempre comprometido com o conhecimento em Macroeconomia e Economia Brasileira. Os compromissos na vida pública, entretanto, foram
afastando Vivaldo da vida acadêmica, para a qual se voltava esporadicamente através do Conselho Regional de Economia em palestras, participando dos eventos que iam organizando. Volta e meia debatia com ele
temas polêmicos em palestras e seminários, nem sempre estávamos de
acordo. Curiosamente, havia em mim uma leitura mais conservadora e
nele mais moderna e atualizada, devo reconhecer.
Essa visão moderna sempre esteve permeada pelo otimismo cultivado pela leitura dos novos autores que iam surgindo. Assim Vivaldo
chega a secretário de diversos governos e de alguns partidos. Auxiliei-o
em planos e avaliações de projetos estratégicos. Nesse período, Vivaldo
passou a escrever sistematicamente os artigos que agora publica. Anteriormente publicava esporadicamente. Com estes deu um sentido mais
objetivo e fixou alinhamentos e posições. Como disse antes, permitiu
que se entendessem certos fenômenos em função de seu poder analítico.
Ao apresentar Vivaldo Lopes, apresento parte do meu tempo e da
minha memória!
Parabéns Vivaldo.
José Manuel Marta
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A economia sob Mantega. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A crise do agronegócio (1). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A crise do agronegócio (2). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A solidez da economia de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A expropriação e os preços do gás em Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A venda da Ferronorte e a economia de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . .
Agronegócio e as lições da crise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O crescimento da economia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A dinâmica econômica da soja. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O negócio futebol. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Paradoxos da economia de Mato Grosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A semana econômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A crise e a arrecadação do ICMS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Dívida pública e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Onde está a crise?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A duplicação da BR-364 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A industrialização de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O consumo das famílias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Empreendedorismo latente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A montanha pariu um rato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Educação e desenvolvimento econômico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Redução da pobreza em Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Tendências mundiais e crescimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
O Super Simples e a arrecadação municipal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Crescimento do mercado imobiliário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Reestruturação da dívida de MT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Mato Grosso vai crescer em 2007?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
O crescimento chinês de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Um centro de pesquisa da agroenergia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
A exuberância irracional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Feliz ano passado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
O crescimento econômico de Cuiabá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Os dois mato grossos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
A superação econômica de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Socialismo de mercado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Crescimento e esperança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
A locomotiva volta a acelerar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
O susto boliviano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
O espirro do dragão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
O pouso da águia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Lei Kandir: verdade de Pirandello?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
A rastreabilidade ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
O grau de investimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
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O voo da galinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O ciclo da agroindústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ferrovia em Cuiabá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A exuberância chinesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Fundos de pensão e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Taxa de juros e crescimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O mercado interno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Janelas de oportunidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agroenergia e desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O mercado interno aquecido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Os novos ricos de Mato Grosso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O espirro da águia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Mato Grosso e a crise financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O bom momento do agronegócio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Juros, câmbio e nós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A crise ensina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Divisão e desenvolvimento: o Tigre Pantaneiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Os bárbaros estão chegando. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tendências da economia do Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O fantasma da inflação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Turbulências pantaneiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Um PAC para as dívidas dos estados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Atualmente, a dívida total dos estados
348,8 bilhões. Os municípios (capitais)
O total devido por municípios e estado
É provável que, diante da inflexibilidad
do nível de comprometimento de suas
das parcelas anuais das dívidas, os estad
tributária como uma política compens
de sua capacidade de investimentos pa
cos de boa qualidade. A rápida alteraçã
sil e no mundo está impondo a necessi
ros e maior aporte de recursos para in
ter aquecida a economia do país. O mo
União promover uma nova reestrutura
estados, reduzindo a taxa de juros e reti
inflacionário. Os movimentos do Ban
em 2009 taxa de juros reais próxima de
feriores aos 6% cobrados pela União no
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stados com a União é da ordem de R$
pitais) devem à União R$ 52,4 bilhões.
estados à União é de R$ 401,2 bilhões.
bilidade fiscal dos contratos e do elevae suas receitas líquidas para pagamento
s estados tenham aumentado sua carga
mpensatória para fazer frente à redução
tos para provimento de serviços públiteração do cenário econômico no Braecessidade de redução das taxas de jupara investimentos públicos para manO momento é o mais adequado para a
uturação dos contratos das dívidas dos
s e retirando o IGP-DI como indexador
o Banco Central indicam que teremos
ma de 4,54% ao ano, portanto, bem inião nos contratos das dívidas estaduais
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Conjuntura | Tendências
A nova matriz econômica
de Mato Grosso
A expansão econômica acelerada foi a principal marca da economia de Mato Grosso nas duas últimas décadas. Tendo a produção de
bens primários (grãos, fibras, carnes e madeira) como a grande locomotiva produtiva, o estado exibe crescimento em ritmo chinês. No período
compreendido entre 1989 e 2009 o estado quintuplicou o seu Produto
Interno Bruto, reduziu fortemente o percentual de sua população em situação de pobreza extrema e aumentou sua participação relativa no PIB
nacional de 0,5% para 1,5%. Firmou-se como campeão nacional na produção de grãos, algodão e possui o maior rebanho bovino do país. Participamos com 5% de todas as exportações brasileiras e contribuímos
com mais de trinta por cento do saldo da balança comercial do país.
Em duas décadas, saímos da condição de estado subdesenvolvido
para o clube de economia emergente no cenário brasileiro. É, inquestionavelmente, um feito estratégico digno de comemoração por todos
os mato-grossenses.
Todavia, se o objetivo é continuar crescendo com sustentabilidade ambiental e social, com melhoria da qualidade de vida da população, reduzindo desigualdades sociais e regionais, o caminho natural
é avançar da posição de economia primária agroexportadora para o
patamar de economia industrializadora de alimentos.
Todos os fatores estratégicos relevantes favorecem Mato Grosso
para essa transição. As condições edafoclimáticas (solo, clima, água,
baixa ocorrência de intempéries naturais) aliadas ao fato de nossa
produção (alimentos) ter apelo tanto no mercado doméstico quanto
no internacional são vantagens competitivas que contribuirão de
forma expressiva para a nova onda de desenvolvimento que se
descortina para o estado. A estabilidade macroeconômica do país, a
solidez de nossas instituições, o crescimento da renda do trabalho e
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aumento dos investimentos produtivos em nosso estado são vetores que
consolidam o cenário de crescimento com sustentabilidade e alteração
qualitativa do patamar da economia de Mato Grosso.
As tendências econômicas no âmbito nacional e internacional indicam que o novo ciclo econômico de Mato Grosso terá como principal
turbina propulsora a industrialização de alimentos e não apenas a simples produção de commodities agropecuárias.
Seis das dez maiores empresas do mundo que processam alimentos
já possuem plantas industriais em Mato Grosso: JBS-Friboi, BRFoods
(Sadia/Perdigão), Cargill, Bunge, ADM e Marfrig. Todas atraídas pelas
vantagens competitivas do estado, aliadas a uma saudável política fiscal
de atração de investimentos produtivos.
A transição para a industrialização não exigirá o abandono da
nossa vocação natural que é a produção agropecuária com muita
eficiência e elevada produtividade. Ao contrário, teremos de reforçar
tanto o agronegócio como a agricultura familiar que serão os grandes
provedores da matéria-prima a ser processada aqui mesmo em nosso
território.
Essa transição econômica exigirá grande esforço e capacidade de
planejamento de toda a sociedade, inclusos governos federal, estadual,
municipais, insitituições empresariais e acadêmicas para superação dos
dois principais gargalos estratégicos do estado: infraestrutura produtiva
para levar nossa produção até os grandes centros de consumo e educação para melhorar a formação de nosso capital humano.
O novo ciclo de desenvolvimento econômico de Mato Grosso –
economia industrial processadora de alimentos – pode se consolidar
como o mais longevo e sustentado de todos os ciclos anteriores que
contribuíram para conduzir o estado de Mato Grosso ao respeitável
estágio atual no cenário econômico nacional e mundial.
Vivaldo Lopes é economista, consultor econômico licenciado
da FGV e secretário-adjunto da Casa Civil de Mato Grosso.
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Conjuntura
É a economia, estúpido!
A frase do título acima foi dita por James Carville, um dos craques
mundiais do marketing político, em 1992, durante a campanha de Bill
Clinton à presidência dos Estados Unidos, para explicar como combater o então presidente americano George Bush (pai) que buscava a reeleição. Mesmo tendo vencido a guerra do Iraque em 1991, Bush estava
com baixa popularidade diante dos eleitores americanos. James Carville insistiu na tese, contra todos os assessores da campanha (e do próprio
candidato), de que o presidente George Bush tinha uma boa política
externa, havia vencido a guerra contra o Iraque mas havia descuidado
da política econômica interna e, por consequência, afetado, para pior, o
“way of life” dos americanos, falha imperdoável na cultura daquele povo.
Dizem que muito tempo mais tarde, já no segundo mandato
presidencial de Bill Clinton, Carville teria utilizado a mesma frase em
defesa de Clinton quando este, mesmo tendo chocado os americanos
e o mundo com suas estripulias sexuais no salão oval da Casa Branca,
continuava com sua popularidade em alta com os cidadãos americanos.
A despeito das diatribes presidenciais com a estagiária, a economia
americana vivia um período de esplendor. Clinton se livrou do
impeachment, elegeu sua mulher senadora e terminou o governo como
o mais popular dos presidentes americanos.
Trazida para o cenário da campanha presidencial brasileira, a frase
poderia muito bem ser aplicada para explicar aos incrédulos e descuidados adversários do presidente Luiz Inácio da Silva, que continua com
sua popularidade alta mesmo depois da oceânica avalanche de corrupção que envolveu notórios membros do seu governo e do seu partido.
A despeito de estar fazendo um governo marcado por sucessivas
denúncias de corrupção e completo menosprezo pela ética, ao manter
e aperfeiçoar a política econômica herdada do governo Fernando Henrique Cardoso, Lula tem conseguido manter a solidez dos fundamentos
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macroeconômicos, melhoria dos indicadores financeiros do país e crescimento econômico. A conjugação de sorte (nenhuma crise econômica
mundial), benefício do crescimento da economia mundial, política fiscal austera, controle da inflação, aumento dos gastos públicos dirigidos
às camadas mais pobres, aumento do emprego, expansão do microcrédito, elevação do consumo das famílias, está proporcionando uma taxa
de crescimento econômico que, mesmo pífia se comparada com as de
outros países, é maior que nos períodos anteriores.
Segundo cálculos do economista Marcelo Néri, da Fundação
Getúlio Vargas, o aumento do consumo das famílias das classes C,
D e E derivam do aumento real do salário mínimo, de benefícios
previdenciários vinculados a este e dos programas sociais como o
Bolsa Família que atendem mais de 11 milhões de famílias. Pesquisa
recente divulgada pelo Datafolha indicou que nos últimos anos houve
uma migração de 6 milhões de pessoas das classes D e E para a C. A
mesma pesquisa mostra que os 10% mais ricos (a tal elite que Lula
tanto abomina) tiveram aumento médio de 65,8% em seus rendimentos
financeiros, beneficiados pelas altas taxas de juros. Os ganhos financeiros
dos bancos brasileiros nos últimos três anos (período do governo Lula)
é maior que os ganhos dos mesmos bancos nos oitos anos do governo
Fernando Henrique Cardoso.
Resta, a meu ver, aos oponentes do presidente Lula demonstrar aos
eleitores que sustentar taxas de crescimento econômico somente à custa
de aumentos de gastos públicos voltados aos pobres em detrimento
dos investimentos em infraestrutura, educação e pesquisa tecnológica,
não garante, no longo prazo, a sustentabilidade econômica que o Brasil
necessita. E que os valores republicanos da ética e da honestidade não
podem ser deixados de lado na condução dos destinos do país, mesmo
em períodos de boa performance de sua economia, sob o risco de
ficarmos para trás no jogo da economia global.
Diário de Cuiabá | Edição 11.568 de 16.07.2006
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Tendências
A economia sob Mantega
Reduzido um pouco do ruído sobre a saída de Antonio Palocci do
Ministério da Fazenda, a semana inicia-se com as discussões a respeito
dos rumos da economia brasileira sob a batuta do novo ministro da
Fazenda Guido Mantega.
Intensificam-se as ilações, análises e conjeturas sobre possíveis alterações na política econômica do governo federal, ao mesmo tempo
em que se dão mais luzes aos comentários, opiniões e posicionamentos de Guido Mantega antes de se tornar ministro da Economia, especialmente no período em que presidiu o BNDES. São desse período os
seus posicionamentos que atualmente mais causam temores entre analistas de mercado, meios acadêmicos e empresarial de que possamos ter
na gestão da política econômica um “ministro da gastança”, contrariando a necessidade da imagem de austeridade e rigor fiscal que o governo central precisa transmitir à sociedade brasileira, ao mercado externo, aos grandes “players globais”, instituições internacionais e investidores estrangeiros.
Alinho-me àqueles que entendem que a entrada de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda não ocasionará mudanças substanciais na política econômica atual. Economista de estilo “low-profile”,
não é dado a grandes ousadias técnicas e sabe que entrou para administrar um período de transição até o final do mandato, passando pela imprevisibilidade de uma eleição presidencial, período durante o qual os
nervos do mercado estão mais à flor da pele do que nunca.
Os primeiros movimentos de sua gestão à frente do Ministério da
Fazenda indicam recuos estratégicos em suas posições anteriores. Como
presidente do BNDES, defendia que a TJLP, a taxa de juros utilizada
nos financiamentos de longo prazo do BNDES, baixasse dos atuais 9%
ao ano para 7% ao ano. Na reunião da última sexta-feira o Conselho
Monetário Nacional, do qual ele passou a fazer parte, baixou a TJLP
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