Perguntas e Respostas relativas à Encefalite Japonesa (Encefalite epidémica B) 1. A encefalite japonesa e a encefalite epidémica B são a mesma doença? R: Sim, trata-se da mesma doença. A designação de encefalite japonesa é aplicada a nível mundial, ao passo que a designação de encefalite epidémica B apenas é aplicada na China Continental. 2. Qual a razão da doença da encefalite japonesa? R: A encefalite japonesa é causada pelo genus flavivirus da encefalite japonesa. O vírus do genus flavivirus inclui o vírus da febre amarela e o vírus da febre dengue. 3. Qual o quadro clínico da encefalite japonesa? R: A maior parte das pessoas ao serem contaminadas pelo vírus da encefalite japonesa não mostram quaisquer sintomas. A maior parte dos doentes têm sintomas ligeiros, designadamente febre, cefaleias, náuseas, adinamia, dores abdominais ou alterações da consciência e distúrbios mentais. Os sintomas graves são febre súbita, cefaleia, vómitos, começando a doença a agravar-se, posteriormente com irritação das meninges, surgindo aos 3-5 dias cãibras, distúrbios mentais, miotomia, uma evidente mudança da consciência até ao coma e morte. 4. Qual a taxa de mortalidade da encefalite japonesa? R: Cerca de 10%. Todavia 30% dos doentes em vida terão complicações do sistema nervoso. 5. Qual o tratamento da encefalite japonesa? R: Actualmente não existe remédio específico para o tratamento. De um modo geral, aplica-se o tratamento de suporte. 6. Qual a fonte de infecção da encefalite japonesa? R: Os suínos, geralmente o leitão, constitui a principal fonte de infecção mas por vezes também as aves selvagens. O estado subclínico de infecção e os doentes com encefalite japonesa geralmente, não são fonte de infecção. 7. Como se transmite a encefalite japonesa? R: Os mosquitos culex tritaeniorhynchus adquirem a infecção encefalite japonesa ao picar o porco que é por sua vez contaminado por esse vírus. As pessoas sem imunidade vão ser contaminadas através da picada do culex tritaeniorhynchus transportando o vírus da encefalite japonesa. O culex tritaenioryhnchus prolifera habitualmente em águas extensivas, nomeadamente arrozais e pântanos. É raro encontrar este tipo de mosquito em Macau. 8. Qual o período de incubação da encefalite japonesa? R: Desde a picada do mosquito transportando o vírus até ao início da sintomatologia é de 5-15 dias. 9. A encefalite japonesa é transmissível de pessoa a pessoa ? R : A encefalite japonesa não é transmissível entre os seres humanos. Por exemplo, você não será infectado por ter contacto com doentes ou pessoal de saúde ou através de um beijo. 10. Em que regiões existe a epidemia de encefalite japonesa ? R : Principalmente nas regiões do Nordeste Asiático, Sudeste Asiático, as Ilhas do Pacífico, Índia e seu subcontinente. Vide o mapa abaixo indicado: Transmissão pelo ano inteiro Transmissão sazonal 11. Em que período do ano esta doença atinge o pico epidémico ? R : Nas regiões da Província de Guangdong, é pico epidémico o período compreendido entre Maio e Agosto. Neste mesmo período, a encefalite japonesa é muito frequente entre os suínos. Após o mês de Agosto, como os suínos já adquiriram a imunidade, não tornarão a ser infectados. 12. Registou-se no passado qualquer caso de encefalite japonesa em Macau ? R : Em Junho do ano passado (ano 2002), foi detectado um caso de encefalite japonesa em Macau. O doente era um rapaz com 3 anos de idade, sendo este o único caso verificado nos últimos 20 anos. O rapaz acabou por recuperar completamente, mas a fonte de transmissão não foi possível ser comprovada. 13. Existe em Macau a possibilidade de eclosão dum surto de encefalite japonesa ? R : Dado que não existe em Macau, a criação de gado suíno e que, os suínos importados da China são normalmente mortos no prazo de 24 horas, e atendendo ao facto que é raro o aparecimento do vector de transmissão da encefalite japonesa- o Culex tritaeniorhynchus, no Território, é extremamente reduzida a oportunidade de eclosão dum surto de encefalite japonesa. 14. É perigoso comer um suíno infectado ? R : Não é perigoso comer suíno infectado desde que a carne seja bem cozida. 15. Os suínos dos jardins zoológicos possuem o risco de contagiosidade? R : Dada que a maioria dos suínos com mais de 1 ano de idade já estão infectados por esta doença e possuem imunidade, a sua contagiosidade é nula. 16. Como se previne a encefalite japonesa ? R : Limpar locais favoritos de proliferação de mosquitos e melhorar as técnicas de cultivação de arroz podem diminuir a proliferação de mosquitos que, por sua vez, reduzem a possibilidade de ocorrência de epidemia desta doença. Os serviços competentes do governo já reforçaram a sua acção de eliminação de mosquitos nos arredores do matadouro. Evitar a picada de mosquitos é uma medida básica para a prevenção das doenças transmissíveis veiculadas por mosquitos. As pessoas que se desloquem ou que tenham tido uma estadia prolongada nas áreas afectadas, em particular, as crianças, podem reforçar a sua prevenção através da vacinação (administração da vacina de encefalite japonesa). 17. Em que situação se necessita da vacinação de encefalite japonesa ? R : As pessoas que se desloquem ou que tenham tido uma estadia prolongada nas áreas afectadas, em particular, as crianças, necessitam da vacinação de encefalite japonesa. Em geral, a pessoa que se desloca a uma grande cidade dentro das áreas afectadas mas com bom ambiente sanitário, não precisa de efectuar a vacinação de encefalite japonesa. 18. Quais são as reacções eventuais da vacinação de encefalite japonesa ? R : A apresentação eventual de vermelhidão, inchaço e dor, na área de vacinação, ou reacção ocasional de todo o corpo, tal como febre, calafrio, cefaleia e adinamia, sintomas que geralmente desaparecerão ao fim de 2 a 3 dias, sendo extremamente baixa a possibilidade de reacção grave (cerca de 1/1000000). Em caso de estado grave, deverá recorrer ao médico de imediato. 19. Em que situação não se pode efectuar a vacinação de encefalite japonesa ? R : Pessoas grávidas, com febre súbita e que tenham reacção alérgica à vacina de encefalite japonesa não devem ser submetidas à respectiva vacinação. Aos indivíduos com reduzida imunidade, não pode ser administrada a vacina viva. 20. Como é que se pode evitar a picada de mosquito ? R : Evitam-se as actividades ao ar livre desde o anoitecer ao amanhecer, período em que são mais activos os mosquitos, devendo usar-se roupas com mangas e calças compridas, bem como se deve aplicar repelente de insectos nas partes do corpo expostas ao ar livre para evitar ser-se picado pelos mosquitos. Pode também usar rede mosquiteira em casa.