1 LINHA DE FRENTE DAS BANDAS MARCIAIS EM GOIÂNIA

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1
LINHA DE FRENTE DAS BANDAS MARCIAIS EM GOIÂNIA - CORPO
COREOGRÁFICO - COMO SURGIU E ONDE ESTAMOS?
Lara Cristina Cabral1
Resumo
Esse estudo apresenta um recorte sobre a problemática: "linha de frente das bandas marciais – corpo
coreográfico – como surgiu e onde estamos?" nos dias atuais. Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o
assunto, análise de documentos, de registros impressos, fotografias e de alguns relatos orais com intenções de
identificar no processo histórico a concretização da chamada "Linha de Frente", das supostas origens às
aproximações do tempo vigente. Intenciona-se investigar e analisar os caminhos trilhados pelos divergentes
fatores retratados na história, com versões variadas, imprecisões, funções, temáticas, linguagens... Indícios
sugerem influências significativas provindas de múltiplos segmentos que revelaram as Bandas e o corpo
coreográfico como parte da corporação. O artigo faz uma análise das Bandas tradicionais de Goiânia no intuito
de identificar a criação do corpo coreográfico, as linhas pedagógicas de trabalho, os fatores político-sociais
pertencentes no sistema formal de ensino. Percebe-se que com passar do tempo, esse processo ensinoaprendizagem se transforma, adapta-se e novos horizontes são reinventados, mesmo com contrassenso em
algumas linhas de atuação. Apesar das inovações, o movimento das Bandas prossegue e nas escolas têm-se os
maiores adeptos propagadores dessa arte, que não se sabe ainda para onde vai!
Palavras-chave: banda marcial, linha de frente e corpo coreográfico.
Forefront of Marching Bands in Goiania – Choreograph group – How did come and Where are we?
Abstract
This study shows a part of the problem: “Forefront of Marching Bands - Choreograph Group – How did it Came
and Where are we?” present in nowadays. This talk in about a bibliography revision regarding this subject,
documents study, registered papers, photographs and interviews, to intention of indentifies at the historic process
the concretization of the so called “Forefront”, and it supposed origins until nowadays. This study intends to
discover and to analyze the different facts shown at the history, which it´s contradictions, different versions,
unusual discovery, function, themes, languages… Evidences suggest significant influence from different
segments reveals the marching bands and choreograph group, as a part of the corporation. This article has done
an analysis of the traditional Marching Bands in Goiania with the intention to identify the choreograph group
origins, pedagogic ways of work, social and politics facts inside the regular teaching. In the course of time we
could see that, this teaching-learning process changes, adapts to new ways, are reinvented again, even with the
possible disagreement between some lines of action. However the innovations, the marching bands movement
increases at the schools and a lot of the movement fans propagates this art, that we don´t know what it will
become!
Key-words: Marching Bands, Forefront and Choreograph Group
Introdução
Faz necessário um olhar especial para a História do Brasil, principalmente a fim de
identificar e entender diversos indícios que justificam hoje a sobrevivência das Bandas
Marciais, o campo de atuação dos profissionais que nelas exercem suas funções nas escolas,
bem como as reinvenções, transformações e conservação de algumas tradições militares, na
1
Professora Licenciada pela Escola Superior de Educação Física do Estado de Goiás – ESEFFEGO -UEG, 1996.
Trabalho apresentado para obtenção do título de Pós-graduação Lato Sensu em Pedagogias da Dança II pelo
Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada (CEAFI/ PUC - GO). [email protected]
2
atualidade.
O Corpo coreográfico2 nas Bandas Marciais compõe a chamada Linha de frente3 e
geralmente vem acompanhado da Baliza4, Estandarte5, Pelotão Cívico6, Mor7 e situa-se entre
os músicos da corporação. As danças são apresentadas por esse corpo coreográfico durante os
desfiles cívicos em constante movimentação ou paradas em forma de espetáculos, festivais e
apreciações artísticas, acompanham as peças8 musicais da Banda e têm como característica a
marcialidade9.
Observam-se as bandas Marciais e Fanfarras em várias instituições de ensinos
Fundamental e Médio, sendo uma das manifestações culturais dentre as atividades artísticomusicais que são desenvolvidas na comunidade escolar, encontrada até os dias atuais. No
entanto, intriga-se a investigação do por que dessa prática ainda continuar existindo.
Tem-se como ponto de partida a criação das Bandas enquanto arte musical nas
relações históricas, seus encaminhamentos estéticos, desdobramentos sociais, até chegar às
estruturas atualmente reconhecidas, sistematizadas e competitivas, no que diz respeito ao
conjunto Banda Marcial.
Pretende-se levantar diversos indícios baseados em eventos ocorridos, estabelecer
correlações diante dados coletados, interpretá-los com suporte teórico, sistematizá-los, e desta
forma, trazer os questionamentos próximos aos referenciais, compreendê-los, se possível, e
até mesmo reforçar, caso constatar, a presença dessa arte dentro do sistema formal de ensino,
bem como fatores a ela associados. Na oportunidade, identificar o processo de criação das
primeiras Linhas de Frentes das Bandas Marciais de Goiânia.
2
Corpo Coreográfico - Composto por mínimo de 12 (doze) componentes posicionados entre o pelotão cívico e
os integrantes do corpo musical; apresenta-se com estilo e interpreta as peças musicais, contudo sem perder a
marcialidade, não fugindo do tema ou estilo característico do grupo musical (banda ou fanfarra).
3
Linha de Frente – Composta por: Pelotão Cívico, Estandarte, Corpo Coreográfico, Baliza(s), Mor ou
Comandante.
4
Baliza – Desloca-se à frente da corporação durante a movimentação da mesma; inicia os movimentos utilizando
o bastão, seu principal adereço; traz consigo uma proposta coreográfica com o foco no diálogo entre a dança e a
música. Possui diversificação e criatividade de movimentos acrobáticos, deslocamentos e direções, sem perder a
característica marcial; pode haver mais de uma baliza na corporação.
5
Estandarte -As corporações deverão portar estandarte, faixa ou distintivo que as identifiquem; a mesma deverá
estar visível à frente da corporação, no início do desfile.
6
Pelotão Cívico ou Pavilhão - As corporações deverão a partir do deslocamento e evolução da banda, portar e
manter obrigatoriamente o Pavilhão Nacional conforme o que dispõem as Leis Federais 5.700/71, 8.21/1992;
este não deverá compor ou efetivar movimentos coreográficos.
7
Mor ou Comandante - Comanda o conjunto musical durante o deslocamento e evolução, entrega o comando ao
Regente quando o grupo estiver devidamente postado diante da comissão avaliadora, em caso de concursos.
(REGULAMENTO DA CBNF – 2011).
8
Peça - Obra musical. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis).
9
Marcialidade: Marcial - Que diz respeito à guerra; bélico, belicoso. Refere-se aos militares ou guerreiros.
(Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis). Diz respeito à marcha: constância na profundidade dos
passos, o padrão, a altura, a regularidade na pulsação durante todo o trajeto (CNBF).
3
Identificação Histórica: Da Europa para o Brasil
Faz necessário recorrer aos apontamentos da nossa história Brasileira a fim de
subsidiar a discussão. Torna-se imprescindível as buscas nos registros sobre o surgimento das
Bandas Marciais, constituindo-se ação essencial para contextualização da Comissão de Frente
ou Corpo Coreográfico10.
De acordo com publicações acadêmicas e literárias, numa análise condensada, aqui
apropriada, percebe-se que a tradição das bandas de músicas no Brasil vem desde os primeiros
momentos de sua colonização. Os jesuítas usavam conjuntos musicais nas festas religiosas
para auxiliarem na educação dos pagãos, dados encontrados deixam vestígios de que na época
também existiu Corporação Musical. Segundo Brandani, "a música ensinada aos índios era a
música formal europeia, sendo a Cultura nativa totalmente desprezada e depois, imposta aos
negros
que
também
participavam
dessas
formações
musicais,
obrigatoriamente".
(BRANDANI, 1985, p. 21).
Porém, os portugueses não foram os únicos a introduzirem aspectos culturais no
Brasil, no caso relacionado ao aprendizado musical. Povos imigrantes também tiveram uma
participação considerável em nossa formação, principalmente a musical, entre eles: italianos,
alemães, holandeses e outros. Atualmente encontram-se manifestações nas regiões onde
existem principalmente colônias desses imigrantes. (GRANJA, 1984).
Durante a passagem pela cidade de Jaraguá, em meados de 1819, o pesquisador
Francês Auguste de Saint-Hilaire11, botânico que por anos visitou, estudou e vivenciou os
hábitos do nosso povo, descreveu: "Em geral, as pessoas do interior que nessa época tinham
alguma instrução haviam-na adquirido através de obras francesas, e a maioria referia-se à
minha pátria com entusiasmo". (SAINT-HILAIRE, 1975, p.43). Observação essa que faz
acreditar sobre as influências europeias trazidas ao Brasil, principalmente no seu interior.
Tais apontamentos indicam que o estabelecimento da família real no país, bem como
os costumes europeus, nos remete que as bandas de música foram introduzidas no exército
luso-brasileiro, na passagem do século XVIII para o XIX, como parte de uma cultura
aristocrática a qual reportava a oficialidade. As bandas militares foram ampliando as
corporações, equipando seus quadros com bandas musicais, servindo não só a oficialidade,
10
Comissão de Frente ou Corpo coreográfico – Conjunto formado por pessoas que executam evoluções com ou
sem adereços, interpretam peças musicais e demonstram alguns critérios de desenvolvimento durante
performance. (REGULAMENTO DA CNBF – 2011).
11
Saint-Hilaire: O referido estudo utiliza da obra sob os olhares do viajante francês que percorreu Brasil adentro
promovendo pesquisas e expedições de exploração da fauna e flora, bem como os costumes de épocas, geografia,
etnografia, cultura, etc. Seus apontamentos foram relatados através de diários de bordo registrando as
ocorrências vivenciadas na época: (1816-1822).
4
mas ocupando a distração popular, mantendo o caráter militar. (TINHORÃO, 1998, p.178).
Entretanto, percebe-se que em Goiás durante período mencionado, já se encontrava
tais Corporações, reflexo do quadro nacional, sendo originário do movimento de "Criação das
Bandas da Guarda Nacional, a partir da Década de 1830", segundo Tinhorão (1998, p. 179) e
registrado também por Belkiss Spenziere: "Em seguida apareceu a que ficou mais famosa, a
'Banda do Batalhão 20' (...) A Banda da Polícia Militar foi criada em 1893". (MENDONÇA,
1980,p.83).
Tinhorão
ressalta ainda que
várias
bandas
foram
formadas
"quase
simultaneamente em vários pontos do Brasil".
Outro costume advindo das comunidades europeias, associado à ideia de banda,
música e dança, importante nesse objeto de estudo, é a “festa profana”. Em meados do século
XIX, denominado de carnaval, a festa veio substituir o tradicional entrudo12 e havia
participação maciça de bandas nas comemorações, nos salões oficiais e populares. Difundindo
e massificando as artes em todo seu complexo.
Naquela época, os foliões dançavam ao som das bandas marciais que se
apresentavam nos coretos da cidade nos dias de domingo. Essas apresentações, de
certo, eram as únicas oportunidades que a maioria da população das cidades
brasileiras tinha de contato com a música instrumental (GRANJA, 1984, p.45).
Tinhorão complementa:
(...) tais relações entre bandas militares e a música popular iriam ser favorecidas pelo
advento do Carnaval à européia, em 1955, (...) numa tentativa de superpor ao
Entrudo popular um estilo de divertimento mais ao agrado da classe média, (...) da
mesma banda que, aos domingos, tocava para as famílias no interior do Jardim do
Passeio Público. (TINHORÃO, 1998, p. 182).
Banda: definição
No entanto, subtendia-se que Banda tratava-se de Fanfarras, pela quantidade e
qualidade de instrumentos e instrumentistas. Dentre diversos autores e sinônimos aos termos
referidos, encontra-se a contribuição de Jacy Siqueira definindo Banda:
(...) além de significar lado, parte, etc., designava também, (...) certos agrupamentos
soldadescos destinados a incitar as tropas ao combate e, certamente, impedir que
algum indivíduo menos corajoso fugisse aos violentos embates da guerra.
(SIQUEIRA, 1981, p. 19).
Outros autores conceituam o termo, mas para esse estudo as definições são amplas, no
entanto indispensáveis. Segundo Binder, alguns historiadores, musicólogos e folcloristas
discutem repetidas vezes a origem da palavra banda, procurando em sua etimologia
informações que ajudem a compreender a "história destes conjuntos (...) quanto à função,
12
Entrudo – Sinônimo de Carnaval. Antigo folguedo carnavalesco que consistia em jogar água nas pessoas
circundantes. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis).
5
formação, estilo ou gênero musical, bem como, (...) sentido funcionalista: histórico-civil ou
militar". (BINDER, 2006, p. 26).
A banda de música pode ser classificada levando em consideração o seu repertório e
sua estrutura de formação e funcionamento. No Brasil ela se divide em: pequena
banda (inicialmente, essa era a formação das bandas municipais, onde eram
construídos coretos, para as famosas retretas, que eram apresentações dessas bandas
para a população da cidade), média banda (é mais utilizada em concertos, porém,
também cumpre as funções da banda militar, como desfiles e apresentações em
coretos. Atualmente, de uma forma geral, esta é a estrutura das bandas municipais
das cidades, tomando o papel que antes era da banda pequena) e banda sinfônica
(muito rica na diversificação de instrumentos, executam obras mais da classificação
erudita, sendo própria para ela. Ela é utilizada para concertos).(BRUM, 1994, p. 12).
Ou definições mais contextualizadas, trazendo para nosso caso:
Uma banda marcial (em inglês: marching band) é um grupo de músicos
instrumentais que geralmente apresentam-se ao ar-livre e incorporam movimentos
corporais - geralmente algum tipo de marcha - à sua apresentação musical. Esses
grupos geralmente utilizam duas classes de instrumentos musicais: os metais e a
percussão. Sua música geralmente inclui um ritmo forte, adequado à marcha.
Fanfarra (do francês fanfare) é um tipo de banda musical, inicialmente composto por
instrumentos de sopro de metal, ao qual foram incorporados outros ‐ com estilo
marcial e para exibição pública. Fanfarra era como antigamente chamava‐se o toque
de trompas e clarins, nas caçadas, sendo depois estendido à designação das bandas
marciais que acompanhavam os cortejos cívicos ou regimentos de cavalaria.
Orquestra: a origem da palavra está no vocabulário grego. Orkhestra queria dizer
"lugar destinado à dança", nos dias de hoje, usamos a palavra orquestra para
designar um grupo de instrumentos que tocam juntos. O número de instrumentos
pode variar entre um grande número (orquestra sinfônica) e um grupo reduzido
(orquestra de câmara).
Filarmônica, na sua origem, em nada difere de uma sinfônica quanto à quantidade de
instrumentistas. As duas se diferem apenas na sua natureza, pois as filarmônicas
eram orquestras mantidas por grupos de admiradores, enquanto as sinfônicas são
orquestras mantidas pela iniciativa privada.
(Wikipédia Enciclopédia Livre. http://www.wikipedia.com.br. Acesso em:27/09/11)
Pode-se aprofundar em outras definições como: banda musical e de concerto, mas não
é esse o objeto de estudo.
Houve muito incentivo para a criação de Bandas Militares no país, principalmente
após a Proclamação da Independência, em 1822, obtendo-se mais atenção por parte das
autoridades, inclusive formando Bandas em cada representação militar, de acordo com os
modelos europeus. Segundo Tinhorão, no período em que se inicia a República (1889),
surgem diversas Bandas nas Corporações Militares havendo certa "obrigatoriedade" a
existência delas em seus segmentos, servindo do militar ao entretenimento, inclusive nas
celebrações, comemorações civis, religiosas, festivas e festas populares. O mesmo autor faz
referência ao "Estado Novo instituído em 1937 por Getúlio Vargas (até 1945), as bandas
militares foram retiradas dos coretos e das praças (...) e logo, no início da década de 1950, a
6
retomar a tradição do cultivo do repertório de música popular". (TINHORÃO, 1998, p.189).
Bandas em Goiás e Goiânia
A vinda de D. João VI para o Brasil, em 1808, proporcionou extraordinário
incremento à grande arte. Amante de composições religiosas e teatrais, aquele
soberano contratava maestros e companhias líricas, na Europa, a fim de incentivar,
no Brasil, o gosto pelas boas músicas (...). Ao Estado de Goiás, todavia, os eflúvios
da sublime Arte chegaram, segundo cremos, depois da Independência. (SIQUEIRA
apud JAYME, p.29,1981).
Acredita-se que antes da Independência já existiam Bandas em Goiás, pois as mesmas
eram compostas por negros, mestiços, alguns representantes do governo que temporariamente
habitavam essas regiões, filhos desses membros políticos que estudavam fora e depois
acompanhavam seus pais, dentre outros trabalhadores de diversos segmentos sociais com
algum conhecimento em música, formavam grupos caracterizados: Bandas. Atuavam em
missas, festas religiosas, cortejos fúnebres, batismos, alvoradas e algumas festas populares.
Belkiss Spenziere (1980) nos remete tal interpretação quando em sua obra faz
levantamento de diversos artistas, indicando inclusive suas posições sociais, ocupações civis e
habilidades musicais.
St. Johann Emanuel Pohl13, médico dedicado aos estudos de botânica, em sua estadia
em Goiás, Santa Luzia14, em dezembro de 1817, faz referências à comemoração de Natal: "Ao
som de uma marcha executada por dois violinos e um clarinete, penetramos na igreja, (...)
Celebrou-se missa cantada com bom acompanhamento vocal e instrumental". (POHL, 1976,
p.113).
Jarbas Jayme, por Jacy Siqueira traz na íntegra outro trecho: "Em 1830, já existia, no
então arraial de Meia-Ponte15, uma 'Banda de Música', fundada, ao que supomos, pelo
comendador Joaquim Alves de Oliveira, o maior benemérito da terra". (SIQUEIRA, 1981,
p.29)
Pode-se observar diante os registros, que Jaraguá também possuía "uma tradição
musical desde o século XVIII (...)". (PINTO, 2006, p.11). Autores como Pompeu de Pina
Filho levantaram significativas corporações musicais existentes durante séc. XIX e início do
séc. XX:
13
Outro viajante que percorrera o centro de nosso país com o propósito de pesquisar e explorar os recursos
naturais, a cultura popular, hábitos, povos, etc. Catalogou os apontamentos registrando-os em diários de bordo
(1817-1821). Recolheu minérios, variadas espécies de plantas e descreveu detalhadamente os costumes dos
povos aqui encontrados. Todo seu legado foi encaminhado à Viena, posteriormente distribuído para o resto do
mundo, informando aos demais curiosos sobre nossas riquezas, totalmente desconhecidas.
14
Atualmente conhecida como Luziânia.
15
Arraial de Meia Ponte – Cidade de Pirenópolis.
7
Quarteto do Padre Veiga (Meia Ponte, 1800-1840); Duo de Violinos (Santa Luzia,
1818); Conjunto Instrumental (Santa Cruz, 1818); Conjunto Musical de Carmo
(1818); Conjunto Musical de Curralinho (1818); Conjunto Musical de Vila Boa
(1818); Conjunto Musical de Santa Luzia (1818); Banda Militar (Meia Ponte,
anterior a 1830); Sexteto do padre Francisco Inácio da Luz (Meia Ponte, 1858);
Banda Euterpe (Meia Ponte, 1868); Banda de Escravos do Com. Bastos (1874);
conjunto desembargador Camelo (Vila Boa, 1871, composto por escravos); Banda
do Batalhão 20º (anterior a 1870), em Vila Boa; Banda de Música (Vila Boa, 1861);
Banda do maestro Luiz da Costa França (Vila Boa, 1821); Club-Bellini (Vila Boa,
1895); Banda de Música Filarmônica (Vila Boa, 1870); Banda de Música da Guarda
Nacional (Maia Ponte, 1830); Banda da Polícia Militar (Vila Boa, 1888); Banda de
Joaquim Marques (Vila Boa, 1890); Banda 13 de Maio (Corumbá, 1891); Banda de
Deodato (Corumbá, 1886); Banda Padre Simeão (Meia Ponte, 1890-91); Banda
Phoenix (Meia Ponte, 1891). (SIQUEIRA, 1981, p.36).
No entanto, a maioria dos registros consultados faz crer que configurações de Bandas
Musicais, em Goiás, deu-se após criação da Banda de Música da Guarda Nacional,
(comentado anteriormente) concretamente, passando esta denominar "Banda Militar", depois
à "EUTERPE"16, em 1868, à "PHENIX"17, em 1893, segundo Jacy Siqueira (SIQUEIRA,
1981, p.30). Alguns autores trazem essas datas com pequenas diferenças cronológicas, bem
como variações na grafia dos nomes das respectivas corporações.
Pode-se avançar citando diversas Bandas encontradas em épocas distintas em variadas
regiões do Estado de Goiás. "Destina-se tal enriquecimento cultural devido ao progresso das
mesmas, associados à extração mineral". (Dossiê de Goiás, 2001, p.150).
Em Goiânia, as bandas estudantis em sua maioria são de caráter marcial e
possivelmente "surgiram" com a criação dos colégios. Em destaque, despontou-se no cenário
estudantil: Colégio Lyceu de Goiás18, Escola Normal Oficial19, ETFG20 Colégio Estadual
Professor Pedro Gomes21, Colégio Instituto de Educação de Campinas (I.E.C.) Presidente
Castello Branco22.
De acordo com registros, nasce na cidade de Goiás, o Colégio Lyceu de Goiás, com a
Lei número 9, de 17 de junho de 1846 e mais tarde é transferido para Goiânia em 1937, pelo
interventor Pedro Ludovico (RIBEIRO, 2011, p.10). Alguns anos depois, funda-se a Banda
16
Euterpe – Criada por Padre Francisco e regida por seu irmão Antônio da Costa Nascimento (Tonico do Padre),
em 1868, foi uma corporação em destaque por interpretar grandes obras sacras, várias missas, quadrilhas de
dança e obras profanas. (MENDONÇA, 1980, p.115).
17
Phenix - Recebera essa corporação músicos da Banda Euterpe, quando esta foi desfeita. Em 1893, Joaquim
Propício de Pina funda a “Banda Nova”, assim popularmente denominada, marcando época no Estado de Goiás
com músicas religiosas, profanas e teatrais. (SIQUEIRA, 1981, p.31).
18
Liceu de Goiás, criado em 1846, hoje Colégio Estadual Lyceu de Goiânia.
19
Escola Normal Oficial hoje denominado Instituto de Educação de Goiás – IEG.
20
Escola Técnica Federal de Goiás - CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet/GO) ETFG - Escola Técnica Federal de Goiás é hoje Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Goiás –
IFG.
21
Colégio Estadual Professor Pedro Gomes.
22
Instituto de Educação de Campinas Presidente Castello Branco.
8
Marcial Lyceu de Goiânia, por volta de 1964 trazendo o nome do Colégio. Na ocasião, o
primeiro maestro/regente foi o professor Max, assumindo depois, em 1967 a regência, o
professor Armando Vieira dos Santos.
O Dossiê de Goiás apresenta o "histórico da Tradição Educacional", retratando:
Lyceu de Goyas em 1922 cedeu parte do espaço físico pra abrigar a escola normal.
Em 1929 a escola normal desmembrou-se, passando a ser chamada Escola Normal
Oficial e transformada depois no Instituto de Educação de Goiás, que também se
transferiu para Goiânia. (SILVA, 2001, p.112)
A Banda do IEG (Instituto de Educação de Goiás) possivelmente foi criada na década
de 80, começou como Fanfarra Dona Iris de Araújo, depois passou à Banda Marcial. De 1990
até o momento, Banda Musical do IEG. Iniciou com o professor Lecy José Maria, depois o
professor Welmo, logo após o Arruda, professor Jairo (com passagem curta), seguindo o
professor Gilson e atualmente, a Maestrina Ana Cláudia do Nascimento Mascarenhas .
Outra importante corporação deu-se após a transferência para capital, intitulou-se
Escola Técnica Federal de Goiânia, no ano de 1942. Iniciaram-se as atividades de banda no
ano seguinte, tendo como primeiro diretor o professor Antônio Manoel de Oliveira Lisboa.
Em 20 de agosto de 1965 nomeou-se Escola Técnica Federal de Goiás, pela lei 4759.
Transformou-se em Centro Federal de Educação Tecnológico de Goiás pela lei n 8948 de
08/12/1994, depois rebatizado como Instituto Federal de Goiás. A Banda obteve batismos
variados: Banda Marcial Nilo Peçanha em 1975, com o maestro: Jaime Ferreira Borges e
professor Lecy José Maria, depois Banda Musical Nilo Peçanha, em seguida, Banda Sinfônica
do CEFET e atualmente Banda Sinfônica Nilo Peçanha.
De acordo com o maestro Jaime Ferreira, sobre a participação de concurso realizado
em São Paulo:
(...) o quê nós vimos em São Paulo foi justamente o contrário, a banda marcial que
não tocasse samba, não era banda, então nós trouxemos pra cá a inovação de samba,
a banda marchando e executando samba. E através de atabaques, instrumentos em
geral de samba, nós introduzimos isso, além da introdução da comissão de frente,
que a nossa comissão não existia praticamente, então nós fizemos a inovação da
comissão de frente ser um pouco bem maior e que executasse as suas manobras de
acordo com que a banda estivesse tocando, porque até então as moças ficavam
paradas, simplesmente estáticas, vendo a banda tocar, até então, depois de nós,
vinham as moças e já começaram a fazer uma espécie (uma ópera) vamos dizer
assim, tudo que era executado lá, elas representavam através de gestos, evoluções de
movimentos, representava o quê a gente estava tocando lá (...) As marchas também,
o pessoal aqui naquela época eles não tiravam o pé do chão, então a gente percebeu
aquilo lá que não era nada disso, o passo era bem alto e uniforme, bem alto e
uniformizado e com muita vibração, e nós não tínhamos essa vibração aqui, parecia
um grupo de gente acompanhando um funeral, a banda era uma coisa muito
estranha, não tinha vida, então dali pra cá nós colocamos vida nas bandas. (Jaime
Ferreira em entrevista à Carina Bertunes, 2002 – retratava-se ao concurso de bandas
em São Paulo - não se lembrou da data: se em 1974 ou75).
9
Outra instituição de ensino importante foi o Colégio Estadual Pedro Gomes, criado em
abril de 1947, no bairro de Campinas. Após nove anos a professora e diretora Lígia Rebêlo
organizou a fanfarra para o desfile de 24 de outubro de 1956, o aluno da escola Fábio Martini
regeu o evento. Em 1957 o instrutor da fanfarra passa ser Armando Gaurdiano e na década de
60, século XX, a fanfarra chamou-se Banda Marcial Lígia Rebelo com o Maestro Armando
Vieira. Atualmente o regente é o professor João Carlos da Silva (Paulista) e a Coreógrafa
Carmem Lúcia Dionísio da Silva, intitulada, segundo o maestro supracitado: "(...) na verdade
ela foi a 1º coreógrafa de banda aqui, em Goiânia".
Em 1969 funda-se o Instituto de Educação de Campinas Presidente Castello Branco
com a primeira diretora Neusa Ribeiro Gomes França. A “Banda Marcial Presidente Castello
Branco” criada em 1974, uma parceria da professora Neusa e o maestro Jaime Ferreira
Borges. O mesmo esteve por três anos diante comando, após vieram os maestros: Lecy José
Maria, professor João Arnaldo e posteriormente o professor Antônio Marques Bueno (Lanza)
que está lá até o momento, juntamente com a Coreógrafa Leonora Silva Marques Bueno de
Azevedo.
É notável e significativo o movimento das bandas estudantis no cenário musical e
artístico goiano, visto que há aproximação com as datas de criação dos colégios e as mesmas
mantiveram até os dias atuais, em plena atividade. Indícios comprovam a existência do corpo
constitutivo da Banda Marcial - Linhas de Frente, em especial Corpo Coreográfico em
diferentes formações e momentos históricos variados. Segundo alguns registros "as meninas
alegravam os desfiles e valorizavam o espetáculo, interpretando as peças tocadas pelo corpo
musical" Maestro Jaime Ferreira Borges, em entrevista para Carina Bertunes (2002).
Entrevistado pelo professor Leonardo Mamede, em sua monografia (2007), Armando
Vieira dos Santos, 2º maestro do Lyceu, referiu-se a postura das meninas da Linha de Frente:
"a disciplina das mesmas nas viagens, bem como o modo de se sentarem numa mesa".
Segundo o regente, ele conseguia manter a ordem, a organização da Banda, da Linha de
Frente sozinho e sem maiores problemas. "A Banda já contou com uma professora de Linha
de Frente, mas prefiro organizar tudo sozinho, tanto as músicas, quanto as evoluções".
(SANTOS apud MAMEDE, 2007).
A presença dessas meninas pode ser observada diante análise das fotos, nos arquivos
pessoais da então, Baliza da Banda do Lyceu, que abrilhantava os eventos: Kátia Pereira
Bragato23. Observa-se indícios da composição da Linha de Frente em desfile, no ano de 1969.
23
Kátia foi uma das primeiras balizas em Goiânia, do Colégio Lyceu, filha do Promotor e Professor Max
Esteves Pereira, quem ensinou o ofício desde os primeiros anos, ainda na Cidade de Bela Vista-Go,onde
10
Educação formal e da banda musical
Faz necessário compreender a relação entre a prática musical das bandas marciais
escolares e sua função educacional diretamente relacionada ao ensino formal e não formal.
Compreende-se o ensino formal como aquele em que a aprendizagem é
institucionalizada e pode seguir diferentes métodos pedagógicos evidentes nas escolas de
educação básica, (...) "é regulamentado pelo Ministério da Educação (MEC) e supervisionado
pelo Estado. A educação não formal é aquela que ocorre em ONGs, clubes, estúdios, Igrejas,
escolas de educação complementar". (STRAZZACAPPA, 2010, p.1)
Do ponto de vista legal, o ensino de primeiro e segundo graus (ensino fundamental e
médio, respectivamente), assim como o ministrado nas escolas de música era regido pela Lei
n°5692/71 de 11 de agosto de 1971: “Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e
dá outras providências”. Essa substituiu a Lei n° 4024/61 de 20 de Dezembro de 1962, a qual
também fixava como diretrizes educacionais. Ao longo do tempo surgiram pareceres,
resoluções, entre outros, para complementar a lei 5692, até surgir nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, que ficou determinada na Constituição de 1988.
Momentos variados do ensino de música, arte, dança, entre outros projetos, foram
criados, adaptados, reconstruídos e reinventados ao longo da trajetória da Educação,
transformando-os, modificando-os aos ideais de cada governo. No decorrer desse processo, as
Bandas se destacaram fazendo parte de períodos históricos, em comemorações importantes e
foram intituladas dentro das instituições de ensino.
Em Goiás, desde 1999, o Ciranda da Arte (Centro de Estudos e Pesquisas-Secretaria
de Estado da Educação-GO) é o órgão responsável por organizar projetos nas áreas culturais e
artísticas dentro das escolas. Lançou em 2012 o "Projeto de ensino para a disciplina Dança:
Comissão de frente de bandas e fanfarras", com orientações para atividades eletivas ou
optativas destinadas aos alunos do Ensino Médio. (Goiânia- 2012):
(...) evidenciamos o caráter histórico das corporações musicais escolares, entre elas
as Bandas Marciais, Musicais, Fanfarras e Bandas de Percussão, bem como sua
importância e relevância no que diz respeito à formação e produção artística de
nossos estudantes, justificando sua existência e desenvolvimento nas escolas de
nossa rede.
Ementa: Diálogo entre o universo da Banda Marcial, Musical ou Fanfarra com a
composição coreográfica específica para esta modalidade. Estudos sobre a formação
e composição da Comissão de Frente: O Pelotão Cívico, o Corpo Coreográfico, o
Mor e a Baliza. Considerações Gerais sobre a Montagem Coreográfica em Comissão
residiam antes da transferência de seu pai para a capital. Na ocasião: “quando comecei, as bandas ainda eram
fanfarras, eu me posicionava a frente dos músicos e umas meninas seguravam o estandarte da escola, outras as
bandeiras e anos mais tarde, algumas faziam pequenas evoluções”. (Em entrevista, 2012)
11
de frente. Prática de comandos de Ordem Unida e Marcha. (DISCIPLINAS
ELETIVAS E OPCIONAIS EM ARTE NO ENSINO MÉDIO: DANÇA - PLANOS
DE TRABALHO, 2012, págs. 3 e 4).
O referido projeto na íntegra, especifica os objetivos, metodologia, conteúdos,
materiais, cronograma e avaliação. Far-se-á compreender, regulamentar e justificar,
provavelmente essa arte presente nas escolas até os dias atuais. Embora trata-se de um projeto
voltado para o Ensino Médio formalmente, na prática vários componentes participantes das
Bandas cursam o Ensino Fundamental. Desenvolvem habilidades artísticas desde os anos
iniciais escolares a fim de obterem melhores desempenhos ano após ano, enquanto projeto de
extensão, complementam seus conhecimentos, que não integram o currículo obrigatório do
ensino regular.
Linha de Frente e Corpo Coreográfico
As bandas, apesar de todas as modificações sofridas por imposições várias da
sociedade, ainda mantêm o seu papel de formação profissional e educação artística
musical em suas sedes, formando músicos para o mercado consumidor, que são os
componentes e integrantes das orquestras sinfônicas e populares, as bandas
militares, os conjuntos musicais, arranjadores e professores de música. (HOLANDA
FILHO, 1989, p. 24).
Várias Bandas no início do século XX surgiram e diversas características foram
incorporadas de acordo com o aparecimento delas. Transformações ocorreram em diferentes
períodos
na
história:
introdução
de
outros
instrumentos,
(principalmente
com
desenvolvimento da indústria, fabricando peças mais sofisticadas e com maiores recursos
musicais), outras políticas para a visão desse segmento enquanto arte, locais de apresentações,
públicos, etc.
Da mesma forma, os segmentos civis foram sendo incorporados nas Bandas Militares,
adentraram as instituições educacionais a fim de consolidar as escolas republicanas, formaram
alunos e seguiram os moldes político-sociais da época. (TINHORÃO, 1976, p. 90).
Com a consolidação da corporação militar nas escolas, bem como os ensinamentos
musicais, leva-se crer que com a expansão dessa arte deu-se a organização de Campeonatos
de Bandas:
O campeonato da Record foi oficializado pelo Governo do Estado de São Paulo em
1969. E no início da década de 70, no auge do nacionalismo do governo militar, o
campeonato tornou-se nacional, ocorrendo durante várias etapas (...) (BRANDANI,
1985, p.109)
Esta influência dos militares nas Bandas de Músicas Escolares pode ser identificada no
Festival de Bandas promovido pela Rádio Record na década de 50, as quais eram regidas por
12
militares, em maioria.
A Rádio Record organizou o primeiro campeonato (concurso) em 1956. Os
"Campeonatos para Bandas Marciais e Fanfarras" de colégios, no Estado de São Paulo, antes
conhecido como Campeonato de Fanfarras e Bandas, se dedicavam à formação de pelotões
cívicos para os Desfiles comemorativos do dia da Independência (07 de Setembro), segundo
Brandani. Esse Concurso mobilizava “milhares de pessoas – público, estudantes, músicos,
profissionais de comunicação - o Campeonato faz parte de nossa história musical, por ter
mantido viva essa tradição popular” (BRANDANI, 1985, p. 35).
Sobre a data precisa do primeiro campeonato de Bandas da Rádio Record, há
controvérsias: É bem provável que tenha começado em 1957 e com certeza terminou
em 1982. O certo é que é ele ter durado mais de 25 anos. (LIMA apud Guesi, 2005,
p.109).
A imprecisão das datas advém do fato de que o incêndio ocorrido nas dependências
da Rádio e da Televisão Record, no ano de 1970, destruiu grande parte do material
registrado dos campeonatos. (LIMA, 2005, p. 109)
Até então, parece que não se falava em figura de Linha de Frente. Em uma dessas
edições do concurso já citado, em 1959, esse desenho se estabelece timidamente como
inovação de uma professora de Educação Física (não foi mencionado o nome dela na
literatura), na Cidade de Mogi das Cruzes, do Colégio Washington Luiz que apresentava tal
irreverência “(...) frente da Corporação Musical, várias alas com indumentárias sofisticadas e
coloridas, além de muitas alegorias, com dezenas de participantes, impressionando o público.”
(SILVA, 1997, p. 2)
(...) o trabalho ficou muito conhecido na época pelas Alegorias que vinham à frente
da Fanfarra. Era composta de dois pelotões: um pelotão masculino que conduzia o
Pavilhão Nacional e a sua respectiva Guarda de Honra; e o pelotão feminino, que
trazia bandeiras e flâmulas de diversos Países e 21 Estados Brasileiros. Nesse
período, as “Linhas de Frente” não tinham caráter marcial, mas sim, carnavalesco,
fazendo menção a tal festividade, através das cores e grandiosidade dos Adereços e
Alegorias. (NOGUEIRA, 2005, p.2) 24
Estabeleceu-se que as Linhas de Frente seria quesito indispensável para acompanhar
as Bandas em suas apresentações, juntamente (posteriormente) com a criação do Pavilhão
Nacional, a fim de garantir o civismo e patriotismo, nas instituições de ensino.
Atualmente as “Linhas de Frente” dispostas à frente das Bandas e Fanfarras
apresentam e identificam as Corporações, são indispensáveis nas aparições e cumprem regras
oficiais dos concursos, de acordo com a regulamentação da Confederação Nacional de Bandas
24
Nogueira: Wander Nogueira é jurado da Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras, membro da
Associação Musical da Amazônia, coreógrafo de Linhas de Frente de várias Bandas, oriundo do Estado do Rio
de Janeiro. Publicações retiradas de site http://amabandas.webnode.com.br/products/corpo-coreografico-porwander-nogueira-rio-de-janeiro-jurado-da-cnbf/. Acesso em 4/01/2012.
13
e Fanfarras25.
Alguns símbolos: estandarte, adereços, alegorias dentre outros, remetem pensar em
situações semelhantes que às vezes serviu como fonte de inspiração para a criação das linhas
de frente. Características de movimentos sociais no decorrer da história, podem ter
influenciado a atual estética, como as tropas de guerra (militares), com caráter uniforme,
marcial, simétrico como se vê em um desfile, com componentes realizando movimentações
precisas. Ou ainda ter inspirações provindas dos cortejos fúnebres e religiosos, bem como as
procissões católicas e seus rituais. Outra proposição pode ter servido como modelo: as
Comissões de Frente das Escolas de Samba de Carnaval e suas respectivas alas, símbolos e
figuras representativas, pois trazem consigo, além da indumentária, os adereços manuais
(brasões, escudos, flâmulas, bandeiras, estandartes, etc.) e fazem as coreografias
caracterizadas com a marcha, revelando graciosidade ao espetáculo
A Professora Silvia Santos (1973) da “Banda Sinfônica de Cubatão” observou que
as "Linhas de Frente” das Bandas e Fanfarras Brasileiras eram muito estáticas,
realizando apenas “quincôncios” (movimentos de ordem unida sem comandos). A
partir dessa constatação, a referida professora cria uma nova escola para as “Linhas
de Frente”, a qual buscou desenvolver aspectos ligados à plasticidade, garbo, ritmo e
sequências coreográficas (...) A professora busca pesquisar metodologias de ensino
para as “Linhas de Frente”, ressaltando o desenvolvimento do aluno, enquanto Arte.
(NOGUEIRA, 2005, p.5)
Devido grau de importância, relevância social e influências americanizadas na década
de 90, século XX, muitas alterações musicais com incorporações de instrumentos, evoluções
rítmicas (popularmente chamado de Coreografia) foram introduzidas nas Bandas. Buscou-se
desenvolver aspectos ligados à plasticidade26, garbo27, ritmo28, sequências coreográficas29,
adereços30, entre outros, a fim de dar não só prestígio às apresentações, mas também de
quebrar certos padrões de postura, regras de conduta e identificação. Passou ser mais popular
para quem pratica tal arte, objetivando um cunho mais pedagógico, amplo, acessível aos
25
Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras: Regulamento - Do campeonato e seus objetivos:
Integrar o Calendário Oficial das atividades das Federações anualmente sob a coordenação técnica da CNBF;
estimular a criação de bandas e fanfarras; promover o intercâmbio entre os integrantes das corporações;
aprimorar métodos e técnicas, bem como incentivar o civismo; desenvolver habilidades, valores e atitudes nos
componentes, para que eles sejam atuantes nas transformações sociais e exerçam o seu papel de cidadãos críticos
e participativos. (CNBF -2011)
26
Plasticidade: Maleabilidade do estilo. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis).
27
Garbo: Visual, elegância, galhardia, deslocamento, postura e coordenação que o conjunto ostenta; (CNBF).
(ital garbo) Donaire, Porte marcial. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis).
28
Ritmo: Série de fenômenos que ocorrem com intervalos regulares; periodicidade. Combinação do valor das
notas, sob o ponto de vista do tempo e da intensidade. Modalidade de compasso, composição. (Michaelis)
29
Sequências Coreográficas: Arte de compor e arranjar os movimentos e figuras de danças e bailados,
geralmente para acompanhar determinada peça de música ou para desenvolver um tema ou uma pantomima.
Arte de figurar no papel, com sinais particulares, os passos, os gestos e as figuras de uma dança. Arte de dançar,
especialmente no palco. Var: coregrafia. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis).
30
Adereços: Adorno, enfeite, ornamento pessoal. (Michaelis).
14
níveis de escolarização dos discentes.
Há indícios de que esse formato tem-se expandido no Brasil, após os “Campeonatos
Sul Americano”
e
“Campeonato
Mundial
de
Marching
Show
Bands”31,
realizados, respectivamente, nos anos de 2004 e 2005.
Nessa nova perspectiva, as Linhas de Frente realizam as Evoluções Coreográficas
juntamente com o Corpo Musical, ambos formando quadros coreográficos, buscando sempre
o melhor visual para submetê-lo ao critério de julgamento no quesito “Aspecto Visual”, item
de concurso de acordo com as regras da CNBF.
Segundo Nogueira, o regulamento da “Drum Corps Brasil”32 – DCB (2006) refere-se
ao “Aspecto Visual”, subdividido em três quesitos: Acessórios (ornamentos que são utilizados
no decorrer das coreografias), Integração com o Grupo Musical (evoluções, ritmo,
musicalidade) e Movimentos Corporais (coreografia propriamente dita com permanência da
marcha, o que caracteriza - marcialidade). (NOGUEIRA, 2005, p.5).
Atualmente, as Competições, Concursos e Festivais têm sistematizados todos os
critérios de Julgamentos, dos compostos da Banda e, por melhor dizer, Marcial: Baliza,
Estandarte, Pavilhão, Corpo Coreográfico, Instrumentos – de variados naipes33, Mor,
Harmonia34, Musicalidade35, Alinhamento36, Evolução37, Formação38, Sincronismo39, Marcha,
Garbo, Uniformidade40, Dificuldade Técnica41, Ritmo e Criatividade42. Além de seguir as
Regras da Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras – (CNBF 2005).
31
Campeonato Mundial de Marching Show Bands: Caracterizado por a Linha de Frente e o Corpo Musical
realizarem juntos evoluções coreográficas, compondo diversas figuras estéticas, durante apresentação.
32
DCB: Nome de uma Organização Não Governamental (ONG) “Drum Corps International” e representado pela
ONG Brasil: “Drum Corps Brasil” – DCB. Estabelece que as Color Guard, assim conhecidas como linhas de
frente americanas, utilizam materiais nas evoluções coreográficas, com elementos: bandeiras, flâmulas, bastões,
rifles e espadas, dado estabelecido pela “Drum Corps Brasil” (2006).
33
Naipe: Grupo de executantes de um mesmo tipo de instrumento.
34
Harmonia: Conjunto de sons relacionados, conjunto de regras da tonalidade ('sistema'); conjunto orquestral
formado apenas por instrumentos de sopro; conjunto de sons agradáveis ao ouvido. (Dicionário Houaiss).
35
Musicalidade: Qualidade ou estado do que é musical; talento ou sensibilidade para criar ou executar música;
sensibilidade para apreciar música; conhecimento musical; cadência harmoniosa; ritmo. (Dicionário Houaiss).
36
Alinhamento: Posição correta das fileiras ou frações, bem como a regularidade da distância entre elas.
37
Evolução: Faz parte da composição através de deslocamentos e devem estar inseridos na coreografia, diante
trajetórias e passagens de uma posição a outra, bem como a ligação ordenada de seus deslocamentos.
38
Formação: Variações de figuras, desenhos e formações dentro da composição coreográfica de cada peça
musical.
39
Sincronismo: Tanto na movimentação em uníssono dos componentes quanto nas alternadas, os movimentos
em sintonia são essenciais, ajustando-se com precisão.
40
Uniformidade: Conservação da indumentária no conjunto e nos detalhes, tais como: calças, túnicas, cintos,
calçados, talabartes bem cuidados e ajustados, não sendo levado em conta o luxo dos uniformes.
41
Dificuldade Técnica: Entende-se por partitura coreográfica, deve oferecer desafios aos componentes, sendo
objeto não facilitador, com dificuldade na sua execução.
42
Criatividade: Faz parte e determina toda a movimentação coreográfica, ela está diretamente ligada a todos os
itens restantes de julgamento (concepção geral do trabalho). Atentará para aspectos como: criação da
movimentação em relação ao tema musical.
15
Vale ressaltar o papel exercido pela baliza ou balizador (no caso de homem) na Banda:
realiza coreografias especiais, diferenciadas do corpo coreográfico, porém executadas no
mesmo instante com a mesma peça musical. Suas vestes e adereços são características e
contam uma história corporal interpretada de forma diferente, especial. A baliza implementa
sua composição com aspectos relacionados a sua personalidade, habilidades e desenvolturas,
destacando-se na banda e imprimindo sua marca, seu apreço, sua arte.
Reinvenção: do militar aos dias atuais
De acordo com a professora Neusa Maria Silva Frausino43 (em entrevista) por volta da
década de 70 e 80, século XX, em Goiânia, as Escolas Estaduais que possuíam Bandas “eram
obrigadas a desfilarem durante as comemorações cívicas”. Determinadas corporações eram
constituídas por certas moças que seguravam adereços posicionando-se à frente dos músicos,
outras carregavam elementos que simbolizavam a celebração daquele evento na ocasião
comemorado, executando pequenas evoluções em punho dos objetos.
Relata ainda, Neusa, que características do militarismo predominavam durante as
apresentações: uniformidade, alinhamento, posturas, indumentárias, adereços que lembravam
armas e rifles, repertório musical tradicional. No final da década de 80, século XX, notam-se
os desfiles, bem como as apresentações das Bandas com aspectos cênicos e teatrais.
Atualmente, as coreografias são mais elaboradas, exigindo cada vez mais habilidade
e destreza motora de quem executa, bem como adereços mais criativos, com maiores
possibilidades em realizar movimentos complexos dentro da música. As peças
musicais possuem hoje, gêneros e ritmos diversificados, populares, tornando atrativo
para quem pratica e para quem presencia o espetáculo. (Prof.ª Drª Neusa Maria
Frausino, em entrevista, 2012)
“Acredita-se que durante apresentação de Bandas, o público se interessa por mais
variados elementos e aspectos de sua composição: tem público que vê, outro ouve, outro
participa. Para cada ocasião, existe um público diferenciado”. Observações da professora
Pollyanna44 e ainda completa: “Existe um público que possui apreço por estética e não pelo
som da música”. Chama atenção para comissão de frente enquanto complemento da
corporação, “outro tipo de público se identifica com alguns símbolos trazidos pela banda, os
quais remetem lembranças para quem assiste”. (Professora Pollyanna França, em entrevista,
43
Neusa Maria Silva Frausino: Professora Drª em Ciência da Cultura Física- Instituto Superior de Cultura Física
Manoel Fajardo - Cuba, Professora no Ciranda da Arte e Baliza durante os anos de1970,80 e 90.
44
Pollyanna França da Silva: Professora de dança da Secretaria Estadual de Educação-GO, graduada em
Psicologia – Universidade Paulista (2007), Coreógrafa e baliza de Bandas Marciais. Graduando em Educação
Física – PUC-GO
16
2012). No entanto, faz necessário elaborar um trabalho complexo e estimulante para quem
pratica e para quem aprecia.
Presente nas escolas e coordenado pelo Ciranda da Arte, como descrito anteriormente,
o Projeto Bandas conta atualmente com 30 Bandas e Fanfarras ligadas às Instituições de
Ensino Estaduais e 8 sob coordenação do Município.
O trabalho desenvolvido nas instituições de ensino propõe a arte como objetivo
principal, em instâncias diferenciadas: musicais, instrumentais, dança, estética, etc. Enfatiza o
enriquecimento cultural, social e individual do educando, complementa outras atividades
realizadas dentro das escolas, estimula variadas habilidades do aluno, respeito, valoriza áreas
do conhecimento e soma para a formação desse cidadão com capacidade de síntese.
Esse pode ser o motivo para o movimento de Bandas ter caminhado e permanecido
dentro das escolas, ao contrário do que propunha os militares com seus regimentos e suas
respectivas corporações pertencentes.
Considerações Finais
Alguns elementos ocorridos foram abordados em diferentes épocas e incorporados no
decorrer desse estudo. Averiguou-se contradições, vestígios e indícios que podem ter
contribuído para o entendimento quanto à criação do corpo coreográfico nas Bandas em
Goiânia. Embora durante esse caminho, diversas questões surgiram e em maior quantidade
do que no início.
O movimento Banda-Música-Dança-Teatro-Arte dentro das escolas, mesmo em parte
sendo subsidiado pelos governos municipais e estaduais, dependendo da instituição de ensino,
representa hoje, mais do que valores militares, morais e cívicos, como um dia foi proposto,
idealizado. Oportunidade, valores afetivo-sociais, compartilhar, criar, participar, respeitar,
dentre outros, são conceitos agregados, perceptíveis nos alunos que fazem parte da corporação
e tende contribuir significadamente na formação do caráter individual. Sentir o que a arte
proporciona na escola, no coletivo e fora das instituições de ensino é manter uma relação
intensa entre arte-aluno-professor. Aspectos proporcionados pela banda acabam por contagiar
e transcender nessas relações.
Anos passaram e a forma com que a banda tem se apresentado (em se tratando do
corpo coreográfico) vem se transformando, adaptando, ressignificando e tornando dia pós dia
uma atividade em potencial. Dentro da realidade: escola-aluno-professor vários elementos na
criação coreográfica, corporal, indumentárias, adereços, estética, planos de trabalhos, etc., vão
sendo incorporados com novas propostas, visões e inclusão de alunos sem distinções, limites
17
e restrições quanto à criatividade. A reinvenção de novos caminhos, rompendo com os
tradicionais, seja talvez, o “poder de sedução” provocado pela banda, por esse corpo
coreográfico. O som, o visual, os elementos plásticos, as variações rítmicas passam exercem
funções “quase mágicas”, contagiantes, transbordando emoções, sentimentos, dissipando e
transcendendo em energia pura!
Desse modo a marcha, a dança, as composições, as peças, musicalidade, estilos,
formas são reinventadas e a arte vem mudando pelo apelo principalmente dos profissionais
efetivos45 que nas corporações atuam. Apesar de características de competição, concursos,
federações e confederações, que nada tem a ver com o movimento escola-arte-educação
perdurarem, ainda existam linhas defensoras da continuidade das bandas trabalharem em
função desse propósito. Há grupos que vem relutando e transcendendo a arte, pela arte no
maior esforço em mostrar os possíveis caminhos em direção aos espetáculos, sem valores:
jurídico, comercial e competitivo, em contrapartida lutam contra as políticas públicas,
subsídios financeiros a fim de manter as bandas "vivas", em funcionamento.
Poderia ser o processo criativo, agregador a via de acesso para outros nortes na
educação? O trabalho do aluno realizado na banda, por exemplo, poderia transcender além do
ensino formal, regular, curricular? Diante esforços, questionamentos mil surgiram na busca
incansável de respostas do "Como surgiu e onde estamos?" E agora? Para onde vamos?
45
Em bandas é comum encontrarmos pessoas que atuam sem a devida formação qualificada, possuem contratos
temporários e geralmente aprenderam o ofício, a técnica e vem repassando o aprendizado de geração à geração.
18
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