identificação da resistência aos beta-lactâmicos em leite

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IDENTIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA AOS BETA-LACTÂMICOS EM
LEITE REFRIGERADO DA REGIÃO DE UMUARAMA
IDENTIFICATION OF THE BETA-LACTAM RESISTANCE IN
REFRIGERATED MILK IN UMUARAMA REGION
CHARALO, AMANDA CARMEM1, PAVAN, ANA CLAUDIA LEMES1,
SFACIOTTE, RICARDO ANTONIO PILEGI2, VIGNOTO, VANESSA
KELLY CAPOIA3, WOSIACKI, SHEILA REZLER4, RICKLI, MAX
EMERSON5.
1
Graduação em Medicina Veterinária, UEM – Umuarama; 2Doutorando
da UDESC; 3Laboratório de Microbiologia Animal, UEM – Umuarama;
4
Departamento de Medicina Veterinária, UEM – Umuarama; 5Mestre em
Zootecnia, UEM – Umuarama.
RESUMO
Um dos mecanismos mais importantes de resistência aos antibióticos é
a produção de beta-lactamases. Das 41 amostras, 5 apresentaram o
gene blaZ pela técnica PCR e através do disco difusão mostraram
resistência à penicilina, sendo produtores de beta-lactamase. 23
amostras (56%) apresentaram bactérias gram-negativas, das quais
quatro (17,4%) demonstraram ser produtoras de ESBL. Os resultados
do presente trabalho demonstram a necessidade do acompanhamento
do
perfil
de
resistência
bacteriana.
Palavras-chaves: ESBL, Staphylococcus, PCR, blaZ.
ABSTRACT
One of the major mechanisms of resistance to antibiotics is the
production of beta-lactamase. Of the 41 samples, 5 showed the blaZ
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gene by PCR using the disk diffusion and showed resistance to penicillin
and beta-lactamase producers. 23 samples (56%) had gram-negative
bacteria, four of which (17.4%) proved producing ESBL. The results of
this study demonstrate the need for monitoring of bacterial resistance
profile.
Key-words: ESBL, Staphylococcus, PCR, blaZ.
INTRODUÇÃO
A microbiota psicrotrófica contaminante do leite cru é composta por
bactérias Gram-negativas e Gram-positivas (Pinto et al, 2006). Do ponto
de vista da qualidade do leite, as bactérias psicrotróficas são o grupo
que mais contribui para deterioração do leite (EMBRAPA, 2015).
Os antimicrobianos utilizados em animais de produção contribuem em
gerar cepas resistentes as quais podem ser transmitidas aos humanos
pela ingestão de produtos de origem animal, levando risco à saúde
pública (Zanette, 2010).
Um dos mecanismos mais importantes de resistência aos antibióticos
beta-lactâmicos é a produção de beta-lactamases, enzimas que
hidrolisam o anel beta-lactâmico, impossibilitando assim sua atividade
antimicrobiana, chamadas de beta lactamase de espectro estendido
(ESBL), conferindo resistência à todos os beta-lactâmicos com exceção
dos carbapenêmicos e cefamicinas (cefoxitina) (ANVISA, 2015).
Os Staphylococcus resistentes à oxacilina (MRS) tornaram-se um
importante problema clínico e epidemiológico nas últimas décadas.
Como resultado, houve um aumento no uso de glicopeptídeos e
finalmente a emergência de cepas com resistência (VRS) (Mimica e
Berezin, 2006).
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Devido à importância da resistência bacteriana veiculadas em alimentos
de origem animal, o objetivo deste trabalho foi identificar bactérias
resistentes encontradas no leite refrigerado.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletadas 41 amostras de leite cru de vaca de resfriadores da
região de Umuarama. As amostras foram incubadas em caldo BHI
(Brain Heart Infusion), sequencialmente inoculadas em ágar Nutriente. A
identificação bacteriana foi
realizada
conforme
ANVISA
(2012).
A detecção fenotípica de cepas multirresistentes de importância em
saúde pública foi realizada por disco-difusão utilizando os seguintes
antimicrobianos:
para
MRS,
oxacilina,
cefoxitina,
penicilina
e
vancomicina; e para ESBL, a presença de halo fantasma entre
amoxacilina+clavulonato
e
aztreonam,
ceftazidima,
cefotaxima,
ceftriaxona e cefepime. Utilizou-se a técnica PCR nas bactérias
identificadas como Staphylococcus spp, para detecção dos genes: blaZ,
mecA e mecC.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 41 amostras, dez (24,4%) havia presença de Staphylococcus spp,
dos quais três (30%) mostraram-se sensíveis à penicilina e cinco (50%)
foram resistentes a penicilina além de apresentarem o gene blaZ, sendo
consideradas produtoras de beta-lactamase. Segundo Andrade et al
(2000) os Sthaphylococcus isolados de leite de vacas com mastite
quase sempre apresentam altos índices de resistência à penicilina.
Guimarães et al (2012) ao analisarem 60 amostras de Staphylococcus
spp. envolvidos em casos de mastite clínica e subclínica de bovinos e
bubalinos do Distrito Federal identificaram o gene blaZ em seis amostras
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(20%) de búfalas e uma amostra (3,30%) de origem bovina.
Não houveram presença dos genes mecA e mecC, assim como em
Lúcio et al (2013), onde foram analisadas 100 cepas de Staphylococcus
spp. procedentes de vacas com mastite clínica ou subclínica
provenientes de propriedades da microrregião de Guaranhuns-PE.
Enquanto Guimarães et al (2012) identificaram o gene mecA em uma
(3,30%) das amostras bubalinas e em três (10,00%) das bovinas. Pribul
et al (2011) ao pesquisarem o gene mecA em amostras de leite bovino
procedentes do Rio de Janeiro encontraram 21 (70,00%) amostras
positivas.
No presente trabalho, 23 amostras (56%) apresentaram bactérias gramnegativas, das quais quatro (17,4%) demonstraram ser produtoras de
ESBL, sendo identificadas como: Enterobacter cloacae, Escherichia coli,
Pseudomonas spp., Serratia spp. Cinco amostras (12,2%) houve
crescimento de fungos e em três (7,3%) a presença de Streptococcus
spp.
CONCLUSÕES
Os resultados do presente trabalho demonstram a necessidade do
acompanhamento do perfil de resistência bacteriana, por essa se
modificar ao longo do tempo, sendo de suma importância à saúde
humana e animal.
REFERÊNCIAS
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