Probabilidade e Estatística Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Ao realizarmos um experimento aleatório, frequentemente encontramos resultados numéricos, como no caso do lançamento de um dado. Por outro lado, em outros experimentos podemos encontrar resultados não numéricos, embora possamos associar números aos resultados possíveis. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Quando os possíveis resultados do experimento aleatório não são numéricos é conveniente resumir estes resultados através de um número. Por isto, é importante trabalhar com variáveis aleatórias. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Definição 1 Considere um experimento e Ω o espaço amostral associado a esse experimento. variável aleatória (v.a) é uma função real X que associa a cada elemento ω ∈ Ω um número real X (ω). X :Ω → R ω 7→ X (ω) Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Exemplo 1 Considere três lançamentos independentes de uma moeda equilibrada. Seja C cara e K coroa. O espaço amostral deste experimento é Ω = {(C , C , C ); (C , C , K ); (C , K , C ); (K , C , C ); (C , K , K ); (K , C , K ); (K , K , C ); (K , K , K )}. Podemos definir a variável aleatória X como sendo o “número de caras obtidas nos três lançamentos”. Por exemplo, temos que X ((C , C , C )) = 3 e X ((K , C , C )) = 2. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Exemplo 2 Escolher um ponto ao acaso no quadrado unitário, ou seja, escolher um par ordeEntão nado (x, y ) ∈ [0, 1] × [0, 1]. Ω = [0, 1]×[0, 1] e, como exemplo de variável aleatória temos o produto das duas coordenadas X (ω) = xy , para todo ω = (x, y ) ∈ Ω. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Definição 2 Uma variável aleatória é classificada como discreta, se assume somente um número enumerável de valores, ou seja, se sua imagem é um conjunto finito ou infinito enumerável. Os possíveis valores de X podem ser postos em uma lista como x1, x2, . . .. No caso finito, a lista possui um valor final xn , e no caso infinito, a lista continua indefinidamente. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Por enquanto nos concentraremos no estudo das variáveis aleatórias discretas e estudaremos vários conceitos relacionados a elas. A variável aleatória é denotada por uma letra maiúscula X , Y , . . . . Em geral, uma v .a. tem algum significado físico, geométrico ou outro qualquer. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 3 Um homem possui 4 chaves em seu bolso. Como está escuro, ele não consegue ver qual a chave correta para abrir a porta de sua casa. Ele testa cada uma das chaves até encontrar a correta. a) Defina um espaço amostral para esse experimento. b) Defina a v .a. X como sendo o número de chaves experimentadas até conseguir abrir a porta (inclusive a chave correta). Quais são os possíveis valores de X ? Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 4 Cinco cartas são extraídas de um baralho comum (52 cartas, 13 de cada naipe) sem reposição. Defina a v .a. X como sendo o número de cartas vermelhas sorteadas. Quais são os possíveis valores de X ? Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 5 Numa urna há 7 bolas brancas e 4 bolas verdes. Cinco bolas são extraídas dessa urna. Defina a v .a. X com sendo o número de bolas verdes. Quais são os possíveis valores de X se as extrações são feitas: a) sem reposição. Renato Ferreira da Cruz b) com reposição. Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Definição 3 A função de probabilidade de uma variável aleatória discreta X é uma função p(x) que atribue probabilidade a cada um dos possíveis valores x assumidos pela variável, calculada da seguinte forma: Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas p(x) é a probabilidade do evento {ω ∈ Ω; X (ω) = x} consistindo de todos os resultados do espaço amostral que deram origem ao valor x, ou seja: p(x) = P(X = x) = = P({ω ∈ Ω; X (ω) = x}) Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 6 Suponha que uma moeda seja lançada 3 vezes e denote cara por C coroa por K . Se Y representar o número de caras obtidas, então Y é uma variável aleatória que pode assumir um dos valores 0, 1, 2 e 3, com respectivas probabilidades: P(Y = 0) = P({KKK }) = 1 8 3 8 3 P(Y = 2) = P({KCC , CKC , CCK }) = 8 1 P(Y = 3) = P({CCC } = 8 P(Y = 1) = P({KKC , KCK , CKK }) = Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Das propriedades (axiomas) da probabilidade resultam os seguintes fatos sobre a função de probabilidade de uma v .a. X : Teorema 1 A função de probabilidade de uma variável aleatória discreta X satisfaz: 0 ≤ p(x) ≤ 1, ∀ x. X p(x) = 1. x onde X de X . indica somatório ao longo de todos os possíveis valores x Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Observações: a) Se X assumir apenas um número finito de valores, digamos x1 , x2 , . . . , xn e os resultados forem igualmente prováveis, então teremos obviamente p(x1 ) = p(x2 ) = · · · = p(xn ). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Observações: a) Se X assumir apenas um número finito de valores, digamos x1 , x2 , . . . , xn e os resultados forem igualmente prováveis, então teremos obviamente p(x1 ) = p(x2 ) = · · · = p(xn ). b) Se X assumir um número infinito de valores, digamos x1 , x2 , . . . ,, então é impossível que todos os valores sejam igualmente prováveis, pois a condição ∞ X p(xj ) = 1 não é satisfeita se tivermos p(xj ) = c j=1 para todo j. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas O cálculo da fp de uma v .a. X qualquer se dá em três etapas: primeiro, temos que identificar todos os possíveis valores x da v .a. X . segundo, temos que identificar os resultados que dão origem a cada valor x e suas respectivas probabilidades. finalmente, temos que somar todas essas probabilidades para obter p(x). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 7 Joga-se uma moeda duas vezes. Seja X o número de caras que aparecem. Determine a função de probabilidade da variável aleatória X. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Variáveis Aleatórias Discretas Exemplo 8 Seja X uma variável aleatória discreta com função de probabilidade dada por: p(x) = k , x = 0, 1, 2, . . . 2x Obtenha: a) o valor de k. b) a probabilidade de X ser um número par. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade A função de probabilidade de uma v .a. discreta X que assume um número finito de valores pode ser representada por um gráfico de colunas, onde a cada valor de X corresponde uma coluna cuja altura representa a probabilidade do respectivo valor. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade p(x) p(x3) p(x4) p(x2) p(xn ) p(x1) x1 x2 x3 x4 · · · xn Renato Ferreira da Cruz x Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade Exemplo 9 Consideremos o lançamento de dois dados. Vamos definir a v .a. X como a “soma das 2 faces”. Para facilitar a solução desse problema, vamos construir uma tabela de duas entradas, onde cada dimensão representa o resultado de um dado e em cada cela temos a soma das duas faces. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 7 2 3 4 5 6 7 8 Renato Ferreira da Cruz 3 4 5 6 7 8 9 4 5 6 7 8 9 10 5 6 7 8 9 10 11 6 7 8 9 10 11 12 Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade Como cada ponto do espaço amostral é equiprovável, a fp de X é: x p(x) 2 1 36 3 2 36 4 3 36 5 4 36 6 5 36 Renato Ferreira da Cruz 7 6 36 8 5 36 9 4 36 10 3 36 11 2 36 Universidade Federal de Mato Grosso 12 1 36 Gráfico da função de probabilidade O gráfico de p(x) é: p(x) 6/36 5/36 4/36 3/36 2/36 1/36 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 x Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade Exemplo 10 Considere uma urna com 10 bolas, das quais 6 são vermelhas e 4 brancas. Dessa urna retiram-se 3 bolas sem reposição e conta-se o número de bolas brancas retiradas. Qual é a distribuição dessa variável aleatória? Esboce o gráfico. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade Exemplo 11 Numa urna há 7 bolas brancas e 4 bolas verdes. Cinco bolas são extraídas dessa urna. Defina a v .a. X com sendo o número de bolas verdes. Determine a fp de X se as extrações são feitas: a) sem reposição. Renato Ferreira da Cruz b) com reposição. Universidade Federal de Mato Grosso Gráfico da função de probabilidade Exemplo 12 Seja uma v .a. X com fp dada na tabela a seguir: x p(x) 0 0 1 p2 2 p2 3 p 4 p 5 p2 a) Encontre o valor de p. b) Calcule P(X ≥ 4) e P(X < 3). c) Calcule P(|X − 3| ≥ 2). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição Definição 4 Seja X uma variável aleatória, discreta. Definimos a função de distribuição (fd) da variável aleatória X como sendo a função F dada por: F (x) = P(X ≤ x), ∀x ∈ R Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição É interessante observar que a função F está definida para todo número real x. A função de distribuição é também conhecida como função de distribuição acumulada. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição Exemplo 13 Determine a função de distribuição da v .a X do Exemplo 10 e esboce o gráfico. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição Para as variáveis aleatórias discretas, a função de distribuição tem a forma de escada sendo descontínua nos valores assumidos pela variável. Da função de probabilidade obtemos a função de distribuição e vice-versa. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição Os axiomas da probabilidade e as propriedades deles decorrentes nos permitem obter as seguintes propriedades da função de distribuição acumulada de uma v .a. X . Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição Teorema 2 a) 0 ≤ F (x) ≤ 1 b) F é uma função não decrescente, ou seja, a < b ⇒ F (a) ≤ F (b) c) Se a < b, então P(a < X ≤ b) = F (b) − F (a) d) P(X < b) = F (b) − P(X = b) Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Função de distribuição e) f) g) h) P(a ≤ X ≤ b) = P(X = a)+F (b)−F (a) P(a < X < b) = F (b)−F (a)−P(X = b) P(X > a) = 1 − P(X ≤ a) = 1 − F (a) Seja X uma variável aleatória discreta, com valores x1, x2, . . .. Se F é a fd de X , então: p(xj ) = P(X = xj ) = F (xj ) − F (xj−1) Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Funções de variáveis aleatórias Dada uma v .a. X , podemos obter outras variáveis aleatórias através de funções de X e, da mesma forma que calculamos a fp de X ,podemos calcular a fp dessas novas variáveis. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Funções de variáveis aleatórias Exemplo 14 Seja uma v .a. X com fp dada na tabela a seguir: x −2 −1 0 1 2 3 p(x) 0,1 0,2 0,2 0,3 0,1 0,1 Consideremos a função Y = g (X ) = X 2. Então, Y é uma nova variável aleatória, cujos possíveis valores são 0,1,4,9. Determine a fp de Y . Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Funções de variáveis aleatórias Exemplo 15 Seja uma v .a. X com fp dada na tabela a seguir: x −3 1 p(x) 8 1 1 6 3 1 2 5 p Encontre o valor de p e a fd da v .a. Y = X 2. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Alguns Modelos Discretos Existe um grande número de modelos surgidos de variáveis que foram estudadas em problemas práticos ou teóricos. Veremos apenas alguns desses modelos, que são mais importantes. Considere as seguintes situações: Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Alguns Modelos Discretos Situação 1: (a) Lança-se uma moeda e observa-se o resultado obtido e (b) perguntase a um eleitor se ele vai votar no candidato A ou B; Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Alguns Modelos Discretos Situação 2: (a) Lança-se uma moeda n vezes e observa-se o número de caras obtidas e (b) de uma grande população, extrai-se uma amostra de n eleitores e pergunta-se a cada um deles em qual dos candidatos A ou B eles votarão e conta-se o número de votos do candidato A; Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Alguns Modelos Discretos Situação 3: (a) De uma urna com P bolas vermelhas e Q bolas brancas, extraem-se n bolas sem reposição e conta-se o número de bolas brancas e (b) de uma população com P pessoas a favor do candidato A e Q pessoas a favor do candidato B, extrai-se uma amostra de tamanho n sem reposição e contase o número de pessoas a favor do candidato A. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Alguns Modelos Discretos Em cada uma das situações, os experimentos citados têm algo em comum: em um certo sentido, temos a “mesma situação” mas em contextos diferentes. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo de Bernoulli Uma variável aleatória discreta X segue o modelo Bernoulli, se assume apenas os valores 0 ou 1. Sua função de probabilidade é dada por: p(1) = P(X = 1) = p p(0) = P(X = 0) = 1 − p Notação: X ∼ Bernoulli(p). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo de Bernoulli No modelo Bernoulli, a probabilidade p é denominada parâmetro do modelo. É prática comum considerar como sucesso a ocorrência de 1 e fracasso a ocorrência de 0. Assim, denominamos por ensaio de Bernoulli o experimento que tem resposta dicotômica do tipo sucesso-fracasso. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo de Bernoulli Um exemplo clássico do modelo Bernoulli é o lançamento de uma moeda. Podemos definir sucesso como qualquer uma das faces, digamos cara. Dessa forma, temos 1, se sair cara X = 0, se sair coroa Então X ∼ Bernoulli(p), com p = P(cara). 1 Se a moeda for equilibrada teremos p = . 2 Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo de Bernoulli A sua função de probabilidade é: x 0 p(x) 1 − p 1 p Obviamente, as condições definidoras de uma fp são satisfeitas, pois p > 0, 1 − p > 0 e p + (1 − p) = 1. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo de Bernoulli A função de distribuição 0 F (x) = 1 − p 1 Renato Ferreira da Cruz é dada por: se x < 0 se 0 ≤ x < 1 se x ≤ 1 Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Seja X o número total de sucessos obtidos, na realização de n ensaios de Bernoulli independentes. Diremos que X segue o modelo Binomial com parâmetros n e p se sua função de probabilidade é dada por: n k p (1 − p)n−k , k = 0, 1, . . . , n. P(X = k) = k Notação: X ∼ B(n, p). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Resumindo: Um experimento binomial é um experimento de probabilidade que preencha as seguintes condições: Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Resumindo: Um experimento binomial é um experimento de probabilidade que preencha as seguintes condições: 1) O experimento é repetido por um número n fixo de tentativas, onde cada tentativa é independente das outras. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Resumindo: Um experimento binomial é um experimento de probabilidade que preencha as seguintes condições: 1) O experimento é repetido por um número n fixo de tentativas, onde cada tentativa é independente das outras. 2) Há apenas dois resultados de interesse para cada tentativa. Os resultados podem ser classificados com sucesso (S) ou fracasso (F). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial 3) A probabilidade p, de um sucesso é a mesma para cada tentativa. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial 3) A probabilidade p, de um sucesso é a mesma para cada tentativa. 4) A variável aleatória X contabiliza o número de tentativas com sucesso do total de n tentativas. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Exemplo 16 Um dado é lançado n vezes. Qual a probabilidade de o número 6 sair k vezes. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Exemplo 17 Um atirador acerta na mosca do alvo, 20% dos tiros. Se ele dá 10 tiros, qual a probabilidade dele acertar na mosca no máximo 1 vez? Suponha que os tiros sejam independentes. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Muitas ações na vida são repetidas até atingirse o sucesso. Um candidato de concurso, por exemplo, pode fazer o exame várias vezes antes de conseguir passar, ou você pode digitar um número de telefone celular várias vezes antes de conseguir fazer a ligação. Situações como essas podem ser representadas por uma distribuição geométrica. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Considere uma sequência de ensaios de Bernoulli independentes. Defina X como o número de fracassos anteriores ao primeiro sucesso. A variável aleatória X segue o modelo Geométrico com parâmetro p, 0 < p < 1 se tem função de probabilidade dada por P(X = k) = p(1 − p)k , k = 0, 1, . . . Notação: X ∼ Geo(p). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Alguns autores preferem definir o modelo Geométrico como sendo o número de tentativas (ensaios) até o primeiro sucesso. Nesse caso, a função de probabilidade será: P(X = k) = (1 − p)k−1p, k = 1, 2, . . . Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Observação: Para uma variável aleatória geométrica com função de probabilidade dada por p(x) = p(1 − p)x−1, temos que P(X ≥ k) = (1 − p)k−1. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Teorema 1 Suponha que X tenha distribuição geométrica com função de probabilidade dada por p(x) = p(1 − p)x−1, x = 1, 2, . . .. Então, para dois inteiros quaisquer positivos s e t, P(X ≥ s + t|X > s) = P(X ≥ t). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico É possível mostrar que a distribuição Geométrica é a única distribuição discreta que possui essa propriedade. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Resumindo: Uma variável aleatória discreta X com distribuição geométrica satisfaz as seguintes condições: Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Resumindo: Uma variável aleatória discreta X com distribuição geométrica satisfaz as seguintes condições: 1 Uma tentativa é repetida até que o sucesso ocorra. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Resumindo: Uma variável aleatória discreta X com distribuição geométrica satisfaz as seguintes condições: 1 Uma tentativa é repetida até que o sucesso ocorra. 2 As tentativas repetidas são independentes umas das outras. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Resumindo: Uma variável aleatória discreta X com distribuição geométrica satisfaz as seguintes condições: 1 Uma tentativa é repetida até que o sucesso ocorra. 2 As tentativas repetidas são independentes umas das outras. 3 A probabilidade de sucesso p é constante para cada tentativa. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Resumindo: Uma variável aleatória discreta X com distribuição geométrica satisfaz as seguintes condições: 1 Uma tentativa é repetida até que o sucesso ocorra. 2 As tentativas repetidas são independentes umas das outras. 3 A probabilidade de sucesso p é constante para cada tentativa. 4 A variável aleatória X representa o número de tentativas nas quais o primeiro sucesso ocorre. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico É possível mostrar que a distribuição Geométrica é a única distribuição discreta que possui essa propriedade. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Exemplo 18 Um atirador acerta na mosca do alvo, 20% dos tiros. Qual a probabilidade de ele acertar na mosca pela primeira vez no 10o tiro? Suponha que os tiros sejam independentes dos demais. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Exemplo 19 Joga-se um dado equilibrado. Qual é a probabilidade de serem necessários 10 lançamentos até a primeira ocorrência de um seis? Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Geométrico Exemplo 20 Uma urna contém N bolas brancas e M bolas pretas. As bolas são selecionadas aleatoriamente, uma de cada vez, até que saia uma bola preta. Supondo que cada bola selecionada seja devolvida à urna antes que a próxima bola seja retirada, qual é a probabilidade de que: a) sejam necessárias exatamente k retiradas? b) sejam necessárias pelo menos k retiradas? Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Negativo Considere uma sequência de ensaios de Bernoulli independentes e seja X o número de tentativas necessárias até que se acumule um total de k sucessos. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Negativo A variável aleatória X segue o modelo Binomial Negativo com parâmetros k e p com 0 < p < 1, k ≥ 1 e tem função de probabilidade dada por: P(X = n) = n−1 k p (1 − p)n−k , n = k, k + 1, . . . k −1 Notação: X ∼ BN(k, p). Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Negativo Note que se k = 1, temos o modelo geométrico. A expressão para a função de probabilidade da Binomial Negativa poderia ser deduzida observando que precisamos ter, nas n − 1 primeiras realizações, um total de k −1 sucessos. Essa probabilidade é calculada pela Binomial com parâmetros n − 1 e p. O resultado é multiplicado pela probabilidade de sucesso no n-ésimo ensaio que é p. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Negativo Exemplo 21 Joga-se um dado equilibrado. Qual é a probabilidade de serem necessários 10 lançamentos até a terceira ocorrência de um seis? Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso Modelo Binomial Negativo Exemplo 22 Por experiência, você sabe que a probabilidade de que você fará uma venda em qualquer telefone dado é 0,23. Encontre: a) a probabilidade de que sua primeira venda, em qualquer dia dado, ocorra na quarta ou quinta ligação. b) a probabilidade de sua primeira venda ocorra antes da quarta ligação. Renato Ferreira da Cruz Universidade Federal de Mato Grosso