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O Mundo
A agência de notícias Associated Press
informou que vai apagar de seus
arquivos sete fotos do ex-líder cubano
Fidel Castro que teriam sido 'alteradas
digitalmente' por agência cubana.
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O ESTADO DO MARANHÃO - SÃO LUÍS, 12 de fevereiro de 2014 - quarta-feira
Irã celebra data de revolução e
pede diálogo justo com potências
Presidente Hassan Rohani descarta abandonar seu programa nuclear, destacando uso pacífico; atividades nucleares
recentes são grande preocupação internacional; alguns países do ocidente e Israel temem que Teerã tenha objetivo militar
T
EERÃ - O presidente iraniano Hassan Rohani pediu ontem um diálogo
'justo e construtivo' com as grandes potências, em seu discurso
por ocasião do 35º aniversário da
Revolução Islâmica, denunciando ao mesmo tempo a 'ilusão' de
uma ação militar contra o Irã em
caso de fracasso diplomático.
Ele também descartou qualquer abandono do programa nuclear do Irã, ressaltando que 'o caminho (...) para o cume do progresso e da ciência, principalmente a tecnologia nuclear civil,
continuará', enquanto as negociações devem recomeçar em 18
de fevereiro para um acordo final
e abrangente sobre a questão nuclear iraniana.
No fim de novembro, em Genebra, o Irã concluiu com o grupo 5+1 (China, Estado Unidos,
França, Reino Unido, Rússia e
Alemanha) um acordo preliminar por um período de seis sobre
um congelamento de algumas
atividades nucleares em troca do
levantamento parcial das sanções
impostas pelo Ocidente e que estrangulam a economia.
Estas negociações devem ser
capazes de alcançar um acordo
global que garanta a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
Preocupação - As atividades
nucleares iranianas estiveram no
centro das preocupações internacionais nos últimos 10 anos.
Alguns países ocidentais e Israel
temem que ocultem um objetivo militar, apesar de Teerã desmentir reiteradamente essas
acusações.
Mas prometem ser difíceis,
dada 'a falta de confiança' nos Estados Unidos, segundo as autoridades iranianas. "O Irã está determinado a realizar negociações
justas e construtivas dentro das
regras internacionais. Esperamos
que os demais tenham a mesma
vontade", declarou Rohani em
um discurso a milhares de pessoas reunidas em Teerã para comemorar a chegada ao poder do
imã Khomeiny e a queda do regime do Xá (o 22 Bahman no calendário iraniano) há 35 anos.
Essas negociações 'são um
teste histórico para a Europa e
os Estados Unidos', que decretaram 'sanções brutais, ilegais e
ruins', acrescentou o presidente iraniano.
Assim como nas maiores cidades do Irã, a multidão se reuniu nesta manhã aos gritos de
'Morte à América', considerada
inimiga histórica, apesar da retomada do diálogo durante as
negociações nucleares. Uma
Atta Kerare/AFP
Mais
Na segunda-feira, o Irã anunciou o teste bem-sucedido de
dois mísseis de nova geração,
'com uma grande capacidade de
destruição', segundo o ministro
da Defesa iraniano Hossein
Dehgan.
O Irã assegura que seu arsenal militar é dedicado unicamente à defesa de suas fronteiras e que não será utilizado em
caso de ataque. Mas seu programa de mísseis balísticos, que
inclui mísseis de um alcance de
até 2.000 km capazes de atingir Israel, preocupa os países
ocidentais e é alvo de várias
condenações da ONU.
Presidente Rouhani chega para pronunciamento na praça Azadi
grande bandeira americana de
60 metros foi queimada.
Direitos - 'Nós não confiamos na
América, nós podemos suportar
as dificuldades (das sanções) para proteger os nossos direitos',
afirmou à AFP um islamita de 20
anos. Um cartaz anunciava 'Estamos prontos para a batalha final', entre muitos retratos do fundador da República Islâmica, o
imã Khomeini, e o líder supremo
iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
Hassan Rohani necessita do
apoio do aiatolá Khamenei para realizar essas negociações
por intermédio de seu carismático chefe da diplomacia, Mohammad Javad Zarif.
Mas este diálogo é denunciado pelos conservadores, que con-
sideram exageradas as concessões feitas aos ocidentais.
'Devemos questionar que alguns estão dispostos a vender a
baixo preço a grandeza e o poder do Irã para acabar com a
animosidade dos Estados Unidos', declarou Mohammad Ali
Jafari, chefe da Guarda Revolucionária, a elite do Exército do
regime islâmico.
Relações rompidas - Irã e Estados Unidos romperam relações
diplomáticas em 1980, após a tomada de reféns na embaixada
americana em Teerã por estudantes islâmicos. O aiatolá Khamenei
acusou recentemente as autoridades americanas de 'mentir' ao
dizer que não trabalhavam para
uma mudança de regime no Irã.
Ontem, Hassan Rohani denunciou as recentes declarações
do secretário de Estado americano, John Kerry, sobre opções
militares 'prontas e preparadas'
se Teerã não cumprir o Acordo
de Genebra.
'Digo claramente aos que têm
a ilusão de que existe sobre a mesa a opção de uma ameaça contra nossa nação que devem mudar de óculos, porque a opção de
uma ação militar contra o Irã não
está sobre nenhuma mesa do
mundo', declarou Rohani.
Fotos/Agência EFE
O mundo
em três
imagens
1) África do Sul emite selo
comemorativo de Mandela
2) Queda de avião militar
mata mais de 70 na Argélia
3) Enchentes na região do
Tamisa afetam comunidade
na Iglaterra
1
2
Presidente da França declara que
confiança nos EUA foi restaurada
Agência EFE
Na Casa Branca, François Hollande diz
que estão superados problemas causados
por espionagem dos Estados Unidos
EUA - O presidente da França,
François Hollande, disse em entrevista na Casa Branca, em Washington (EUA), ontem, que a
confiança mútua entre EUA e
França foi restaurada após conversas sobre a espionagem praticada contra vários países pela
NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos).
"Nós esclarecemos as coisas,
isso está no passado. A confiança
mútua foi restaurada", afirmou
Hollande, referindo-se a conversas realizadas entre ele e o presidente norte-americano, Barack
Obama, após as revelações do exagente da NSA, Edward Snowden.
O presidente francês iniciou
ontem uma visita de três dias
aos EUA e hoje participou de
uma entrevista coletiva na sede
do governo norte-americano, ao
lado de Obama.
Pouco antes de Hollande falar
sobre a relação entre França e
EUA, o presidente Obama mencionou que "a aliança com a França nunca foi tão forte" como neste momento e que ambos compartilham "valores e compromissos" em comum.
"Nós estamos comprometidos
a nos preocuparmos com a privacidade não só de cidadãos americanos, mas do mundo todo",
disse Obama. "Mas, assim como
a França e a União Europeia, continuamos preocupados com redes terroristas que podem nos
atacar", ao justificar que os EUA
não irão amenizar os serviços de
inteligência com esse objetivo.
Uma jornalista do francês "Le
Figaro" deu a entender que a
França estaria substituindo o Reino Unido como principal aliado
europeu dos EUA, pergunta a
que Obama respondeu de maneira sutil.
"Tenho duas filhas, bonitas,
maravilhosas, nunca escolheria
entre elas, é assim que me sinto
em relação aos meus parceiros
europeus", afirmou.
Hollande aproveitou a 'saída'
de Obama, replicando que para
ele a tarefa era ainda mais complicada, uma vez que tem quatro
filhos. "Não estamos tentando
ser o favorito de ninguém", disse o francês.
Esta é a primeira visita de Estado de um presidente francês aos
Estados Unidos desde 1996.
Síria -Tanto o presidente francês
quanto o norte-americano foram
questionados sobre o empacamento na solução dos conflitos
na Síria entre o governo e forças
rebeldes, que entraram em seu
3
China e Taiwan iniciam
histórico primeiro
diálogo desde 1949
Reunião ocorreu
ontem em Nanquim
em meio à redução das
tensões e esperanças
Hollande participa de entrevista coletiva ao lado de Obama
terceiro ano e já causaram mais
de 100 mil mortes.
Uma primeira rodada de negociações em Genebra (Suíça),
em janeiro, terminou sem avanços significativos, e uma segunda
tentativa de acordo foi iniciada esta semana.
Desde sexta-feira (7), a ONU
vem realizando a retirada de civis sitiados em Homs (cerca de
160 km de Damasco), cidade
considerada a capital da revolução. Um comboio de ajuda humanitária, carregando mantimentos, chegou a ser atacado no
fim de semana.
Obama descreveu a situação
síria como "horrenda" e "uma das
nossas principais prioridades em
segurança nacional". Para o pre-
sidente norte-americano, é preciso chegar a uma solução política para a guerra civil síria, "o que
está longe de ser alcançado".
Obama responsabilizou a
Rússia pelas dificuldades no
campo internacional de negociações. "Eles não podem dizer
que estão preocupados com os
civis sírios se há pessoas passando fome. (...) Ninguém vai negar
que existe uma enorme frustração", afirmou.
De acordo com o presidente
norte-americano, a Rússia, aliada do regime do presidente sírio
Bashar Assad, tem a "responsabilidade" de assegurar o cumprimento por parte da Síria do
acordo para a retirada de armas
químicas do país.
NANQUIM - China e Taiwan iniciaram ontem um diálogo histórico entre seus governos, pela
primeira vez desde o fim da guerra civil em 1949, em um contexto
de redução das tensões e esperanças de negócios através do Estreito de Formosa.
As conversações a um nível
sem precedentes acontecem simbolicamente em Nanquim, cidade
do leste do país que a ala nacionalista de Chiang Kai-shek havia escolhido como capital.
Wang Yu-chi, autoridade taiwanesa responsável pelas relações
com a China continental, se reuniu ontem com Zhang Zhijun, diretor do Escritório Chinês para Assuntos Taiwaneses.
O local do encontro foi decorado de forma neutra, sem bandeiras visíveis ou títulos oficiais sobre a mesa de discussões, para evitar ferir sensibilidades.
A visita de Wang representa
um "progresso importante",
destacou a Xinhua, a agência de
notícias oficial do regime comunista. Mas o avanço deve ser
minimizado, já que analistas
não acreditam que os dirigentes
dos dois territórios se reúnam
em um futuro próximo.
Esforços - O primeiro encontro
entre representantes governamentais, no entanto, evidencia os
esforços dos últimos anos nos
dois lados do Estreito de Formosa
para tentar cicatrizar as feridas da
guerra civil que terminou em
1949 com uma divisão entre a
"Repú-blica da China" nacionalista e a "República Popular da
China" comunista.
Naquele ano, dois milhões de
chineses leais ao chefe nacionalista Chiang Kai-shek, derrotado
pelas forças de Mao Tse-Tung, se
refugiaram na ilha de Taiwan.
Desde então, Pequim e Taipé
reivindicam separadamente a autoridade total sobre a China.
Pequim considera que Taiwan
pertence ao país e não desistiu da
reunificação, até pela força se
necessário. Mas as relações entre
as duas entidades se acalmaram
desde a eleição, em 2008, do presidente Ma Ying-jeou.
O idealizador do renascimento do partido Kuomintang
(KMT) - o ex-inimigo nacionalista - foi reeleito em 2012 e defende um relacionamento com
a China continental. Depois de
contatos tímidos nos anos 1990,
Taiwan e a China comunista superaram em 2010 uma etapa
decisiva no caminho para normalização das relações, quando assinaram um acordo de cooperação econômica defendido por Ma Ying-jeou.
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