Informativo Gerencial Mercado e Economia

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Mercado e Economia
FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
Diretoria de Engenharia - DE
Superintendência de Planejamento - SL.E
Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.E
Divisão de Estudos Econômicos e de Mercado - DEEM.E
EXTRA
Dezembro de 2007
Produto Interno Bruto Municipal em 2005
A recente mudança de metodologia implementada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) no cálculo das Contas Nacionais alterou o ranking do Produto Interno Brasileiro. O aumento do
peso do setor de serviços na economia nacional fez com que os municípios onde esta atividade é forte,
incluindo as capitais, tivessem os maiores ganhos de participação no PIB. Por outro lado, a cidade do
Rio de Janeiro teve a maior perda de participação no PIB brasileiro no período de 2002-2005, apesar de
ainda se manter na 2ª colocação no ranking geral dos municípios.
Participação relativa no PIB e na população brasileira dos 5 municípios com os maiores PIBs
Municípios
São Paulo
Rio de Janeiro
Brasília
Curitiba
Belo Horizonte
2002
1º
2º
3º
6º
4º
Posição dos municípios
2003
2004
2005
1º
1º
1º
2º
2º
2º
3º
3º
3º
4º
4º
4º
5º
5º
5º
Participação (%)
PIB
População
12,26
5,93
5,54
3,31
3,75
1,27
1,39
0,95
1,32
1,29
Fonte: IBGE
A renda gerada no País ainda continua muito concentrada, já que, em 2005, apenas cinco municípios
respondiam por 25% do PIB nacional, posição esta que se mantém inalterada desde 2003. Em 2005, o
total de apenas 51 municípios respondia pela metade do PIB e 30,5% da população nacional. No
extremo oposto, a soma de 1.371 municípios correspondia a 1% do PIB e concentrava 3,5% dos
brasileiros. Esta distribuição praticamente repete a registrada em 2002, quando 48 municípios eram
responsáveis por metade da renda produzida no País, e 1.338 somavam 1% desse total.
A distribuição da renda ainda se mantém desigual – todas as capitais das regiões Sudeste e Sul
apresentavam PIB per capita superior ao brasileiro em 2005, enquanto no Nordeste nenhuma capital
registrou um PIB per capita maior que o nacional. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, as únicas capitais
com PIB per capita superior ao brasileiro foram Manaus, Brasília e Cuiabá. Vale destacar que, em 2005,
o PIB per capita mínimo na região Sul era superior ao de 75% dos municípios nordestinos. Dentre as
capitais, o maior PIB per capita, em 2005, continuou sendo o de Vitória, seguida de Brasília, São Paulo,
Porto Alegre e Rio de Janeiro. Este ranking sofreu em 2005 uma pequena alteração, com Porto Alegre
superando o Rio de Janeiro e passando a ocupar a quarta posição.
Posição dos 10 maiores municípios brasileiros em relação ao PIB per capita
Cascalho Rico (MG)
Araporã (MG)
São Francisco do Conde (BA)
Triunfo (RS)
Porto Real (RJ)
Fronteira (MG)
Paulínia (SP)
Ouroeste (SP)
Alto Taquari (MT)
Santo Antônio do Leste (MT)
2002
5ª
4ª
1ª
2ª
6ª
15ª
3ª
7ª
28ª
14ª
Fonte: IBGE, Atlas do Desenvolvimento Humano.
2005
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
9ª
10ª
PIB per capita (R$)
289.838
223.027
211.601
193.347
174.695
106.503
106.082
103.398
100.601
96.843
População
2.618
5.897
30.069
24.824
14.820
9.727
60.486
7.134
5.392
2.165
Principal Atividade
Hidrelétrica
Hidrelétrica
Refinaria
Pólo Petroquímico
Indústria Automobilística
Hidrelétrica
Refinaria
Hidrelétrica
Soja, algodão e agropecuária
Milho e soja
A liderança do PIB per capita foi de Cascalho Rico (MG) onde funciona a terceira maior hidrelétrica do
Estado, a Usina de Emborcação, que gera cerca de 10% da energia estadual, além de uma indústria do
setor de derivados de leite. Em seguida aparece Araporã, também na região do Triângulo Mineiro, onde
está a terceira maior hidrelétrica mineira (Itumbiara), de propriedade de FURNAS. Na nova metodologia
de cálculo do PIB, além do aumento do peso setor de serviços, houve uma redução do peso da indústria
de extração mineral. Conseqüentemente, perderam posições no ranking os municípios com forte
contribuição da indústria de exploração e produção de petróleo, caso de quatro municípios fluminenses.
Macaé, que figurava como o 10º maior PIB per capita do País em 2004, passou para 76º em 2005.
Carapebus, que também recebe royalties do petróleo, e se situava no 6º lugar em 2004, na metodologia
antiga, foi para 89º em 2005, já com a nova metodologia. Quissamã e Rio das Ostras passaram para 11º
e 12º lugares do ranking, respectivamente.
Já entre os municípios que, individualmente, respondiam por pelo menos 0,5% do PIB nacional em 2005,
os maiores ganhos percentuais em relação a 2002 foram de Barueri (SP), Campos dos Goytacazes (RJ)
e Vitória (RJ). Por outro lado, o Rio de Janeiro, segunda maior economia do País, foi o município que
mais perdeu participação no PIB nacional entre 2002 e 2005: recuou de 6,2% para 5,5%. Houve perda
não só na indústria, como também nos serviços. A participação carioca no PIB industrial caiu de 3,4%
para 2,5%. Já no setor de serviços, o recuo foi 7,3% para 6,5%.
1
A atividade agropecuária é tradicionalmente a menos concentrada no País, com índice de Gini de 0,57
em 2005. Dentre as unidades da federação, a agropecuária era mais concentrada na Bahia (0,60) e mais
dispersa em Rondônia (0,28). Como o ano de 2005 não foi muito favorável para a cultura de soja, devido
principalmente à estiagem, mas também à queda acentuada no preço do grão, os municípios de Mato
Grosso que possuíam uma agricultura mais diversificada alcançaram ganhos expressivos na
agropecuária. Assim, Campo Verde (MT), grande produtor de algodão herbáceo no país, passou a
ocupar o 1º lugar no ranking nacional, substituindo Sorriso (MT), cuja produção se concentra sobretudo
na soja e que foi para o 10º lugar. São Desidério, no Oeste baiano, 2º do ranking, tem na agricultura
irrigada a principal base da sua economia. Seus principais produtos, em 2005, foram algodão herbáceo
(maior produtor do país), soja, milho e café.
A atividade industrial é a mais concentrada no Brasil, com índice de Gini de 0,91. Dentre as unidades da
federação, a maior concentração ocorria no Amazonas (0,97); e a menor, em Rondônia (0,74). Os
municípios dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo tinham alto valor adicionado industrial. Já as
áreas com menor valor adicionado da indústria estavam no Piauí e Paraíba. Em 2005, São Paulo
mantinha-se como o principal pólo industrial do Brasil, com participação relativa de 9,8%, apesar de ter
perdido participação em relação a 2002 (10,7%). Nesse intervalo de tempo (2002-2005) Campos dos
Goytacazes teve o maior aumento percentual de participação no valor adicionado industrial (0,8%),
superando Manaus pela primeira vez na série.
2
A concentração do valor adicionado dos serviços ficou bem próxima à do PIB nacional , com índice de
Gini, em 2005, de 0,87. A maior (0,89) e a menor (0,69) concentração foram verificadas nos estados de
São Paulo e Rondônia, respectivamente. Os municípios do estado do Rio de Janeiro tinham elevado
valor adicionado dos serviços. No Piauí, 56% dos municípios encontravam-se na faixa inferior da
distribuição. Num corte nos 22 municípios que representavam, individualmente, pelo menos 0,5% do
valor adicionado dos serviços em 2005, os que mais ganharam participação relativa entre 2002 e 2005
foram Barueri (0,3%), Vitória (0,2%) e Osasco (0,2%). As maiores perdas foram observadas no Rio de
Janeiro (-0,9%) e São Paulo (-0,3%). Os serviços de intermediação financeira foram os principais
responsáveis pelos ganhos de participação de Barueri e Osasco. Vitória vem se destacando nos
segmentos de serviços avançados como tecnologia da informação e comunicação, desenvolvimento
softwares e prestação de serviços na área de informática e também pelas atividades portuárias.
O valor adicionado da atividade administração pública (um subsetor dos serviços) era mais concentrado
do que o da agropecuária, porém mais disperso que os da indústria e do total dos serviços, com índice
de Gini de 0,78. Este subsetor apresentava a maior concentração em São Paulo (0,80) e a menor no
Maranhão (0,54). Dos 5.564 municípios brasileiros, 1.740 (31,3%) tinham mais do que 1/3 da sua
economia dependente da administração pública, sendo que o peso do valor adicionado da administração
pública no total do Brasil, em 2005, foi de 13%.
1
2
Medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) a um (desigualdade máxima).
O índice de Gini para o PIB nacional foi de 0,86.
Boletim Gerencial do Mercado de Energia Elétrica e da Economia na Área de Atuação de FURNAS
Publicação do Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.E
da Superintendência de Planejamento - SL.E
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