FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação Biomedicina Jayne

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FACULDADE TECSOMA
Curso de Graduação Biomedicina
Jayne da Silva Pereira
ANÁLISE DOLÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE
FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS
PATOLOGIAS:
uma revisão da bibliografia
Paracatu/MG
2015
Jayne da Silva Pereira
ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE
FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS
PATOLOGIAS:
uma revisão da bibliografia
Monografia apresentada ao Curso de
Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como
requisito parcial para obtenção de título de
Bacharel em Biomedicina.
Orientadora: Msc. Cláudia Peres Silva.
Co-orientador: Esp. Douglas Pereira Gabriel
Orientador Metodológico: Esp. Geraldo
Benedito Batista de Oliveira.
Paracatu/MG
2015
P000
Pereira, Jayne da Silva
ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE
FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS PATOLOGIAS:
uma revisão da bibliografia / Jayne da Silva Pereira, Paracatu, 2015.
107 f.
Orientadora: Msc. Cláudia Peres Silva.
Co-orientador: Douglas Gabriel Pereira
Orientador Metodológico: Geraldo Benedito Batista de Oliveira.
Monografia (Graduação) – Faculdade TECSOMA, Curso de Bacharel em Biomedicina.
1. Líquido Amniótico. 2. Amniocentese. 3. Desenvolvimento fetal. 4 Maturidade pulmonar.
5. Patologias.
CDU: 616.071:636.09
Jayne da Silva Pereira
ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE
FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS
PATOLOGIAS:
uma revisão da bibliografia
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como
requisito parcial para obtenção de título de
Bacharel em Biomedicina.
________________________________________
MSc. Cláudia Peres da Silva – Faculdade TECSOMA
Orientadora
________________________________________
Geraldo Benedito Batista de Oliveira – Faculdade TECSOMA
Orientador metodológico
________________________________________
Douglas Gabriel Pereira – Faculdade TECSOMA
Professor Convidado
Paracatu, 14 de dezembro de 2015.
AGRADECIMENTO
Ao longo desta trajetória conhecimentos foram adquiridos e desafios superados.
Agradeço a Deus, pelo caminho de sucesso percorrido, e força a cada dia, em
especial, aos meus preciosos pais Nilson e Edineia que acompanharam cada dia dessa
trajetória, com incentivo constante, amor e dedicação incondicional.
Agradeço ao meu noivo Carlos Eduardo, pelo carinho, confiança, paciência e
companheirismo a todo momento.
À minha irmã Daniely e sobrinha Isabella, pela paciência e apoio, ao meu avô
Itamar pelo incentivo.
Agradeço aos novos amigos que conquistei, a todos da minha turma, em especial a
Jessica Lorena, pelo apoio, conversas e dificuldades divididas morando juntas,a Daniela
Batista, pelo apoio, amizade, caronas,e momentos de diversão.
Aos velhos amigos que compreenderam meus momentos de ausência.
Agradeço aos meus professores mestres, que se tornaram meus amigos: Deivid
Batistão, Douglas Gabriel, Talita Freitase Priscila Gonzaga, pelos ensinamentos e
confiança, estes foram essenciais nesta jornada.
Muito obrigado!!!
RESUMO
O estudo realizado no presente trabalho foi realizado afim de proporcionar um maior
conhecimento sobre a análise do líquido amniótico para rastreamento e tratamento
precoce de patologias existentes. O trabalho apresenta as principais técnicas de analises, e
descreve todo o processo de desenvolvimento fetal e maturidade pulmonar e as possíveis
patologias que ocorrem a cada período desse processo .Essa análise do líquido amniótico
proporciona rastreamento de diferentes aspectos em apenas uma amostra, podendo ser
realizada
técnicas
de
pesquisas
para
alterações
genéticas,
metabólicas,
de
desenvolvimento e maturidade de órgãos e tecidos do feto. As dosagens bioquímicas, as
pesquisas citogenéticas e moleculares apresenta um resultado preciso na análise do
líquido a partir do terceiro mês de gestação. O procedimento de análise, ainda e pouco
conhecido, mas aos poucos a informação e conhecimento chega ate a sociedade. A
técnica apresenta risco apenas de 1%, e relacionado ao profissional que a realiza. Os
exames presente no pré- natal , como a ultrassonografia, associados a analise do liquido
amniótico proporciona um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz no período
intrauterino, afim de diminuir os casos de anormalidade, deficiências e óbitos possíveis,
além de proporcionar um preparo psicológico ao familiares para a chegada de um novo
individuo.
Palavras chaves: Líquido Amniótico.Amniocentese. Desenvolvimento fetal. Maturidade
pulmonar. Patologias.
ABSTRACT
The study in this work was carried out in order to provide greater insight into the analysis
of amniotic fluid for screening and early treatment of existing conditions. The paper
presents the main techniques of analysis, and describes the entire process of fetal
development and lung maturity and possible pathologies that occur every period of this
process. This analysis of amniotic fluid provides tracking different aspects in just a
sample and can be performed research techniques for genetic, metabolic, developmental
and maturity of organs and tissues of the fetus. Biochemical testing, the cytogenetic and
molecular research presents an accurate result in the analysis of the liquid from the third
month of pregnancy. The analysis procedure, and still little known, but gradually the
information and knowledge society comes up. The technique presents risk only 1%, and
related professional who performs it. The present tests in prenatal, such as ultrasound,
associated with the amniotic fluid analysis provides an early diagnosis and effective
treatment in the intrauterine period, in order to reduce cases of abnormalities, deficiencies
and possible deaths, in addition to providing a psychological preparation to family for the
arrival of a new individual.
Key
words:AmnioticFluid.
Pathologies.
Amniocentesis.
Fetal
development.
Lungmaturity.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Estágios da divisão mitótica
24
FIGURA 2- Primeira e segunda divisão meiótica
26
FIGURA 3-Processo de espermatogênese
28
FIGURA 4- Processode ovogênese
30
FIGURA 5-Inter-relações entre hipotálamo, hipófise, ovários, endométrio e ciclo
menstrual
31
FIGURA 6-Eletromicrografia de varredura de espermatozoides e zona pelúcida
32
FIGURA 7- Processo de Fecundação
33
FIGURA 8- Clivagem de zigoto e formação de blastocisto
34
FIGURA 9-Visão microscópica d e óvulo fertilizado e divisão do zigoto
35
FIGURA 10-Aderência de blastocisto ao epitélio endometrial
36
FIGURA 11 –Blastocisto Humano ........................................................................................... 38
FIGURA 12-Microscopia 100X de blastocisto implantado
39
FIGURA 13- Aspecto dorsal de um embrião
40
FIGURA 14- Desenvolvimento das vilosidades coriônicas secundarias
41
FIGURA 15- Aspecto dorsal de embrião 4° semana
42
FIGURA 16-Aspecto dorsal de embrião 5° semana
43
FIGURA 17- Aspecto dorsal de embrião com cerca de 32 dias
44
FIGURA 18- Aspecto lateral do embrião com cerca de 42 dias
44
FIGURA 19-Aspecto lateral do embrião com cerca de 56 dias
45
FIGURA 20-Cariotipo trissomia do cromossomo 21
47
FIGURA 21- Criança com trissomia do cromossomo 18
48
FIGURA 22-Criança com trissomiado cromossomo 13 ........................................................... 49
FIGURA 23- Paciente com síndrome de klennefelter .............................................................. 49
FIGURA 24- paciente com síndrome de Tunner ...................................................................... 50
FIGURA 25-Pacientes portadores de síndrome de Algeman e Praderliulli ............................. 51
FIGURA 26-Processo de Amniocentese .................................................................................. 60
FIGURA 27- Eletroferograma de sonda 21 .............................................................................. 63
FIGURA 28 –Medida do bolsão de liquido amniótico em quadrante ..................................... 66
FIGURA 29- Cultura de célulastronco ..................................................................................... 68
FIGURA 30- Diferentes estágios do processo de cultura de celulas ........................................ 68
LISTA DE SIGLAS
AU – Altura uterina
CCL – Contagem de corpos lamelares
CL –Corpos Lamelares
CMV – Citomegalovírus
FSH – Hormônio folículo estimulante
GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofina
HCG – Gonadotrofina coriônica humana
HLA – Antígeno leucocitário humano
ILA – Índicede líquido amniótico
LA – Líquido amniótico
LH – Hormônio luteinizante
PCR – Reação cadeia da polimerase
RPM – Ruptura prematura das membranas
VLA – Volume de líquido amniótico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................19
1.2 Justificativa........................................................................................................................21
1.3Objetivos .............................................................................................................................22
1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 22
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 22
2REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................23
2.1Órgão reprodutor feminino ..............................................................................................23
2.2Órgão reprodutor masculino ...........................................................................................23
2.3Desenvolvimento humano .................................................................................................24
2.3.1 Meiose ....................................................................................................................... 24
2.3.1.1 Primeira divisão meiótica .................................................................................... 25
2.3.1.2 Segunda divisão meiótica .................................................................................... 25
2.3.2 Espermatogênese...................................................................................................... 26
2.3.3Ovogênese .................................................................................................................. 28
2.4 Fases do ciclo menstrual ...................................................................................................30
2.5Fecundação .........................................................................................................................32
2.5.1 Fases da fecundação ................................................................................................ 32
2.5.1.1 Clivagem ............................................................................................................... 34
2.5.1.2 Implantação .......................................................................................................... 35
2.6 Período Embrionário .......................................................................................................36
2.6.1 Primeira Semana do desenvolvimento embrionário ............................................... 36
2..6.2 Segunda Semana do desenvolvimento embrionário .............................................. 37
2.6.3Terceira semana do desenvolvimento embrionário ................................................. 39
2.6.4 Quarta semana do desenvolvimento embrionário .................................................. 41
2.6.5 Quinta semana do desenvolvimento embrionário................................................... 42
2.6.6Sexta semana do desenvolvimento embrionário ...................................................... 43
2.6.7 Sétima semana do desenvolvimento embrionário ................................................... 44
2.6.8 Oitava semana do desenvolvimento embrionário ................................................... 44
2.7 Período fetal .......................................................................................................................45
2.7.1 Trigésima á trigésima quarta semana do desenvolvimento fetal ........................... 46
2.8 Defeitos congênitos e fatores cromossômicos .................................................................47
2.8.1 Anormalidades cromossômicas numéricas ............................................................. 47
2.8.1.1 Trissomia docromossomo 21 – Síndrome de Down .......................................... 47
2.8.1.2 Trissomia docromossomo 18- Síndrome de Edward ........................................ 48
2.8.1.3 Trissomiado cromossomo 13 - Síndrome de Patau ........................................... 48
2.8.1.4 Trissomias dos cromossomos sexuais ................................................................. 49
2.8.1.5 Monossomia – Síndrome de Turner ................................................................... 50
2.5.1.6Anormalidades cromossômicas estruturais ........................................................ 50
2.5.1.7 Síndrome Cri-du-chat ou Síndrome miado de gato .......................................... 51
2.5.1.8 Síndromede Angelman e Prader-willi ................................................................ 51
2.6 Fluídos Corporais/ Líquidos Cavitários..........................................................................52
2.6.1Líquido Amniótico..................................................................................................... 52
2.6.1.1 Composição ........................................................................................................... 53
2.6.1.2 Cor e Aspecto........................................................................................................ 55
2.6.1.3Volume.................................................................................................................... 56
2.6.2Funções ..................................................................................................................... 58
2.6.3Métodospara avaliação do estado fetal .................................................................... 58
2.7Técnicas de análise .............................................................................................................60
2.7.1Análise Macroscópica – Aspecto E Volume ............................................................ 60
2.7.2 Análise Microscópica ............................................................................................... 61
2.7.3 Análise Imunológica ................................................................................................ 61
2.7.4 Hibridização in situ por fluorescência (FISH) ....................................................... 62
2.7.5PCR ............................................................................................................................ 62
2.7.6Teste de Clements ...................................................................................................... 63
2.7.7CCL- Contagem de corposlamelares ........................................................................ 64
2.7.8Relação surfactante/albumina (TDxFLM) .............................................................. 64
2.7.9 Bandeamento............................................................................................................ 65
2.7. 10 Ultrasonografia ..................................................................................................... 65
2.7.11 Biópsia de vilosidades coriônicas .......................................................................... 66
2.3.12Dosagemde Alfafetoproteína .................................................................................. 67
2.3.13Cultura de Células .................................................................................................. 67
3 METODOLOGIA ................................................................................................................69
3.1 Tipo de estudo ...................................................................................................................69
3.2 Local de estudo ..................................................................................................................69
3.3 Aspectos Éticos ..................................................................................................................69
3.4 Instrumento utilizado .......................................................................................................69
3.5 Delimitações de artigos .....................................................................................................70
3.6 Desenvolvimento do estudo ..............................................................................................70
3.7 Resultados esperados ........................................................................................................71
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................72
5 CONSIDERAÇÕESFINAIS ...............................................................................................74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................75
ANEXOS ..................................................................................................................................79
FICHAMENTOS DE ARTIGOS ..........................................................................................80
19
1 INTRODUÇÃO
Muitas crianças podem apresentar um mau desenvolvimento embrionário e
resultar em diversas anomalias, como espinha bífida e doença cardíaca congênita,
uropatia obstrutiva, atresia do esôfago, síndromes cromossômicas ou genéticas, defeitos
congênitos, entre outras. (MOORE, 2008).
O líquido amniótico desempenha papel
importante no crescimento e
desenvolvimento do embrião, inicialmente, parte desse líquido amniótico e secretado
pelas células amnióticas, porém a maior parte provém do fluido tecidual materno sendo
um produto do metabolismo fetal, os componentes que nele estão presentes fornecem
informações sobre processos metabólicos que ocorrem durante a maturação fetal, bem
como sua progressão. (STRASINGER, 2009).
O volume de líquido aumenta de acordo com as fases da gestação, nas primeiras
10 semanas chega cerca de 30 ml, com 20 semanas temos cerca de 320 ml, e na última
fase, com 37 semanas temos um volume de 700 a 1.000 ml, pode haver variação de 100
ml de acordo com a literatura. Esse volume e regulado por um equilíbrio entre a produção
de urina fetal, fluido do pulmão e absorção pela deglutição fetal e fluxo intramembranoso.
Sua composição química e semelhante a do plasma materno e contém uma pequena
quantidade de células fetais descamadas da pele, sistema digestivo, e urinário, e
substancias produzidas pelo feto como, bilirrubina, lipídeos, enzimas, eletrólitos,
compostos nitrogenados e proteínas. Vários estudos têm contribuído para a compreensão
da regulação do volume de líquido amniótico (VLA) no decorrer da gestação. Existem
evidências estabelecendo a relação do VLA com o bem-estar fetal e apontando aumento
da morbidade e mortalidade perinatal nas gestações com desvios no VLA. (FREIRE et al.,
2012; STRASINGER 2009).
O oligoâmnio (diminuição do volume do líquido amniótico)está associado a
malformações do trato urinário fetal, rotura prematura das membranas, gravidez póstermo, insuficiência útero-placentária, restrição de crescimento fetal e parto por cesariana.
O polidrâmnio (aumentodo volume do líquido amniótico) está associado ao diabetes
mellitus, hidropsia fetal, doença hemolítica perinatal e a malformações estruturais do feto,
especialmente as obstruções altas do tubo digestivo e defeitos de fechamento do tubo
neural. (DERTKIGILet al., 2005).
O líquido pode apresentar além de composição química e volume e o aspecto
alterado. Normalmente apresenta um aspecto límpido e claro, mas em certas situações
20
como traumas abdominais o líquido amniótico apresenta-se com laivos de sangue, nos
casos de morte fetal, uma coloração castanho avermelhado muito escuro, nos casos de
doença hemolítica do recém-nascido pode apresentar um aspecto amarelado, e nos casos
de ação por medicamentos ou mecônio, um aspecto de coloração verde escuro. (MUNDT,
2012).
O Citomegalovírus (CMV) é um dos agentes etiológicos mais comuns de infecção
congênita e perinatal em diversas partes do mundo. Dos fetos com infecção congênita
decorrente de infecção primária materna, 10% a 15% apresentam sintomas ao
nascimento.
As alterações
laboratoriais
mais
freqüentes são trombocitopenia,
hiperbilirrubinemia e transaminases hepáticas elevadas. Aproximadamente 30% dos
recém-nascidos gravemente infectados evoluem para óbito, e 80% dos sobreviventes irão
apresentar sequelas neurológicas graves. O diagnóstico precoce dessa infecção fetal
permite uma intervenção precoce, com recursos terapêuticos que poderiam minimizar a
gravidade dos casos e diminuir a intensidade das sequelas, esse diagnóstico realizado nos
fluidos fetais, principalmente o líquido amniótico. (CORDIOLIet al., 2007).
Nos casos das gestantes diabéticas a hiperglicemia materna eleva as taxas de
complicações, a glicose, em excesso no sangue materno, atravessaria mais a placenta
levando à hiperglicemia fetal. Esta, por sua vez, desencadearia a diurese osmótica fetal
resultando em excesso de líquido amniótico. (MAGANHA et al., 2009).
A técnica utilizada para obtenção da amostra para estudo do líquido amniótico é a
Amniocentese, que consiste na introdução de uma agulha longae muito fina através da
parede abdominal da mãe para a retirada do líquido amniótico, sendo que o volume do
líquido retirado depende da idade do feto e do motivo do exame, é um procedimento
seguro, com risco de perda fetal geralmente menor do que 1%, uma vez que o método
pode ser oferecido às mulheres selecionadas após serem revistos os riscos e os benefícios
envolvidos. A análise do líquido amniótico permite a detecção precoce de inúmeras
patologias, dentre as principais temos doenças congênitas, defeitos de tubo neural, idade
gestacional e maturidade fetal pulmonar, a técnica não apresenta risco, desde que
realizada corretamente, e permite o diagnóstico precoce e tratamento, minimizando assim
o índice de morte e anormalidades infantis. (CAMPANAet al., 2003).
21
1.2 Justificativa
O desenvolvimento fetal é um processo de formação muito complexo que exige
um monitoramento constante e o líquido amniótico desempenha papel importante no
crescimento e desenvolvimento do embrião, a cada etapa desse processo de
desenvolvimento o líquido amniótico apresenta alterações, e essas alterações quando
analisadas permite monitorar a saúde do feto e o nível de seu desenvolvimento, pois as
composições químicas, o volume e o aspecto desse líquido são indicativos de algumas
patologias, uma vez que normalmente são apenas detectadas após a nascimento, pois
análise do líquido amniótico não faz parte dos métodos de pré-natal da gestantes. Quando
realizada a análise e detectada alguma patologia pode ser realizado o tratamento intrauterino ,um tratamento precoce e eficaz, que reduzir a possibilidade de óbito e agravo da
patologia.
22
1.3Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Apresentar a importância da análise do líquido amniótico para avaliação da
maturidade fetal, maturidade pulmonar e diagnóstico de possíveis patologias.
1.3.2 Objetivos específicos

Apresentar a relação entre maturidade fetal e pulmonar com a composição do
líquido amniótico;

Avaliar o volume do líquido amniótico e patologias relacionadas;

Relatar os principais achados anormais no líquido amniótico e suas causas;

Apresentar a técnica de coleta de amostra do líquido amniótico;

Demonstrar a importância da análise do líquido amniótico para tratamento
precoce.
23
2REFERENCIAL TEÓRICO
2.1Órgão reprodutor feminino
Os órgãos reprodutores feminino situa-se profundamente na cavidade pélvica e é
composto pelos ovários, tubas uterinas, útero, e vagina. Os ovários, possuem forma
semelhante de amêndoas, cuja extremidades são cobertas pelas fimbrias. Na sua
constituição interna distinguem zona cortical ou zona germinativa, integrada de tecido
conjuntivo denominado estroma , folículos ováricos em diferentes graus de maturação, e
zona medular. Possui função
endócrina, com a liberação dos hormônios estrogênio e
progesterona. Estão ligados ao útero pelas tubas uterinas, dois canais que se entendem
desde do ovário ate o ângulo superior do útero, possui função de recolher o ovócito
quando se rompe o folículo e transporta-lo ate a cavidade uterina. O útero é o órgão
destinado a receber o ovócito fecundado, conservar e nutrir o zigoto após a fecundação.
possui forma de pera, com cerca de 7 a 8 cm de comprimento. E constituído por três
camadas: serosa, muscular e endométrio.Por ultimo a vagina, órgão copulador da mulher,
sua função principal é receber o pênis durante a relação sexual. permite a passagem do
fluxo menstrual e do feto no ato do parto, é um órgão impar, cilíndrico, musculo
membranoso, dilatável, e extensível. Sua extremidade superior esta unida ao colo uterino,
e a inferior abre-se na vulva, região onde se encontra órgãos genitais externos. (CRESPO,
2008).
2.2Órgão reprodutor masculino
Oórgãos reprodutores masculinos são: testículos, próstata, epidídimo, pênis e
ductos que conduzem o esperma. Os testículos é um órgão par, comuma função exócrina ,
pois são
glândulas
responsáveis pela produção dos gametas masculinos, os
espermatozoides, e uma função endocrina de excreção de testosterona, é
composto
internamente por túbulos seminíferos, possui forma ovoide, e estão localizados por baixo
do pênis. O epidídimo é uma estrutura tubular situada no polo posterior do testículo, local
de armazenamento de espermatozoides. A próstata e uma glândula de secreção do liquido
prostático, no qual durante a ejaculação é misturado com os espermatozoides. E o pênis,
órgão copulador masculino, composto pela região da glande, prepúcio, corpos
24
cavernosos, corpo esponjoso da uretra, formações ereteis cuja disposição e estrutura
possibilitam o alongamento durante a ereção. (MAIA, 2010).
2.3Desenvolvimento humano
O ser humano tem cerca de 35.000 genes em 46 cromossomos. Cada
cromossomo se origina de um gameta materno, o ovócito, e um gameta paterno, o
espermatozoide. Cada gameta é constituído de 23 cromossomos, um número haploide. Os
genes no mesmo cromossomo tendem a ser herdados juntos, genes ligados. A união das
células origina uma célula com número de cromossomo diploide. Os cromossomos
autossomos são 22 pares onde os cromossomos encontram-se emparelhados, e um par de
cromossomos sexuais.(SADLER, 2005).
2.3.1 Meiose
Meiose (Figura 01) é a divisão celular que ocorre nas células gametogênicas para
originar gametas masculinos e femininos, espermatozoides e ovócitos. Durante o processo
de meiose são realizadas duas divisões meióticas, nas quais o número de cromossomos
nas células germinativas é reduzido a metade. (GARCIA, 2012).
Figura 01– Estágios de divisão mitótica.
Fonte:SADLER, 2005, p.4.
25
2.3.1.1 Primeira divisão meiótica
De acordo com Sadler(2005) a primeira divisão meiótica é reducional, o número
de cromossomos é reduzido de diploide a haploide. Essa divisão se divide em quatros
fases:
Prófase: na primeira fase inicia o emparelhamento dos cromossomos homólogos,
e cada membro do par consiste de duas cromátides.
Metáfase: os cromossomos emparelhados trocam fragmentos de cromátides,
formação do quiasma, e replicação de DNA.
Anáfase: ocorre a separação dos cromossomos, e migração para os polos opostos
da célula.
Telófase: a célula começa a apresentar uma constrição na região central, para a
formação de duas células-filhas haploides.
2.3.1.2 Segunda divisão meiótica
Durante a segunda divisão meiótica com recombinação do material genético,
pelo arranjo aleatóriodos cromossomos paternos e maternos, a formação de gametas
haploides se completa, duas células filhas. Essas duas células filhas realiza uma segunda
divisão e originam quatro células haploides. (MOORE, 2008).
26
Figura 02 – Primeira e segunda divisão meiótica.
A. Aproximação dos cromossomos homólogos. B. Emparelhamento dos cromossomos e cada membro do
par consiste em duas cromátides, C. troca de fragmentos de cromátides (crossover) e quiasma, D.
cromossomos de estrutura dupla se separam; E. Anáfase da primeira divisão meiótica. F.G. Segunda divisão
meiótica, os cromossomos de estrutura dupla se dividem no centrômero. Ao termino da divisão meiótica os
cromossomos de cada uma das quatro células filhas são diferentes uns dos outros.
Fonte:SADLER, 2005, p. 5.
2.3.2 Espermatogênese
Espermatogênese é o processo onde ocorre uma sequência de eventos pelos
quais as células germinativas primitivas, espermatogônias, são transformadas em células
germinativas maduras, espermatozoides.
De acordo com Garcia (2012) o processo de espermatogênese e realizado nos
túbulos seminíferos, presentes nos testículos. Os túbulos seminíferos apresentam um
epitélio revestido por células de Sertoli, que possui função secretora do líquido intersticial
dos túbulos seminíferos, produz fator do crescimento dos túbulos seminíferos, sintetizam
a proteína ligante do andrógeno, apresenta receptores para hormônio folículo estimulante
e a testosterona, principais hormônios reguladores da espermatogênese, e por células de
Leydig, responsável pela liberação de esteroides, como, testosterona. A hipófise produz o
hormônio luteinizante (LH), que regula a produção de testosterona, pelas células de
27
Leydig, e estimula a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH), que agem na
maturação das células gaméticas: espermatogônias, espermatócitos I e II, espermátides e
espermatozoides.
O processo inicia-se no período da puberdade, onde as espermatogônias, células
germinativa primitiva, diploides, começam a dividir por processo de mitose, e produzem
sucessivas gerações de células, influenciadas pelo hormônio testosterona. As células
geradas podem-se se manter como células tronco de outras espermatogônias,
denominadas espermatogônias do tipo A, ou diferenciarem durante sucessivos ciclos de
divisão e tornarem espermatogônias do tipo B, que realizaram mitose, desenvolveram e
transformaram em espermatócitos primários, células maiores, diploides. Em seguida os
espermatócitos primários sofrem uma divisão meiótica reducional e originam os
espermatócitos secundários, células menores, haploides, essas realizam uma segunda
divisão meiótica e se transformam em espermátides. As espermátides ,continuam
haplóides, com 23 cromossomos, não realizam divisão, apenas o processo de
diferenciação. (SADLER, 2005).
O processo de diferenciação da espermátide em espermatozóide é denominado
espermiogênese. Durante esse processo ocorre a formação do acrossomo, que cobre o
núcleo e contém enzimas que auxilia na penetração do ovócito, eliminação da maior parte
do citoplasma, condensação do núcleo e formação da estrutura do espermatozoide, colo,
parte media e cauda. Após completa formação estrutural, o espermatozoide realiza
passagem para o epidídimo, para adquirir motilidade e ficar armazenado até o momento
de ejaculação. (MOORE, 2008).
28
Figura 03 – Processo de espermatogênese.
Fonte:MOORE, 2008, p.14
2.3.3Ovogênese
O processo de ovogênese inicia na vida fetal e completa-se na puberdade. Depois
de chegarem na gônada de um indivíduo geneticamente feminino, as células germinativas
primordiais se diferenciam em ovogônias. Até o terceiro mês de gestação essas células
sofrem divisões mitóticas, e formam aglomerados de células, o ovócito I, circundados por
uma camada de células epiteliais achatadas, denominadas células foliculares, originadas
do epitélio de superfície que recobre o ovário. Os ovócitos I detém a divisão meiótica até
o início da vida fértil da mulher, permanecem em um estado de repouso. (GARCIA,
2012).
Os neuro-hormônios cerebrais regulam as funções secretoras da hipófise, essa
por sua vez, libera hormônios gonadotróficos, que atuam no ovário estimulando o
crescimento dos ovócitos e a ovulação, pela produção de hormônios esteroidais pelas
células foliculares do ovário. Os ovócitos I, permanecem no estágio de divisão meiótica
interrompido até pouco antes da ovulação, quando substâncias indutora de meiose, em
29
resposta da elevação do nível do hormônio luteinizante (LH), os induz a completar sua
divisão meiótica, no período da puberdade ,com início do ciclo menstrual, com a menarca
e finaliza no período da menopausa. (MOORE, 2008).
O desenvolvimento dos folículos ovarianos, maturação e a liberação do ovócito,
é regulado pelos hormônios FSH e LH. No período menstrual há um aumento da
concentração de FSH na corrente sanguínea, e estimulam as células foliculares produzam
maiores quantidades de estrógeno, hormônio responsável pelo crescimento folicular. O
folículo primário, e formado quando o ovócito e estimulado, células foliculares que o
envolve, aumentam de tamanho e adquire uma forma cubica. As células foliculares, então
sofre divisões e passam a constituir várias camadas composta de células foliculares,
denominada camada granulosa do folículo. Com esse desenvolvimento o ovócito, e
envolto por uma camada acidófila, homogênea e acelular, composta de glicoproteínas,a
zona pelúcida. (SADLER, 2005).
As células granulosas repousam sobre uma membrana basal que as separa das
células do estroma circundante, que formam os folículos tecais. Com o desenvolvimento
dos folículos, ocorre a formação de cavidades preenchidas de líquidos, secretados pelas
próprias células. Esses espaços são denominados antro folicular. As células dos folículos
tecais se organizam e formam uma camada interna de células,com intensa vascularização,
a teca interna, responsável pela secreçãode estrógeno, e a teca externa, composta por
capsula de tecido conjuntivo, semelhante ao estroma do ovário. Com a formação o antro
folicular e teca interna e externa, o folículo e denominado secundário. (MOORE,2004).
O aumento de estrógeno, faz com que o hipotálamo libere GnRH, que resulta na
liberação de gonadotrofinas na metade do ciclo. As baixas concentrações de estrógeno
inibem a produção de LH, e a alta produção estimula.A onda de LH, induzida pela
concentração de estrogênio na corrente sanguínea, provoca a ruptura do estigma,
expelindo o ovócito secundário com fluido folicular, denominada ovulação, em torno do
14° dia do início do ciclo. Após secreção do ovócito, sob estimulo do LH, o folículo
converte-se em uma glândula endócrina, responsável pela secreção de progesterona e uma
quantidade pequena de estrógeno. (GARCIA, 2012).
Após 8 a 10 dias da ovulação, a medida queo ovócito não é fecundado, a
concentração desses hormônios aumentam na circulação sanguínea e atuam sobre o
hipotálamo, ativam o mecanismo de feedback, inibindo a produção de FSH e LH pela
hipófise. Com a falta do LH o corpo lúteos e degenera, o nível de progesterona diminui e
o endométrio uterino descama, ocorrendo a menstruação. A diminuição dos esteroides na
30
corrente sanguínea após a degeneração do corpo lúteo, desfaz a inibição da hipófisee a
mesma reinicia o processo de produção das gonadotrofinas. Se houver fecundação o
corpo lúteo se desenvolve, formando o corpo lúteo gravídico, aumenta a produção de
hormônio e sua degeneração e inibida pela gonadotrofina coriônica humana (hCG).
(HALL, 2011).
Figura 04 – Processo de ovogênese.
Fonte: MOORE, 2008, p.14
2.4 Fases do ciclo menstrual
Segundo Moore(2004) ociclo menstrual é o período de maturação do ovócito
estimulados pelos hormônios LH,FSH, estrógenos e progesterona. Além dos processos
ocorridos no interior do ovário, há processos de desenvolvimento no endométrio uterino
durante o mesmo período de maturação. Os hormônios produzidos pelos folículos
ovarianos e pelo corpo lúteo (estrogênio e progesterona), estimulam mudanças cíclicas do
endométrio. O ciclo menstrual médio ocorre em28 dias, podendo variar de 23 a 35 dias.
Ocorre em três fases principais: fase menstrual, fase proliferativa e fase lútea.
31
Fase menstrual: o ciclo inicia-se com o fluxo de sangue descartado pela vagina,
com fragmentos do endométrio, devido a descamação provocada pela queda de
hormônios quando o ovócito não é fecundado. Com duração de aproximadamente4 a 5
dias.
Fase proliferativa: a fase dura aproximadamente 9 dias, coincide com
crescimento dos folículos ovarianos controlada pelo estrogênio secretados. Ocorre um
aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio. No início dessa fase, o epitélio
superficial se reconstrói e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em número e em
comprimento, e as artérias espiraladas se alongam.
Fase lútea: a fase lútea coincide na formação, crescimento e funcionamento do
corpo lúteo. Tem duração de aproximadamente de 13 dias. A progesterona produzida pelo
corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material mucoiderico em
glicogênio. As glândulas se desenvolvem, ficam mais amplas, tortuosas e saculares, e o
endométrio se espessa, pela influência da progesterona e do estrogênio do corpo lúteo, e
também pelo aumento de fluido no tecido conjuntivo. Se a fecundação não ocorre, o
corpo lúteo se degenera e os níveis de hormônios diminuem e o ciclo reinicia. Com a
fecundação inicia novos processos para o desenvolvimento humano. (SADLER, 2005).
Figura 05 – Inter-relações entre hipotálamo, hipófise, ovários,endométrio, e ciclo
menstrual.
Fonte: MOORE, 2008, p.18.
32
2.5Fecundação
A fecundação é o processo pelo qual os gametas masculino e feminino se fundem.
O processo ocorre na ampola da tuba uterina, situada próximo ao ovário. Os
espermatozoides após chegar no trato genital feminino, realizam o processo de
capacitaçãoe reação acrossômica. O processo de capacitação é um período que as
membranas plasmáticas sobrejacente do espermatozoide são removidas, para que possam
passar pela coroa radiata que protege o ovócito. A reação acrossômica ocorre logo após a
ligação á zona pelúcida, há liberação de enzimas necessárias á penetração na zona
pelúcida. A fecundação ocorre eventos moleculares que inicia com o encontrodo
espermatozoide e o ovócito e termina com afusão dos cromossomos maternos e paternos
na metáfase da primeira divisão mitótica, que forma uma célula totipotente e altamente
especializada, denominadazigoto. (TELES, 2004).
Figura 06 – Eletromicrografia de varredura de espermatozoides se fixando a zona
pelúcida.
Fonte:SADLER, 2005, p.25
2.5.1 Fases da fecundação
33
O espermatozoide realiza a passagem através da corona radiata do ovócito, pela
dispersão das células foliculares da corona radiata, resultante principalmente da ação
deenzima hialuronidase, liberada pelo acrossoma do espermatozoide, e pelo auxílio dos
movimentos da cauda. As enzimas do acrossoma, permite a penetração na zona pelúcida,
a enzima proteolítica acrosina, auxilia na lise da zona pelúcida. Após a penetração do
espermatozoide, a cabeça e a cauda entram para o citoplasma do ovócito, e a membrana
plasmática fica para trás. Com isso, ocorre uma reação zonal, uma mudança nas
propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozoides.
O ovócito completa a segunda divisão meiótica, formando duas células, um ovócito
maduro com maior parte de citoplasma e cromossomos em um núcleo vesicular,
denominado pronúcleo feminino, e outra célula, com menos citoplasma, denominada
segundo corpo polar. No citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide aumenta e
forma o pronucleo masculino, a cauda se degenera. Durante o crescimento os pronucleos
masculino e feminino replicam seu DNA. Após a síntese de DNA, ocorre a agregação dos
cromossomos, eles se organizam no fuso em preparo para uma divisão mitótica e primeira
clivagem do zigoto, formando uma célula diploide,com 46 cromossomos. (GARCIA,
2012).
Figura 07 – Fecundação
Fonte: MOORE, 2008, p.25.
34
2.5.1.1 Clivagem
De acordo com Moore (2008) o processo de clivagem consiste em várias
divisões mitóticas realizadas pelo zigoto, aumentando o número de células. A cada
divisão as células formadas apresenta um tamanho menor, denominadas blastômeros.
Essas divisões iniciam cerca de 30 horas após a fecundação. Após a terceira clivagem, no
estágio de 8 células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns aos
outros, realizando um processo de compactação, mediado por glicoproteínas de adesão de
superfície celular. Na próxima clivagem após a compactação, no estágio de 12a 32
blastômeros, a célula é designada como mórula. Os blastômeros internos da mórula,
forma a massa interna, o embrioblasto, que darão origem aos tecidos do embrião, e os
blastômeros da periferia circundante, formam o trofoblasto, massa celular externa, que
contribuirá para formação da placenta.
Figura 08 – A. Clivagem do zigoto e formação do blastocisto.
Fonte: MOORE, 2008, p.27.
35
Figura 09 – A. Visão microscópica. B. óvulo fertilizado e divisão do zigoto.
Visão microscópica por meiode contraste de fase de um ovulo humano, após fertilização e estagio
de duas células resultante da divisão do zigoto.
Fonte: SADLER, 2005, p. 26.
2.5.1.2 Implantação
Cerca de quatro dias após a fecundação, a mórula alcança a cavidade uterina, e o
líquido presente na cavidade uterina, passa pela zona pelúcida e preenche uma cavidade
no interior da mórula, formando a cavidade blastocística. Com essa penetração a célula
passa a ser designada como blastocisto. Após o blastocisto permanecer suspenso no fluido
da cavidade uterina por cerca de dois dias, a zona pelúcida sofre degeneração. Com tudo,
o embrioblasto se projeta para a cavidade blastocistica e o trofoblasto forma a parede do
blastocisto, esse de desenvolve e aumenta seu tamanho. Aproximadamente seis dias após
a fecundação, o blastocisto se adere ao epitélio endometrial. Logo depois da adesão o
trofoblasto inicia um processo de proliferação no endométrio uterino, invadindo o tecido
conjuntivo, e esse diferencia em duas camadas: o citotrofoblasto, camada interna de
células, e o sinciciotroflobasto, a camada externa, consistindo em uma massa
protoplasmática multinucleada formada pela fusão de células. O sinciciotrofoblasto
altamente invasivo se expande rapidamente adjacente ao embrioblasto, e produz enzimas
proteolíticas que erodem no tecido materno, possibilitando ao blastocisto implatar- se
dento do endométrio. (GARCIA, 2012).
36
Figura 10 – Aderência do blastocisto ao epitélio endometrial durante os primeiros
estágios da implantação.
Fonte: MOORE, 2008, p. 28.
2.6 Período Embrionário
O período de desenvolvimento embrionário inicia-se após a fecundação, na
primeira semana e termina na oitava semana, com o início do período fetal. No período de
desenvolvimento embrionário, ocorre os processos de formação das primeiras estruturas
fetais que, posteriormente originam os tecidos e órgãos.
2.6.1 Primeira Semana do desenvolvimento embrionário
A primeira semana do desenvolvimento embrionário inicia no período que
ocorre a fecundação do espermatozoide ao óvulo, ocorre a formação do zigoto, uma
célula totipotente altamente especializada, composta por cromossomos e genes paterno e
materno. Caracterizada pelo processo de clivagem, divisão, migração, crescimento e
diferenciação, realizando várias fases de transformação e desenvolvimento do zigoto.
Passando pelos estágios de blastômeros, mórula. Logo depois inicia o processo de adesão
37
no
epitélio
endometrial,
já
denominado
blastocisto,
com
aparecimento
do
sinciciotrofloblasto, tecido que sustenta os capilares uterinos e as glândulas, que produz o
hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana),e que fornece nutrição embrionária e
auxilia a progressão da invasão do blastocisto no endométrio. (MOORE, 2004).
2..6.2 Segunda Semana do desenvolvimento embrionário
Na segunda semana do desenvolvimento embrionário o blastocisto completa sua
implantação no endométrio. O sinciciotrofoblasto realiza atividade enzimáticas e invade o
tecido conjuntivo endometrial que sustenta os capilares uterinos e as glândulas. Com a
implantação do blastocisto, o endométrio sofre a chamada reação tecidual no local da
implantação, um aumento das células do tecido conetivo do estroma endometrial,
preenchidas por glicogênio e lipídeos, sob a influênciada progesterona. O sangue torna-se
obstruído nos sinusoides venosos (capilares sanguíneos). Durante a implantação, o
citotrofoblasto apresenta grande atividade mitótica. O sinciciotrofoblasto se desenvolve e
envolve todo o blastocisto. (TELES, 2004).
Sadler(2005) descreve que, as células trofoblásticas liberam proteases que
digerem a matriz extracelular do epitélio uterino e provoca a erosão da mucosa,
permitindo, que o blastocisto se implante completamente dentro do endométrio, e não
tenha contato com o lúmen uterino. O endométrio uterino apresenta uma matriz
extracelular composta de colágeno, laminina, fibronectina, ácido hialilurônico e
receptores sulfato de heparina. A medida que o blastocisto se implanta, o
embrioblastoforma uma placa bilaminar quase circular de células achatadas, denominado
disco embrionário, formado por duas camadas: o epiblasto, a camada mais espessa,
constituída por células colunares altas, camada epiblastica, relacionadas com a cavidade
amniótica, e o hipoblasto, camada mais fina, composta por pequenas células cuboides
adjacentes á cavidade exocelômica, ou saco vitelino primitivo. As lacunas sinciciais
tornam-se continuas aos sinusóidese o sangue materno passa ao sistema lacunar, pelo
trofoblasto, e começa a fluir pelo sistema hipoblástico, estabelecendo a circulação
uteroplacentária.
As células do endoderma do saco vitelino formam uma camada de tecido
conjuntivo livremente, o mesoderma extra - embrionário, que circunda o âmnio e o saco
vitelino.Assim que se forma o âmnio, o disco embrionário, e sacovitelino, o sangue
materno, através da circulação uteroplacentária, flui para as lacunas, através das artérias
38
endometriais, e o oxigênio e substancias nutritivas tornam disponíveis para os tecidos
extra embrionários na superfície dos sinciciotrofoblastos, e o sangue desoxigenado é
removido das lacunas pelas veias endometriais. Com o desenvolvimento do endométrio
etofoblasto, o mesoderma extra embrionário cresce, e no seu interior surge espaços
celômicos extra embrionários, esses espaços se fundem a uma cavidade, o celoma extra
embrionário. Esta cavidade é preenchida por fluido e envolve o âmnio. (NOMURA,
2001).
A proliferaçãodas células citotrofoblásticas produz extensões celulares que
crescem para dentro do sinciciotrofoblasto , essas projeções formam as vilosidades
coriônicas primárias.O córion formado por duas camadas de trofoblastos e pelo
mesoderma somático extraembrionário.No final da segunda semana, o disco embrionário
bilaminar, passa a ser denominado embrião, as células endodérmicas se desenvolve
,tomam forma colunares e forma um aarea circular espessada, denominada placa précordal,
futuro
local
da
boca
e
primórdio
da
organização
cabeça.(CAMPANA, 2003).
Figura 11 – Blastocisto Humano.
Fonte: SADLER, 2005, p. 38.
da
região
da
39
Figura 12 – Microscopia 100X. Blastocisto humano inteiramente implantado.
Fonte: SADLER, 2005, p. 38.
2.6.3Terceira semana do desenvolvimento embrionário
A terceira semana do desenvolvimento embrionário e caracterizada pelo
processo de gastrulação.O disco bilaminar é convertido em um disco trilaminar, esse
processo é o início da morfogênese, desenvolvimento da forma e estrutura de vários
órgãos e partes do corpo.A gastrulação inicia coma formação da linha primitiva, uma
faixa linear espessa, resultante da proliferação e migração das células do epiblastopara o
plano mediano do aspecto dorsal do disco embrionário. No mesmo período células de
proliferam naextremidade cranialda linha primitivae forma o nó primitivo, circundado
pela fosseta primitiva. As camadas do disco embrionário dão origem aos folhetos
germinativos: ectoderma, endoderma e mesoderma, cada folheto originara órgãos e
tecidos específicos. (MOORE, 2008).
40
Com o surgimento da linha primitiva é possível identificar o eixo cefálico-caudal
do embrião, as extremidades cefálica e caudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados
direito e esquerdo. Uma camada frouxa de tecido conjuntivo embrionário forma o
mesênquima, que forma o tecido de sustentação do embrião. As células mesenquimais,
sob fatores de crescimento migram da linha primitiva, se proliferam, diferenciam formam
fibroblastos, condroblastos e osteoblastos.O processo notorcodal cresce cefalicamente
entre o ectoderma e o endoterma, células mesenquimais migram do nó e da fosseta
primitivo, e forma um cordão celular mediano. Outras células mesenquimais migram
cefalicamente para cada lado, em torno da placa pré- cordal, formando o mesoderma
cardiogênico, local onde o primórdio do coração começa a se desenvolver. A notocorda,
haste celular indica o futuro local dos corpos vertebrais, funciona como o indutor
primário do embrião inicial,e induz o ectoderma espessar-se e formar a placa neural, o
primórdio do sistema nervoso central. (SADLER, 2005).
Figura 13 – Aspecto dorsal de um embrião humano.
Fonte: SADLER, 2005, p. 46.
De acordo com Garcia(2012) ao lantoide é uma envaginação que se estende da
parede caudal do saco vitelino para o pedículo do embrião, está relacionado ao primórdio
da formação sanguínea, artérias e veias umbilicais,e formação da bexiga. O
desenvolvimento da notocorda, permite que o ectoderma embrionário se espessa e forma
uma placa alongada de células epiteliais, a placa neural, que originará o sistema nervoso
central.A formação do tubo neural é um processo complexo e multifatorial que envolve
41
genes e fatores extrínsecos mecânicos. As pregas neuraissão o primórdio do encéfalo, e se
convertem em tubo neural.Com a formação da notocorda e da tuba neural, o mesoderma
intraembrionário em cada lado prolifera-se para formar uma coluna grossa e longitudinal
de mesoderma paraxial. Cada coluna está em continuidade com omesoderma
intermediário, que gradualmenteforma uma camada de mesoderma lateral, esse
mesoderma paraxial diferencia-se e divide-se em pares de corpos cuboides, denominados
somitos, que se forma em cada lado do tubo neural.
A formação dos vasos sanguíneos se inicia, os angioblastos, originados das
células mesenquimais, se agregam formam grupos de células isoladas, as ilhotas
sanguíneas. Dentro das ilhotas, fendas intercelulares confluem formando pequenas
cavidades, os angioblastos se achatam e tornam células endoteliais da cavidade, os vasos
avançam para áreas adjacentes por brotamento endotelial e se fundema outros vasos.O
coração tubular, une-se a vasos sanguíneos do embrião, do pedículo, do córion e do saco
vitelino, para formar o sistema cardiovascular primitivo. O sistema cardiovascular é o
primeiro sistema de órgãos que completa seu estado funcional. (FRANCISCO, 2002).
Figura 14 – Ilustração do desenvolvimento das vilosidades coriônicassecundárias no
embrião implantado.
Fonte: MOORE, 2008, p.48.
2.6.4 Quarta semana do desenvolvimento embrionário
42
No início da quarta semana de desenvolvimento humano completa-se o processo
de formação do tubo neural e coração, e os principais órgãos já começam a se
desenvolver. Ocorre o dobramento do disco embrionário trilaminar, iniciando a forma do
corpo do embrião. Esse dobramento ventral nas extremidades do embrião resulta em
pregas cefálica e caudal. Essas pregas dão origem ao primórdio do encéfalo e medula
espinhal. O dobramento lateral, origina o primórdio do intestino médio, e sistema
urinário. E transformação do pedículo do embrião em cordão umbilical. Com o
desenvolvimento do embrião, a cavidade amniótica se expande e o âmnio forma o
revestimento epitelial do cordão umbilical, o tubo neural comunica-se livremente com a
cavidade amniótica nas extremidades cefálica e caudal. (MOORE, 2004).
Figura 15 – Aspectodorsal de um embrião 4° semana de desenvolvimentol.
As pregas neurais se fundem de frente para os somitos para formação do tubo neural,
primórdio da medula espinha
Fonte: MOORE, 2008, p.58.
2.6.5 Quinta semana do desenvolvimento embrionário
A quinta semana do desenvolvimento embrionário, oembrião encontra-se
totalmente envolvido pela cavidade amniótica, preenchida pelo líquido amniótico, que
participa diretamente de todo metabolismo e desenvolvimento na maturação dos órgãos
do embrião. O encéfalo apresenta um rápido desenvolvimento, há formação dos
43
membros, face, orelhas, nariz e olhos. Os membros superiores e inferiores aparecem
como brotos. (GARCIA, 2012).
Figura 16 – Aspecto dorsal do embrião 5° semana do desenvolvimento, 28 dias.
Fonte: MOORE, 2008, p. 59.
2.6.6Sexta semana do desenvolvimento embrionário
Durante a sexta do desenvolvimento humano, o embrião apresenta resposta s
reflexas ao toque, desenvolvem a formação dos dedos,denominados, raios digitais,
formação da retina ocular, os olhos tornam-se evidentes, boca, punho, tronco começa se
endireitar, inicia a aparência humana. A cabeça apresenta maior, e posição resulta da
flexão da região cervical, e encontra-se bem encurvada próximo a proeminência
cardíaca.(SADLER,2005).
44
Figura 17 – Aspectolateral do embrião, cerca de 32 dias.
.
Fonte: MOORE, 2005, p. 60.
2.6.7 Sétima semana do desenvolvimento embrionário
Durante a sétima semana do desenvolvimento embrionário, os membros sofrem
modificações consideráveis. É perceptível placas das mãos, indicando futuros dedos. A
comunicação entre o intestino e o saco vitelino, apresenta apenas interligado pelo
pedículo vitelino.
Figura 18 – Aspectolateral do embrião, cerca 42 dias.
Fonte: MOORE, 2008, p. 61.
2.6.8 Oitava semana do desenvolvimento embrionário
Na última semana do período embrionário, o embrião apresenta a cabeça mais
arredondada, genitália externa com aparência assexuada, dedos, orelhas e pálperas mais
45
desenvolvidas, ocorre os primeiros processos de ossificação. O embrião possui uma
aparência nitidamente humana. Os dedos das mãos apresentam unidos apenas por uma
membrana. O plexo vascular do couro cabeludo apresenta, como uma faixa característica
que envolve a cabeça.(MOORE, 2008).
Figura 19– Aspectolateral do embrião, cercade 56 dias.
Fonte: MOORE, 2008, p.62.
2.7 Período fetal
O período embrionário, onde acontece a formação de órgãos e tecidos encerra na
oitava semana do desenvolvimento humano, na nona semana do desenvolvimento
humano, inicia-se o período fetal, onde acontece o crescimento e maturação de órgãos e
tecidos, e encerra no parto, com cerca de 38 semanas completas. O feto desenvolve-se em
meio o líquido amniótico do saco amniótico, presente na parte interior do saco coriônico,
que por sua vez faz parte da placenta, composta por uma porção materna, do endométrio e
uma porção fetal o saco coriônico. A placenta, cordão umbilical e líquido amniótico são
responsáveis pelo transporte de nutrientes necessários para o desenvolvimento do feto.
(SADLER, 2005).
As transformações do embrião em feto e gradual. O desenvolvimento durante o
período fetal é relacionado com o crescimento do corpo e diferenciação dos tecidos,
órgãos e sistemas. E necessário o desenvolvimento de maturação, para realização de
respectivas funções. Não há um sistema separadamente formal para o período fetal,
porem alguns eventos apresentam um destaque maior. Na nona semana do
46
desenvolvimento o feto apresenta pernas curtas, e coxas relativamente pequenas, os
membros inferiores pouco mais desenvolvido que os inferiores. Nesse início de período
fetal, o fígado é o principal local de eritropoiese, formação dos glóbulos vermelhos do
sangue. No período entre a decima e decima segunda semana, o baço, inicia a função de
eritropoiese, ea formação de urina inicia, essa é lançada pela uretra nolíquido amniótico.
O feto reabsorve parte desse fluido depois realiza deglutição, e os produtos de excreção
fetal são transferidos para circulação através da circulação uteroplacentária.(MOORE,
2004).
Segundo Garcia (2012) no período entre a decima terceira e vigésima nona
semana do desenvolvimento embrionário o crescimento fica mais lento, para que o
processo de maturação possa ser realizado. Os ossos são claramente visíveis nas imagens
de ultrassom, o padrão dos cabelos do couro cabeludo são bem determinados, no casos do
sexo feminino, os ovários apresenta diferenciados e folículos primordiais com ovogônias
são observados. A pele do feto é coberta pela verniz caseosa, um material gorduroso
secretado pelas glândulas sebáceas do feto e células mortas da epiderme, com função de
proteção a delicada pele do feto. O feto apresenta movimentos rápidos dos olhos. As
células dos septos interalveolares do pulmão inicia um processo de secreção de
surfactante, lipídeo responsável por manter aberto os alvéolos pulmonar em
desenvolvimento, porém o sistema respiratório são esta completamente maduro, os
pulmões apresenta um desenvolvimento suficiente para realizar trocas gasosas. O sistema
nervosos central completa seu desenvolvimento e pode controlar os movimentos
respiratórios e controlar a temperatura do corpo. A medula óssea inicia o processo de
eritropoese, no período de vigésima oitava semana.
2.7.1 Trigésima á trigésima quarta semana do desenvolvimento fetal
O sistema nervoso apresenta suficientemente maduro para efetuar funções
integrativas. O ganho de peso e normal cerca de 3.400 g e medida de comprimento de 360
mm, e as características físicas completamente desenvolvidas.O desenvolvimento do feto
completa-se em 266 dias e 38 semanas após a fecundação. Cerca de 12% das crianças
nascem uma a duas semanas após a data esperada. Pois o feto necessita de substratos para
crescer e produzir energia para seu desenvolvimento, e gases e esses nutrientes passam
pela membrana placentária e chega ao feto, a nutrição e cuidado da mãe e essencial para o
desenvolvimento do feto. (MOORE, 2008).
47
2.8 Defeitos congênitos e fatores cromossômicos
Segundo Bettiolo(2009) os defeitos congênitos e abortos espontâneos podem ser
relacionados a anormalidades cromossômicas. Essas se dividem emnuméricas ou
estruturais. Anormalidades numéricas corresponde a presença deum cromossomoextra, a
trissomia, com 47 cromossomos, ou a falta do mesmo, monossomia, com 45
cromossomos, que ocorrem pelo erro na divisão celular, no qual um par de cromossomos
ou duas cromátides não se separam durante o processo de meiose ou mitose.
2.8.1 Anormalidades cromossômicas numéricas
2.8.1.1 Trissomia docromossomo 21 – Síndrome de Down
Na síndrome de Down ocorre uma cópia extra do cromossomo 21, devido uma
translocação de parte de um cromossomo para outro no momento de divisão meiótica. As
características de crianças portadoras de síndrome de Down incluem retardo de
crescimento, graus variáveis de retardo mental, anormalidades craniofacial, orelhas
pequenas, defeitos cardíacos, incidência de leucemias, infecções, disfunção da tireoide e
envelhecimento prematuro. (SADLER, 2005)
Figura 20 – Cariótipo da trissomiado 21- Síndrome de Down.
Fonte: SADLER, 2005, p. 8.
48
.
2.8.1.2 Trissomia docromossomo 18- Síndrome de Edward
Ocorre uma translocação no cromossomo no momento de divisão meiótica, as
características são semelhantes a síndrome de Down, acrescentando frequência de
micrognatismo, anomalias renais e malformações do sistema ósseo. A incidência dessa
síndrome é de aproximadamente 1 em 5.000 recém-nascidos, e esses chegam a óbito aos
2 meses de idade, e cerca de 85%entre a 10° semana de gestação.(GARCIA, 2012).
Figura 21 – Criança com trissomia do cromossomo 18.
.Região occiptal proeminente, fenda labial mediana, micrognatismo, orelhas de implantação baixa
e um ou mais dedos flexionados
Fonte: SADLER, 2005, p.9.
2.8.1.3 Trissomiado cromossomo 13 - Síndrome de Patau
Como as anteriores, a um cromossomo extra, as principais anormalidades são
retardo mental, defeitos cardíacos congênitos, surdez, fenda labial e fenda palatina,
defeitos oculares, como microftalmia, anoftalmia e coloboma. Essa anormalidade
apresenta uma incidência cerca de 1 em 20 000 crianças nascidas vivas, e 90%após o
primeiro mês vão ao óbito. (KOHATSU, 2012).
49
Figura 22 – Criança com trissomia do cromossomo 13.
A. Lábio leporino, microftalmia e o palato fendindo, B. Síndrome pode acompanhar
polidactilia.
Fonte: LAGMAN, 2005, p. 9.
2.8.1.4 Trissomias dos cromossomos sexuais
A trissomia dos cromossomos sexuais não é uma condição rara. Temos
asíndrome de Klinnefelter e a síndrome do triplo X como as principais. A síndrome
deKlinnefelter, ocorre exclusivamente em homens, e apresenta esterilidade, atrofia
testicular, hialinização dos túbulos seminíferos e ginecomastia. A síndrome do triplo X,
as mulheres apresentam duas cromatinas sexuais, ocorre em idade infantil,
suascaracterísticas são: aspecto normal, menstruação ocasional, podemapresentar- se
férteis, e algumretardo mental. (BETTIOLLO, 2009).
Figura 23 – Paciente com síndrome de Klinnefelter.
Fonte: SADLER, 2005, p.10.
50
2.8.1.5 Monossomia – Síndrome de Turner
Única monossomia compatível com a vida. A síndrome de Turner apresenta um
cariótipo 45-X, fenótipo feminino. O erro na gametogênese, responsável pela
monossomia, quando identificado, e encontrado no gameta paterno, a ausência do
cromossomo X.Éuma anormalidade citogenética, onde as características secundárias não
se desenvolvem em 90% das meninas afetadas, sendo necessária a substituição hormonal.
(NETO, 1998).
Figura 24 – Paciente com síndrome de Tuner.
Pescoço alado, estatura baixa, tórax largo e ausência de maturação sexual.
Fonte: SADLER, 2005, p.10.
2.5.1.6Anormalidades cromossômicas estruturais
As anormalidades estruturais decorrem da ruptura do cromossomo, seguida de
uma reconstituição com combinação anormal. Essas rupturas podem ser induzidas por
fatores
ambientais,
como,
consequênciasdaruptura
romperam.(NETO, 1998).
vírus,
depende
do
radiação,substancias
que
acontece
com
químicas
os
e
pedaços
drogas.As
que
se
51
2.5.1.7 Síndrome Cri-du-chat ou Síndrome miado de gato
A síndrome Cri-du-chat, conhecidacomo síndrome do miado do gato, apresenta
uma deleção parcial do braço curto do cromossomo 5. As crianças afetadas possuem um
grito fraco semelhante ao miado do gato, microcefalia, hipertelorismo (olhos afastados),
orelhas com implantação baixa, micrognatia (mandíbulas e maxilas pequenas), retardo
mental grave e doença cardíaca congênita. (SADLER, 2005).
2.5.1.8 Síndromede Angelman e Prader-willi
E uma síndrome de transmissão hereditária de uma micro deleção no braço longo
do cromossomo 15, quando transmitida pelo cromossomo materno é denominada,
síndromede Angelman,e as características são principalmente, retardo mental,
incapacidade no desenvolvimento da fala e deficiência no desenvolvimento motor. Nos
casos de transmissão por cromossomo paterno, síndrome de Prader-willi,e o individuo
afetado caracteriza por hipotonia, obesidade, retardo mental, hipogonadismo e
criptorquidia.(NETO, 1998).
Figura 25 – Pacientes com síndrome de Algelman esíndrome de Prader-willi.
Fonte: SADLER, 2005, p.12
52
2.6 Fluídos Corporais/ Líquidos Cavitários
Cerca de 60% do corpo humano adulto é composto por líquidos, formadosde
íons, água, eletrólitos, células e enzimas. Estão presente nomeio intracelular e extracelular
no organismo, os fluidos extracelulares são encontradosnas cavidades corporais e plasma.
São necessários á lubrificação da interface órgão/cavidade corporal, e encontra-se em
constantemovimento.Os tipos de fluidos corporais são diversos, dentre os líquidos
cavitários temos líquido cerebrospinal, líquidos serosos, líquido sinovial, líquido
pericárdio, líquido pleural, líquido peritoneal e líquido amniótico. (MUNDT, 2012).
O líquido extracelular é rapidamente transportado no sangue circulante, e
transferidopor difusão, através das paredes dos capilares, para líquidos teciduais.No
líquido extracelular encontra-se todos os nutrientes necessários, como oxigênio, glicose,
íons, aminoácidos, lipídeos entre outros, para crescimento, desenvolvimento e
especialização celular. (HALL, 2011).
O desenvolvimento fetal é dependente da difusão de substancias entre o sangue
materno, placenta e líquido amniótico. Toda nutrição materna reflete no desenvolvimento
fetal, assim como agentes patológicos.O líquido amniótico reflete o estado materno–fetal,
e pelaimportância que o mesmodesempenha na boa evolução da gestação, é fundamental
compreender sua composição,vias de regulação, podendo assim desenvolver terapias para
possíveis patologias e poder ter um controle sobre todo o desenvolvimento do feto, uma
vez que todo seu desenvolvimento se reflete na composição do líquido amniótico.
2.6.1Líquido Amniótico
Monteiro (2002), relatano primeiro trimestre de gestação, até a metade do
segundo trimestre, o líquido amniótico é formado, em sua maior parte, pelo movimento
passivo de água pela membrana amniótica e pele fetal, resultante da difusão simples e do
transporte ativo de sódio e cloreto, podendo ser considerado um ultrafiltrado do sangue
materno; as células são provenientes, além da descamação de células da vesícula vitelina,
do embrião e posteriormente do feto. Entre a 17ª e a 20ª semana de gestação, ocorre a
queratinização da pele fetal, fazendo com que a deglutição e diurese fetais assumam papel
importante na formação do líquido amniótico. Uma importante fonte adicional de fluido
amniótico é a secreção proveniente do trato respiratório, assim como as excreções do trato
gastrointestinal do feto. Como resultado desta dinâmica de fluidos, as células presentes
53
nos tratos urinário,respiratório e gastrointestinal podem ser liberadas para o interior da
cavidade amniótica; de fato, células desses compartimentos participam do pool celular
encontrado no fluido amniótico.
O feto desenvolve-se em meio ao líquido amniótico na cavidade amniótica,
espaço situado entre o pólo embrionário e o trofoblasto, aparecendo na gestação ainda no
estágio de blastocisto. Com o evoluir da gestação essa cavidade cresce e envolve o
embrião. Nas primeiras semanas de gestação, o líquido amniótico é um simples
ultrafiltrado do plasma materno, ao final do primeiro trimestre a composição do líquido
amniótico começa a mudar, passando a se assemelhar ao plasma fetal, equilíbrio esse
conseguido através da pele fetal e de outras vias de troca, como a placenta e o cordão
umbilical.A osmolaridade do líquido amníotico é influenciada por diversos fatores como
hiper-hidratação materna, modificações na composição da urina fetal e do exsudato
pulmonar, e apresenta uma menor que a osmolaridade do plasma materno. (DERTKIGIL,
2005).
2.6.1.1 Composição
O líquido amniótico está presente no âmnio, um saco membranoso que envolve o
feto.Possui composição semelhante á do plasma materno e contém uma pequena
quantidade de células descamadas da pele, sistema digestivo e urinário, substâncias
bioquímicas produzidas pelo feto, como bilirrubina, lipídeos, enzimas, eletrólitos,
proteínas, glicose, creatinina, ureia,compostos nitrogenados ecélulas de defesas. O líquido
amniótico normal é incolor, com moderada turbidez pelos restos celulares. Pequena
alteração no aspecto e indicativo de alguma anormalidade. (STRAINGER, 2009).
De acordo com Campana et al., (2003) os principais componentes presentes
neste líquido estão em suspensão e em dissolução. Entre os elementos em suspensão
encontram-se células esfoliadas do âmnio, principalmente do feto, assim como lanugem e
gotículas de gordura. Como elementos de dissolução estão presentes substâncias
orgânicas e inorgânicas,os eletrólitos representam as substâncias inorgânicas, sendo
alguns relacionados com a idade gestacional, e asorgânicas estão as proteínas, os
aminoácidos, a alfa fetoproteína, as substâncias nitrogenadas não-protéicas, os lipídios, os
carboidratos, as vitaminas, as enzimas, a bilirrubina, os hormônios e as prostaglandinas.
A análise citológica e bioquímica do líquido amniótico permite o diagnóstico de possíveis
infecções e patologias relacionadas ao desenvolvimento fetal.
54
A produção de urina, a deglutição fetal e o exudato alveolar passam a ser as vias
fundamentais para a mudança na composição do LA a partir do segundo trimestre da
gestação. A pele fetal, que desempenha importante papel na formação do LA nas
primeiras semanas da gestação, vai perdendo importância a partir da queratinização que
ocorre aproximadamente com 25 semanas. Deste modo, a partir desse período, ocorrem
cada vez menos troca de fluidos por essa via. (DERTKIGIL, 2005).
A infecção materna primária com Toxoplasma gondiiadquirida durante a
gestação ainda é de elevada importância em nosso meio pelo fato de poder resultar em
infecção fetal com graves sequelas paraa criança. O espectro clínico da infecção
congênitapelo T. gondii ou citomegalovírus varia de alterações aparentes ao nascimento
com
morbimortalidade
perinatal
elevada(microcefalia,
crescimento
intra-uterino
retardado, hidrocefalia) a uma infecção subclínica com possibilidade de risco para o
desenvolvimento decoriorretinite e/ou complicações tardias na vidafutura (hidrocefalia).
O diagnóstico precoce realizado através da pesquisa de Toxoplasma gondii e
citomegalovírus no líquido amniótico através do método de PCR, apresenta grande
eficácia, e assim proporciona o tratamento oantiparasitário adequado da mãe,capaz de
reduzir a taxa de transmissão para o feto e por consequência o númerode seqüelas nos
casos em que a infecção intrauterinajá ocorreu.A taxa de transmissão materno-fetal varia
principalmente de acordo com a idade gestacionalno momento da infecção materna.
Quando esta ocorre antes da décima quinta semana de gestação, pode resultar numa taxa
de transmissão menor do que 5%, podendo atingir 80%, se próximo do termo8, mas o
acompanhamento sorológico no sistemático durante a gestação permite apenas uma
estimativa indireta do risco de infecção fetal. (ZIELINSKY, 1997).
A glicose é a fonte principal de energia para o metabolismo e crescimento do
feto. A insulina, necessária para o metabolismo da glicose, e secretada pelo pâncreas
fetal. As complicações decorrentes do Diabetes mellitus na gravidez tem relação direta
com o controle metabólico materno. A hiperglicemia materna eleva as taxas de
complicações em gestantes diabéticas, consideram que nos casos de hiperglicemia
materna, glicose em excesso no sangue materno, essa atravessaria mais a placenta
levando à hiperglicemia fetal. Esta, por sua vez, desencadearia a diurese osmótica fetal
resultando em excesso de líquido amniótico, e maior demanda de metabolismo fetal.
(MAGANHA, 2009).
A alfafetoproteína (AFP) é uma glicoproteína de peso molecular de
aproximadamente 69.000 daltons. É sintetizada pelo saco gestacional (vesícula vitelínica),
55
trato gastrointestinal e principalmente pelo fígado fetal. Pequenas quantidades podem ser
produzidas pelos rins e placenta. Os níveis plasmáticos fetais atingem o pico entre 10-13
semanasde gestação (atingindo em torno de 2.480 KUI/ml), declinam exponencialmente
entre 14 e 32 semanas. A queda na concentração plasmática fetal da AFP pode ser
atribuída ao aumento do volume sanguíneo fetal e à diminuição de sua síntese. A AFP
passa para o líquido amniótico através da urina fetal, os níveis elevados de AFP no
líquido amniótico são associados com defeitos abertos do tubo neural, condições fetais
que permitam a passagem de proteínas plasmáticas do feto para o líquido amniótico
através da pele, como defeitos da parede abdominal, hidropsia fetal, cistos e morte
fetal,do trato urinário, hidronefrose, doença policística, ou da placenta, anormalidades
fetais que alteram a deglutição e digestão da AFP, como por exemplo, atresia esofágica,
duodenal ou intestinal. (MAESTRI, 1998).
A
presença
dos
fosfolipídios,
lecitina,
esfingomielina,
fosfatidilinositol,
fosfatidilglicerol e outras substâncias no líquido amniótico (LA), além da demonstração
de que os mesmos eram provenientes do pulmão fetal, direcionou as pesquisas para a
predição da maturidade pulmonar fetal.O pulmão fetal inicia seu desenvolvimento por
volta da terceira semana de vida e, próximo da 24ª semana de gestação, algumas células
que revestem os ácinos diferenciam-se em pneumócitos do tipo I e II. O pneumócito do
tipo I é uma célula com funções principalmente relacionadas ao revestimento alveolar. Já
o pneumócito do tipo II é célula rica em corpos lamelares (CL), que são estruturas
intracelulares com 1 a 5 μ de diâmetro, ricas em lipídios e que armazenam as substâncias
surfactantes. As substâncias surfactantes são observadas entre a 24ª e a 26a semana
gestacional, sendo que ao final deste período o pulmão fetal já apresenta alguma
capacidade de realizar trocas gasosas, embora ainda imaturo. Alterações na proporção, na
quantidade ou na qualidade dos fosfolipídios que compõem o surfactante pulmonar
resultam em colapso alveolar, ocasionando a SDR, também conhecida como doença
pulmonar das membranas hialinas com consequente atelectasia progressiva, edema,
alteração da relação ventilação/perfusão, levando à hipóxia tecidual.(GIL, 2009).
2.6.1.2 Cor e Aspecto
O líquido amniótico normal apresenta incolor com leve a moderada turbidez,
devido os restos celulares durante o desenvolvimento fetal. Na presença de traumas
56
abdominal, hemorragia intra amniótica ou punção traumática o líquido pode apresentar
laivos de sangue quando analisado. A presença de bilirrubina confere uma cor amarela ao
líquido e é indicativa de destruição de glóbulos vermelhos, nos casos de doença
hemolítica do recém-nascido. Nos casos de morte fetal, o líquido apresenta um aspecto
vermelho escuro ou marrom, devido a falta de metabolismo. (STRAINGER, 2009).
O mecônio e constituído de secreções gastrointestinais, bile, ácidos biliares, suco
pancreático, muco, dejetos celulares, deglutição de sangue. O mecônio pode acarretar
complicações no feto, com prognostico agravado, quanto maior sua concentração no
líquido amniótico, essa elevação ocorre devido a diminuição do líquido amniótico, como
nos casos de restrição de crescimento intrauterino, hipertensão pulmonar, provocada pela
obstrução das vias áreas pelo mecônio, hipóxia fetal e diminui a ação dos neutrófilos
presente no líquidoamniótico. (FILHO, 2003).
2.6.1.3Volume
O volume do líquido amniótico é regulado por um equilíbrio entre produção de
urina fetal, fluido do pulmão e absorção pela deglutição fetal e fluxo intra-membranoso
materno-fetal. (GARCIA, 2012).
De acordo com Molinariet al. (1998) a renovação do líquido amniótico
ocorre,em média, a cada 2 horas, sendo reabsorvido pelo próprio feto, através da pele nas
idades gestacionais mais precoces, como no período embrionário, e por mecanismo de
deglutição em idades mais avançadas, como no período fetal.Em torno da 8ªsemana seu
volume é de 5-10 ml, aumentando progressivamente, na 12ª semana há cerca de 50ml,
atingindo 1.000 a 1.500 ml entre a 36ª e 38ªsemana de gestação. Na40ª semana, ocorre
uma queda progressiva, o volume é de 500 ml,e após a 42ªsemana é inferior à 400 ml.
Moore (2008)afirma que o conteúdo do líquido amniótico é trocado a cada 3
horas, e seu volume aumenta lentamente, cerca de 30 ml com 10 semanas, 350 ml com 20
semanas e 700 a 1000 ml com 37 semanas.
O líquido amniótico é um componente importante do ambiente intrauterino e
qualquer alteração no seu volume requer cuidadosas avaliações, tanto do feto como da
mãe. Nas gestações de alto risco, as alterações com aumento ou diminuição do líquido
amniótico se encontram associadas a várias ocorrências obstétricas. Na população geral, o
oligoidrâmnio diminuição do volume do líquido amniótico, está relacionado a deglutição
fetal,
deformidades
do
trato
urinário,
compressão
do
cordão
umbilical,
e
57
consequentemente diminuição da frequência cardíaca, e o polidrâmnio, aumento no
volume do líquido amniótico, apresenta anomalias estruturais, arritimias cardíacas,
infecções congênitas e anormalidades cromossômicas, anomalias congênitas. Por esse
motivo, é necessária a avaliação morfológica fetal, após o diagnóstico de alterações do
volume de líquido amniótico, através da ultrassonografia. (NETO, 2009).
O oligoidrâmnio, quando relacionado à insuficiência placentária, apresenta como
mecanismo fisiopatológico, a redução gradativa da produção de LA, provocada pelos
fenômenos adaptativos desencadeados pela hipoxemia fetal crônica. Subseqüente ao
déficit nutritivo, o regime de hipoxemia provoca resposta circulatória fetal, com
centralização da circulação. Desta forma, os mecanismos cardiocirculatórios regulam a
redistribuição do débito cardíaco fetal com aumento do fluxo sangüíneo destinado aos
órgãos nobres (cérebro e coração) em detrimento de outros órgãos como os rins e
pulmões. A diminuição gradativa do volume de LA torna o cordão umbilical suscetível a
compressões e, em graus extremos de oligoidramnia, isto pode ser fator determinante do
óbito fetal. A hipoplasia pulmonar do recém-nato é uma possível complicação da
oligodramnia.O acompanhamento evolutivo do volume de líquido amniótico é
considerado um dos passos fundamentais para adequada propedêutica da vitalidade fetal.
(NOMURA, 2002).
Segundo Golino(2006), a ruptura prematura de membranas (RPM) amnióticas,
que é a perda de líquido amniótico antes de iniciado o trabalho de parto, é decorrente dos
riscos de prolapso e compressão de cordão umbilical, descolamento placentário,
oligodramnia, prematuridade, infecção materna e fetal. Ocorre em 2 a 18% das gestações,
é causa de 30 a 40% dos partos prematuros e de 20% dos óbitos perinatais. O curso
natural da RPM é o parto, evidências sugerem que a RPM ocorra por processos
bioquímicos como a ruptura do colágeno da matriz extracelular do âmnion e córion e
apoptose das células da membrana fetal.
O volume do líquido amniótico (VLA)é reconhecido como um parâmetro
importante na avaliação do bem-estar fetal. Os erros na detecção de VLA anormal em
qualquer extremo poderão ter implicações clínicas importantes. A falha em descobrir
oligoâmnio poderá levar à omissão de testes essenciais para o diagnóstico de
anormalidades fetais, rotura prematura de membrana insuspeita ou comprometimento
fetal por hipóxia. Inversamente, o diagnóstico errôneo de polidrâmnio poderá resultar na
indicação de procedimentos de avaliação fetal invasivo se desnecessários. A avaliação do
58
VLA deve ser um componente de todo exame ultra-sonográfico em obstetrícia,
particularmente no segundo e terceiro trimestre. (DERTKIGIL, 2005)
2.6.2Funções
Segundo Moore (2004) eStrainger(2009) o líquido amniótico possui as seguintes
funções:
A. Imunidade contra infecções: o líquido amniótico possui células de defesa em
sua composição, como neutrófilos, que fagocita possíveis agentes infecciosos
e anticorpos, como IgG.
B. Impede a aderência do âmnio ao embrião e ao feto: o líquido permite com que
o feto fique suspenso na cavidade amniótica, proporcionando maior espaço
para desenvolvimento.
C. Controle da temperatura corporal: através da metabolização dos ácidos graxos
presentes, o líquido produz calor ao feto, controlando a temperatura intra
uterina.
D. Movimentação fetal: o feto suspenso no líquido, proporciona maior facilidade
para movimentação.
E. Proteção contra impactos mecânicos: o líquido impede que nos caos de
traumas o impacto chegue ao feto, o líquido diminui a intensidade com que a
pressão provocada pelo impacto chegue ao feto.
F. Troca de nutrientes: Os nutrientes necessários para desenvolvimento do feto
provem da ingestão nutricional materna, esses nutrientes e substancias passam
pra a circulação uteroplacentária, e chegam ao feto pelo processo de difusão
através do líquido amniotico.
G. Maturidade pulmonar: Os corpos lamelares são reservatórios de fosfolipídios,
componentes do surfactante pulmonar, que são secretados no líquido
amniótico por meio do movimento respiratório fetal, são indicativo de que o
pulmão esta realizando sua função.
2.6.3Métodospara avaliação do estado fetal
A obtenção do líquido amniótico e realizada por um procedimento denominado
Amniocentese. E um procedimento invasivo, no qual é introduzido uma agulha longa, oca
59
por via transabdominal na cavidade amniótica, acompanhada por ultrassonografia, para
orientação,
localização
do
feto
e
placenta
com
segurança.
São
aspirados
aproximadamente 20 a 30 ml de líquido. Devido ao volume do líquido amniótico presente
em cada período da gestação, a amniocentese é realizada apenas após o terceiro mês de
gestação, após a 14° semana do desenvolvimento embrionário. A amniocentese é um
procedimento seguro, com risco de perda fetal geralmente menor que 1%, uma vez que o
método pode ser oferecido às mulheres selecionadas após serem revistos os riscos e os
benefícios envolvidos. (SADLER, 2005).
A amniocentese é indicada para determinação de diagnóstico, tratamento precoce
e intervenção de uma anormalidade. Os principais casos de indicação são: idade materna
superior a 35 anos, histórico familiar de anomalias cromossômicas, gravidez anterior com
defeito congênito ou tubo neural, pais com doença metabólica, histórico de doenças
genéticas, concentrações elevadas de determinadas substâncias no soro materno,
avaliação da doença hemolítica do recém-nascido, sofrimento fetal, avaliação da
maturidade pulmonar e casos de infecção. (STRASINGER, 2009).
Dentre as técnicas de análises do líquido amniótico temos cultura de célula
,dosagens bioquímicas realizadas por espectofometria, fluorescência, e técnicas
moleculares. (MOORE, 2008).
60
Figura 26 – Ilustração do processo de Amniocentese.
Fonte: FARAH, 2009.
2.7Técnicas de análise
2.7.1Análise Macroscópica – Aspecto E Volume
De acordo com o aspecto do LA, este pôde ser classificado em: claro,
hemorrágico, meconial ou amarelado, com presença ou não de grumos. Quando os
grumos estavam presentes, estes foram ainda classificados em finos, médios ou grossos
(líquido opalescente). (NOMURA, 2001).
A avaliação da altura uterina (AU) é resultante da interação de múltiplas
variáveis, sendo fortemente correlacionada ao peso fetal e ao volume do líquido
amniótico, e que é frequente associada entre desvio do crescimento e alteração do volume
do líquido amniótico (VLA). O índice de líquido amniótico (ILA) é um marcador
ultrassonográfico de diversos processos patológicos fetais ou maternos, sua avaliação e
necessária, pois muitos casos de restrição do crescimento fetal (RCF) cursam com
61
oligoâmnio, e muitos casos de macrossomia fetal com polidrâmnio. Assim, a utilização
durante a assistência pré-natal de curvas de altura uterina em função da idade gestacional
para rastrear desvios de crescimento fetal pode contribuir, para rastrear desvios do
volume de líquido amniótico. (FREIRE, 2012).
O ILA, também denominada técnica de Phelan,é um método semi quantitativo
para avaliação do volume do líquido amniótico. A técnica baseia-se em anteparos
anatômicos para a medição do LA. Usando a cicatriz umbilical como ponto de referência,
o útero é transversalmente dividido em duas porções, superior e inferior. A linha negra é
então usada para nova divisão em porções esquerda e direita. Com o transdutor em
sentido perpendicular ao solo, mede-se o maior bolsão no sentido vertical em cada
quadrante e a soma dos valores dos quatro bolsões, em milímetros, é a medida do índice
do LA, o método bem padronizado demostrou ter boa reprodutibilidade. (DERTKIGIL,
2005; MOLINARI, 1998).
2.7.2 Análise Microscópica
A análise microscópica do líquido amniótico pode ser realizada pela técnica de
Citologia com Azul de Nilo ou índice cito-lipídico, para avaliação da maturidade fetal. A
técnica consiste na mistura de uma gota de líquido amniótico com uma gota de sulfato
Azul de Nilo a 0,1%. Realiza a homogeneização e leitura em microscópio ótico comum.
As células ricas em gorduras coram-se de laranja, sendo denominadas células orangiófilas
(células da maturidade). Até a 34ª semana observasse menos de 1% de células
orangiófilas ,entre 38 e 40 semanas de 10% a 50% e acima de 40 semanas acima de 50%.
Estas células são de origem descamativa, provenientes da epiderme fetal, sendo células
das uperfície queratinizada do epitélio, revestido de gordura das glândulas sebáceas,
avaliando a maturidade da pele fetal. O resultado é interpretado maturidade positiva
acima de 10%de células e maturidade negativa quando apresenta menos que 10%.
(NOMURA, 2001).
2.7.3 Análise Imunológica
Os testes imunológicos são realizados no soro materno, como meio de
rastreamento, nos casos positivos é indicativo para realização da análise do líquido
amniótico. O sorodiagnóstico consiste nos principais exames de rotina da grávida,
62
principalmente para se prevenir a toxoplasmose congênita e citomegalovírus. Diferentes
técnicas têm a propriedade de detectar esses anticorpos no sangue dos pacientes. Testes
como imuno- fluorescência, hemoaglutinação, entre outros. (CASTRO, 2001).
2.7.4 Hibridização in situ por fluorescência (FISH)
A técnica de FISH baseia se no produto da combinação da citogenética
tradicional com biologia molecular. A técnica permite que sequências de DNA sejam
detectadas em metásfases ou em núcleos interfásicos na própria lâmina, o DNA é
estudado diretamente no núcleo ou no cromossomo. Durante o processo a sonda marcada
com fluorescentee o DNA alvo são desnaturados (rompimento das pontes de hidrogênio)e
hibridizam (interpenetração onde a formação de uma outra geometria, novos orbitais).No
microscópio de fluorescência é possível visualizar as sequencias marcadas e hibridizadas.
A técnica permite o diagnostico prévio de cromossopatias, como trissomia 13, 18 e 21, e
cromossomos sexuais.(MALUF, 2011).
2.7.5PCR
Segundo Cristo (2005) o ensaio da PCR (reação em cadeia da polimerase)
consiste em um processo de síntese enzimática de copias de ácidos nucleicos, duplicação
das cadeias de DNA, de sequência especifica .É uma técnica utilizada em testes clínicos
para detecção de alterações genéticas ou infecções por diferentes agentes etiológicos.
Diversos estudos demonstram a capacidade da PCR em amplificar fragmentos específicos
de DNA a partir de fluidos corporais diferentes. E utilizada para detecção de
cromossopatias, encefalite toxoplásmica, toxoplasmose pulmonar e até toxoplasmose
congênita. Apresença do parasito é demonstrada através de seus componentes antigênicos
ou de segmentos de DNA, e a interpretação da quantificação dos alelos se dá por
software, onde picos gráficos representam os alelos.
Sequências cromossômicas repetidas e altamente polimórficas, que podem variar
de comprimento entre indivíduos, são amplificados pela PCRutilizando iniciadores
(primers) que são marcadores com fluorocromos. Os produtos da amplificação são
separados por eletroforese em capilar, e são visualizados e quantificados utilizando
programa software. Para cada sonda utilizada são produzidos picos. No feto normal,
heterozigoto são produzidos dois picos, com altura e área derazão 1:1 (dialélico normal).
63
Nos
casos
de
trissomia
(trissômicotrialélico)ou
dois
são
demonstrados
picos
na
razão
três
de
picos
2:1
na
razão
(trissomico
1:1:1
dialélico).
(KESSELER,2009).
Figura 27 – Eletroferograma de sonda D21S11 amplificada com dois tipos de
trissomia 21.
No 1° painel, um eletroferograma com um padrão trialélico; na proporção 1:1:1. No 2° painel, uma
trissomiado 21 com um padrão dialélico na proporção 2:1. No 3 ° painel um feto normal, heterozigoto na
proporção 1:1.
Fonte: CORDIOLI, 2007, p. 132
2.7.6Teste de Clements
Nomura (2001) descreve o teste de Clements avalia a maturidade pulmonar,
baseado na capacidade do sistema surfactante deformar bolhas estáveis na interface
arlíquido, na presença de etanol. As bolhas serão mais estáveis de acordo com a
quantidade de substâncias surfatantes presente na amostra, quanto maior a quantidade
maior estabilidade. A técnica utiliza-se de três tubos limpos de 8 a14 mm de diâmetro por
100 mm de altura, colocando-se em cada tubo as seguintes quantidades de LA: 1,0
ml,0,75 ml e 0,50 ml. Completou-se o volume para 1,0 ml com soro fisiológico. Em
seguida, adicionou-se 1ml de etanol a 95% em todos os tubos, sendo fechados e agitados
vigorosamente cada um destes tubos por 15 segundos, a leitura e realizada após um
64
período de 15minutos. O teste é considerado positivo á presença de anel completo de
bolhas; estáveis até o terceiro tubo; negativo quando a presença de bolhas, e intermediário
quando as bolhas não se completaram até o terceiro tubo. A presença de sangue ou
mecônio na amostra pode provocar resultados falso-positivos.
2.7.7CCL- Contagem de corposlamelares
Os corpos lamelares são reservatórios de fosfolipídios, componentes do
surfactante pulmonar, que são levados ao LA por meio do movimento respiratório fetal. O
teste de CCL avalia a maturidade pulmonar. Entretanto, a utilização da CCL no Brasil
ainda é pouco difundida e há poucas citações na literatura. A técnica consiste na contagem dos corpos lamelares em amostras de LA, 0,5 mL da amostra deve ser centrifugada,
sendo necessário para análise os sobrenadante, a leitura é realizada em contadores
hematológicos, com princípios da emissão pulsos elétricos, similares aos da contagem de
plaquetas em amostras de sangue total. Os resultados são interpretados como amostra
negativa para maturidade pulmonar fetal, aquela cuja contagem dos corpos lamelares foi
inferior a 30.000 partículas/μL, e amostra positiva aquela cujo resultado foi igual ou
superior a 30.000 partículas/μL. (GIL, 2010).
2.7.8Relação surfactante/albumina (TDxFLM)
Luz (2003) descreve o teste de relação surfactante/albumina e realizado para
avaliação da maturidade pulmonar. E um método quantitativocom alta sensibilidade e
especificidade. Nas amostras do líquido amniótico essa relação e analisada através
dapolarização fluorescente O teste e realizado seguindo oprotocolo de realização definido
nas instruções fornecidas pelo fabricante. E necessário1 ml de LA, que deve ser filtrado
antes de testado. A relação precisa entre a razão surfactante/albumina e a polarização da
fluorescência determinada é estabelecida gerando-se uma curva padrão. Os TDx/
TDxFLM II Calibradores de relação S/A conhecida são testados e a curva padrão
resultante é armazenada. Os resultados das amostras são calculados a partir da curva
armazenada. O resultado e interpretado como: imaturidade pulmonar: relação menor 39
mg/g ,maturidade pulmonar: relação maior 55 mg/g e fase de transição: entre 40 e 54
mg/g.
65
2.7.9 Bandeamento
A técnica de bandeamento produz uma diferenciação longitudinal nos
cromossomos, e possibilita uma caracterização mais detalhada do cariótipo, com
identificação individual dos cromossomos, distribuição de segmentos heterocromáticos e
uma melhor compreensão da estrutura cromossômica e detecção de alguns rearranjos
cromossômicos. (BERNAL, 2014).
O bandeamento-G e realizado por digestão dos cromossomos pela enzima
proteolítica tripsina, com subsequente coloração com Giemsa, essa técnica tornou
referência de bandeamento para a obtenção de cariótipos das mais variadas espécies. O
bandeamento-R, através da cromomicina A3, fluorocromocom afinidade para sequências
ricas em bases GC, produz padrões de bandeamento fluorescente específicos e reversos
aos obtidos através do bandeamento-G. O bandeamento-C produz uma coloração
específica da heterocromatina constitutiva , pois causa a perda de DNA nas regiões não
heterocromáticas, produzindo um contraste positivo das regiões heterocromáticas que se
localizam, principalmente, nas regiões centroméricas dos cromossomos.
Esse
bandeamento pode ajudar na organização de cariótipos, na medida em que, por vezes,
permite esclarecer determinadas dúvidas na identificação dos cromossomos. ( BATISTA,
2012).
2.7. 10 Ultrasonografia
A ultrassonografiaé o melhor método para a avaliação do líquido amniótico.
Vários métodos foram propostos para a sua medida sonográfica, entre eles, a análise
subjetiva, o índice de líquido amniótico (ILA) e a medida do bolsão mais profundo são os
mais utilizados. Por meio desses métodos, vários estudos foram realizados tentando
relacionar a medida do
líquido amniótico a avaliação bioquímica e molecular , com o prognóstico perinatal.
(COSTA, 2005).
66
Figura 28- Ultrasonografia com visualização da medida debolsão de liquido
amniótico em um quadrante.
Fonte: COSTA, 2005, p. 338
2.7.11 Biópsia de vilosidades coriônicas
A biopsia de vilosidades coriônicasé baseada na colheita e análise de amostra de
trofoblasto (vilocorial ou córionfrondoso), que representa a parte de origem fetal da
placenta; contrapondo-se a de origem materna, que é constituída pela decídua basal.
Essas células do córion frondoso (vilocorial) são derivadas do zigoto, refletindo portanto
a constituição genética e metabólica fetal. A biopsia de vilosidades pode ser realizada a
partir de 10 semanas, por meio da análise direta das metáfases espontâneas que existem
normalmente no trofoblasto, consegue estabelecer o cariótipo fetal em 36 a 48 horas. As
anormalidades cromossômicas (estudo citogenético), as deficiências enzimáticas (estudos
bioquímicos)e os estudos de DNA (biologia molecular), identificáveis por meio da
amniocentese, também podem ser diagnosticados pela biopsia, e com a mesma
confiabilidade. Pode ser realizada por via transabdominal ou via transcervical , porem a
transcervical apresenta aior risco de contaminação e só deve ser feita até 12 semanas de
gestação, e a transabidominal pode ser executada também em idades gestacionais mais
avançadas (segundo trimestre). (FONSECA, 1988).
67
2.3.12Dosagemde Alfafetoproteína
A alfafetoproteína é uma glicoproteína sintetizada pelo saco vitelino fetal no
início da gestação e posteriormente pelo trato gastrointestinal e pelo fígado. A sua
principal fonte é a urina fetal. Os valores de referência estão relacionados com as
metodologias e com os laboratórios. Embora sua função seja desconhecida, é a proteína
sérica mais importante do embrião, podendo diagnosticar diversas patologias, sendo que
alguns transtornos são associados com concentrações séricas maternas anormais de
alfafetoproteína. A dosagem de alfafetoproteina e realizada por enzima, por método de
imuno- ensaio, utiliza-se aproximadamente10ml de líquido amniótico em diluição em
tampão PBS albumina. (CAMPANA, 2001; MAESTRI, 1998).
2.3.13Cultura de Células
De acordo com Bydlowski (2009) a descoberta de células tronco no líquido
amniótico, iniciou um novo campo promissor na área das células-tronco. Estas células
têm potencial de se diferenciar em células dos três folhetos germinativos, com alta
capacidade de proliferação e diferenciação, como habilidade de reconstituição in vivo de
um determinado tecido, com isso geraram uma grande expectativa como fonte potencial
de células para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas. A confirmação da origem
fetal das células mesenquimais no líquido amniótico e cultivadas in vitro, foi realizada
por meio da tipagem molecular dos antígenos leucocitários humanos (HLA).Durante toda
a gestação ocorre a liberação de diferentes tipos celulares de origem ectodérmica,
mesodérmica e endodérmica dependendo principalmente da idade gestacional ou de
patologias
fetais.
Amniócitosmesenquimais
humanos
apresentam
potencial
de
diferenciação multi linhagem em fibroblastos, adipócitos e osteócitos, inclusive após
exposição a condições específicas de cultura.
Para a realização das culturas, são utilizados dois diferentes meios de cultura, o
meio Chang e Amniomax suplementado com soro fetal bovino e L-glutamina,5mL de
líquido amniótico, centrifugados em tubos cônicos de 15 mLa 1.000 rpm por um tempo
de 8 a 10 minutos. Após a centrifugação descarta-se o sobrenadante e o precipitado de
células deve ressuspendido em 5mL de meio de cultura Chang.s ou Amniomax, e o
conteúdo transferido para frascos T25. Os frascos devem ser incubados a 37°C e 5% de
68
CO2 durante 4 a 5 dias. Após este período realizar-se troca de meio de cultura. A
diferenciação e expansão são realizadas adicionando substancias através de dosagem
bioquímica de creatino fosfoquinase, tripsina, insulina, indomectacina, desidrogenase
lática, aldolase, entre outras.(CABRAL, 2008).
Figura 29 – Células-tronco não diferenciadas cultivadas em meio de cultura
Amniomax. (Característica fibroblastóide das células).
Fonte: CABRAL, 2008, p. 491
Figura 30 – Diferentes estágios do processo de cultura de células do líquido
amniótico.
Fonte: BATISTA, 2012, p. 8
69
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
O presente trabalho caracteriza-se no tipo de estudo descritivo, a pesquisa
descritiva tem por objetivo descrever as características de uma população, de um
fenômeno ou de uma experiência, estabelecendo relação entre as variáveis no objeto de
estudo analisado, essas variáveis relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que
podem se alterar mediante o processo realizado. A pesquisa descritiva proporciona uma
nova visão sobre a realidade já existente. (DUARTE, 2014).
O estudo com base em revisões de literaturas descreve a importância da análise
do líquido amniótico e as inúmeras patologias diagnosticadas com essa análise.
3.2 Local de estudo
O trabalho teve como base análises de pesquisas e estudos de casos realizados
em regiões brasileiras.
3.3 Aspectos Éticos
É bastante comum na área da saúde a consulta a dados secundários, e registros de
estudos de casos para a realização de pesquisas em sua totalidade como para a coleta de
dados
complementares
para
estudos
que
já
estão
em
desenvolvimento.
Independentemente do tipo de estudo, os aspectos éticos referentes ao uso desses dados
devem ser observados pelo pesquisador. Entre os aspectos éticos, no presente trabalho,
pode-se apresentar a confidencialidade dos dados, a descrição dos pacientes nos artigos
selecionados, e a avaliação dos direitos infantis. Os argumentos que são considerados pela
comunidade acadêmica para estes casos são o interesse público e a contribuição científica
que o estudo vai trazer, mas este assunto é tema de discussão e ainda precisa de um maior
esclarecimento . Todavia, com relação ao uso desses registros, não há impedimento legal
para a realização de pesquisas com utilização desses dados secundários.
3.4 Instrumento utilizado
70
As informações contidas no presente trabalho foram retiradas de9 livros de
caráter
clinico
e
científico,
e
28artigos
publicados
nas
bases
eletrônicas
SCIELO,BIREME e LILACS, através de uma revisão sistemática dessas literaturas.
Os descritores (palavras chaves) utilizados nas bases de pesquisas para artigos
foram: líquido amniótico, formação LA, alterações do líquido amniótico, diagnóstico
laboratorial do líquido amniótico, amniocentese, malformações congênitas, composição
química do líquido amniótico, desenvolvimento embrionário, maturidade fetal,
maturidade pulmonar, características do líquido amniótico e idade gestacional.
3.5 Delimitações de artigos
Os artigos foram selecionados com base em critérios de inclusão e exclusão.
Dentre os critérios de inclusão dos artigos apresentou prioridades estudos com temática
diretamente relacionada ao líquido amniótico, como:
•
Composição e formação do líquido amniótico,
•
Fases do desenvolvimento fetal
•
Maturidade Pulmonar
•
Malformações congênitas
•
Análise do líquido amniótico
•
Publicados no período de 1994 á 2015,
Como critérios de exclusão foram considerados:
•
Artigos publicados no período anterior ao ano de 1994,
•
Não apresentava patologias relacionadas com alterações detectáveis a análise do
líquido amniótico,
•
Estudos com temática diferente da abordada na pesquisa
Todos os artigos foram lidos para busca de informações sobre o assunto abordado
em uma pré- seleção, após o estudo completo do artigo os mesmos foram
incluídos ou excluídos.
3.6 Desenvolvimento do estudo
Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi realizada a leitura e estudo
individual do material adquiridos nas fontes de pesquisas, livros, artigos e tese. As
informações foram organizadas de acordo com o assunto abordado, para elaboração dos
71
fichamentos dos artigos selecionados, primeiro os que se referia a formação e composição
do líquido amniótico relacionadas ao desenvolvimento fetal, intermediário os estudos que
apresentava a técnica para obtenção da amostra, e por último os que apresentava
patologias e achados anormais no líquido amniótico relacionados a maturidade fetal e
pulmonar.
3.7 Resultados esperados
Os resultados esperados com a realização do estudo completo, foi maior
esclarecimento das patologias diagnosticadas após a análise do líquido amniótico, uma
sensibilização para que as gestantes que tenha a oportunidade de realizar a análise que a
realize, uma conscientização das vantagens que a análise do líquido amniótico
proporciona e entre essas vantagens o tratamento intra-uterino e diminuição de óbitos e
deficiências., uma vez que o maior objetivo da área da saúde e pesquisa e a busca pelo
tratamento.
72
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desde os anos 1970, houve uma aperfeiçoamento do diagnóstico pré-natal
(DPN), e um processo constante na área da saúde, porém, ainda com algumas
deficiências, a técnica de amniocentese , para análise do líquido amniótico se torna
essencialmente para rastreamento de patologias e controle do desenvolvimento fetal.
Detectar uma anomalia é necessariamente para organizara condição real da criança ao
nascer, sua expectativa de vida e a severidade dos sintomas. (LOWI, 2011).
A maturidade fetal consiste no pleno desenvolvimento dos diversos órgãos e
sistemas fetais que, no seu processo fisiológico normal, se completa entre 37 e 40
semanas de gestação. A maturidade do sistema respiratório fetal ocorre ao redor da 35ª
semana de gestação, quando as adaptações anatômicas e funcionais permitem ao recémnascido (RN) prematuro sobreviver ao ambiente extra-uterino. Existem algumas
condições clínicas que podem acelerara maturidade fetal , por exemplo a hipoxia fetal
crônica, e outras, como o diabete mellitos, associada a um atraso na maturação pulmonar,
a avaliação dessa maturidade pulmonar fetal, através da análise do líquido amniótico
(LA), pode ser realizada precocemente, principalmente naquelas, que a gestante apresente
alguma alteração, ou risco de uma gestação complicada, evitando-se assim, em algumas
situações, o parto prematuro, e desenvolvimento da patologia. (NOMURA, 2001).
O líquido amniótico apresenta-se rico em células escamadas que delimitam a
cavidade amniótica e também células provenientes do feto. A base morfológica da
citologia amniótica está estritamente relacionada ao feto, decorrendo da necessidade de
ser conhecido o desenvolvimento intra-uterino da pele, das mucosas respiratórias e
digestivas, das coberturas geniturinárias e dos demais elementos que tenham contato com
este líquido. Torna-se necessária ainda a investigação da fisiologia de cada epitélio, seus
ritmos de crescimento e maturação. (CAMPANA, 2003).
Segundo Bernal(2014)as técnicas de análise do líquido amniótico são amplas,
técnicas moleculares, bioquímicas, citológicas, associadas ao volume e características
obtidas pela ultrassonografia proporciona um diagnóstico preciso de possíveis patologias.
A técnica de amniocentese para obtenção da amostra de líquido amniótico, e realizada por
um profissional capacitado, e o risco apresentado e cerca de 1%, e a quantidade
necessária e mínima em relação aos demais exames. O estudo de patologias genéticas,
imaturidade pulmonar, deficiências de substancias, e desenvolvimento fetal incompleto
podem ser diagnósticos precisos com achados no líquido amniótico. O número de
73
distúrbios diagnosticáveis, a precisão e a eficácia da análise estão aumentando a medida
que novos métodos são criados, novas mutações caracterizadas e os mecanismos de
segregação de varias doenças genéticas são compreendidos. Atualmente a análise do
líquido amniótico se tornou a principal área de controle e monitoramento do
desenvolvimento fetal, para intervenção de possíveis patologias e realização de
tratamento.
74
5 CONSIDERAÇÕESFINAIS
A pesquisa e desenvolvimento das técnicas de terapias das diversas patologias e
anormalidade existentes faz parte do cotidiano social, principalmente dos profissionais da
área da saúde. O estudo realizado proporcionou um maior conhecimento sobre a análise
do líquido amniótico para rastreamento e tratamento de patologias existentes. Apesar de
não fazer parte da rotina dos exames de pré-natal, a análise do líquido amniótico
proporciona rastreamento de diferentes aspectos em apenas uma amostra, podendo ser
realizada
técnicas
de
pesquisas
para
alterações
genéticas,
metabólicas,
de
desenvolvimento e maturidade de órgãos e tecidos do feto.
O principal passo para um tratamento eficaz, e o diagnóstico precoce, e a análise
do líquido amniótico apresenta um diagnóstico precoce preciso, a partir do terceiro mês
de gestação, quando se inicia o período fetal e desenvolvimento dos órgãos, tecidos e
maturidade pulmonar. Todo processo de desenvolvimento do feto reflete na composição
do líquido amniótico, relacionado ao metabolismo fetal. Análise importante, mas pouco
utilizada, a população não possui conhecimento sobre a riqueza desta análise, e as
vantagem que proporciona. A realização deste estudo pode proporcionar um
esclarecimento sobre a técnica e a importância da amniocentese fazer parte dos exames
pré-natais do cotidiano da sociedade.
75
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79
ANEXOS
80
FICHAMENTOS DE ARTIGOS
Titulo do Artigo: DIAGNOSTICO PRÉ-NATAL: RETROSPECTIVA
Autores:Luz Mery Bernal, PhD; Greizy López, PhD
Fonte: LILACS
Ano de Publicação: 2014
Resumo: O Diagnóstico Pré-Natal (DPN) e um conjunto de técnicas destinado a
investigar a saúde fetal ainda no período de vida intrauterina. E dirigido principalmente a
casais com risco aumentado de gerar uma criança com uma anomalia genética ou
congênita. Seu objetivo fundamental pressupõe a identificação de anomalias
cromossômicas, malformações, doenças metabólicas mendelianas e outras alterações
circunstancialmente adquiridas durante a gestação e com repercussões sobre o feto. O
DPN tem sido usado como um método formal de diagnostico por mais de 45 anos,
passando por diferentes fases no seu desenvolvimento. Ahistoria do DPN esta relacionada
com a introdução e o aprimoramento de novas técnicas laboratoriais e diagnosticas. O
primeiro passo para o conhecimento do compartimento feto-placentário foi dado por
Bevis, em 1952, quando realizou uma amniocentese com fins propedêuticos: o estudo da
doença hemolítica fetal. Nos seguintes anos, vários pesquisadores demostraram que e
possível determinar o sexo fetal mediante o estudo da cromatina sexual em células de
líquido amniótico. O desenvolvimento das técnicas citogenéticaslevou a Fuchs e Philips
(10) a demonstrar a viabilidade de se cultivar células obtidas no LíquidoAmniotico (LA)
para posterior análisedo cariotipo fetal. Desse modo, obtiveram-se os primeiros cariótipos
fetais a partir de células de LA entre 1965 e 1967. Valenti e Nadler descreveram o
primeiro DPN de uma anomalia cromossômica: a trissomia do cromossomo 21. No
mesmo ano, diagnosticou-se uma anomalia por erro inato do metabolismo (galactosemia)
mediante a análisedo LA. Quatro anos depois, altas dosagens de alfa-fetoproteína (AFP)
no soro materno foram correlacionadas com o aumento da probabilidade de ocorrência de
erros no fechamento do tubo neural.
Palavras Chaves: anomalia congênita, anomalia cromossômica, diagnostico pré-natal,
retrospectiva, vida intrauterina..
Conclusão: O primeiro procedimento de coleta de células fetais para o estudo do
cariotipo foi a AT, realizada apos 15 semanas de gestação. Além de ser um procedimento
de baixo risco, proporciona suficiente material para a análisecitogenetica do feto e os
resultados obtidos apresentam alta sensibilidade e especificidade no diagnostico pré-natal.
81
Assim como em outros procedimentos de coleta de tecidos fetais, a ultrassonografia e
hoje uma ferramentaindispensável no DPN. Além de ser utilizada para orientar os
operadores antes, durante e apos o procedimento, a ultrassonografia e utilizada tanto no
diagnostico como no rastreamento de anomalias fetais.
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Titulo do Artigo:IMPORTÂNCIA DO ESTUDO GENÉTICO PRÉ-NATAL
Autores: Mariana Pedrosa Batista; Wanderson Lucas da Costa; Andréia Cristina Gomes;
Waldemar Naves do Amaral
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2012
Resumo: O desenvolvimento de técnicas, como o cariótipo e ensaios enzimáticos em
células fetais, a determinação de metabólitos no líquido amniótico e a ultrassonografia,
propiciaram o diagnóstico pré-natal de desordens genéticas. A investigação genética prénatal permite a detecção, ainda no útero, de doenças que, de outra forma, somente seriam
diagnosticadas após o nascimento. Diversas técnicas são utilizadas para avaliação do
estado fetal, algumas como a biópsia de viloscoriais, a amniocentese e a cordocentese.
Com desenvolvimento tecnológico, novas técnicas moleculares foram desenvolvidas
apresentando-se de forma mais refinada e de rápido resultado. A utilização dessas
técnicas é fundamental para o desenvolvimento fetal, podendo então indicar uma conduta
adequada para cada caso. Dessa forma, o conhecimento e a aplicação da genética clínica,
utilizando o aconselhamento genético, trazem a certeza de um bom acompanhamento prénatal necessário à assistência médica.
Palavras chaves: GenéticaCuidado pré-natal Diagnóstico
Conclusão:A anomalia fetal é um evento preocupante na vida das grávidas e da família.
O fato de esclarecer o diagnóstico ajuda os pais a lidarem com os sentimentos negativos e
com a sua própria ansiedade. Quando o casal é orientado sobre a patologia do seu bebê e
consegue compreendê-la melhor, todos os procedimentos médicos se tornam menos
ameaçadores.
O rastreamento da anomalia feito pela idade materna, o rastreamento bioquímico em
sangue materno e o rastreamento biofísico pela ultrassonografia trabalham com uma
sensibilidade que ultrapassa os 90%.
A coleta do material biológico para estudo genético é altamente eficiente e com baixos
níveis de complicações. O exame rápido através do FISH e/ou o exame tradicional através
do bandeamento, efetivam o diagnóstico cromossômico.
Dessa forma, o conhecimento e a aplicação da genética clínica, utilizando o
aconselhamento genético, wtrazem a certeza de um bom acompanhamento pré-natal
necessário à assistência médica.
83
84
Titulo do Artigo: AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR FETAL PELA
CONTAGEM DOS CORPOS LAMELARES NO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Autores: Beatriz Maykot Kuerten Gil;Eduardo de Souza; Carlos Alberto Justo da
Silva;Cláudia Pinto Figueiredo
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2010
Resumo: Realizar um estudo para comparar o teste de contagem de corpos lamelares
(CCL) no líquido amniótico com o teste da polarização fluorescente (PF) como parâmetro
diagnóstico para avaliação da maturidade pulmonar fetal. MÉTODO: estudo transversal,
analítico e controlado realizado com 60 gestantes atendidas no período de março de 2002
a dezembro de 2007. Foram colhidas amostras de líquido amniótico e realizados os testes
de CCL e PF (TDxFLM II), considerados de referência, e comparados à presença ou
ausência da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR). Foram estabelecidos valores
de corte para maturidade de 30 mil corpos lamelares/μL para o teste da CCL e 55 mg/g de
albumina para o PF. Foram avaliadas as características maternas e perinatais, a evolução
neonatal e o desempenho dos testes diagnósticos para predição da maturidade pulmonar
fetal. Na análise estatística, foram utilizadas medidas descritivas e calculados os valores
referentes à sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo dos testes,
considerando-se significativos valores de p≤0,05. RESULTADOS: a idade materna
variou entre 15 e 43 anos, com média de 26,6 anos. A idade gestacional variou entre 24,3
e 41,6 semanas, com média de 35,1 semanas. A Síndrome do Desconforto Respiratório
foi diagnosticada em 13,3% dos neonatos. As características perinatais, como peso, índice
de Apgar, incidência de SDR, foram comparadas aos resultados dos testes de CCL e PF,
sendo observada uma correspondência, estatisticamente significativa (p≤0,05), entre os
grupos de neonatos clinicamente classificados como imaturos e maduros em ambos os
testes. Os testes foram concordantes em 68,3% dos casos. Quando se comparou o teste da
PF com o teste da CCL, a sensibilidade foi de 100% para ambos, e a especificidade do
teste da CCL foi superior (73,1%), quando comparado com o teste de PF (51,9%). O
padrão-ouro para determinação da maturidade fetal é a ocorrência da SDR. O valor
preditivo positivo do teste da CCL foi superior (36,4%) quando comparado ao teste da PF
(24,2%) (p<0,05), sendo que o valor preditivo negativo foi de 100% para ambos os testes.
Palavras chaves:Maturidade dos órgãos fetais, Líquido amniótico, Surfactantes
pulmonares, Técnicas de diagnóstico e procedimentos, Síndrome do desconforto
85
respiratório do recém-nascidoKeywords
Conclusão: Este estudo demonstrou que o teste da CCL apresenta 100% de sensibilidade
e especificidade superior ao teste de referência (PF). Além disso, a CCL é considerada um
teste rápido, acessível, barato e factível em nossa realidade, podendo ser utilizado como
teste confiável na predição da maturidade pulmonar fetal.
86
Titulo do Artigo:A ALTURA UTERINA É CAPAZ DE DIAGNOSTICAR OS
DESVIOS DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO?
Autores: Djacyr Magna Cabral Freire; José Guilherme Cecatti; Cláudio Sérgio Medeiros
Paiva
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2012
Resumo:Avaliar o desempenho de uma curva de altura uterina (AU) quanto à capacidade
de rastrear desvios do volume de líquido amniótico, utilizando uma curva brasileira de
índice de líquido amniótico (ILA) como padrão-ouro. MÉTODOS: O presente estudo
representa um corte transversal no qual foram incluídas 753 gestantes em
acompanhamento pré-natal na rede pública de João Pessoa (PB) no período de março a
outubro de 2006 e que tiveram um exame de ultrassonografia (US) de rotina agendado
para depois da 26ª semana de idade gestacional. Foram excluídos os casos com
diagnóstico de gestação gemelar, óbito fetal intrauterino e malformações fetais maiores.
Além de informações sociodemográficas, foram coletados também os valores da AU
medida de forma padronizada, os valores do peso fetal estimado, do ILA e a idade
gestacional pelo exame de US. A capacidade da curva de AU em predizer os desvios do
volume de líquido amniótico foi avaliada tendo uma curva brasileira de ILA em função da
idade gestacional como padrão-ouro. Para isso, foram estimados a sensibilidade,
especificidade e valores preditivos positivo e negativo para diferentes pontos de corte.
RESULTADOS: A medida da AU identificou 10,5% das mulheres como AU baixa e
possivelmente associada ao oligoâmnio, e 25,2% como AU alta e possivelmente
associada ao polidrâmnio. Utilizando uma curva brasileira de referência para ILA, a AU
foi capaz de predizer pobremente a ocorrência de oligoâmnio (sensibilidade variando
entre 37 a 28%) e de forma razoável a ocorrência de polidrâmnio (sensibilidade variando
entre 88 a 69%).
Palavra
chaves:
Útero/crescimento
&
desenvolvimento,
Líquido
amniótico,
Oligodrâmnio,
Polihidrâmnios , Saúde materno-infantil
Conclusão: A medida da altura uterina mostrou um desempenho ruim para predizer
oligoâmnio e um desempenho razoável para predizer polidrâmnio. Sua utilização para
essa finalidade só se justifica, portanto, em situações nas quais o exame ultrassonográfico
não esteja fácil e rotineiramente disponível, a fim de ajudar na priorização dos casos que
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deveriam ter esse exame realizado.
88
Titulo do Artigo: ANÁLISE DOS RESULTADOS MATERNOS E FETAIS DOS
PROCEDIMENTOS
INVASIVOS
GENÉTICOS
FETAIS:
UM
ESTUDO
EXPLORATÓRIO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Autores: Mario Kohatsu, Mário Henrique Burlacchini de Carvalho, RossanaPulcineli
Vieira Francisco, Antônio Gomes de Amorim Filho, Marcelo Zugaib
Fonte: LILACS
Ano de Publicação: 2012
Resumo:Caracterizar as indicações das gestantes que procuraram o serviço de Medicina
Fetal do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
para realização de procedimentos invasivos diagnósticos e avaliar os resultados dos
cariotipos fetais e de suas gestações. Métodos: Estudo observacional retrospectivo das
gestantes que realizaram biopsia de vilocorial (BVC), amniocentese e cordocentese no
periodo de fevereiro de 2005 a dezembro de 2009. Nao foram incluidos outros
procedimentos diagnosticos ou procedimentos terapeuticos. O resultado da gestacao foi
obtido atraves de consulta de prontuarioeletronico e/ou fisico e/ou contato telefonico.
Resultados: Foram realizados 713 procedimentos (113 BVC, 340 amniocenteses e 260
cordocenteses). A principal indicacao para a realizacao dos procedimentos invasivos foi a
presença de alteracoes estruturais nos fetos, seguido por valores aumentados da
translucêncianucal e pela idade materna avancada. O cariotipo fetal esteve alterado em
186 casos (26,1%). A trissomia do cromossomo 18 foi a aneuploidia mais comum,
seguida pela trissomiado 21, a monossomia do X e a trissomia do cromossomo 13.
Ocorreram 4,9% de abortamento, 25,7% de natimortos e 13% de neomortos. Oito
gestantes optaram pela interrupção judicial, e 99% das gestantes cujos fetos não
apresentavam malformação e que apresentavam cariotipo fetal normal tiveram nativivos.
Palavras chaves:Cariotipo; amostra de vilosidade coriônica; sangue fetal; feto.
Conclusão:A obtenção do cariotipo fetal e um importante examediagnostico que deveria
ser oferecido a todas apos aconselhamento genético e o teste de rastreamento. O
procedimento invasivo apresenta risco de perda da gestacao; entretanto, o presente estudo
demonstra que a maioria das perdas fetais esteve relacionada com a condição fetal
subjacente (malformações fetais e aneuploidias). Apenas um caso evoluiu com obito
intrauterino sem malformação fetal ou cariótipo anormal. O Hospital Universitario ainda
tem as malformacoes como a principal indicacao para pesquisa do cariotipo fetal e os
casos sao encaminhados em idade gestacional avançada, o que deve ser responsável pelo
89
numero elevado de cordocenteses (36,4%) para avaliação do cariótipo fetal.
Titulo do Artigo: LÍQUIDO AMNIÓTICO, ATIVIDADE FÍSICA E IMERSÃO EM
ÁGUA NA GESTAÇÃO
Autores: Márcia San Juan Dertkigil; José Guilherme Cecatti; Sérgio Ricardo Cavalcante;
Érica Passos Baciuk; Ana Lurdes A Bernardo
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2005
Resumo: O objetivo desta revisão foi avaliar a inter-relação entre volume do líquido
amniótico, atividade física e imersão em água na gestação. Utilizando diferentes
combinações desses termos, foram consultadas as bases de dados do MedLine e do
Scielo, no período de 1980 a 2005 para a identificação de artigos relevantes ao assunto. O
líquido amniótico é fundamental no desenvolvimento dos sistemas músculo-esquelético,
gastrointestinal e respiratório fetal. Sua avaliação no passado era imprecisa, mas com o
advento da ultra-sonografia, tornou-se fácil e não invasiva. Surgiram técnicas para a
aferição do seu volume e curvas de normalidade. Mais recentemente, têm-se tentado
diversas técnicas para a correção do seu volume, na tentativa de diminuir a morbidade
associada. Um método não invasivo muito utilizado no Brasil é a hiperhidratação
materna. Outros autores sugerem medidas como a imersão estática ou com atividade
física em água, muito na moda nos dias de hoje. Ainda são poucos os estudos relativos à
prática da atividade física na água para gestantes e seus benefícios maternos, fetais e
perinatais. A presente revisão visa aprofundar os conhecimentos acerca dos exercícios
aeróbicos sob imersão de gestantes em água, no que diz respeito ao volume de líquido
amniótico e bem-estar fetal durante a gestação.
Palavras chaves: Gravidez, Líquido amniótico, Atividade física, Imersão
Conclusão: Caso tal prática demonstre aumentar significativamente o volume de LA,
sem prejuízo fetal, poderá talvez ser utilizada como uma técnica não-invasiva de aumento
do volume de LA, quando alguma situação clínica obstétrica assim necessitar. Estudos
sobre as possíveis aplicabilidades clínicas dos achados da imersão sobre o líquido
amniótico podem ser fundamentais, por exemplo, no tratamento de gestantes hipertensas
crônicas, com pré-eclâmpsia ou com rotura prematura de membranas.
90
Titulo do Artigo: A INFLUÊNCIA DA IDADE GESTACIONAL NA ACURÁCIA DA
REAÇÃO
EM
CADEIA
DA
POLIMERASE
(PCR)
NA
DETECÇÃO
DO
CITOMEGALOVÍRUS NO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Autores: Eduardo Cordioli, Antonio Fernandes Moron, Thelma Suely Okay, Luiz
Claudio da Silva Bussamra, Fernando Moreira de Andrade
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2007
Resumo: Avaliar a eficácia da reação em cadeia da polimerase no líquido amniótico para
detecção do citomegalovírus fetal e se esta foi influenciada pela idade gestacional em que
foi realizada. Métodos:Foram analisados os prontuários de 65 pacientes encaminhadas a
um serviço de referência em medicina fetal da cidade de São Paulo, num período de oito
anos, de 1997 a 2004, por identificação da IgM positiva no soro materno para
citomegalovírus ou por sinais ultra-sonográficos fetais sugestivos de tal infecção. A
amniocentese foi realizada para determinação da PCR específica para detecção do DNA
viral. Os resultados deste exame e do acompanhamento ultra-sonográfico foram
confrontados com o resultado perinatal imediato, sendo a cultura de vírus da urina dos
recém-nascidos realizada em fibroblastos humanos, o padrão-ouro para o diagnóstico da
infecção congênita. Resultados:Sem restrição para idade gestacional da realização da
punção, foi obtida sensibilidade de 30,8%, especificidade de 100%, valor preditivo
positivo de 100,0%, valor preditivo negativo de 68,4%. Houve diferença com
significância estatística entre os grupos com resultado negativo (mediana de 16 semanas)
versus positivo (mediana de 18 semanas), valor de p = 0,016. Se fossem considerados os
exames realizados a partir da 21ª semana de gestação, o exame apresentaria a seguinte
performance: sensibilidade de 87,5%, especificidade de 100%, VPP de 100%,VPN de
75%.
Palavras chaves:Citomegalovírus; Amniocentese; Infecção; Complicações na gravidez;
Reação em cadeia da polimerase
Conclusão: O exame da PCR no LA tem eficácia influenciada pela idade gestacional da
realização da punção, devendo ser oferecido somente após 21 semanas de gestação.
91
Titulo do Artigo: ASSOCIAÇÃO ENTRE PERFIL GLICÊMICO MATERNO E O
ÍNDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO EM GESTAÇÕES COMPLICADAS PELO
DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL
Autores: Carlos Alberto Maganha, Roseli Mieko Yamamoto Nomura, Marcelo Zugaib
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2009
Resumo: Estudar a relação entre o volume de líquido amniótico e o perfil glicêmico em
gestantes com Diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 acompanhadas em ambulatório
especializado e Multidisciplinar. Métodos. Este estudo observacional foi realizado entre
janeiro de 2001 e dezembro de 2004. Os Critérios de inclusão adotados foram: gestação
única, diagnóstico de Diabetes mellitus prégestacional, Início do pré-natal antes da 26ª
semana, ausência de anomalias fetais. Foram excluídos os casos em que o recém-nascido
apresentou-se pequeno para a idade gestacional. O índice de líquido Amniótico (ILA) foi
avaliado semanalmente a partir da 27ª semana de gestação até o parto e comparado com o
perfil glicêmico da semana precedente ao exame ultrassonográfico. O perfil Glicêmico foi
analisado pela média glicêmica. A correlação entre o perfil glicêmico e ILA foi analisada
pelo índice de Spearman.
Resultados. Foram estudadas 60 gestantes, perfazendo um total de 659 correlações entre o
ILA e o perfil glicêmico. Em nenhuma idade gestacional estudada houve correlação entre
o ILA e o perfil glicêmico. No grupo com ILA ≤18 cm a média glicêmica foi de 103,7
mg/dl (13,69) e no grupo Com ILA > 18 cm a média glicêmica foi de 103,67 mg/dl
(DP=11,46), não apresentando diferença significativa.
Palavras chaves:Diabetes mellitus, Gravidez, Líquido amniótico, Glicemia.
Conclusão: Com a crescente utilização da ultrassonografia obstétrica, acredita-se que a
avaliação do volume de líquido amniótico, por qualquer técnica empregada, possa
pretender tornar-se prática auxiliar no controle metabólico da gestante. Entretanto, neste
estudo, as gestantes diabéticas pré-gestacionais seguidas em ambulatório especializado
com controle glicêmico rigoroso não reproduziram o modelo teórico da relação entre a
glicemia materna e a avaliação ultrassonográfica. Dessa forma, o presente estudo não
encontrou correlação entre o ILA e o perfil glicêmico avaliado na semana anterior à
realização do exame ultrassonográfico em gestantes diabéticas pré-gestacionais em
tratamento.
92
93
Titulo do Artigo: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Autores: Sabrina Gonçalves Campana;Juliana Helena Chávez; Patrícia Haas
Fonte: LILACS
Ano de Publicação: 2003
Resumo: O presente trabalho tem como objetivos a definição e a fisiologia do líquido
amniótico, ressaltando aspectos citológicos e principais técnicas para diagnóstico
laboratorial das patologias mais freqüentes. A metodologia utilizada foi a revisão
bibliográfica atualizada relacionando os aspectos citológicos com a idade gestacional e
técnicas laboratoriais para diagnóstico das principais patologias em que são observadas
alterações do líquido amniótico, concluindo-se que este é um importante componente do
ambiente intra-uterino. Sua produção e absorção dependem de uma série de mecanismos
interdependentes entre o feto, a placenta, as membranas e o organismo materno.
Atualmente este fluido pode fornecer inúmeras informações sobre a saúde fetal,
realizando-se diversas técnicas, entre elas a amniocentese e a dosagem de
alfafetoproteína, que pode detectar defeitos do tubo neural e trissomia do cromossomo 21.
A análise do líquido amniótico reforça a importância da realização adequada de um prénatal, sendo importante relacionar os resultados laboratoriais com a clínica.
Palavras chaves: Líquido amniótico, Diagnóstico, Citologia
Conclusão: Com base nos aspectos expostos anteriormente conclui-se que o líquido
amniótico é um importante componente do ambiente intra-uterino. Sua produção e sua
absorção dependem de uma série de mecanismos interdependentes entre o feto, a
placenta, as membranas e o organismo materno. Atualmente este fluido pode fornecer
inúmeras informações sobre a saúde fetal utilizando como ferramentas as diversas
técnicas já descritas. A análise do líquido amniótico reforça a importância da realização
adequada de um pré-natal, sendo importante ressaltar que todos os resultados laboratoriais
devem ser relacionados com a clínica.
94
Titulo do Artigo (Tese): APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO DE
PADRÕES PARA A INVESTIGAÇÃO DE SÍNDROME DE DOWN
NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ
Autores: LeocirBettiollo Junior
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2009
Resumo: Nos dias de hoje é muito comum mulheres terem filhos com idade mais
avançada e, este fato, pode fazer com que ocorra um número muito superior de crianças
com doenças
genéticas cromossômicas. Muitas mulheres, já grávidas, procuram acompanhamento
genético para tentar prever certas doenças. Porém, alguns diagnósticos, como o da
Síndrome de Down (SD), só são totalmente confirmados através de métodos invasivos, ou
seja, através de punções que podem gerar abortos espontâneos. Existem métodos nãoinvasivos, como é o caso da avaliação bioquímica de risco fetal (ABRF), que faz um
rastreamento de risco. Este método utiliza alguns índices de proteínas retiradas com um
simples exame de sangue materno, para calcular se o risco do feto ter a doença é superior
ou inferior ao risco de aborto, provocado por um exame invasivo. O presente trabalho tem
por objetivo aplicar as técnicas de Redes Neurais Artificiais (RNAs) e de Regressão
Logística (RL), buscando verificar se são capazes de classificar corretamente os padrões
apresentados pela ABRF. Para tanto, foram coletados dados (padrões) de 450 mulheres
que estiveram grávidas, das quais 120 (resposta “1”) tiveram filhos com a SD e 330
tiveram filhos sem a SD (resposta “0”). Cada um destes padrões ficou constituído por
quatro atributos: dosagem conjunta da fração ß livre do hormônio gonadotrofina coriônica
humana (HCG); Proteína Plasmática Associada à gravidez A (PAPP-A); Idade Materna
(IM) e TransluscênciaNucal (TN). Para a aplicação das duas técnicas mencionadas
(RNAs e RL), foram gerados dois conjuntos de dados (padrões), um conjunto para
treinamento destas técnicas com 300 padrões (73 com resposta “1” e 227 com resposta
“0”) e um conjunto para testes com as mesmas, com 150 padrões (47 com resposta “1” e
103 com resposta “0”). Foram utilizadas duas abordagens para a técnica de RNAs, sendo
uma, a construção de uma rede através da programação em VISUAL BASIC e a outra,
com a utilização do software STATGRAPHICS. Já para o processo de RL, foi utilizado o
software STATGRAPHICS.
Palavras chaves: Sindrome Dow, alteração genética,diagnostico
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Conclusão: Com base nos resultados gerados pelas técnicas apresentadas e testadas no
presente trabalho, RNAs e RL, pode-se afirmar que as duas foram muito eficientes na
classificação de padrões ligados ao risco de um feto ter SD. Este risco foi medido com
base na avaliação bioquímica de risco fetal (ABRF) no decorrer do primeiro trimestre de
gravidez, alcançando o objetivo principal deste trabalho. Com os novos estudos na área
de genética, em algum tempo existirão outras informações que poderão ser relacionadas
às existentes, melhorando ainda mais o diagnóstico da SD.
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Titulo do Artigo: FETO PORTADOR DE SÍNDROME DE TURNER E TETRALOGIA
DE FALLOT ASSOCIADAS À ELEVAÇÃO DE ALFAFETOPROTEÍNA MATERNA.
Autores: Eduardo Vieira Neto, Jaime Liberman, Armando A. Fonseca
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 1998
Resumo: A síndrome de Turner fetal e suas complicações, a hidropisia e o higroma
cístico, podem produzir alteração dos marcadores bioquímicos de soro materno
inicialmente utilizados no rastreamento de síndrome de Down e de defeitos de tubo neural
(DTN). Os autores relatam o caso de uma gestante de 37 anos, que foi rastreada para
síndrome de Down e DTN no início do 2º trimestre. Foi constatado aumento da
alfafetoproteína de soro materno (MSAFP) e o rastreamento foi considerado positivo para
DTN. Foi realizado exame ultra-sonográfico tridimensional, que não demonstrou
nenhuma anormalidade fetal ou placentária,
caracterizando o caso como elevação idiopática de MSAFP. No 3º trimestre, a gravidez
evoluiu com acentuada oligoidrâmnia e alteração do fluxo uteroplacentário, obrigando à
instituição de terapia com corticosteróides e parto cesáreo na 34ª semana gestacional. O
concepto do sexo feminino foi encaminhado à UTI neonatal, onde foram diagnosticadas
tetralogia de Fallot e síndrome de Turner. Esse caso incentivou os autores a rever a
literatura sobre marcadores bioquímicos de soro materno na síndrome de Turner e nas
malformações
cardíacas congênitas. Ao final, propõe-se um protocolo para elevação idiopática de
MSAFP.
Palavras chaves:Síndrome de Turner, Alfafetoproteína. Tetralogia de Fallot,
Malformações
fetais.
Conclusão: Diante do que discutimos acima, propomos a seguinte conduta em caso de
elevação idiopática de MSAFP, isto é, com ausência de sinais ultra-sonográficos de
defeitos de tubo neural ou de fechamento de parede abdominal anterior: amniocentese
para avaliação
de cariótipo fetal, podendo também ser solicitada dosagem de AFP e acetilcolinesterase
no líquido amniótico, caso haja dúvidas quanto à qualidade do equipamento ou da equipe
envolvida no estudo ultra-sonográfico. Os estudos ultra-sonográficos deverão ser
repetidos regularmente para seguimento do crescimento fetal e do volume de líquido
97
amniótico. Também estão indicados dopplerfluxometria e avaliação de perfil biofísico
fetal. No entanto, não está justificado o acréscimo de ecocardiografia fetal de rotina, pois
não há uma clara associação entre malformações cardíacas congênitas e aumento de
MSAFP.
98
Titulo do Artigo: O ESTATUTO DO EMBRIÃO HUMANO: ALGUMAS
CONSIDERAÇÕESBIOÉTICAS
Autores: Natália Oliva Teles
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2004
Resumo: Este artigo foca algumas definições úteis e práticas de termos relacionados com
o estatuto do embrião humano, tais como “embrião”, “início da vida” e “pessoa”. Este
estatuto do embrião humano é abordado sob diversos enquadramentos, incluindo
biológicos e filosóficos, contemplando também as posições da Igreja Católica e os
problemas actuais em bioética emergentes do contínuo avanço da tecnologia. Algumas
das questões levantadas neste artigo são: Será o estatuto do embrião “in vivo” e “in vitro”
diferente? Haverá alguma escala de respeito relacionada com a idadedo embrião?
Palavras chaves: estatuto; embrião humano; início da vida.
Conclusão:Pode dizer-se que a discussão de todos os enquadramentos possíveis do
embrião humano é, porventura, uma tarefa infindável, devido à grande diversidade de
opiniões sobre o assunto em apreço. Por este motivo, é importante para a sociedade que,
em termos científicos, se constituam equipas pluridisciplinares, pois só então se poder
garantir, pela reflexão, evolução e multiplicidade de opiniões, o respeito de todos nós por
todos os outros, ainda que não concordemos totalmente com eles. Deste modo, ainda que
na maior parte dos
casos não seja fácil obter consensos imediatos ou abrangentes, podemos ter mais
esperança de que as novas gerações se tornem mais humanizadas e felizes.
99
Titulo do Artigo:AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL EM GESTAÇÕES DE
ALTO RISCO: ANÁLISE DOS RESULTADOS DE ACORDO COM A IDADE
GESTACIONAL
Autores: R.M.Y. Nomura*, S. Miyadahira, R.P.V. Francisco, D. Okatani, M. Zugaib
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2001
Resumo: A maturidade fetal consiste no pleno desenvolvimento dos diversos órgãos e
sistemas fetais que, no seu processo fisiológico normal, se completa entre 37 e 40
semanas de gestação. A maturidade do sistema respiratório fetal ocorre ao redor da 35ª
semana de gestação, quando as adaptações anatômicas e funcionais permitem ao recémnascido (RN) prematuro sobreviver ao ambiente extra-uterino. É conhecido que algumas
condições clínicas aceleram a maturidade fetal (por exemplo a hipoxia fetal crônica),
enquanto que outras, como o diabete melito, estão associadas a um atraso na maturação
pulmonar. A avaliação da maturidade pulmonar fetal, através da análise do líquido
amniótico (LA), pode ser realizada antes da resolução da gestação, principalmente
naquelas pré-termo, evitando-se assim, em algumas situações, o parto prematuro
iatrogênico. Entre as múltiplas complicações da prematuridade, a imaturidade pulmonar,
relacionada à produção inadequada de surfactante, constitui a de maior gravidade,
comprometendo, muitas vezes, a sobrevida do concepto. O diagnóstico de maturidade
pulmonar fetal através da análise do líquido amniótico apresenta incidência variável de
acordo com a idade gestacional em que a amostra é coletada. É importante também a
avaliação das doenças maternas e das intercorrências
obstétricas associadas. Os objetivos deste estudo foram avaliar os resultados da pesquisa
de maturidade fetal, em gestações de alto risco, através da análise de líquido amniótico
obtido por amniocentese, analisando o comportamento destes resultados de acordo com a
idade gestacional na data da punção.
Palavras chaves: Maturidade fetal, Amniocentese, Líquido amniótico.
Conclusão: Este estudo nos permite concluir que, nas situações pertinentes onde a
resolução
da gestação é importante para a melhora do quadro materno ou fetal, a amniocentese para
coleta de líquido amniótico tem o seu valor, uma vez que a constatação da maturidade
fetal tranqüiliza a mãe e o obstetra quanto à realização do parto prematuro terapêutico. A
realização de amniocentese em gestações inferiores a 29 semanas deve sempre ser
100
discutida, pois, na nossa casuística, os exames realizados nesta faixa não foram capazes
de diagnosticar maturidade fetal. Quando a maturidade fetal está presente na análise do
líquido amniótico, ocorre uma menor necessidade de intubação do RN imediatamente
após o parto, e
uma menor necessidade de internação dos mesmos em UTI neonatal.
101
Titulo do Artigo: ESTUDO DA HISTÓRIA NATURAL DA HIPERTROFIA
MIOCÁRDICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM HIPERINSULINISMO EM FILHOS DE
MÃES DIABÉTICAS
Autores: Paulo Zielinsky; Martha H. Leal da Costa;Leandro Turra Oliveira; Fernanda
Paiva Bonow; Nilza Iracema Telles da Silva; Lauro Luís Hagemann
Fonte: LILACS
Ano de Publicação: 1997
Resumo:A hipertrofia miocárdica é definida como a forma de miocardiopatia encontrada
em recém-nascidos de mães com diabetes, cujo defeito primário é a hipertrofia idiopática
do septo interventricular (SIV) 1. Este espessamento do SIV em filhos de mães diabéticas
tem sido bem documentado 1-7, inclusive em estudos intra-útero8, sendo sua prevalência
de 10-35% desses recém-nascidos. Na fisiopatogenia deste processo, o hiperinsulinismo
fetal assume papel fundamental 6,10. A principal função da insulina fetal parece ser o
crescimento do feto 11,12 e, devido à influência da elevada glicose materna que,
atravessando a
placenta por difusão provoca hiperglicemia fetal, existe um estímulo às ilhotas
pancreáticas para aumentar a produção de insulina 13. Os recém-nascidos de mães
diabéticas têm maior número de receptores para insulina nos monócitos do sangue do
cordão e aumento da afinidade da insulina aos tecidos, o que parece ser responsável pelo
desenvolvimento exagerado em relação ao observado em fetos normais 14. Assim sendo,
a principal alteração de filhos de mães diabéticas é a macrossomia, que ocorre em 20 a
40% das gestações diabéticas de classes A, B, e C 15 e que está relacionada ao
hiperinsulinismo fetal em resposta à hiperglicemia materna 16
Palavras chaves: feto, hipertrofia miocárdica, hiperinsulinismo, diabetes mellitus
Conclusão: Neste estudo pudemos documentar a presença de regressão da espessura do
SIV em lactentes com hipertrofia miocárdica diagnosticada no período pré-natal e cujas
mães apresentavam diabetes com o fator complicando a gestação e a associação de
hipertrofia miocárdica e níveis de insulina, evidenciada na evolução pós-natal, até um
mês de idade. A melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na gestação diabética e
seus efeitos sobre o feto, facilitada pelas melhores condições atuais de acesso ao ambiente
fetal, contribuem para a obtenção de novos conhecimentos e, conseqüentemente, para
uma atenção pré-natal mais completa.
102
103
Titulo do Artigo: ALFAFETOPROTEÍNA: VALORES NORMAIS NO LÍQUIDO
AMNIÓTICO ENTRE 14 E 21 SEMANAS
Autores: D. Maestri, M.T.V. Sanseverino, N. Cheinquer, M.C.M. Correa, R.G. Kessler,
J.A. De Azevedo Magalhães
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 1998
Resumo: A alfafetoproteína (AFP) é uma glicoproteína depeso molecular de
aproximadamente 69.000 daltons. É sintetizada pelo saco gestacional (vesícula vitelínica),
trato gastrointestinal e principalmente pelo fígado fetal1. Pequenas quantidades podem
ser produzidas pelos rins e placenta. Os níveis plasmáticos fetais atingem o pico entre 1013 semanas de gestação (atingindo em torno de 2.480 KUI/ml), declinam
exponencialmente entre 14 e 32 semanas e ainda mais acentuadamente até o termo. A
queda na concentração plasmática fetal da AFP pode ser atribuída ao aumento do volume
sangüíneo fetal e à diminuição de sua síntese. A AFP passa para o líquido amniótico
através da urina fetal. Sua concentração máxima no líquido amniótico é atingida entre 12
e 14 semanas de gestação, diminuindo em torno de 13% a cada semana durante o segundo
trimestre e sendo praticamente indetectável ao termo. A presença de sangue fetal, mesmo
em pequena quantidade, eleva os níveis no líquido amniótico fornecendo resultados
espúrios. Diversos estudos têm contribuído para o estabelecimento dos níveis normais de
AFP no líquido
amniótico. Com a realização mais precoce de amniocentese para diagnóstico citogenético,
estudos têm procurado estabelecer o comportamento normal da AFP no líquido amniótico
desde oito semanas de gestação.
Palavras chaves: Alfafetoproteína,Líquido Amniótico, Defeitos de tubo neural.
Diagnóstico pré-natal
Conclusão: O estabelecimento de uma curva normal de AFP em nosso serviço permite a
utilização deste exame para pacientes em risco de defeitos de fechamento do tubo neural.
Permite também que amostras de líquido amniótico coletadas originalmente para outros
testes, como análise citogenética ou metabólica, tenham seus valores de AFP
determinados, de maneira a identificar fetos com níveis elevados de AFP que necessitarão
de estudos ultra sonográficos mais detalhados pela possibilidade de defeitos
morfológicos.
104
105
Titulo do Artigo: ÍNDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO: VARIABILIDADE INTER E
INTRA-OBSERVADOR
Autores: Marcelo Braga Molinari, Francisco Mauad Filho, José Eduardo Chúfalo
Adilson Cunha Ferreira, Paulo Ricardo Pagnano, Manoel Britto Bürgos, Rogério Braga
Molinari
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 1998
Resumo: Demonstrar a variação interobservador da medida ultra-sonográfica do índice
de
líquido amniótico (ILA) e da medida da área dos bolsões, bem como realizar uma
comparação entre estes dois parâmetros. Além disto, procurou-se estabelecer a variação
intra-observador existente na medição deste índice. Métodos: foram estudados os valores
do ILA, como descrito por Phelanet al.18 , de um grupo de oitenta gestantes, consideradas
clinicamente normais, atendidas na Escola de Ultrasonografia e Reciclagem Médica
Ribeirão Preto e no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP - USP). Todas as gestantes
apresentavam idade gestacional acima de 24 semanas. Deste grupo, cinqüenta pacientes
submeteram-se à avaliação do ILA por cinco ultra-sonografistas diferentes, com o uso do
mesmo equipamento e no mesmo período de tempo, procurando-se estabelecer a variação
interobservador deste índice. Além disto, foi realizada a medida planimétrica da área por
parte de dois destes cinco ultra-sonografistas escolhidos aleatoriamente, na tentativa de
verificar a variação interobservador na medida da área. Outro grupo composto por trinta
gestantes foi avaliado por um mesmo observador ultra-sonografista na tentativa de se
realizar a avaliação da variação intra-observador na medição do ILA. Resultados:
observamos uma variação interobservador significante na medição do ILA e significante
na medição da área. Não obstante, a variação intra-observador na medida do ILA foi
considerada não-significante. Houve uma correlação entre as medidas do ILA e da área.
Palavras
chaves:
Líquido
amniótico;
Ultra-sonografia.
Feto:
crescimento
e
desenvolvimento
Conclusão: Conclui-se que, apesar de se poder utilizar tanto o método do ILA como da
área, é de preferência que seja utilizado o primeiro por se tratar de método mais prático e
rápido, além de apresentar baixa dispersão nos seus valores. Em face disso, procuramos
contribuir com os estudos do LA, valorizando a aplicação do método ILA descrito por
106
Phelanet al.18 na prática obstétrica diária.
Titulo do Artigo: VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO ASSOCIADO ÀS
ANOMALIAS FETAIS DIAGNOSTICADAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA
DO NORDESTE BRASILEIRO
Autores:Carlos Noronha Neto;Alex Sandro Rolland Souza; Olímpio Barbosa Moraes
Filho; Adriana Mota BioneNoronha
Fonte:LILACS
Ano de Publicação: 2009
Resumo: Determinar fatores associados ao volume de líquido amniótico e frequências de
anomalias fetais em um centro de referência. MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte
transversal, com gestantes de risco, avaliadas pela ultrassonografia morfológica, no
período de março de 2002 a março de 2006, em uma instituição em Recife (PE) Brasil. O
diagnóstico intraútero foi confirmado no pós-parto. As características sócio demográficas
e obstétricas, o índice de líquido amniótico e a presença de anomalias fetais foram
variáveis estudadas. Para verificar associação entre variáveis, foram utilizados testes χ2,
exato de Fisher e t de Student, a um nível de significância de 5%. Foram calculados a
razão de prevalência e o intervalo de confiança a 95%. Análise de regressão logística
múltipla foi realizada, a um nível de significância de 5%. RESULTADOS: foram
incluídas no estudo 257 (56,2%) gestantes com anomalias congênitas e 200 sem
anomalias confirmadas no pós-natal. As médias das idades maternas e gestacionais do
parto foram 24,8±6,5 anos e 35,9±3,7 semanas, respectivamente. As anomalias fetais
foram mais encontradas no sistema nervoso central (50,6%) e trato geniturinário (23,0%).
A presença de anomalias congênitas esteve associada significativamente ao líquido
diminuído/oligohidrâmnio (p=0,0002) e líquido aumentado/polihidrâmnio (p<0,0001). A
mortalidade intraútero foi mais frequente no grupo com anomalias, quando comparada
aos fetos saudáveis (10,5 versus 2,5%; p<0,01).
Palavras chaves:Ultra-sonografia;pré-natal;Doenças congênitas, hereditárias e neonatais
e anormalidades/epidemiologia; Anormalidade scongênitas; diagnóstico; Líquido
amniótico
Conclusão: Foi observado, então, que os fatores associados às anomalias congênitas
diagnosticadas no pré-natal, inicialmente, foram a renda familiar e a alteração do volume
107
de líquido amniótico, porém após análise multivariada apenas as alterações do líquido
amniótico permaneceram associadas. Desta forma, sugere-se que os principais achados
ultrassonográficos associados a anomalias fetais foram o oligohidrâmnio e polihidrâmnio.
108
Titulo do Artigo: ANÁLISE DOS TESTES DE VITALIDADE FETAL E DOS
RESULTADOS
PERINATAIS
EM
GESTAÇÕES
DE
ALTO
RISCO
COM
OLIGOIDRÂMNIO
Autores: Roseli Mieko Yamamoto Nomura;RossanaPulcineli Vieira Francisco;
SeizoMiyadahira;Marcelo Zugaib
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2002
Resumo: O oligoidrâmnio é conceituado como diminuição na quantidade de líquido
amniótico (LA), e a sua incidência é estimada entre 0,5 a 5,5% da gestações. Considera-se
oligoâmnio situações em que o volume de LA é inferior a 300 ou 400 mL, embora
existam dificuldades para a estimativa exata deste volume durante a gravidez1. O
oligoidrâmnio, quando relacionado à insuficiência placentária, apresenta como
mecanismo fisiopatológico, a redução gradativa da produção de LA3, provocada pelos
fenômenos adaptativos desencadeados pela hipoxemia fetal crônica. Subseqüente ao
déficit nutritivo, o regime de hipoxemia provoca resposta circulatória fetal, com
centralização da circulação. Desta forma,
os mecanismos cardiocirculatórios regulam a redistribuição do débito cardíaco fetal com
aumento do fluxo sangüíneo destinado aos órgãos nobres (cérebro e coração) em
detrimento de outros órgãos como os rins e pulmões4. A diminuição gradativa do volume
de LA torna o cordão umbilical suscetível a compressões e, em graus extremos de
oligoidramnia, isto pode ser fator determinante do óbito fetal.
Palavras
chaves:
Líquido
amniótico;
Oligoidrâmnio;Complicações
da
gravidez;Resultados perinatais.
Conclusão: Em conclusão, as observações deste estudo constatam que, a caracterização
da gravidade do oligoidrâmnio permite discriminar, nas gestações de alto-risco, os casos
que se associam a piorresultado perinatal. A adoção de conduta conservadora em casos de
oligoidramnia que necessitem de postergação para a resolução da gestação, só encontra
algum respaldo nos casos em que o oligoidrâmnio não é caracterizado como grave, sendo
imprescindível a realização dos demais exames de avaliação da vitalidade fetal.
109
Titulo do Artigo: RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS: FISIOPATOLOGIA,
DIAGNÓSTICO E CONDUTA
Autores: Patrícia Silva Golino; Maria Bethânia da Costa Chein; Luciane Maria Oliveira
Brito
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2006
Resumo: A ruptura prematura de membranas (RPM) amnióticas, que é a perda de líquido
amniótico antes de iniciado o trabalho de parto, ocorre em 2 a 18% das gestações, é causa
de 30 a 40% dos partos prematuros e de 20% dos óbitos perinatais. Evidências sugerem
que a RPM ocorra por processos bioquímicos como a ruptura do colágeno da matriz
extracelular
doâmnion e córion e apoptose das células da membrana fetal. Seu diagnóstico é clínico,
em
aproximadamente 90% dos casos. O curso natural da RPM é o parto. O impacto que a
RPM determina na gestação é decorrente dos riscos de prolapso e compressão de cordão
umbilical, descolamento placentário, oligodramnia, prematuridade, infecção materna e
fetal. A conduta deve ser individualizada, baseada na estimativa de riscos maternos, fetais
e neonatais. Preconiza-se a interrupção da gestação na presença de maturidade pulmonar
fetal, corioamnionite e sofrimento fetal, e na ausência destes pode ser conservadora
associando uterolíticos, havendo necessidade, corticosteroides e antibioticoprofilaxia.
Palavras chaves: Ruptura prematura de membranas. Fisiopatologia. Terapia.
Conclusão: A conduta diante da RPM deve ser individualizada, baseada na estimativa de
riscos maternos, fetais e neonatais. Preconiza-se a interrupção da gestação na presença de
maturidade pulmonar fetal, corioamnionite e sofrimento fetal, e na ausência destes pode
ser conservadora associando uterolíticos, havendo necessidade, corticosteroides e
antibioticoprofilaxia.
110
Titulo do Artigo:AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR ATRAVÉS DA
ANÁLISE COMPARATIVA DO TESTE DE CLEMENTS, CONTAGEM DE CORPOS
LAMELARES
E
RELAÇÃO
SURFACTANTE/ALBUMINA
NO
LÍQUIDO
AMNIÓTICO
Autores: Vanessa da Luz; Ricardo de Assis Ferreira; Jorge Abi Saab Neto
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2003
Resumo: O nascimento pré-termo continua sendo uma importante causa de mortalidade
perinatal, com uma incidência estimada de 10% em nosso meio. Neste contexto, a
determinação da maturidade pulmonar fetal representa um importante elemento para a
conduta obstétrica, pois evitar o nascimento prematuro constitui a principal medida
preventiva para reduzir os riscos e seqüelas da morbidade respiratória neonatal. Sua
determinação tem sido um problema crucial em medicina perinatal. Os métodos diretos,
geralmente mais eficazes, são aqueles que utilizam amostras de líquido amniótico (LA)
para análise específica dos componentes do surfactante pulmonar, e incluem a medida da
relação lecitina/esfingomielina (L/E), dosagem de fosfatidilglicerol (PG), teste de
Clements,
relação surfactante/albumina (S/A) e contagem de corpos lamelares (CL). A medida da
relação L/E é uma das provas laboratoriais mais utilizadas, e vários estudos comprovam
que a técnica é segura na identificação de conceptos com pulmões imaturos. É
considerada o teste padrão ouro para maturidade pulmonar3,6,7, mas é uma técnica
dispendiosa, laboriosa, devendo ser realizada em laboratório experiente.
Palavras chaves: Maturidade pulmonar fetal; Teste de Clements; Corpos lamelares.
Conclusão: A relação S/A foi o indicador de maturidade pulmonar com a mais alta
especificidade dentre todos os testes. Este resultado demonstra a fidedignidade da prova
em identificar os conceptos maduros que não desenvolverão SDR. O teste ideal para
maturidade pulmonar fetal é aquele de fácil execução, com gastos mínimos,
equipamentos simples e que não necessite de profissionais especializados, rapidamente
reproduzível, clinicamente confiável e finalmente, aplicável na maioria das gestações
111
Titulo do Artigo:COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO DA
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Autores: Flávia Cipriano Castro, Mário Jorge Barreto Viegas Castro, Antônio Carlos
Vieira Cabral, Geraldo Brasileiro Filho, Ricardo Wagner de Almeida Vitor, Ana Maria
Arruda Lana, Gláucia Manzan Queiroz de Andrade.
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2001
Resumo: A infecção materna primária com Toxoplasma gondiiadquirida durante a
gestação ainda é de elevadaimportância em nosso meio pelo fato de poderresultar em
infecção fetal com graves seqüelas paraa criança1. O espectro clínico da infecção
congênitapelo T. gondiivaria de alterações aparentes aonascimento com morbimortalidade
perinatal elevada(microcefalia, crescimento intra-uterino retardado,hidrocefalia) a uma
infecção subclínica compossibilidade de risco para o desenvolvimento decoriorretinite
e/ou complicações tardias na vidafutura (hidrocefalia)2-5.O diagnóstico precoce assim
como o tratamentoantiparasitário adequado da mãe tem demonstradoser capaz de reduzir
a taxa de transmissão para o feto e por conseqüência o númerode seqüelas nos casos em
que a infecção intrauterina já ocorreu6,7.A taxa de transmissão materno-fetal
variaprincipalmente de acordo com a idade gestacionalno momento da infecção materna.
Palavras chaves:Toxoplasmose congênita, Diagnóstico pré-natal, Reação em cadeia da
polimerase.
Conclusão: Baseando-se nesses resultados, concluiu-se que o exame anatomopatológico
da placenta no diagnóstico pós-natal, quando não apresenta qualquer alteração
histopatológica, ajuda a descartar a possibilidade de doença, porém, achados
histopatológicos positivos não são confiáveis para a confirmação da doença. O
diagnóstico pré-natal é de importância fundamental no acompanhamento de uma gestante
com toxoplasmose aguda. No entanto, no nosso meio, o método da PCR no líquido
amniótico para diagnóstico antenatal de toxoplasmose congênita ainda apresenta
dificuldades técnicas, não devendo ser utilizada, isoladamente, na prática clínica.
112
Titulo do Artigo:CÉLULAS-TRONCO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Autores: Sergio P. Bydlowski; Adriana A. Debes; Sergio A. Duarte; Felipe L. Janz; Rita
de Cássia Cavaglieri; Luciana M. F. Maselli
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2009
Resumo: Desde o primeiro isolamento e cultivo de células-tronco embrionárias humanas,
há mais de 10 anos, seu uso na pesquisa e terapia foi inibida por considerações éticas
complexas e pelo risco de transformação maligna destas células indiferenciadas após
transplante no paciente. As células-tronco adultas são eticamente aceitas e o risco de
transformação maligna é muito baixo. Entretanto, seu potencial de diferenciação e sua
capacidade proliferativa são limitados. Cerca de 6 anos atrás, a descoberta de
célulastronco no líquido amniótico que expressavam Oct-4, um marcador específico de
pluripotencialidade, com alta capacidade de proliferação e diferenciação, iniciou um novo
campo promissor na área das células-tronco. Estas células têm potencial de se diferenciar
em células dos três folhetos germinativos. Não formam tumores in vivo e não levantam os
questionamentos éticos associados com as células-tronco embrionárias humanas. Futuras
investigações revelarão se as células-tronco do líquido amniótico realmente irão
representar um tipo intermediário com vantagens em relação tanto às células-tronco
embrionárias quanto às adultas. Este artigo faz uma revisão acerca destes tópicos e das
características biológicas das células-tronco do líquido amniótico.
Palavras chaves:Célula-tronco; líquido amniótico; diferenciação celular; marcadores de
indiferenciação.
Conclusão: As vantagens das AF-MSCs em relação às células tronco embrionárias
(questionamentos éticos e formação de tumores) e em relação às células-tronco adultas
(baixa taxa de proliferação e potencial de diferenciação restrito) pode torná-las opção
preferencial para a terapia de base celular. Além disso, sua grande capacidade de
expansão em cultura, diminuição de imunogenicidade, capacidade de se diferenciar em
células da linhagem mesenquimal, parece torná-las a opção mais indicada como fonte
celular em engenhariatecidual para construção de tendões autológos e substitutos
fibromusculares, para utilização no feto patológico, intraútero, em fase mais tardia da
gestação, ou logo após o nascimento. É possível que vejamos logo o desenvolvimento de
terapias potenciais usando células-tronco e progenitoras isoladas do líquido amniótico
para o tratamento de recém-nascidos com más-formações congênitas ou terapia para
113
adultos utilizando células de líquido
amnióticocriopreservadas.
Titulo do Artigo: ACURÁCIA DO TESTE DE CLEMENTS PARA AVALIAÇÃO DA
MATURIDADE
PULMONAR
FETAL
EM
GESTANTES
COM
DOENÇA
HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO
Autores: Melania Maria Ramos de Amorim, Aníbal Faúndes, Luiz Carlos Santos, Elvira
Azevedo
Fonte: LILACS
Ano de Publicação: 1998
Resumo: A prematuridade constitui, ainda em nossos dias, uma das complicações mais
freqüentes da Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), decorrente quer de
um trabalho de parto espontâneo, em razão quer da contratilidade uterina aumentada quer,
comumente, da conduta obstétrica de interrupção da gravidez, quando o quadro clínico se
agrava e há comprometimento das condições maternas ou fetais. Determinada pela
presença do vilocorial no organismo materno, de fato, a única “cura” possível para a
doença é o parto, e o parto prematuro terapêutico é indicado, amiúde, em idade
gestacional precoce, quando soem apresentar-se as formas graves. Dessa forma,
expressivo percentual das complicações neonatais relacionadas à DHEG é provocado pela
prematuridade6 e a decisão pelo parto, embora geralmente baseada na gravidade da
doença, requer, desde que não exista risco aumentado para a mãe, a avaliação de
maturidade pulmonar do concepto.
Palavras chaves: Teste de Clements. Maturidade Pulmonar Fetal. DHEG. Pré-eclâmpsia;
Doença da Membrana Hialina
Conclusão: Concluindo, podemos afirmar que a sensibilidade do teste de Clements foi de
62% quando os resultados intermediários foram considerados negativos e 88% quando
esses resultados foram considerados positivos. Da mesma forma, a especificidade foi de
89,4% e 74,5%, respectivamente, e, portanto, esse teste representa um bom método de
triagem da maturação pulmonar fetal em casos de DHEG, sendo raros os resultados
falsos-positivos. No entanto, em razão da elevada frequência de resultados falsonegativos, seus resultados devem ser analisados com cautela, complementando-se a
pesquisa de maturidade com outros métodos (sobretudo em casos graves, quando a
maturidade pulmonar presente irá determinar a indicação de interrupção da gestação).
114
115
Titulo do Artigo: Infecção Assintomática do Líquido Amniótico
Autores: Roxeane Martins Monteiro, Carlos Augusto Alencar Júnior, Francisco das
Chagas Oliveira; Cibele Barreto Mano de Carvalho, José Luciano Bezerra Moreira
Fonte: SCIELO
Ano de Publicação: 2002
Resumo: Determinar a presença de infecção assintomática do líquido amniótico em
gestantes, identificar os agentes bacterianos envolvidos na infecção e determinar o perfil
de suscetibilidade a antimicrobianos in vitro. Métodos: foram obtidas 81 amostras de
líquido amniótico, colhidas por amniocentese, em gestantes sem sinais de trabalho de
parto e sem suspeita clínica de infecção, atendidas naMaternidade Escola Assis
Chateaubriand, entre agosto/97 e janeiro/99. Pesquisou-se a presença de bactérias
aeróbias, anaeróbias estritas/facultativas e micoplasmas genitais. As bactérias anaeróbias
foram identificadas pelo sistema ATBÒ (Bio-Mérieux) e os micoplasmas pelo kit
Micoplasmas ISTÒ (Bio-Mérieux). Resultados: entre as amostras obtidas, oito (9,8%)
apresentaram culturas positivas, sendo
que em duas foram identificadas duas espécies bacterianas. Os patógenos isolados foram:
Ureaplasmaurealyticum(7
casos,
8,6%),
Mycoplasmahominis(1
caso,
1,2%)
e
Peptostreptococcussp (2 casos 2,4%). O padrão de resistência aos antimicrobianos
caracterizou-se pela maior resistência dos micoplasmas à eritromicina (37,5%) e nenhuma
resistência às ciclinas.
Palavras chaves: Líquido amniótico. Corioamnionite. Infecções na gravidez.
Conclusão: O percentual de infecções assintomáticas foi muito elevado, havendo
necessidade de serem realizadas novas pesquisas para avaliar as conseqüências da
infecção subclínica nas grávidas e em seus conceptos, que envolvam métodos que
identifiquem micoplasmas genitais, já que foram as bactérias mais freqüentemente
isoladas.
116
Titulo do Artigo: ISOLAMENTO, DIFERENCIAÇÃO E ASPECTOS BIOQUÍMICOS
DE CÉLULAS-TRONCO DE LÍQUIDO AMNIÓTICO
Autores: Antônio Carlos Vieira Cabral, Patrícia Caroline Ângelo, Henrique Vitor Leite,
AlamandaKfouri Pereira, Ana Paula Brum Miranda Lopes, Maria
Beatriz De Oliveira, Karina Braga Gomes Borges, Victor Cavalcanti Pardini, Alessandro
Clayton De Sousa Ferreira*
Fonte: SCIELO
Ano de publicação: 2008
Resumo: As células-tronco são definidas como células com grande capacidade de
diferenciação. Durante o desenvolvimento embrionário, as células-tronco do blastocisto
dão origem às células progenitoras que se tornam progressivamente restritas às células
especializadas. As células tronco também estão presentes em tecidos maduros, sendo
denominadas de células-tronco adultas, e também contribuem para o desenvolvimento
pós-natal por substituir células já diferenciadas que são perdidas devido à injúria,
apoptose programada ou .turnover. fisiológico. As células-tronco adultas não somente
possuem a capacidade multipotente, como também pluripotente, como foi demonstrado
em trabalhos com camundongos, no qual células-tronco hematopoiéticas derivadas da
medula óssea foram capazes de regenerar tecido muscular esquelético lesionado
quimicamente2. Neste mesmo trabalho também foi possível verificar a capacidade dessas
células de migrarem da medula para as regiões lesionadas. As células-tronco
mesenquimais (CTM) correspondem a uma população de células progenitoras
multipotentes capazes de atuarem na hematopoiese e se diferenciarem em tecidos
mesenquimais, como célulasdas linhagens osteogênica, adipogênica e condrogênica.
Palavra chaves: Células-tronco mesenquimais. Líquido amniótico. Triglicérides.
Creatinofosfoquinase (Creatina quinase). Desidrogenase lática (L-lactatodesidrogenase).
Aldolase (Frutose-bifosfatoaldolase).
Conclusão: A obtençãode células adipogênicas e miogênicas in vitro surge como um
fator de grande relevância e a possibilidade de utilizar o líquido amniótico como fonte de
obtenção de CTM abre novas perspectivas de tratamento que poderão no futuro ser a
chave para o tratamento e cura de várias doenças.
117
Titulo do Artigo: DETECTANDO MÁS-FORMAÇÕES, DETECTANDO RISCOS:
DILEMAS DO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Autores: IlanaLöwy
Fonte: LILACS
Ano de publicação:2011
Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar os fatores que moldam as culturas
materiais da biomedicina contemporânea. Trata do desenvolvimento histórico das
técnicas diagnósticas e de como elas defi nem a “norma” e influenciam a evolução dos
comportamentos dos profissionais e dos familiares. Pretende-se esclarecer esses processos
a partir de uma reconstrução da evolução histórica do diagnóstico pré-natal, seguida de
uma análise detalhada do caso de uma anomalia particular: as ACS, ou seja, as
aneuploidias dos cromossomas sexuais. Embora alguns casos de ACS impliquem graves
problemas de saúde, que chegam a comprometer a própria sobrevivência do indivíduo, a
grande maioria das crianças que possui um número anormal de cromossomas sexuais é
afetada por uma defi ciência que pode ser qualifi cada com“menor” (em numerosos casos
o diagnóstico definitivo das ACS só se coloca na adolescência). Assim, especialmente nos
contextos em que existe o aborto legalizado, o diagnóstico pré-natal visibiliza a
construção do “feto anormal” e o “risco de ter uma criança anormal” como fenômeno
técnico-social, construído ao longo do tempo, de maneira indissociável, pelas técnicas da
biomedicina, pela organização do trabalho médico, pelas limitações legais e pelas
considerações socioculturais.
Palavra chaves: anomalias genéticas, diagnóstico pré-natal, normalidade, técnicas
biomédicas.
Conclusão: A tese defendida nesse contexto é que as decisões que seguem um
diagnóstico pré-natal de ACS consistem em reações ao anúncio de um risco, “criado” pela
evolução das técnicas cunhadas para refinar a capacidade de detecção de anomalias.
Entretanto, o aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico pré-natal terá, com toda
probabilidade, um resultado paradoxal: o aumento da incerteza no prognóstico. Hoje,
essas técnicas revelam um número crescente de condições ditas “de expressão variável”,
isto é, que implicam problemas em certos indivíduos e não em outros. Não é incomum
que um “conselheiro genético” explique para uma mulher grávida que a criança em
gestação tem 20%
de chance de ser portadora de uma doença grave, 30% de chance de sofrer de problemas
118
de saúde moderados e 50% de chance de gozar de boa saúde.
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