FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação Biomedicina Jayne da Silva Pereira ANÁLISE DOLÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS PATOLOGIAS: uma revisão da bibliografia Paracatu/MG 2015 Jayne da Silva Pereira ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS PATOLOGIAS: uma revisão da bibliografia Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Biomedicina. Orientadora: Msc. Cláudia Peres Silva. Co-orientador: Esp. Douglas Pereira Gabriel Orientador Metodológico: Esp. Geraldo Benedito Batista de Oliveira. Paracatu/MG 2015 P000 Pereira, Jayne da Silva ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS PATOLOGIAS: uma revisão da bibliografia / Jayne da Silva Pereira, Paracatu, 2015. 107 f. Orientadora: Msc. Cláudia Peres Silva. Co-orientador: Douglas Gabriel Pereira Orientador Metodológico: Geraldo Benedito Batista de Oliveira. Monografia (Graduação) – Faculdade TECSOMA, Curso de Bacharel em Biomedicina. 1. Líquido Amniótico. 2. Amniocentese. 3. Desenvolvimento fetal. 4 Maturidade pulmonar. 5. Patologias. CDU: 616.071:636.09 Jayne da Silva Pereira ANÁLISE DO LÍQUIDO AMNIÓTICO PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL, MATURIDADE PULMONAR E DIAGNÓSTICO DE POSSÍVEIS PATOLOGIAS: uma revisão da bibliografia Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Biomedicina. ________________________________________ MSc. Cláudia Peres da Silva – Faculdade TECSOMA Orientadora ________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira – Faculdade TECSOMA Orientador metodológico ________________________________________ Douglas Gabriel Pereira – Faculdade TECSOMA Professor Convidado Paracatu, 14 de dezembro de 2015. AGRADECIMENTO Ao longo desta trajetória conhecimentos foram adquiridos e desafios superados. Agradeço a Deus, pelo caminho de sucesso percorrido, e força a cada dia, em especial, aos meus preciosos pais Nilson e Edineia que acompanharam cada dia dessa trajetória, com incentivo constante, amor e dedicação incondicional. Agradeço ao meu noivo Carlos Eduardo, pelo carinho, confiança, paciência e companheirismo a todo momento. À minha irmã Daniely e sobrinha Isabella, pela paciência e apoio, ao meu avô Itamar pelo incentivo. Agradeço aos novos amigos que conquistei, a todos da minha turma, em especial a Jessica Lorena, pelo apoio, conversas e dificuldades divididas morando juntas,a Daniela Batista, pelo apoio, amizade, caronas,e momentos de diversão. Aos velhos amigos que compreenderam meus momentos de ausência. Agradeço aos meus professores mestres, que se tornaram meus amigos: Deivid Batistão, Douglas Gabriel, Talita Freitase Priscila Gonzaga, pelos ensinamentos e confiança, estes foram essenciais nesta jornada. Muito obrigado!!! RESUMO O estudo realizado no presente trabalho foi realizado afim de proporcionar um maior conhecimento sobre a análise do líquido amniótico para rastreamento e tratamento precoce de patologias existentes. O trabalho apresenta as principais técnicas de analises, e descreve todo o processo de desenvolvimento fetal e maturidade pulmonar e as possíveis patologias que ocorrem a cada período desse processo .Essa análise do líquido amniótico proporciona rastreamento de diferentes aspectos em apenas uma amostra, podendo ser realizada técnicas de pesquisas para alterações genéticas, metabólicas, de desenvolvimento e maturidade de órgãos e tecidos do feto. As dosagens bioquímicas, as pesquisas citogenéticas e moleculares apresenta um resultado preciso na análise do líquido a partir do terceiro mês de gestação. O procedimento de análise, ainda e pouco conhecido, mas aos poucos a informação e conhecimento chega ate a sociedade. A técnica apresenta risco apenas de 1%, e relacionado ao profissional que a realiza. Os exames presente no pré- natal , como a ultrassonografia, associados a analise do liquido amniótico proporciona um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz no período intrauterino, afim de diminuir os casos de anormalidade, deficiências e óbitos possíveis, além de proporcionar um preparo psicológico ao familiares para a chegada de um novo individuo. Palavras chaves: Líquido Amniótico.Amniocentese. Desenvolvimento fetal. Maturidade pulmonar. Patologias. ABSTRACT The study in this work was carried out in order to provide greater insight into the analysis of amniotic fluid for screening and early treatment of existing conditions. The paper presents the main techniques of analysis, and describes the entire process of fetal development and lung maturity and possible pathologies that occur every period of this process. This analysis of amniotic fluid provides tracking different aspects in just a sample and can be performed research techniques for genetic, metabolic, developmental and maturity of organs and tissues of the fetus. Biochemical testing, the cytogenetic and molecular research presents an accurate result in the analysis of the liquid from the third month of pregnancy. The analysis procedure, and still little known, but gradually the information and knowledge society comes up. The technique presents risk only 1%, and related professional who performs it. The present tests in prenatal, such as ultrasound, associated with the amniotic fluid analysis provides an early diagnosis and effective treatment in the intrauterine period, in order to reduce cases of abnormalities, deficiencies and possible deaths, in addition to providing a psychological preparation to family for the arrival of a new individual. Key words:AmnioticFluid. Pathologies. Amniocentesis. Fetal development. Lungmaturity. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Estágios da divisão mitótica 24 FIGURA 2- Primeira e segunda divisão meiótica 26 FIGURA 3-Processo de espermatogênese 28 FIGURA 4- Processode ovogênese 30 FIGURA 5-Inter-relações entre hipotálamo, hipófise, ovários, endométrio e ciclo menstrual 31 FIGURA 6-Eletromicrografia de varredura de espermatozoides e zona pelúcida 32 FIGURA 7- Processo de Fecundação 33 FIGURA 8- Clivagem de zigoto e formação de blastocisto 34 FIGURA 9-Visão microscópica d e óvulo fertilizado e divisão do zigoto 35 FIGURA 10-Aderência de blastocisto ao epitélio endometrial 36 FIGURA 11 –Blastocisto Humano ........................................................................................... 38 FIGURA 12-Microscopia 100X de blastocisto implantado 39 FIGURA 13- Aspecto dorsal de um embrião 40 FIGURA 14- Desenvolvimento das vilosidades coriônicas secundarias 41 FIGURA 15- Aspecto dorsal de embrião 4° semana 42 FIGURA 16-Aspecto dorsal de embrião 5° semana 43 FIGURA 17- Aspecto dorsal de embrião com cerca de 32 dias 44 FIGURA 18- Aspecto lateral do embrião com cerca de 42 dias 44 FIGURA 19-Aspecto lateral do embrião com cerca de 56 dias 45 FIGURA 20-Cariotipo trissomia do cromossomo 21 47 FIGURA 21- Criança com trissomia do cromossomo 18 48 FIGURA 22-Criança com trissomiado cromossomo 13 ........................................................... 49 FIGURA 23- Paciente com síndrome de klennefelter .............................................................. 49 FIGURA 24- paciente com síndrome de Tunner ...................................................................... 50 FIGURA 25-Pacientes portadores de síndrome de Algeman e Praderliulli ............................. 51 FIGURA 26-Processo de Amniocentese .................................................................................. 60 FIGURA 27- Eletroferograma de sonda 21 .............................................................................. 63 FIGURA 28 –Medida do bolsão de liquido amniótico em quadrante ..................................... 66 FIGURA 29- Cultura de célulastronco ..................................................................................... 68 FIGURA 30- Diferentes estágios do processo de cultura de celulas ........................................ 68 LISTA DE SIGLAS AU – Altura uterina CCL – Contagem de corpos lamelares CL –Corpos Lamelares CMV – Citomegalovírus FSH – Hormônio folículo estimulante GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofina HCG – Gonadotrofina coriônica humana HLA – Antígeno leucocitário humano ILA – Índicede líquido amniótico LA – Líquido amniótico LH – Hormônio luteinizante PCR – Reação cadeia da polimerase RPM – Ruptura prematura das membranas VLA – Volume de líquido amniótico SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................19 1.2 Justificativa........................................................................................................................21 1.3Objetivos .............................................................................................................................22 1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 22 1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 22 2REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................23 2.1Órgão reprodutor feminino ..............................................................................................23 2.2Órgão reprodutor masculino ...........................................................................................23 2.3Desenvolvimento humano .................................................................................................24 2.3.1 Meiose ....................................................................................................................... 24 2.3.1.1 Primeira divisão meiótica .................................................................................... 25 2.3.1.2 Segunda divisão meiótica .................................................................................... 25 2.3.2 Espermatogênese...................................................................................................... 26 2.3.3Ovogênese .................................................................................................................. 28 2.4 Fases do ciclo menstrual ...................................................................................................30 2.5Fecundação .........................................................................................................................32 2.5.1 Fases da fecundação ................................................................................................ 32 2.5.1.1 Clivagem ............................................................................................................... 34 2.5.1.2 Implantação .......................................................................................................... 35 2.6 Período Embrionário .......................................................................................................36 2.6.1 Primeira Semana do desenvolvimento embrionário ............................................... 36 2..6.2 Segunda Semana do desenvolvimento embrionário .............................................. 37 2.6.3Terceira semana do desenvolvimento embrionário ................................................. 39 2.6.4 Quarta semana do desenvolvimento embrionário .................................................. 41 2.6.5 Quinta semana do desenvolvimento embrionário................................................... 42 2.6.6Sexta semana do desenvolvimento embrionário ...................................................... 43 2.6.7 Sétima semana do desenvolvimento embrionário ................................................... 44 2.6.8 Oitava semana do desenvolvimento embrionário ................................................... 44 2.7 Período fetal .......................................................................................................................45 2.7.1 Trigésima á trigésima quarta semana do desenvolvimento fetal ........................... 46 2.8 Defeitos congênitos e fatores cromossômicos .................................................................47 2.8.1 Anormalidades cromossômicas numéricas ............................................................. 47 2.8.1.1 Trissomia docromossomo 21 – Síndrome de Down .......................................... 47 2.8.1.2 Trissomia docromossomo 18- Síndrome de Edward ........................................ 48 2.8.1.3 Trissomiado cromossomo 13 - Síndrome de Patau ........................................... 48 2.8.1.4 Trissomias dos cromossomos sexuais ................................................................. 49 2.8.1.5 Monossomia – Síndrome de Turner ................................................................... 50 2.5.1.6Anormalidades cromossômicas estruturais ........................................................ 50 2.5.1.7 Síndrome Cri-du-chat ou Síndrome miado de gato .......................................... 51 2.5.1.8 Síndromede Angelman e Prader-willi ................................................................ 51 2.6 Fluídos Corporais/ Líquidos Cavitários..........................................................................52 2.6.1Líquido Amniótico..................................................................................................... 52 2.6.1.1 Composição ........................................................................................................... 53 2.6.1.2 Cor e Aspecto........................................................................................................ 55 2.6.1.3Volume.................................................................................................................... 56 2.6.2Funções ..................................................................................................................... 58 2.6.3Métodospara avaliação do estado fetal .................................................................... 58 2.7Técnicas de análise .............................................................................................................60 2.7.1Análise Macroscópica – Aspecto E Volume ............................................................ 60 2.7.2 Análise Microscópica ............................................................................................... 61 2.7.3 Análise Imunológica ................................................................................................ 61 2.7.4 Hibridização in situ por fluorescência (FISH) ....................................................... 62 2.7.5PCR ............................................................................................................................ 62 2.7.6Teste de Clements ...................................................................................................... 63 2.7.7CCL- Contagem de corposlamelares ........................................................................ 64 2.7.8Relação surfactante/albumina (TDxFLM) .............................................................. 64 2.7.9 Bandeamento............................................................................................................ 65 2.7. 10 Ultrasonografia ..................................................................................................... 65 2.7.11 Biópsia de vilosidades coriônicas .......................................................................... 66 2.3.12Dosagemde Alfafetoproteína .................................................................................. 67 2.3.13Cultura de Células .................................................................................................. 67 3 METODOLOGIA ................................................................................................................69 3.1 Tipo de estudo ...................................................................................................................69 3.2 Local de estudo ..................................................................................................................69 3.3 Aspectos Éticos ..................................................................................................................69 3.4 Instrumento utilizado .......................................................................................................69 3.5 Delimitações de artigos .....................................................................................................70 3.6 Desenvolvimento do estudo ..............................................................................................70 3.7 Resultados esperados ........................................................................................................71 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................72 5 CONSIDERAÇÕESFINAIS ...............................................................................................74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................75 ANEXOS ..................................................................................................................................79 FICHAMENTOS DE ARTIGOS ..........................................................................................80 19 1 INTRODUÇÃO Muitas crianças podem apresentar um mau desenvolvimento embrionário e resultar em diversas anomalias, como espinha bífida e doença cardíaca congênita, uropatia obstrutiva, atresia do esôfago, síndromes cromossômicas ou genéticas, defeitos congênitos, entre outras. (MOORE, 2008). O líquido amniótico desempenha papel importante no crescimento e desenvolvimento do embrião, inicialmente, parte desse líquido amniótico e secretado pelas células amnióticas, porém a maior parte provém do fluido tecidual materno sendo um produto do metabolismo fetal, os componentes que nele estão presentes fornecem informações sobre processos metabólicos que ocorrem durante a maturação fetal, bem como sua progressão. (STRASINGER, 2009). O volume de líquido aumenta de acordo com as fases da gestação, nas primeiras 10 semanas chega cerca de 30 ml, com 20 semanas temos cerca de 320 ml, e na última fase, com 37 semanas temos um volume de 700 a 1.000 ml, pode haver variação de 100 ml de acordo com a literatura. Esse volume e regulado por um equilíbrio entre a produção de urina fetal, fluido do pulmão e absorção pela deglutição fetal e fluxo intramembranoso. Sua composição química e semelhante a do plasma materno e contém uma pequena quantidade de células fetais descamadas da pele, sistema digestivo, e urinário, e substancias produzidas pelo feto como, bilirrubina, lipídeos, enzimas, eletrólitos, compostos nitrogenados e proteínas. Vários estudos têm contribuído para a compreensão da regulação do volume de líquido amniótico (VLA) no decorrer da gestação. Existem evidências estabelecendo a relação do VLA com o bem-estar fetal e apontando aumento da morbidade e mortalidade perinatal nas gestações com desvios no VLA. (FREIRE et al., 2012; STRASINGER 2009). O oligoâmnio (diminuição do volume do líquido amniótico)está associado a malformações do trato urinário fetal, rotura prematura das membranas, gravidez póstermo, insuficiência útero-placentária, restrição de crescimento fetal e parto por cesariana. O polidrâmnio (aumentodo volume do líquido amniótico) está associado ao diabetes mellitus, hidropsia fetal, doença hemolítica perinatal e a malformações estruturais do feto, especialmente as obstruções altas do tubo digestivo e defeitos de fechamento do tubo neural. (DERTKIGILet al., 2005). O líquido pode apresentar além de composição química e volume e o aspecto alterado. Normalmente apresenta um aspecto límpido e claro, mas em certas situações 20 como traumas abdominais o líquido amniótico apresenta-se com laivos de sangue, nos casos de morte fetal, uma coloração castanho avermelhado muito escuro, nos casos de doença hemolítica do recém-nascido pode apresentar um aspecto amarelado, e nos casos de ação por medicamentos ou mecônio, um aspecto de coloração verde escuro. (MUNDT, 2012). O Citomegalovírus (CMV) é um dos agentes etiológicos mais comuns de infecção congênita e perinatal em diversas partes do mundo. Dos fetos com infecção congênita decorrente de infecção primária materna, 10% a 15% apresentam sintomas ao nascimento. As alterações laboratoriais mais freqüentes são trombocitopenia, hiperbilirrubinemia e transaminases hepáticas elevadas. Aproximadamente 30% dos recém-nascidos gravemente infectados evoluem para óbito, e 80% dos sobreviventes irão apresentar sequelas neurológicas graves. O diagnóstico precoce dessa infecção fetal permite uma intervenção precoce, com recursos terapêuticos que poderiam minimizar a gravidade dos casos e diminuir a intensidade das sequelas, esse diagnóstico realizado nos fluidos fetais, principalmente o líquido amniótico. (CORDIOLIet al., 2007). Nos casos das gestantes diabéticas a hiperglicemia materna eleva as taxas de complicações, a glicose, em excesso no sangue materno, atravessaria mais a placenta levando à hiperglicemia fetal. Esta, por sua vez, desencadearia a diurese osmótica fetal resultando em excesso de líquido amniótico. (MAGANHA et al., 2009). A técnica utilizada para obtenção da amostra para estudo do líquido amniótico é a Amniocentese, que consiste na introdução de uma agulha longae muito fina através da parede abdominal da mãe para a retirada do líquido amniótico, sendo que o volume do líquido retirado depende da idade do feto e do motivo do exame, é um procedimento seguro, com risco de perda fetal geralmente menor do que 1%, uma vez que o método pode ser oferecido às mulheres selecionadas após serem revistos os riscos e os benefícios envolvidos. A análise do líquido amniótico permite a detecção precoce de inúmeras patologias, dentre as principais temos doenças congênitas, defeitos de tubo neural, idade gestacional e maturidade fetal pulmonar, a técnica não apresenta risco, desde que realizada corretamente, e permite o diagnóstico precoce e tratamento, minimizando assim o índice de morte e anormalidades infantis. (CAMPANAet al., 2003). 21 1.2 Justificativa O desenvolvimento fetal é um processo de formação muito complexo que exige um monitoramento constante e o líquido amniótico desempenha papel importante no crescimento e desenvolvimento do embrião, a cada etapa desse processo de desenvolvimento o líquido amniótico apresenta alterações, e essas alterações quando analisadas permite monitorar a saúde do feto e o nível de seu desenvolvimento, pois as composições químicas, o volume e o aspecto desse líquido são indicativos de algumas patologias, uma vez que normalmente são apenas detectadas após a nascimento, pois análise do líquido amniótico não faz parte dos métodos de pré-natal da gestantes. Quando realizada a análise e detectada alguma patologia pode ser realizado o tratamento intrauterino ,um tratamento precoce e eficaz, que reduzir a possibilidade de óbito e agravo da patologia. 22 1.3Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Apresentar a importância da análise do líquido amniótico para avaliação da maturidade fetal, maturidade pulmonar e diagnóstico de possíveis patologias. 1.3.2 Objetivos específicos Apresentar a relação entre maturidade fetal e pulmonar com a composição do líquido amniótico; Avaliar o volume do líquido amniótico e patologias relacionadas; Relatar os principais achados anormais no líquido amniótico e suas causas; Apresentar a técnica de coleta de amostra do líquido amniótico; Demonstrar a importância da análise do líquido amniótico para tratamento precoce. 23 2REFERENCIAL TEÓRICO 2.1Órgão reprodutor feminino Os órgãos reprodutores feminino situa-se profundamente na cavidade pélvica e é composto pelos ovários, tubas uterinas, útero, e vagina. Os ovários, possuem forma semelhante de amêndoas, cuja extremidades são cobertas pelas fimbrias. Na sua constituição interna distinguem zona cortical ou zona germinativa, integrada de tecido conjuntivo denominado estroma , folículos ováricos em diferentes graus de maturação, e zona medular. Possui função endócrina, com a liberação dos hormônios estrogênio e progesterona. Estão ligados ao útero pelas tubas uterinas, dois canais que se entendem desde do ovário ate o ângulo superior do útero, possui função de recolher o ovócito quando se rompe o folículo e transporta-lo ate a cavidade uterina. O útero é o órgão destinado a receber o ovócito fecundado, conservar e nutrir o zigoto após a fecundação. possui forma de pera, com cerca de 7 a 8 cm de comprimento. E constituído por três camadas: serosa, muscular e endométrio.Por ultimo a vagina, órgão copulador da mulher, sua função principal é receber o pênis durante a relação sexual. permite a passagem do fluxo menstrual e do feto no ato do parto, é um órgão impar, cilíndrico, musculo membranoso, dilatável, e extensível. Sua extremidade superior esta unida ao colo uterino, e a inferior abre-se na vulva, região onde se encontra órgãos genitais externos. (CRESPO, 2008). 2.2Órgão reprodutor masculino Oórgãos reprodutores masculinos são: testículos, próstata, epidídimo, pênis e ductos que conduzem o esperma. Os testículos é um órgão par, comuma função exócrina , pois são glândulas responsáveis pela produção dos gametas masculinos, os espermatozoides, e uma função endocrina de excreção de testosterona, é composto internamente por túbulos seminíferos, possui forma ovoide, e estão localizados por baixo do pênis. O epidídimo é uma estrutura tubular situada no polo posterior do testículo, local de armazenamento de espermatozoides. A próstata e uma glândula de secreção do liquido prostático, no qual durante a ejaculação é misturado com os espermatozoides. E o pênis, órgão copulador masculino, composto pela região da glande, prepúcio, corpos 24 cavernosos, corpo esponjoso da uretra, formações ereteis cuja disposição e estrutura possibilitam o alongamento durante a ereção. (MAIA, 2010). 2.3Desenvolvimento humano O ser humano tem cerca de 35.000 genes em 46 cromossomos. Cada cromossomo se origina de um gameta materno, o ovócito, e um gameta paterno, o espermatozoide. Cada gameta é constituído de 23 cromossomos, um número haploide. Os genes no mesmo cromossomo tendem a ser herdados juntos, genes ligados. A união das células origina uma célula com número de cromossomo diploide. Os cromossomos autossomos são 22 pares onde os cromossomos encontram-se emparelhados, e um par de cromossomos sexuais.(SADLER, 2005). 2.3.1 Meiose Meiose (Figura 01) é a divisão celular que ocorre nas células gametogênicas para originar gametas masculinos e femininos, espermatozoides e ovócitos. Durante o processo de meiose são realizadas duas divisões meióticas, nas quais o número de cromossomos nas células germinativas é reduzido a metade. (GARCIA, 2012). Figura 01– Estágios de divisão mitótica. Fonte:SADLER, 2005, p.4. 25 2.3.1.1 Primeira divisão meiótica De acordo com Sadler(2005) a primeira divisão meiótica é reducional, o número de cromossomos é reduzido de diploide a haploide. Essa divisão se divide em quatros fases: Prófase: na primeira fase inicia o emparelhamento dos cromossomos homólogos, e cada membro do par consiste de duas cromátides. Metáfase: os cromossomos emparelhados trocam fragmentos de cromátides, formação do quiasma, e replicação de DNA. Anáfase: ocorre a separação dos cromossomos, e migração para os polos opostos da célula. Telófase: a célula começa a apresentar uma constrição na região central, para a formação de duas células-filhas haploides. 2.3.1.2 Segunda divisão meiótica Durante a segunda divisão meiótica com recombinação do material genético, pelo arranjo aleatóriodos cromossomos paternos e maternos, a formação de gametas haploides se completa, duas células filhas. Essas duas células filhas realiza uma segunda divisão e originam quatro células haploides. (MOORE, 2008). 26 Figura 02 – Primeira e segunda divisão meiótica. A. Aproximação dos cromossomos homólogos. B. Emparelhamento dos cromossomos e cada membro do par consiste em duas cromátides, C. troca de fragmentos de cromátides (crossover) e quiasma, D. cromossomos de estrutura dupla se separam; E. Anáfase da primeira divisão meiótica. F.G. Segunda divisão meiótica, os cromossomos de estrutura dupla se dividem no centrômero. Ao termino da divisão meiótica os cromossomos de cada uma das quatro células filhas são diferentes uns dos outros. Fonte:SADLER, 2005, p. 5. 2.3.2 Espermatogênese Espermatogênese é o processo onde ocorre uma sequência de eventos pelos quais as células germinativas primitivas, espermatogônias, são transformadas em células germinativas maduras, espermatozoides. De acordo com Garcia (2012) o processo de espermatogênese e realizado nos túbulos seminíferos, presentes nos testículos. Os túbulos seminíferos apresentam um epitélio revestido por células de Sertoli, que possui função secretora do líquido intersticial dos túbulos seminíferos, produz fator do crescimento dos túbulos seminíferos, sintetizam a proteína ligante do andrógeno, apresenta receptores para hormônio folículo estimulante e a testosterona, principais hormônios reguladores da espermatogênese, e por células de Leydig, responsável pela liberação de esteroides, como, testosterona. A hipófise produz o hormônio luteinizante (LH), que regula a produção de testosterona, pelas células de 27 Leydig, e estimula a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH), que agem na maturação das células gaméticas: espermatogônias, espermatócitos I e II, espermátides e espermatozoides. O processo inicia-se no período da puberdade, onde as espermatogônias, células germinativa primitiva, diploides, começam a dividir por processo de mitose, e produzem sucessivas gerações de células, influenciadas pelo hormônio testosterona. As células geradas podem-se se manter como células tronco de outras espermatogônias, denominadas espermatogônias do tipo A, ou diferenciarem durante sucessivos ciclos de divisão e tornarem espermatogônias do tipo B, que realizaram mitose, desenvolveram e transformaram em espermatócitos primários, células maiores, diploides. Em seguida os espermatócitos primários sofrem uma divisão meiótica reducional e originam os espermatócitos secundários, células menores, haploides, essas realizam uma segunda divisão meiótica e se transformam em espermátides. As espermátides ,continuam haplóides, com 23 cromossomos, não realizam divisão, apenas o processo de diferenciação. (SADLER, 2005). O processo de diferenciação da espermátide em espermatozóide é denominado espermiogênese. Durante esse processo ocorre a formação do acrossomo, que cobre o núcleo e contém enzimas que auxilia na penetração do ovócito, eliminação da maior parte do citoplasma, condensação do núcleo e formação da estrutura do espermatozoide, colo, parte media e cauda. Após completa formação estrutural, o espermatozoide realiza passagem para o epidídimo, para adquirir motilidade e ficar armazenado até o momento de ejaculação. (MOORE, 2008). 28 Figura 03 – Processo de espermatogênese. Fonte:MOORE, 2008, p.14 2.3.3Ovogênese O processo de ovogênese inicia na vida fetal e completa-se na puberdade. Depois de chegarem na gônada de um indivíduo geneticamente feminino, as células germinativas primordiais se diferenciam em ovogônias. Até o terceiro mês de gestação essas células sofrem divisões mitóticas, e formam aglomerados de células, o ovócito I, circundados por uma camada de células epiteliais achatadas, denominadas células foliculares, originadas do epitélio de superfície que recobre o ovário. Os ovócitos I detém a divisão meiótica até o início da vida fértil da mulher, permanecem em um estado de repouso. (GARCIA, 2012). Os neuro-hormônios cerebrais regulam as funções secretoras da hipófise, essa por sua vez, libera hormônios gonadotróficos, que atuam no ovário estimulando o crescimento dos ovócitos e a ovulação, pela produção de hormônios esteroidais pelas células foliculares do ovário. Os ovócitos I, permanecem no estágio de divisão meiótica interrompido até pouco antes da ovulação, quando substâncias indutora de meiose, em 29 resposta da elevação do nível do hormônio luteinizante (LH), os induz a completar sua divisão meiótica, no período da puberdade ,com início do ciclo menstrual, com a menarca e finaliza no período da menopausa. (MOORE, 2008). O desenvolvimento dos folículos ovarianos, maturação e a liberação do ovócito, é regulado pelos hormônios FSH e LH. No período menstrual há um aumento da concentração de FSH na corrente sanguínea, e estimulam as células foliculares produzam maiores quantidades de estrógeno, hormônio responsável pelo crescimento folicular. O folículo primário, e formado quando o ovócito e estimulado, células foliculares que o envolve, aumentam de tamanho e adquire uma forma cubica. As células foliculares, então sofre divisões e passam a constituir várias camadas composta de células foliculares, denominada camada granulosa do folículo. Com esse desenvolvimento o ovócito, e envolto por uma camada acidófila, homogênea e acelular, composta de glicoproteínas,a zona pelúcida. (SADLER, 2005). As células granulosas repousam sobre uma membrana basal que as separa das células do estroma circundante, que formam os folículos tecais. Com o desenvolvimento dos folículos, ocorre a formação de cavidades preenchidas de líquidos, secretados pelas próprias células. Esses espaços são denominados antro folicular. As células dos folículos tecais se organizam e formam uma camada interna de células,com intensa vascularização, a teca interna, responsável pela secreçãode estrógeno, e a teca externa, composta por capsula de tecido conjuntivo, semelhante ao estroma do ovário. Com a formação o antro folicular e teca interna e externa, o folículo e denominado secundário. (MOORE,2004). O aumento de estrógeno, faz com que o hipotálamo libere GnRH, que resulta na liberação de gonadotrofinas na metade do ciclo. As baixas concentrações de estrógeno inibem a produção de LH, e a alta produção estimula.A onda de LH, induzida pela concentração de estrogênio na corrente sanguínea, provoca a ruptura do estigma, expelindo o ovócito secundário com fluido folicular, denominada ovulação, em torno do 14° dia do início do ciclo. Após secreção do ovócito, sob estimulo do LH, o folículo converte-se em uma glândula endócrina, responsável pela secreção de progesterona e uma quantidade pequena de estrógeno. (GARCIA, 2012). Após 8 a 10 dias da ovulação, a medida queo ovócito não é fecundado, a concentração desses hormônios aumentam na circulação sanguínea e atuam sobre o hipotálamo, ativam o mecanismo de feedback, inibindo a produção de FSH e LH pela hipófise. Com a falta do LH o corpo lúteos e degenera, o nível de progesterona diminui e o endométrio uterino descama, ocorrendo a menstruação. A diminuição dos esteroides na 30 corrente sanguínea após a degeneração do corpo lúteo, desfaz a inibição da hipófisee a mesma reinicia o processo de produção das gonadotrofinas. Se houver fecundação o corpo lúteo se desenvolve, formando o corpo lúteo gravídico, aumenta a produção de hormônio e sua degeneração e inibida pela gonadotrofina coriônica humana (hCG). (HALL, 2011). Figura 04 – Processo de ovogênese. Fonte: MOORE, 2008, p.14 2.4 Fases do ciclo menstrual Segundo Moore(2004) ociclo menstrual é o período de maturação do ovócito estimulados pelos hormônios LH,FSH, estrógenos e progesterona. Além dos processos ocorridos no interior do ovário, há processos de desenvolvimento no endométrio uterino durante o mesmo período de maturação. Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelo corpo lúteo (estrogênio e progesterona), estimulam mudanças cíclicas do endométrio. O ciclo menstrual médio ocorre em28 dias, podendo variar de 23 a 35 dias. Ocorre em três fases principais: fase menstrual, fase proliferativa e fase lútea. 31 Fase menstrual: o ciclo inicia-se com o fluxo de sangue descartado pela vagina, com fragmentos do endométrio, devido a descamação provocada pela queda de hormônios quando o ovócito não é fecundado. Com duração de aproximadamente4 a 5 dias. Fase proliferativa: a fase dura aproximadamente 9 dias, coincide com crescimento dos folículos ovarianos controlada pelo estrogênio secretados. Ocorre um aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio. No início dessa fase, o epitélio superficial se reconstrói e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em número e em comprimento, e as artérias espiraladas se alongam. Fase lútea: a fase lútea coincide na formação, crescimento e funcionamento do corpo lúteo. Tem duração de aproximadamente de 13 dias. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material mucoiderico em glicogênio. As glândulas se desenvolvem, ficam mais amplas, tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa, pela influência da progesterona e do estrogênio do corpo lúteo, e também pelo aumento de fluido no tecido conjuntivo. Se a fecundação não ocorre, o corpo lúteo se degenera e os níveis de hormônios diminuem e o ciclo reinicia. Com a fecundação inicia novos processos para o desenvolvimento humano. (SADLER, 2005). Figura 05 – Inter-relações entre hipotálamo, hipófise, ovários,endométrio, e ciclo menstrual. Fonte: MOORE, 2008, p.18. 32 2.5Fecundação A fecundação é o processo pelo qual os gametas masculino e feminino se fundem. O processo ocorre na ampola da tuba uterina, situada próximo ao ovário. Os espermatozoides após chegar no trato genital feminino, realizam o processo de capacitaçãoe reação acrossômica. O processo de capacitação é um período que as membranas plasmáticas sobrejacente do espermatozoide são removidas, para que possam passar pela coroa radiata que protege o ovócito. A reação acrossômica ocorre logo após a ligação á zona pelúcida, há liberação de enzimas necessárias á penetração na zona pelúcida. A fecundação ocorre eventos moleculares que inicia com o encontrodo espermatozoide e o ovócito e termina com afusão dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica, que forma uma célula totipotente e altamente especializada, denominadazigoto. (TELES, 2004). Figura 06 – Eletromicrografia de varredura de espermatozoides se fixando a zona pelúcida. Fonte:SADLER, 2005, p.25 2.5.1 Fases da fecundação 33 O espermatozoide realiza a passagem através da corona radiata do ovócito, pela dispersão das células foliculares da corona radiata, resultante principalmente da ação deenzima hialuronidase, liberada pelo acrossoma do espermatozoide, e pelo auxílio dos movimentos da cauda. As enzimas do acrossoma, permite a penetração na zona pelúcida, a enzima proteolítica acrosina, auxilia na lise da zona pelúcida. Após a penetração do espermatozoide, a cabeça e a cauda entram para o citoplasma do ovócito, e a membrana plasmática fica para trás. Com isso, ocorre uma reação zonal, uma mudança nas propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozoides. O ovócito completa a segunda divisão meiótica, formando duas células, um ovócito maduro com maior parte de citoplasma e cromossomos em um núcleo vesicular, denominado pronúcleo feminino, e outra célula, com menos citoplasma, denominada segundo corpo polar. No citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozoide aumenta e forma o pronucleo masculino, a cauda se degenera. Durante o crescimento os pronucleos masculino e feminino replicam seu DNA. Após a síntese de DNA, ocorre a agregação dos cromossomos, eles se organizam no fuso em preparo para uma divisão mitótica e primeira clivagem do zigoto, formando uma célula diploide,com 46 cromossomos. (GARCIA, 2012). Figura 07 – Fecundação Fonte: MOORE, 2008, p.25. 34 2.5.1.1 Clivagem De acordo com Moore (2008) o processo de clivagem consiste em várias divisões mitóticas realizadas pelo zigoto, aumentando o número de células. A cada divisão as células formadas apresenta um tamanho menor, denominadas blastômeros. Essas divisões iniciam cerca de 30 horas após a fecundação. Após a terceira clivagem, no estágio de 8 células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns aos outros, realizando um processo de compactação, mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular. Na próxima clivagem após a compactação, no estágio de 12a 32 blastômeros, a célula é designada como mórula. Os blastômeros internos da mórula, forma a massa interna, o embrioblasto, que darão origem aos tecidos do embrião, e os blastômeros da periferia circundante, formam o trofoblasto, massa celular externa, que contribuirá para formação da placenta. Figura 08 – A. Clivagem do zigoto e formação do blastocisto. Fonte: MOORE, 2008, p.27. 35 Figura 09 – A. Visão microscópica. B. óvulo fertilizado e divisão do zigoto. Visão microscópica por meiode contraste de fase de um ovulo humano, após fertilização e estagio de duas células resultante da divisão do zigoto. Fonte: SADLER, 2005, p. 26. 2.5.1.2 Implantação Cerca de quatro dias após a fecundação, a mórula alcança a cavidade uterina, e o líquido presente na cavidade uterina, passa pela zona pelúcida e preenche uma cavidade no interior da mórula, formando a cavidade blastocística. Com essa penetração a célula passa a ser designada como blastocisto. Após o blastocisto permanecer suspenso no fluido da cavidade uterina por cerca de dois dias, a zona pelúcida sofre degeneração. Com tudo, o embrioblasto se projeta para a cavidade blastocistica e o trofoblasto forma a parede do blastocisto, esse de desenvolve e aumenta seu tamanho. Aproximadamente seis dias após a fecundação, o blastocisto se adere ao epitélio endometrial. Logo depois da adesão o trofoblasto inicia um processo de proliferação no endométrio uterino, invadindo o tecido conjuntivo, e esse diferencia em duas camadas: o citotrofoblasto, camada interna de células, e o sinciciotroflobasto, a camada externa, consistindo em uma massa protoplasmática multinucleada formada pela fusão de células. O sinciciotrofoblasto altamente invasivo se expande rapidamente adjacente ao embrioblasto, e produz enzimas proteolíticas que erodem no tecido materno, possibilitando ao blastocisto implatar- se dento do endométrio. (GARCIA, 2012). 36 Figura 10 – Aderência do blastocisto ao epitélio endometrial durante os primeiros estágios da implantação. Fonte: MOORE, 2008, p. 28. 2.6 Período Embrionário O período de desenvolvimento embrionário inicia-se após a fecundação, na primeira semana e termina na oitava semana, com o início do período fetal. No período de desenvolvimento embrionário, ocorre os processos de formação das primeiras estruturas fetais que, posteriormente originam os tecidos e órgãos. 2.6.1 Primeira Semana do desenvolvimento embrionário A primeira semana do desenvolvimento embrionário inicia no período que ocorre a fecundação do espermatozoide ao óvulo, ocorre a formação do zigoto, uma célula totipotente altamente especializada, composta por cromossomos e genes paterno e materno. Caracterizada pelo processo de clivagem, divisão, migração, crescimento e diferenciação, realizando várias fases de transformação e desenvolvimento do zigoto. Passando pelos estágios de blastômeros, mórula. Logo depois inicia o processo de adesão 37 no epitélio endometrial, já denominado blastocisto, com aparecimento do sinciciotrofloblasto, tecido que sustenta os capilares uterinos e as glândulas, que produz o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana),e que fornece nutrição embrionária e auxilia a progressão da invasão do blastocisto no endométrio. (MOORE, 2004). 2..6.2 Segunda Semana do desenvolvimento embrionário Na segunda semana do desenvolvimento embrionário o blastocisto completa sua implantação no endométrio. O sinciciotrofoblasto realiza atividade enzimáticas e invade o tecido conjuntivo endometrial que sustenta os capilares uterinos e as glândulas. Com a implantação do blastocisto, o endométrio sofre a chamada reação tecidual no local da implantação, um aumento das células do tecido conetivo do estroma endometrial, preenchidas por glicogênio e lipídeos, sob a influênciada progesterona. O sangue torna-se obstruído nos sinusoides venosos (capilares sanguíneos). Durante a implantação, o citotrofoblasto apresenta grande atividade mitótica. O sinciciotrofoblasto se desenvolve e envolve todo o blastocisto. (TELES, 2004). Sadler(2005) descreve que, as células trofoblásticas liberam proteases que digerem a matriz extracelular do epitélio uterino e provoca a erosão da mucosa, permitindo, que o blastocisto se implante completamente dentro do endométrio, e não tenha contato com o lúmen uterino. O endométrio uterino apresenta uma matriz extracelular composta de colágeno, laminina, fibronectina, ácido hialilurônico e receptores sulfato de heparina. A medida que o blastocisto se implanta, o embrioblastoforma uma placa bilaminar quase circular de células achatadas, denominado disco embrionário, formado por duas camadas: o epiblasto, a camada mais espessa, constituída por células colunares altas, camada epiblastica, relacionadas com a cavidade amniótica, e o hipoblasto, camada mais fina, composta por pequenas células cuboides adjacentes á cavidade exocelômica, ou saco vitelino primitivo. As lacunas sinciciais tornam-se continuas aos sinusóidese o sangue materno passa ao sistema lacunar, pelo trofoblasto, e começa a fluir pelo sistema hipoblástico, estabelecendo a circulação uteroplacentária. As células do endoderma do saco vitelino formam uma camada de tecido conjuntivo livremente, o mesoderma extra - embrionário, que circunda o âmnio e o saco vitelino.Assim que se forma o âmnio, o disco embrionário, e sacovitelino, o sangue materno, através da circulação uteroplacentária, flui para as lacunas, através das artérias 38 endometriais, e o oxigênio e substancias nutritivas tornam disponíveis para os tecidos extra embrionários na superfície dos sinciciotrofoblastos, e o sangue desoxigenado é removido das lacunas pelas veias endometriais. Com o desenvolvimento do endométrio etofoblasto, o mesoderma extra embrionário cresce, e no seu interior surge espaços celômicos extra embrionários, esses espaços se fundem a uma cavidade, o celoma extra embrionário. Esta cavidade é preenchida por fluido e envolve o âmnio. (NOMURA, 2001). A proliferaçãodas células citotrofoblásticas produz extensões celulares que crescem para dentro do sinciciotrofoblasto , essas projeções formam as vilosidades coriônicas primárias.O córion formado por duas camadas de trofoblastos e pelo mesoderma somático extraembrionário.No final da segunda semana, o disco embrionário bilaminar, passa a ser denominado embrião, as células endodérmicas se desenvolve ,tomam forma colunares e forma um aarea circular espessada, denominada placa précordal, futuro local da boca e primórdio da organização cabeça.(CAMPANA, 2003). Figura 11 – Blastocisto Humano. Fonte: SADLER, 2005, p. 38. da região da 39 Figura 12 – Microscopia 100X. Blastocisto humano inteiramente implantado. Fonte: SADLER, 2005, p. 38. 2.6.3Terceira semana do desenvolvimento embrionário A terceira semana do desenvolvimento embrionário e caracterizada pelo processo de gastrulação.O disco bilaminar é convertido em um disco trilaminar, esse processo é o início da morfogênese, desenvolvimento da forma e estrutura de vários órgãos e partes do corpo.A gastrulação inicia coma formação da linha primitiva, uma faixa linear espessa, resultante da proliferação e migração das células do epiblastopara o plano mediano do aspecto dorsal do disco embrionário. No mesmo período células de proliferam naextremidade cranialda linha primitivae forma o nó primitivo, circundado pela fosseta primitiva. As camadas do disco embrionário dão origem aos folhetos germinativos: ectoderma, endoderma e mesoderma, cada folheto originara órgãos e tecidos específicos. (MOORE, 2008). 40 Com o surgimento da linha primitiva é possível identificar o eixo cefálico-caudal do embrião, as extremidades cefálica e caudal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo. Uma camada frouxa de tecido conjuntivo embrionário forma o mesênquima, que forma o tecido de sustentação do embrião. As células mesenquimais, sob fatores de crescimento migram da linha primitiva, se proliferam, diferenciam formam fibroblastos, condroblastos e osteoblastos.O processo notorcodal cresce cefalicamente entre o ectoderma e o endoterma, células mesenquimais migram do nó e da fosseta primitivo, e forma um cordão celular mediano. Outras células mesenquimais migram cefalicamente para cada lado, em torno da placa pré- cordal, formando o mesoderma cardiogênico, local onde o primórdio do coração começa a se desenvolver. A notocorda, haste celular indica o futuro local dos corpos vertebrais, funciona como o indutor primário do embrião inicial,e induz o ectoderma espessar-se e formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central. (SADLER, 2005). Figura 13 – Aspecto dorsal de um embrião humano. Fonte: SADLER, 2005, p. 46. De acordo com Garcia(2012) ao lantoide é uma envaginação que se estende da parede caudal do saco vitelino para o pedículo do embrião, está relacionado ao primórdio da formação sanguínea, artérias e veias umbilicais,e formação da bexiga. O desenvolvimento da notocorda, permite que o ectoderma embrionário se espessa e forma uma placa alongada de células epiteliais, a placa neural, que originará o sistema nervoso central.A formação do tubo neural é um processo complexo e multifatorial que envolve 41 genes e fatores extrínsecos mecânicos. As pregas neuraissão o primórdio do encéfalo, e se convertem em tubo neural.Com a formação da notocorda e da tuba neural, o mesoderma intraembrionário em cada lado prolifera-se para formar uma coluna grossa e longitudinal de mesoderma paraxial. Cada coluna está em continuidade com omesoderma intermediário, que gradualmenteforma uma camada de mesoderma lateral, esse mesoderma paraxial diferencia-se e divide-se em pares de corpos cuboides, denominados somitos, que se forma em cada lado do tubo neural. A formação dos vasos sanguíneos se inicia, os angioblastos, originados das células mesenquimais, se agregam formam grupos de células isoladas, as ilhotas sanguíneas. Dentro das ilhotas, fendas intercelulares confluem formando pequenas cavidades, os angioblastos se achatam e tornam células endoteliais da cavidade, os vasos avançam para áreas adjacentes por brotamento endotelial e se fundema outros vasos.O coração tubular, une-se a vasos sanguíneos do embrião, do pedículo, do córion e do saco vitelino, para formar o sistema cardiovascular primitivo. O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos que completa seu estado funcional. (FRANCISCO, 2002). Figura 14 – Ilustração do desenvolvimento das vilosidades coriônicassecundárias no embrião implantado. Fonte: MOORE, 2008, p.48. 2.6.4 Quarta semana do desenvolvimento embrionário 42 No início da quarta semana de desenvolvimento humano completa-se o processo de formação do tubo neural e coração, e os principais órgãos já começam a se desenvolver. Ocorre o dobramento do disco embrionário trilaminar, iniciando a forma do corpo do embrião. Esse dobramento ventral nas extremidades do embrião resulta em pregas cefálica e caudal. Essas pregas dão origem ao primórdio do encéfalo e medula espinhal. O dobramento lateral, origina o primórdio do intestino médio, e sistema urinário. E transformação do pedículo do embrião em cordão umbilical. Com o desenvolvimento do embrião, a cavidade amniótica se expande e o âmnio forma o revestimento epitelial do cordão umbilical, o tubo neural comunica-se livremente com a cavidade amniótica nas extremidades cefálica e caudal. (MOORE, 2004). Figura 15 – Aspectodorsal de um embrião 4° semana de desenvolvimentol. As pregas neurais se fundem de frente para os somitos para formação do tubo neural, primórdio da medula espinha Fonte: MOORE, 2008, p.58. 2.6.5 Quinta semana do desenvolvimento embrionário A quinta semana do desenvolvimento embrionário, oembrião encontra-se totalmente envolvido pela cavidade amniótica, preenchida pelo líquido amniótico, que participa diretamente de todo metabolismo e desenvolvimento na maturação dos órgãos do embrião. O encéfalo apresenta um rápido desenvolvimento, há formação dos 43 membros, face, orelhas, nariz e olhos. Os membros superiores e inferiores aparecem como brotos. (GARCIA, 2012). Figura 16 – Aspecto dorsal do embrião 5° semana do desenvolvimento, 28 dias. Fonte: MOORE, 2008, p. 59. 2.6.6Sexta semana do desenvolvimento embrionário Durante a sexta do desenvolvimento humano, o embrião apresenta resposta s reflexas ao toque, desenvolvem a formação dos dedos,denominados, raios digitais, formação da retina ocular, os olhos tornam-se evidentes, boca, punho, tronco começa se endireitar, inicia a aparência humana. A cabeça apresenta maior, e posição resulta da flexão da região cervical, e encontra-se bem encurvada próximo a proeminência cardíaca.(SADLER,2005). 44 Figura 17 – Aspectolateral do embrião, cerca de 32 dias. . Fonte: MOORE, 2005, p. 60. 2.6.7 Sétima semana do desenvolvimento embrionário Durante a sétima semana do desenvolvimento embrionário, os membros sofrem modificações consideráveis. É perceptível placas das mãos, indicando futuros dedos. A comunicação entre o intestino e o saco vitelino, apresenta apenas interligado pelo pedículo vitelino. Figura 18 – Aspectolateral do embrião, cerca 42 dias. Fonte: MOORE, 2008, p. 61. 2.6.8 Oitava semana do desenvolvimento embrionário Na última semana do período embrionário, o embrião apresenta a cabeça mais arredondada, genitália externa com aparência assexuada, dedos, orelhas e pálperas mais 45 desenvolvidas, ocorre os primeiros processos de ossificação. O embrião possui uma aparência nitidamente humana. Os dedos das mãos apresentam unidos apenas por uma membrana. O plexo vascular do couro cabeludo apresenta, como uma faixa característica que envolve a cabeça.(MOORE, 2008). Figura 19– Aspectolateral do embrião, cercade 56 dias. Fonte: MOORE, 2008, p.62. 2.7 Período fetal O período embrionário, onde acontece a formação de órgãos e tecidos encerra na oitava semana do desenvolvimento humano, na nona semana do desenvolvimento humano, inicia-se o período fetal, onde acontece o crescimento e maturação de órgãos e tecidos, e encerra no parto, com cerca de 38 semanas completas. O feto desenvolve-se em meio o líquido amniótico do saco amniótico, presente na parte interior do saco coriônico, que por sua vez faz parte da placenta, composta por uma porção materna, do endométrio e uma porção fetal o saco coriônico. A placenta, cordão umbilical e líquido amniótico são responsáveis pelo transporte de nutrientes necessários para o desenvolvimento do feto. (SADLER, 2005). As transformações do embrião em feto e gradual. O desenvolvimento durante o período fetal é relacionado com o crescimento do corpo e diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. E necessário o desenvolvimento de maturação, para realização de respectivas funções. Não há um sistema separadamente formal para o período fetal, porem alguns eventos apresentam um destaque maior. Na nona semana do 46 desenvolvimento o feto apresenta pernas curtas, e coxas relativamente pequenas, os membros inferiores pouco mais desenvolvido que os inferiores. Nesse início de período fetal, o fígado é o principal local de eritropoiese, formação dos glóbulos vermelhos do sangue. No período entre a decima e decima segunda semana, o baço, inicia a função de eritropoiese, ea formação de urina inicia, essa é lançada pela uretra nolíquido amniótico. O feto reabsorve parte desse fluido depois realiza deglutição, e os produtos de excreção fetal são transferidos para circulação através da circulação uteroplacentária.(MOORE, 2004). Segundo Garcia (2012) no período entre a decima terceira e vigésima nona semana do desenvolvimento embrionário o crescimento fica mais lento, para que o processo de maturação possa ser realizado. Os ossos são claramente visíveis nas imagens de ultrassom, o padrão dos cabelos do couro cabeludo são bem determinados, no casos do sexo feminino, os ovários apresenta diferenciados e folículos primordiais com ovogônias são observados. A pele do feto é coberta pela verniz caseosa, um material gorduroso secretado pelas glândulas sebáceas do feto e células mortas da epiderme, com função de proteção a delicada pele do feto. O feto apresenta movimentos rápidos dos olhos. As células dos septos interalveolares do pulmão inicia um processo de secreção de surfactante, lipídeo responsável por manter aberto os alvéolos pulmonar em desenvolvimento, porém o sistema respiratório são esta completamente maduro, os pulmões apresenta um desenvolvimento suficiente para realizar trocas gasosas. O sistema nervosos central completa seu desenvolvimento e pode controlar os movimentos respiratórios e controlar a temperatura do corpo. A medula óssea inicia o processo de eritropoese, no período de vigésima oitava semana. 2.7.1 Trigésima á trigésima quarta semana do desenvolvimento fetal O sistema nervoso apresenta suficientemente maduro para efetuar funções integrativas. O ganho de peso e normal cerca de 3.400 g e medida de comprimento de 360 mm, e as características físicas completamente desenvolvidas.O desenvolvimento do feto completa-se em 266 dias e 38 semanas após a fecundação. Cerca de 12% das crianças nascem uma a duas semanas após a data esperada. Pois o feto necessita de substratos para crescer e produzir energia para seu desenvolvimento, e gases e esses nutrientes passam pela membrana placentária e chega ao feto, a nutrição e cuidado da mãe e essencial para o desenvolvimento do feto. (MOORE, 2008). 47 2.8 Defeitos congênitos e fatores cromossômicos Segundo Bettiolo(2009) os defeitos congênitos e abortos espontâneos podem ser relacionados a anormalidades cromossômicas. Essas se dividem emnuméricas ou estruturais. Anormalidades numéricas corresponde a presença deum cromossomoextra, a trissomia, com 47 cromossomos, ou a falta do mesmo, monossomia, com 45 cromossomos, que ocorrem pelo erro na divisão celular, no qual um par de cromossomos ou duas cromátides não se separam durante o processo de meiose ou mitose. 2.8.1 Anormalidades cromossômicas numéricas 2.8.1.1 Trissomia docromossomo 21 – Síndrome de Down Na síndrome de Down ocorre uma cópia extra do cromossomo 21, devido uma translocação de parte de um cromossomo para outro no momento de divisão meiótica. As características de crianças portadoras de síndrome de Down incluem retardo de crescimento, graus variáveis de retardo mental, anormalidades craniofacial, orelhas pequenas, defeitos cardíacos, incidência de leucemias, infecções, disfunção da tireoide e envelhecimento prematuro. (SADLER, 2005) Figura 20 – Cariótipo da trissomiado 21- Síndrome de Down. Fonte: SADLER, 2005, p. 8. 48 . 2.8.1.2 Trissomia docromossomo 18- Síndrome de Edward Ocorre uma translocação no cromossomo no momento de divisão meiótica, as características são semelhantes a síndrome de Down, acrescentando frequência de micrognatismo, anomalias renais e malformações do sistema ósseo. A incidência dessa síndrome é de aproximadamente 1 em 5.000 recém-nascidos, e esses chegam a óbito aos 2 meses de idade, e cerca de 85%entre a 10° semana de gestação.(GARCIA, 2012). Figura 21 – Criança com trissomia do cromossomo 18. .Região occiptal proeminente, fenda labial mediana, micrognatismo, orelhas de implantação baixa e um ou mais dedos flexionados Fonte: SADLER, 2005, p.9. 2.8.1.3 Trissomiado cromossomo 13 - Síndrome de Patau Como as anteriores, a um cromossomo extra, as principais anormalidades são retardo mental, defeitos cardíacos congênitos, surdez, fenda labial e fenda palatina, defeitos oculares, como microftalmia, anoftalmia e coloboma. Essa anormalidade apresenta uma incidência cerca de 1 em 20 000 crianças nascidas vivas, e 90%após o primeiro mês vão ao óbito. (KOHATSU, 2012). 49 Figura 22 – Criança com trissomia do cromossomo 13. A. Lábio leporino, microftalmia e o palato fendindo, B. Síndrome pode acompanhar polidactilia. Fonte: LAGMAN, 2005, p. 9. 2.8.1.4 Trissomias dos cromossomos sexuais A trissomia dos cromossomos sexuais não é uma condição rara. Temos asíndrome de Klinnefelter e a síndrome do triplo X como as principais. A síndrome deKlinnefelter, ocorre exclusivamente em homens, e apresenta esterilidade, atrofia testicular, hialinização dos túbulos seminíferos e ginecomastia. A síndrome do triplo X, as mulheres apresentam duas cromatinas sexuais, ocorre em idade infantil, suascaracterísticas são: aspecto normal, menstruação ocasional, podemapresentar- se férteis, e algumretardo mental. (BETTIOLLO, 2009). Figura 23 – Paciente com síndrome de Klinnefelter. Fonte: SADLER, 2005, p.10. 50 2.8.1.5 Monossomia – Síndrome de Turner Única monossomia compatível com a vida. A síndrome de Turner apresenta um cariótipo 45-X, fenótipo feminino. O erro na gametogênese, responsável pela monossomia, quando identificado, e encontrado no gameta paterno, a ausência do cromossomo X.Éuma anormalidade citogenética, onde as características secundárias não se desenvolvem em 90% das meninas afetadas, sendo necessária a substituição hormonal. (NETO, 1998). Figura 24 – Paciente com síndrome de Tuner. Pescoço alado, estatura baixa, tórax largo e ausência de maturação sexual. Fonte: SADLER, 2005, p.10. 2.5.1.6Anormalidades cromossômicas estruturais As anormalidades estruturais decorrem da ruptura do cromossomo, seguida de uma reconstituição com combinação anormal. Essas rupturas podem ser induzidas por fatores ambientais, como, consequênciasdaruptura romperam.(NETO, 1998). vírus, depende do radiação,substancias que acontece com químicas os e pedaços drogas.As que se 51 2.5.1.7 Síndrome Cri-du-chat ou Síndrome miado de gato A síndrome Cri-du-chat, conhecidacomo síndrome do miado do gato, apresenta uma deleção parcial do braço curto do cromossomo 5. As crianças afetadas possuem um grito fraco semelhante ao miado do gato, microcefalia, hipertelorismo (olhos afastados), orelhas com implantação baixa, micrognatia (mandíbulas e maxilas pequenas), retardo mental grave e doença cardíaca congênita. (SADLER, 2005). 2.5.1.8 Síndromede Angelman e Prader-willi E uma síndrome de transmissão hereditária de uma micro deleção no braço longo do cromossomo 15, quando transmitida pelo cromossomo materno é denominada, síndromede Angelman,e as características são principalmente, retardo mental, incapacidade no desenvolvimento da fala e deficiência no desenvolvimento motor. Nos casos de transmissão por cromossomo paterno, síndrome de Prader-willi,e o individuo afetado caracteriza por hipotonia, obesidade, retardo mental, hipogonadismo e criptorquidia.(NETO, 1998). Figura 25 – Pacientes com síndrome de Algelman esíndrome de Prader-willi. Fonte: SADLER, 2005, p.12 52 2.6 Fluídos Corporais/ Líquidos Cavitários Cerca de 60% do corpo humano adulto é composto por líquidos, formadosde íons, água, eletrólitos, células e enzimas. Estão presente nomeio intracelular e extracelular no organismo, os fluidos extracelulares são encontradosnas cavidades corporais e plasma. São necessários á lubrificação da interface órgão/cavidade corporal, e encontra-se em constantemovimento.Os tipos de fluidos corporais são diversos, dentre os líquidos cavitários temos líquido cerebrospinal, líquidos serosos, líquido sinovial, líquido pericárdio, líquido pleural, líquido peritoneal e líquido amniótico. (MUNDT, 2012). O líquido extracelular é rapidamente transportado no sangue circulante, e transferidopor difusão, através das paredes dos capilares, para líquidos teciduais.No líquido extracelular encontra-se todos os nutrientes necessários, como oxigênio, glicose, íons, aminoácidos, lipídeos entre outros, para crescimento, desenvolvimento e especialização celular. (HALL, 2011). O desenvolvimento fetal é dependente da difusão de substancias entre o sangue materno, placenta e líquido amniótico. Toda nutrição materna reflete no desenvolvimento fetal, assim como agentes patológicos.O líquido amniótico reflete o estado materno–fetal, e pelaimportância que o mesmodesempenha na boa evolução da gestação, é fundamental compreender sua composição,vias de regulação, podendo assim desenvolver terapias para possíveis patologias e poder ter um controle sobre todo o desenvolvimento do feto, uma vez que todo seu desenvolvimento se reflete na composição do líquido amniótico. 2.6.1Líquido Amniótico Monteiro (2002), relatano primeiro trimestre de gestação, até a metade do segundo trimestre, o líquido amniótico é formado, em sua maior parte, pelo movimento passivo de água pela membrana amniótica e pele fetal, resultante da difusão simples e do transporte ativo de sódio e cloreto, podendo ser considerado um ultrafiltrado do sangue materno; as células são provenientes, além da descamação de células da vesícula vitelina, do embrião e posteriormente do feto. Entre a 17ª e a 20ª semana de gestação, ocorre a queratinização da pele fetal, fazendo com que a deglutição e diurese fetais assumam papel importante na formação do líquido amniótico. Uma importante fonte adicional de fluido amniótico é a secreção proveniente do trato respiratório, assim como as excreções do trato gastrointestinal do feto. Como resultado desta dinâmica de fluidos, as células presentes 53 nos tratos urinário,respiratório e gastrointestinal podem ser liberadas para o interior da cavidade amniótica; de fato, células desses compartimentos participam do pool celular encontrado no fluido amniótico. O feto desenvolve-se em meio ao líquido amniótico na cavidade amniótica, espaço situado entre o pólo embrionário e o trofoblasto, aparecendo na gestação ainda no estágio de blastocisto. Com o evoluir da gestação essa cavidade cresce e envolve o embrião. Nas primeiras semanas de gestação, o líquido amniótico é um simples ultrafiltrado do plasma materno, ao final do primeiro trimestre a composição do líquido amniótico começa a mudar, passando a se assemelhar ao plasma fetal, equilíbrio esse conseguido através da pele fetal e de outras vias de troca, como a placenta e o cordão umbilical.A osmolaridade do líquido amníotico é influenciada por diversos fatores como hiper-hidratação materna, modificações na composição da urina fetal e do exsudato pulmonar, e apresenta uma menor que a osmolaridade do plasma materno. (DERTKIGIL, 2005). 2.6.1.1 Composição O líquido amniótico está presente no âmnio, um saco membranoso que envolve o feto.Possui composição semelhante á do plasma materno e contém uma pequena quantidade de células descamadas da pele, sistema digestivo e urinário, substâncias bioquímicas produzidas pelo feto, como bilirrubina, lipídeos, enzimas, eletrólitos, proteínas, glicose, creatinina, ureia,compostos nitrogenados ecélulas de defesas. O líquido amniótico normal é incolor, com moderada turbidez pelos restos celulares. Pequena alteração no aspecto e indicativo de alguma anormalidade. (STRAINGER, 2009). De acordo com Campana et al., (2003) os principais componentes presentes neste líquido estão em suspensão e em dissolução. Entre os elementos em suspensão encontram-se células esfoliadas do âmnio, principalmente do feto, assim como lanugem e gotículas de gordura. Como elementos de dissolução estão presentes substâncias orgânicas e inorgânicas,os eletrólitos representam as substâncias inorgânicas, sendo alguns relacionados com a idade gestacional, e asorgânicas estão as proteínas, os aminoácidos, a alfa fetoproteína, as substâncias nitrogenadas não-protéicas, os lipídios, os carboidratos, as vitaminas, as enzimas, a bilirrubina, os hormônios e as prostaglandinas. A análise citológica e bioquímica do líquido amniótico permite o diagnóstico de possíveis infecções e patologias relacionadas ao desenvolvimento fetal. 54 A produção de urina, a deglutição fetal e o exudato alveolar passam a ser as vias fundamentais para a mudança na composição do LA a partir do segundo trimestre da gestação. A pele fetal, que desempenha importante papel na formação do LA nas primeiras semanas da gestação, vai perdendo importância a partir da queratinização que ocorre aproximadamente com 25 semanas. Deste modo, a partir desse período, ocorrem cada vez menos troca de fluidos por essa via. (DERTKIGIL, 2005). A infecção materna primária com Toxoplasma gondiiadquirida durante a gestação ainda é de elevada importância em nosso meio pelo fato de poder resultar em infecção fetal com graves sequelas paraa criança. O espectro clínico da infecção congênitapelo T. gondii ou citomegalovírus varia de alterações aparentes ao nascimento com morbimortalidade perinatal elevada(microcefalia, crescimento intra-uterino retardado, hidrocefalia) a uma infecção subclínica com possibilidade de risco para o desenvolvimento decoriorretinite e/ou complicações tardias na vidafutura (hidrocefalia). O diagnóstico precoce realizado através da pesquisa de Toxoplasma gondii e citomegalovírus no líquido amniótico através do método de PCR, apresenta grande eficácia, e assim proporciona o tratamento oantiparasitário adequado da mãe,capaz de reduzir a taxa de transmissão para o feto e por consequência o númerode seqüelas nos casos em que a infecção intrauterinajá ocorreu.A taxa de transmissão materno-fetal varia principalmente de acordo com a idade gestacionalno momento da infecção materna. Quando esta ocorre antes da décima quinta semana de gestação, pode resultar numa taxa de transmissão menor do que 5%, podendo atingir 80%, se próximo do termo8, mas o acompanhamento sorológico no sistemático durante a gestação permite apenas uma estimativa indireta do risco de infecção fetal. (ZIELINSKY, 1997). A glicose é a fonte principal de energia para o metabolismo e crescimento do feto. A insulina, necessária para o metabolismo da glicose, e secretada pelo pâncreas fetal. As complicações decorrentes do Diabetes mellitus na gravidez tem relação direta com o controle metabólico materno. A hiperglicemia materna eleva as taxas de complicações em gestantes diabéticas, consideram que nos casos de hiperglicemia materna, glicose em excesso no sangue materno, essa atravessaria mais a placenta levando à hiperglicemia fetal. Esta, por sua vez, desencadearia a diurese osmótica fetal resultando em excesso de líquido amniótico, e maior demanda de metabolismo fetal. (MAGANHA, 2009). A alfafetoproteína (AFP) é uma glicoproteína de peso molecular de aproximadamente 69.000 daltons. É sintetizada pelo saco gestacional (vesícula vitelínica), 55 trato gastrointestinal e principalmente pelo fígado fetal. Pequenas quantidades podem ser produzidas pelos rins e placenta. Os níveis plasmáticos fetais atingem o pico entre 10-13 semanasde gestação (atingindo em torno de 2.480 KUI/ml), declinam exponencialmente entre 14 e 32 semanas. A queda na concentração plasmática fetal da AFP pode ser atribuída ao aumento do volume sanguíneo fetal e à diminuição de sua síntese. A AFP passa para o líquido amniótico através da urina fetal, os níveis elevados de AFP no líquido amniótico são associados com defeitos abertos do tubo neural, condições fetais que permitam a passagem de proteínas plasmáticas do feto para o líquido amniótico através da pele, como defeitos da parede abdominal, hidropsia fetal, cistos e morte fetal,do trato urinário, hidronefrose, doença policística, ou da placenta, anormalidades fetais que alteram a deglutição e digestão da AFP, como por exemplo, atresia esofágica, duodenal ou intestinal. (MAESTRI, 1998). A presença dos fosfolipídios, lecitina, esfingomielina, fosfatidilinositol, fosfatidilglicerol e outras substâncias no líquido amniótico (LA), além da demonstração de que os mesmos eram provenientes do pulmão fetal, direcionou as pesquisas para a predição da maturidade pulmonar fetal.O pulmão fetal inicia seu desenvolvimento por volta da terceira semana de vida e, próximo da 24ª semana de gestação, algumas células que revestem os ácinos diferenciam-se em pneumócitos do tipo I e II. O pneumócito do tipo I é uma célula com funções principalmente relacionadas ao revestimento alveolar. Já o pneumócito do tipo II é célula rica em corpos lamelares (CL), que são estruturas intracelulares com 1 a 5 μ de diâmetro, ricas em lipídios e que armazenam as substâncias surfactantes. As substâncias surfactantes são observadas entre a 24ª e a 26a semana gestacional, sendo que ao final deste período o pulmão fetal já apresenta alguma capacidade de realizar trocas gasosas, embora ainda imaturo. Alterações na proporção, na quantidade ou na qualidade dos fosfolipídios que compõem o surfactante pulmonar resultam em colapso alveolar, ocasionando a SDR, também conhecida como doença pulmonar das membranas hialinas com consequente atelectasia progressiva, edema, alteração da relação ventilação/perfusão, levando à hipóxia tecidual.(GIL, 2009). 2.6.1.2 Cor e Aspecto O líquido amniótico normal apresenta incolor com leve a moderada turbidez, devido os restos celulares durante o desenvolvimento fetal. Na presença de traumas 56 abdominal, hemorragia intra amniótica ou punção traumática o líquido pode apresentar laivos de sangue quando analisado. A presença de bilirrubina confere uma cor amarela ao líquido e é indicativa de destruição de glóbulos vermelhos, nos casos de doença hemolítica do recém-nascido. Nos casos de morte fetal, o líquido apresenta um aspecto vermelho escuro ou marrom, devido a falta de metabolismo. (STRAINGER, 2009). O mecônio e constituído de secreções gastrointestinais, bile, ácidos biliares, suco pancreático, muco, dejetos celulares, deglutição de sangue. O mecônio pode acarretar complicações no feto, com prognostico agravado, quanto maior sua concentração no líquido amniótico, essa elevação ocorre devido a diminuição do líquido amniótico, como nos casos de restrição de crescimento intrauterino, hipertensão pulmonar, provocada pela obstrução das vias áreas pelo mecônio, hipóxia fetal e diminui a ação dos neutrófilos presente no líquidoamniótico. (FILHO, 2003). 2.6.1.3Volume O volume do líquido amniótico é regulado por um equilíbrio entre produção de urina fetal, fluido do pulmão e absorção pela deglutição fetal e fluxo intra-membranoso materno-fetal. (GARCIA, 2012). De acordo com Molinariet al. (1998) a renovação do líquido amniótico ocorre,em média, a cada 2 horas, sendo reabsorvido pelo próprio feto, através da pele nas idades gestacionais mais precoces, como no período embrionário, e por mecanismo de deglutição em idades mais avançadas, como no período fetal.Em torno da 8ªsemana seu volume é de 5-10 ml, aumentando progressivamente, na 12ª semana há cerca de 50ml, atingindo 1.000 a 1.500 ml entre a 36ª e 38ªsemana de gestação. Na40ª semana, ocorre uma queda progressiva, o volume é de 500 ml,e após a 42ªsemana é inferior à 400 ml. Moore (2008)afirma que o conteúdo do líquido amniótico é trocado a cada 3 horas, e seu volume aumenta lentamente, cerca de 30 ml com 10 semanas, 350 ml com 20 semanas e 700 a 1000 ml com 37 semanas. O líquido amniótico é um componente importante do ambiente intrauterino e qualquer alteração no seu volume requer cuidadosas avaliações, tanto do feto como da mãe. Nas gestações de alto risco, as alterações com aumento ou diminuição do líquido amniótico se encontram associadas a várias ocorrências obstétricas. Na população geral, o oligoidrâmnio diminuição do volume do líquido amniótico, está relacionado a deglutição fetal, deformidades do trato urinário, compressão do cordão umbilical, e 57 consequentemente diminuição da frequência cardíaca, e o polidrâmnio, aumento no volume do líquido amniótico, apresenta anomalias estruturais, arritimias cardíacas, infecções congênitas e anormalidades cromossômicas, anomalias congênitas. Por esse motivo, é necessária a avaliação morfológica fetal, após o diagnóstico de alterações do volume de líquido amniótico, através da ultrassonografia. (NETO, 2009). O oligoidrâmnio, quando relacionado à insuficiência placentária, apresenta como mecanismo fisiopatológico, a redução gradativa da produção de LA, provocada pelos fenômenos adaptativos desencadeados pela hipoxemia fetal crônica. Subseqüente ao déficit nutritivo, o regime de hipoxemia provoca resposta circulatória fetal, com centralização da circulação. Desta forma, os mecanismos cardiocirculatórios regulam a redistribuição do débito cardíaco fetal com aumento do fluxo sangüíneo destinado aos órgãos nobres (cérebro e coração) em detrimento de outros órgãos como os rins e pulmões. A diminuição gradativa do volume de LA torna o cordão umbilical suscetível a compressões e, em graus extremos de oligoidramnia, isto pode ser fator determinante do óbito fetal. A hipoplasia pulmonar do recém-nato é uma possível complicação da oligodramnia.O acompanhamento evolutivo do volume de líquido amniótico é considerado um dos passos fundamentais para adequada propedêutica da vitalidade fetal. (NOMURA, 2002). Segundo Golino(2006), a ruptura prematura de membranas (RPM) amnióticas, que é a perda de líquido amniótico antes de iniciado o trabalho de parto, é decorrente dos riscos de prolapso e compressão de cordão umbilical, descolamento placentário, oligodramnia, prematuridade, infecção materna e fetal. Ocorre em 2 a 18% das gestações, é causa de 30 a 40% dos partos prematuros e de 20% dos óbitos perinatais. O curso natural da RPM é o parto, evidências sugerem que a RPM ocorra por processos bioquímicos como a ruptura do colágeno da matriz extracelular do âmnion e córion e apoptose das células da membrana fetal. O volume do líquido amniótico (VLA)é reconhecido como um parâmetro importante na avaliação do bem-estar fetal. Os erros na detecção de VLA anormal em qualquer extremo poderão ter implicações clínicas importantes. A falha em descobrir oligoâmnio poderá levar à omissão de testes essenciais para o diagnóstico de anormalidades fetais, rotura prematura de membrana insuspeita ou comprometimento fetal por hipóxia. Inversamente, o diagnóstico errôneo de polidrâmnio poderá resultar na indicação de procedimentos de avaliação fetal invasivo se desnecessários. A avaliação do 58 VLA deve ser um componente de todo exame ultra-sonográfico em obstetrícia, particularmente no segundo e terceiro trimestre. (DERTKIGIL, 2005) 2.6.2Funções Segundo Moore (2004) eStrainger(2009) o líquido amniótico possui as seguintes funções: A. Imunidade contra infecções: o líquido amniótico possui células de defesa em sua composição, como neutrófilos, que fagocita possíveis agentes infecciosos e anticorpos, como IgG. B. Impede a aderência do âmnio ao embrião e ao feto: o líquido permite com que o feto fique suspenso na cavidade amniótica, proporcionando maior espaço para desenvolvimento. C. Controle da temperatura corporal: através da metabolização dos ácidos graxos presentes, o líquido produz calor ao feto, controlando a temperatura intra uterina. D. Movimentação fetal: o feto suspenso no líquido, proporciona maior facilidade para movimentação. E. Proteção contra impactos mecânicos: o líquido impede que nos caos de traumas o impacto chegue ao feto, o líquido diminui a intensidade com que a pressão provocada pelo impacto chegue ao feto. F. Troca de nutrientes: Os nutrientes necessários para desenvolvimento do feto provem da ingestão nutricional materna, esses nutrientes e substancias passam pra a circulação uteroplacentária, e chegam ao feto pelo processo de difusão através do líquido amniotico. G. Maturidade pulmonar: Os corpos lamelares são reservatórios de fosfolipídios, componentes do surfactante pulmonar, que são secretados no líquido amniótico por meio do movimento respiratório fetal, são indicativo de que o pulmão esta realizando sua função. 2.6.3Métodospara avaliação do estado fetal A obtenção do líquido amniótico e realizada por um procedimento denominado Amniocentese. E um procedimento invasivo, no qual é introduzido uma agulha longa, oca 59 por via transabdominal na cavidade amniótica, acompanhada por ultrassonografia, para orientação, localização do feto e placenta com segurança. São aspirados aproximadamente 20 a 30 ml de líquido. Devido ao volume do líquido amniótico presente em cada período da gestação, a amniocentese é realizada apenas após o terceiro mês de gestação, após a 14° semana do desenvolvimento embrionário. A amniocentese é um procedimento seguro, com risco de perda fetal geralmente menor que 1%, uma vez que o método pode ser oferecido às mulheres selecionadas após serem revistos os riscos e os benefícios envolvidos. (SADLER, 2005). A amniocentese é indicada para determinação de diagnóstico, tratamento precoce e intervenção de uma anormalidade. Os principais casos de indicação são: idade materna superior a 35 anos, histórico familiar de anomalias cromossômicas, gravidez anterior com defeito congênito ou tubo neural, pais com doença metabólica, histórico de doenças genéticas, concentrações elevadas de determinadas substâncias no soro materno, avaliação da doença hemolítica do recém-nascido, sofrimento fetal, avaliação da maturidade pulmonar e casos de infecção. (STRASINGER, 2009). Dentre as técnicas de análises do líquido amniótico temos cultura de célula ,dosagens bioquímicas realizadas por espectofometria, fluorescência, e técnicas moleculares. (MOORE, 2008). 60 Figura 26 – Ilustração do processo de Amniocentese. Fonte: FARAH, 2009. 2.7Técnicas de análise 2.7.1Análise Macroscópica – Aspecto E Volume De acordo com o aspecto do LA, este pôde ser classificado em: claro, hemorrágico, meconial ou amarelado, com presença ou não de grumos. Quando os grumos estavam presentes, estes foram ainda classificados em finos, médios ou grossos (líquido opalescente). (NOMURA, 2001). A avaliação da altura uterina (AU) é resultante da interação de múltiplas variáveis, sendo fortemente correlacionada ao peso fetal e ao volume do líquido amniótico, e que é frequente associada entre desvio do crescimento e alteração do volume do líquido amniótico (VLA). O índice de líquido amniótico (ILA) é um marcador ultrassonográfico de diversos processos patológicos fetais ou maternos, sua avaliação e necessária, pois muitos casos de restrição do crescimento fetal (RCF) cursam com 61 oligoâmnio, e muitos casos de macrossomia fetal com polidrâmnio. Assim, a utilização durante a assistência pré-natal de curvas de altura uterina em função da idade gestacional para rastrear desvios de crescimento fetal pode contribuir, para rastrear desvios do volume de líquido amniótico. (FREIRE, 2012). O ILA, também denominada técnica de Phelan,é um método semi quantitativo para avaliação do volume do líquido amniótico. A técnica baseia-se em anteparos anatômicos para a medição do LA. Usando a cicatriz umbilical como ponto de referência, o útero é transversalmente dividido em duas porções, superior e inferior. A linha negra é então usada para nova divisão em porções esquerda e direita. Com o transdutor em sentido perpendicular ao solo, mede-se o maior bolsão no sentido vertical em cada quadrante e a soma dos valores dos quatro bolsões, em milímetros, é a medida do índice do LA, o método bem padronizado demostrou ter boa reprodutibilidade. (DERTKIGIL, 2005; MOLINARI, 1998). 2.7.2 Análise Microscópica A análise microscópica do líquido amniótico pode ser realizada pela técnica de Citologia com Azul de Nilo ou índice cito-lipídico, para avaliação da maturidade fetal. A técnica consiste na mistura de uma gota de líquido amniótico com uma gota de sulfato Azul de Nilo a 0,1%. Realiza a homogeneização e leitura em microscópio ótico comum. As células ricas em gorduras coram-se de laranja, sendo denominadas células orangiófilas (células da maturidade). Até a 34ª semana observasse menos de 1% de células orangiófilas ,entre 38 e 40 semanas de 10% a 50% e acima de 40 semanas acima de 50%. Estas células são de origem descamativa, provenientes da epiderme fetal, sendo células das uperfície queratinizada do epitélio, revestido de gordura das glândulas sebáceas, avaliando a maturidade da pele fetal. O resultado é interpretado maturidade positiva acima de 10%de células e maturidade negativa quando apresenta menos que 10%. (NOMURA, 2001). 2.7.3 Análise Imunológica Os testes imunológicos são realizados no soro materno, como meio de rastreamento, nos casos positivos é indicativo para realização da análise do líquido amniótico. O sorodiagnóstico consiste nos principais exames de rotina da grávida, 62 principalmente para se prevenir a toxoplasmose congênita e citomegalovírus. Diferentes técnicas têm a propriedade de detectar esses anticorpos no sangue dos pacientes. Testes como imuno- fluorescência, hemoaglutinação, entre outros. (CASTRO, 2001). 2.7.4 Hibridização in situ por fluorescência (FISH) A técnica de FISH baseia se no produto da combinação da citogenética tradicional com biologia molecular. A técnica permite que sequências de DNA sejam detectadas em metásfases ou em núcleos interfásicos na própria lâmina, o DNA é estudado diretamente no núcleo ou no cromossomo. Durante o processo a sonda marcada com fluorescentee o DNA alvo são desnaturados (rompimento das pontes de hidrogênio)e hibridizam (interpenetração onde a formação de uma outra geometria, novos orbitais).No microscópio de fluorescência é possível visualizar as sequencias marcadas e hibridizadas. A técnica permite o diagnostico prévio de cromossopatias, como trissomia 13, 18 e 21, e cromossomos sexuais.(MALUF, 2011). 2.7.5PCR Segundo Cristo (2005) o ensaio da PCR (reação em cadeia da polimerase) consiste em um processo de síntese enzimática de copias de ácidos nucleicos, duplicação das cadeias de DNA, de sequência especifica .É uma técnica utilizada em testes clínicos para detecção de alterações genéticas ou infecções por diferentes agentes etiológicos. Diversos estudos demonstram a capacidade da PCR em amplificar fragmentos específicos de DNA a partir de fluidos corporais diferentes. E utilizada para detecção de cromossopatias, encefalite toxoplásmica, toxoplasmose pulmonar e até toxoplasmose congênita. Apresença do parasito é demonstrada através de seus componentes antigênicos ou de segmentos de DNA, e a interpretação da quantificação dos alelos se dá por software, onde picos gráficos representam os alelos. Sequências cromossômicas repetidas e altamente polimórficas, que podem variar de comprimento entre indivíduos, são amplificados pela PCRutilizando iniciadores (primers) que são marcadores com fluorocromos. Os produtos da amplificação são separados por eletroforese em capilar, e são visualizados e quantificados utilizando programa software. Para cada sonda utilizada são produzidos picos. No feto normal, heterozigoto são produzidos dois picos, com altura e área derazão 1:1 (dialélico normal). 63 Nos casos de trissomia (trissômicotrialélico)ou dois são demonstrados picos na razão três de picos 2:1 na razão (trissomico 1:1:1 dialélico). (KESSELER,2009). Figura 27 – Eletroferograma de sonda D21S11 amplificada com dois tipos de trissomia 21. No 1° painel, um eletroferograma com um padrão trialélico; na proporção 1:1:1. No 2° painel, uma trissomiado 21 com um padrão dialélico na proporção 2:1. No 3 ° painel um feto normal, heterozigoto na proporção 1:1. Fonte: CORDIOLI, 2007, p. 132 2.7.6Teste de Clements Nomura (2001) descreve o teste de Clements avalia a maturidade pulmonar, baseado na capacidade do sistema surfactante deformar bolhas estáveis na interface arlíquido, na presença de etanol. As bolhas serão mais estáveis de acordo com a quantidade de substâncias surfatantes presente na amostra, quanto maior a quantidade maior estabilidade. A técnica utiliza-se de três tubos limpos de 8 a14 mm de diâmetro por 100 mm de altura, colocando-se em cada tubo as seguintes quantidades de LA: 1,0 ml,0,75 ml e 0,50 ml. Completou-se o volume para 1,0 ml com soro fisiológico. Em seguida, adicionou-se 1ml de etanol a 95% em todos os tubos, sendo fechados e agitados vigorosamente cada um destes tubos por 15 segundos, a leitura e realizada após um 64 período de 15minutos. O teste é considerado positivo á presença de anel completo de bolhas; estáveis até o terceiro tubo; negativo quando a presença de bolhas, e intermediário quando as bolhas não se completaram até o terceiro tubo. A presença de sangue ou mecônio na amostra pode provocar resultados falso-positivos. 2.7.7CCL- Contagem de corposlamelares Os corpos lamelares são reservatórios de fosfolipídios, componentes do surfactante pulmonar, que são levados ao LA por meio do movimento respiratório fetal. O teste de CCL avalia a maturidade pulmonar. Entretanto, a utilização da CCL no Brasil ainda é pouco difundida e há poucas citações na literatura. A técnica consiste na contagem dos corpos lamelares em amostras de LA, 0,5 mL da amostra deve ser centrifugada, sendo necessário para análise os sobrenadante, a leitura é realizada em contadores hematológicos, com princípios da emissão pulsos elétricos, similares aos da contagem de plaquetas em amostras de sangue total. Os resultados são interpretados como amostra negativa para maturidade pulmonar fetal, aquela cuja contagem dos corpos lamelares foi inferior a 30.000 partículas/μL, e amostra positiva aquela cujo resultado foi igual ou superior a 30.000 partículas/μL. (GIL, 2010). 2.7.8Relação surfactante/albumina (TDxFLM) Luz (2003) descreve o teste de relação surfactante/albumina e realizado para avaliação da maturidade pulmonar. E um método quantitativocom alta sensibilidade e especificidade. Nas amostras do líquido amniótico essa relação e analisada através dapolarização fluorescente O teste e realizado seguindo oprotocolo de realização definido nas instruções fornecidas pelo fabricante. E necessário1 ml de LA, que deve ser filtrado antes de testado. A relação precisa entre a razão surfactante/albumina e a polarização da fluorescência determinada é estabelecida gerando-se uma curva padrão. Os TDx/ TDxFLM II Calibradores de relação S/A conhecida são testados e a curva padrão resultante é armazenada. Os resultados das amostras são calculados a partir da curva armazenada. O resultado e interpretado como: imaturidade pulmonar: relação menor 39 mg/g ,maturidade pulmonar: relação maior 55 mg/g e fase de transição: entre 40 e 54 mg/g. 65 2.7.9 Bandeamento A técnica de bandeamento produz uma diferenciação longitudinal nos cromossomos, e possibilita uma caracterização mais detalhada do cariótipo, com identificação individual dos cromossomos, distribuição de segmentos heterocromáticos e uma melhor compreensão da estrutura cromossômica e detecção de alguns rearranjos cromossômicos. (BERNAL, 2014). O bandeamento-G e realizado por digestão dos cromossomos pela enzima proteolítica tripsina, com subsequente coloração com Giemsa, essa técnica tornou referência de bandeamento para a obtenção de cariótipos das mais variadas espécies. O bandeamento-R, através da cromomicina A3, fluorocromocom afinidade para sequências ricas em bases GC, produz padrões de bandeamento fluorescente específicos e reversos aos obtidos através do bandeamento-G. O bandeamento-C produz uma coloração específica da heterocromatina constitutiva , pois causa a perda de DNA nas regiões não heterocromáticas, produzindo um contraste positivo das regiões heterocromáticas que se localizam, principalmente, nas regiões centroméricas dos cromossomos. Esse bandeamento pode ajudar na organização de cariótipos, na medida em que, por vezes, permite esclarecer determinadas dúvidas na identificação dos cromossomos. ( BATISTA, 2012). 2.7. 10 Ultrasonografia A ultrassonografiaé o melhor método para a avaliação do líquido amniótico. Vários métodos foram propostos para a sua medida sonográfica, entre eles, a análise subjetiva, o índice de líquido amniótico (ILA) e a medida do bolsão mais profundo são os mais utilizados. Por meio desses métodos, vários estudos foram realizados tentando relacionar a medida do líquido amniótico a avaliação bioquímica e molecular , com o prognóstico perinatal. (COSTA, 2005). 66 Figura 28- Ultrasonografia com visualização da medida debolsão de liquido amniótico em um quadrante. Fonte: COSTA, 2005, p. 338 2.7.11 Biópsia de vilosidades coriônicas A biopsia de vilosidades coriônicasé baseada na colheita e análise de amostra de trofoblasto (vilocorial ou córionfrondoso), que representa a parte de origem fetal da placenta; contrapondo-se a de origem materna, que é constituída pela decídua basal. Essas células do córion frondoso (vilocorial) são derivadas do zigoto, refletindo portanto a constituição genética e metabólica fetal. A biopsia de vilosidades pode ser realizada a partir de 10 semanas, por meio da análise direta das metáfases espontâneas que existem normalmente no trofoblasto, consegue estabelecer o cariótipo fetal em 36 a 48 horas. As anormalidades cromossômicas (estudo citogenético), as deficiências enzimáticas (estudos bioquímicos)e os estudos de DNA (biologia molecular), identificáveis por meio da amniocentese, também podem ser diagnosticados pela biopsia, e com a mesma confiabilidade. Pode ser realizada por via transabdominal ou via transcervical , porem a transcervical apresenta aior risco de contaminação e só deve ser feita até 12 semanas de gestação, e a transabidominal pode ser executada também em idades gestacionais mais avançadas (segundo trimestre). (FONSECA, 1988). 67 2.3.12Dosagemde Alfafetoproteína A alfafetoproteína é uma glicoproteína sintetizada pelo saco vitelino fetal no início da gestação e posteriormente pelo trato gastrointestinal e pelo fígado. A sua principal fonte é a urina fetal. Os valores de referência estão relacionados com as metodologias e com os laboratórios. Embora sua função seja desconhecida, é a proteína sérica mais importante do embrião, podendo diagnosticar diversas patologias, sendo que alguns transtornos são associados com concentrações séricas maternas anormais de alfafetoproteína. A dosagem de alfafetoproteina e realizada por enzima, por método de imuno- ensaio, utiliza-se aproximadamente10ml de líquido amniótico em diluição em tampão PBS albumina. (CAMPANA, 2001; MAESTRI, 1998). 2.3.13Cultura de Células De acordo com Bydlowski (2009) a descoberta de células tronco no líquido amniótico, iniciou um novo campo promissor na área das células-tronco. Estas células têm potencial de se diferenciar em células dos três folhetos germinativos, com alta capacidade de proliferação e diferenciação, como habilidade de reconstituição in vivo de um determinado tecido, com isso geraram uma grande expectativa como fonte potencial de células para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas. A confirmação da origem fetal das células mesenquimais no líquido amniótico e cultivadas in vitro, foi realizada por meio da tipagem molecular dos antígenos leucocitários humanos (HLA).Durante toda a gestação ocorre a liberação de diferentes tipos celulares de origem ectodérmica, mesodérmica e endodérmica dependendo principalmente da idade gestacional ou de patologias fetais. Amniócitosmesenquimais humanos apresentam potencial de diferenciação multi linhagem em fibroblastos, adipócitos e osteócitos, inclusive após exposição a condições específicas de cultura. Para a realização das culturas, são utilizados dois diferentes meios de cultura, o meio Chang e Amniomax suplementado com soro fetal bovino e L-glutamina,5mL de líquido amniótico, centrifugados em tubos cônicos de 15 mLa 1.000 rpm por um tempo de 8 a 10 minutos. Após a centrifugação descarta-se o sobrenadante e o precipitado de células deve ressuspendido em 5mL de meio de cultura Chang.s ou Amniomax, e o conteúdo transferido para frascos T25. Os frascos devem ser incubados a 37°C e 5% de 68 CO2 durante 4 a 5 dias. Após este período realizar-se troca de meio de cultura. A diferenciação e expansão são realizadas adicionando substancias através de dosagem bioquímica de creatino fosfoquinase, tripsina, insulina, indomectacina, desidrogenase lática, aldolase, entre outras.(CABRAL, 2008). Figura 29 – Células-tronco não diferenciadas cultivadas em meio de cultura Amniomax. (Característica fibroblastóide das células). Fonte: CABRAL, 2008, p. 491 Figura 30 – Diferentes estágios do processo de cultura de células do líquido amniótico. Fonte: BATISTA, 2012, p. 8 69 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de estudo O presente trabalho caracteriza-se no tipo de estudo descritivo, a pesquisa descritiva tem por objetivo descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência, estabelecendo relação entre as variáveis no objeto de estudo analisado, essas variáveis relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que podem se alterar mediante o processo realizado. A pesquisa descritiva proporciona uma nova visão sobre a realidade já existente. (DUARTE, 2014). O estudo com base em revisões de literaturas descreve a importância da análise do líquido amniótico e as inúmeras patologias diagnosticadas com essa análise. 3.2 Local de estudo O trabalho teve como base análises de pesquisas e estudos de casos realizados em regiões brasileiras. 3.3 Aspectos Éticos É bastante comum na área da saúde a consulta a dados secundários, e registros de estudos de casos para a realização de pesquisas em sua totalidade como para a coleta de dados complementares para estudos que já estão em desenvolvimento. Independentemente do tipo de estudo, os aspectos éticos referentes ao uso desses dados devem ser observados pelo pesquisador. Entre os aspectos éticos, no presente trabalho, pode-se apresentar a confidencialidade dos dados, a descrição dos pacientes nos artigos selecionados, e a avaliação dos direitos infantis. Os argumentos que são considerados pela comunidade acadêmica para estes casos são o interesse público e a contribuição científica que o estudo vai trazer, mas este assunto é tema de discussão e ainda precisa de um maior esclarecimento . Todavia, com relação ao uso desses registros, não há impedimento legal para a realização de pesquisas com utilização desses dados secundários. 3.4 Instrumento utilizado 70 As informações contidas no presente trabalho foram retiradas de9 livros de caráter clinico e científico, e 28artigos publicados nas bases eletrônicas SCIELO,BIREME e LILACS, através de uma revisão sistemática dessas literaturas. Os descritores (palavras chaves) utilizados nas bases de pesquisas para artigos foram: líquido amniótico, formação LA, alterações do líquido amniótico, diagnóstico laboratorial do líquido amniótico, amniocentese, malformações congênitas, composição química do líquido amniótico, desenvolvimento embrionário, maturidade fetal, maturidade pulmonar, características do líquido amniótico e idade gestacional. 3.5 Delimitações de artigos Os artigos foram selecionados com base em critérios de inclusão e exclusão. Dentre os critérios de inclusão dos artigos apresentou prioridades estudos com temática diretamente relacionada ao líquido amniótico, como: • Composição e formação do líquido amniótico, • Fases do desenvolvimento fetal • Maturidade Pulmonar • Malformações congênitas • Análise do líquido amniótico • Publicados no período de 1994 á 2015, Como critérios de exclusão foram considerados: • Artigos publicados no período anterior ao ano de 1994, • Não apresentava patologias relacionadas com alterações detectáveis a análise do líquido amniótico, • Estudos com temática diferente da abordada na pesquisa Todos os artigos foram lidos para busca de informações sobre o assunto abordado em uma pré- seleção, após o estudo completo do artigo os mesmos foram incluídos ou excluídos. 3.6 Desenvolvimento do estudo Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi realizada a leitura e estudo individual do material adquiridos nas fontes de pesquisas, livros, artigos e tese. As informações foram organizadas de acordo com o assunto abordado, para elaboração dos 71 fichamentos dos artigos selecionados, primeiro os que se referia a formação e composição do líquido amniótico relacionadas ao desenvolvimento fetal, intermediário os estudos que apresentava a técnica para obtenção da amostra, e por último os que apresentava patologias e achados anormais no líquido amniótico relacionados a maturidade fetal e pulmonar. 3.7 Resultados esperados Os resultados esperados com a realização do estudo completo, foi maior esclarecimento das patologias diagnosticadas após a análise do líquido amniótico, uma sensibilização para que as gestantes que tenha a oportunidade de realizar a análise que a realize, uma conscientização das vantagens que a análise do líquido amniótico proporciona e entre essas vantagens o tratamento intra-uterino e diminuição de óbitos e deficiências., uma vez que o maior objetivo da área da saúde e pesquisa e a busca pelo tratamento. 72 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde os anos 1970, houve uma aperfeiçoamento do diagnóstico pré-natal (DPN), e um processo constante na área da saúde, porém, ainda com algumas deficiências, a técnica de amniocentese , para análise do líquido amniótico se torna essencialmente para rastreamento de patologias e controle do desenvolvimento fetal. Detectar uma anomalia é necessariamente para organizara condição real da criança ao nascer, sua expectativa de vida e a severidade dos sintomas. (LOWI, 2011). A maturidade fetal consiste no pleno desenvolvimento dos diversos órgãos e sistemas fetais que, no seu processo fisiológico normal, se completa entre 37 e 40 semanas de gestação. A maturidade do sistema respiratório fetal ocorre ao redor da 35ª semana de gestação, quando as adaptações anatômicas e funcionais permitem ao recémnascido (RN) prematuro sobreviver ao ambiente extra-uterino. Existem algumas condições clínicas que podem acelerara maturidade fetal , por exemplo a hipoxia fetal crônica, e outras, como o diabete mellitos, associada a um atraso na maturação pulmonar, a avaliação dessa maturidade pulmonar fetal, através da análise do líquido amniótico (LA), pode ser realizada precocemente, principalmente naquelas, que a gestante apresente alguma alteração, ou risco de uma gestação complicada, evitando-se assim, em algumas situações, o parto prematuro, e desenvolvimento da patologia. (NOMURA, 2001). O líquido amniótico apresenta-se rico em células escamadas que delimitam a cavidade amniótica e também células provenientes do feto. A base morfológica da citologia amniótica está estritamente relacionada ao feto, decorrendo da necessidade de ser conhecido o desenvolvimento intra-uterino da pele, das mucosas respiratórias e digestivas, das coberturas geniturinárias e dos demais elementos que tenham contato com este líquido. Torna-se necessária ainda a investigação da fisiologia de cada epitélio, seus ritmos de crescimento e maturação. (CAMPANA, 2003). Segundo Bernal(2014)as técnicas de análise do líquido amniótico são amplas, técnicas moleculares, bioquímicas, citológicas, associadas ao volume e características obtidas pela ultrassonografia proporciona um diagnóstico preciso de possíveis patologias. A técnica de amniocentese para obtenção da amostra de líquido amniótico, e realizada por um profissional capacitado, e o risco apresentado e cerca de 1%, e a quantidade necessária e mínima em relação aos demais exames. O estudo de patologias genéticas, imaturidade pulmonar, deficiências de substancias, e desenvolvimento fetal incompleto podem ser diagnósticos precisos com achados no líquido amniótico. O número de 73 distúrbios diagnosticáveis, a precisão e a eficácia da análise estão aumentando a medida que novos métodos são criados, novas mutações caracterizadas e os mecanismos de segregação de varias doenças genéticas são compreendidos. Atualmente a análise do líquido amniótico se tornou a principal área de controle e monitoramento do desenvolvimento fetal, para intervenção de possíveis patologias e realização de tratamento. 74 5 CONSIDERAÇÕESFINAIS A pesquisa e desenvolvimento das técnicas de terapias das diversas patologias e anormalidade existentes faz parte do cotidiano social, principalmente dos profissionais da área da saúde. O estudo realizado proporcionou um maior conhecimento sobre a análise do líquido amniótico para rastreamento e tratamento de patologias existentes. Apesar de não fazer parte da rotina dos exames de pré-natal, a análise do líquido amniótico proporciona rastreamento de diferentes aspectos em apenas uma amostra, podendo ser realizada técnicas de pesquisas para alterações genéticas, metabólicas, de desenvolvimento e maturidade de órgãos e tecidos do feto. O principal passo para um tratamento eficaz, e o diagnóstico precoce, e a análise do líquido amniótico apresenta um diagnóstico precoce preciso, a partir do terceiro mês de gestação, quando se inicia o período fetal e desenvolvimento dos órgãos, tecidos e maturidade pulmonar. Todo processo de desenvolvimento do feto reflete na composição do líquido amniótico, relacionado ao metabolismo fetal. Análise importante, mas pouco utilizada, a população não possui conhecimento sobre a riqueza desta análise, e as vantagem que proporciona. A realização deste estudo pode proporcionar um esclarecimento sobre a técnica e a importância da amniocentese fazer parte dos exames pré-natais do cotidiano da sociedade. 75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, Melania MariaRamos ; FAÚNDES, Aníbal; SANTOS, Luiz Carlos; AZEVEDO, Elvira. Acurácia do Teste de Clements Para Avaliação da Maturidade Pulmonar Fetal em Gestantes com Doença Hipertensiva Específica da Gestação. RBGO, Recife,v. 20, n. 5, p. 253-260.1998. BATISTA, Mariana Pedrosa ; COSTA, Wanderson Lucas ; GOMES, Andréia Cristina; AMARAL, Waldemar Naves.Importância do estudo genético pré-natal .Revista Femina, Goiania, GO: Femina , v. 40, n.1, p. 5-11,jan./fev.2012. BERNAL,Luz Mery ; LOPEZ, Greizy López. Diagnóstico pré-natal: retrospectiva. Publicação Cientifica de Ciências Biomédicas, São Paulo, v.12, n.21, p. 23-35, jan./jun.2014. BETTIOLLO, Leocir. 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O primeiro passo para o conhecimento do compartimento feto-placentário foi dado por Bevis, em 1952, quando realizou uma amniocentese com fins propedêuticos: o estudo da doença hemolítica fetal. Nos seguintes anos, vários pesquisadores demostraram que e possível determinar o sexo fetal mediante o estudo da cromatina sexual em células de líquido amniótico. O desenvolvimento das técnicas citogenéticaslevou a Fuchs e Philips (10) a demonstrar a viabilidade de se cultivar células obtidas no LíquidoAmniotico (LA) para posterior análisedo cariotipo fetal. Desse modo, obtiveram-se os primeiros cariótipos fetais a partir de células de LA entre 1965 e 1967. Valenti e Nadler descreveram o primeiro DPN de uma anomalia cromossômica: a trissomia do cromossomo 21. No mesmo ano, diagnosticou-se uma anomalia por erro inato do metabolismo (galactosemia) mediante a análisedo LA. Quatro anos depois, altas dosagens de alfa-fetoproteína (AFP) no soro materno foram correlacionadas com o aumento da probabilidade de ocorrência de erros no fechamento do tubo neural. Palavras Chaves: anomalia congênita, anomalia cromossômica, diagnostico pré-natal, retrospectiva, vida intrauterina.. Conclusão: O primeiro procedimento de coleta de células fetais para o estudo do cariotipo foi a AT, realizada apos 15 semanas de gestação. Além de ser um procedimento de baixo risco, proporciona suficiente material para a análisecitogenetica do feto e os resultados obtidos apresentam alta sensibilidade e especificidade no diagnostico pré-natal. 81 Assim como em outros procedimentos de coleta de tecidos fetais, a ultrassonografia e hoje uma ferramentaindispensável no DPN. Além de ser utilizada para orientar os operadores antes, durante e apos o procedimento, a ultrassonografia e utilizada tanto no diagnostico como no rastreamento de anomalias fetais. 82 Titulo do Artigo:IMPORTÂNCIA DO ESTUDO GENÉTICO PRÉ-NATAL Autores: Mariana Pedrosa Batista; Wanderson Lucas da Costa; Andréia Cristina Gomes; Waldemar Naves do Amaral Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2012 Resumo: O desenvolvimento de técnicas, como o cariótipo e ensaios enzimáticos em células fetais, a determinação de metabólitos no líquido amniótico e a ultrassonografia, propiciaram o diagnóstico pré-natal de desordens genéticas. A investigação genética prénatal permite a detecção, ainda no útero, de doenças que, de outra forma, somente seriam diagnosticadas após o nascimento. Diversas técnicas são utilizadas para avaliação do estado fetal, algumas como a biópsia de viloscoriais, a amniocentese e a cordocentese. Com desenvolvimento tecnológico, novas técnicas moleculares foram desenvolvidas apresentando-se de forma mais refinada e de rápido resultado. A utilização dessas técnicas é fundamental para o desenvolvimento fetal, podendo então indicar uma conduta adequada para cada caso. Dessa forma, o conhecimento e a aplicação da genética clínica, utilizando o aconselhamento genético, trazem a certeza de um bom acompanhamento prénatal necessário à assistência médica. Palavras chaves: GenéticaCuidado pré-natal Diagnóstico Conclusão:A anomalia fetal é um evento preocupante na vida das grávidas e da família. O fato de esclarecer o diagnóstico ajuda os pais a lidarem com os sentimentos negativos e com a sua própria ansiedade. Quando o casal é orientado sobre a patologia do seu bebê e consegue compreendê-la melhor, todos os procedimentos médicos se tornam menos ameaçadores. O rastreamento da anomalia feito pela idade materna, o rastreamento bioquímico em sangue materno e o rastreamento biofísico pela ultrassonografia trabalham com uma sensibilidade que ultrapassa os 90%. A coleta do material biológico para estudo genético é altamente eficiente e com baixos níveis de complicações. O exame rápido através do FISH e/ou o exame tradicional através do bandeamento, efetivam o diagnóstico cromossômico. Dessa forma, o conhecimento e a aplicação da genética clínica, utilizando o aconselhamento genético, wtrazem a certeza de um bom acompanhamento pré-natal necessário à assistência médica. 83 84 Titulo do Artigo: AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR FETAL PELA CONTAGEM DOS CORPOS LAMELARES NO LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Beatriz Maykot Kuerten Gil;Eduardo de Souza; Carlos Alberto Justo da Silva;Cláudia Pinto Figueiredo Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2010 Resumo: Realizar um estudo para comparar o teste de contagem de corpos lamelares (CCL) no líquido amniótico com o teste da polarização fluorescente (PF) como parâmetro diagnóstico para avaliação da maturidade pulmonar fetal. MÉTODO: estudo transversal, analítico e controlado realizado com 60 gestantes atendidas no período de março de 2002 a dezembro de 2007. Foram colhidas amostras de líquido amniótico e realizados os testes de CCL e PF (TDxFLM II), considerados de referência, e comparados à presença ou ausência da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR). Foram estabelecidos valores de corte para maturidade de 30 mil corpos lamelares/μL para o teste da CCL e 55 mg/g de albumina para o PF. Foram avaliadas as características maternas e perinatais, a evolução neonatal e o desempenho dos testes diagnósticos para predição da maturidade pulmonar fetal. Na análise estatística, foram utilizadas medidas descritivas e calculados os valores referentes à sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo dos testes, considerando-se significativos valores de p≤0,05. RESULTADOS: a idade materna variou entre 15 e 43 anos, com média de 26,6 anos. A idade gestacional variou entre 24,3 e 41,6 semanas, com média de 35,1 semanas. A Síndrome do Desconforto Respiratório foi diagnosticada em 13,3% dos neonatos. As características perinatais, como peso, índice de Apgar, incidência de SDR, foram comparadas aos resultados dos testes de CCL e PF, sendo observada uma correspondência, estatisticamente significativa (p≤0,05), entre os grupos de neonatos clinicamente classificados como imaturos e maduros em ambos os testes. Os testes foram concordantes em 68,3% dos casos. Quando se comparou o teste da PF com o teste da CCL, a sensibilidade foi de 100% para ambos, e a especificidade do teste da CCL foi superior (73,1%), quando comparado com o teste de PF (51,9%). O padrão-ouro para determinação da maturidade fetal é a ocorrência da SDR. O valor preditivo positivo do teste da CCL foi superior (36,4%) quando comparado ao teste da PF (24,2%) (p<0,05), sendo que o valor preditivo negativo foi de 100% para ambos os testes. Palavras chaves:Maturidade dos órgãos fetais, Líquido amniótico, Surfactantes pulmonares, Técnicas de diagnóstico e procedimentos, Síndrome do desconforto 85 respiratório do recém-nascidoKeywords Conclusão: Este estudo demonstrou que o teste da CCL apresenta 100% de sensibilidade e especificidade superior ao teste de referência (PF). Além disso, a CCL é considerada um teste rápido, acessível, barato e factível em nossa realidade, podendo ser utilizado como teste confiável na predição da maturidade pulmonar fetal. 86 Titulo do Artigo:A ALTURA UTERINA É CAPAZ DE DIAGNOSTICAR OS DESVIOS DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO? Autores: Djacyr Magna Cabral Freire; José Guilherme Cecatti; Cláudio Sérgio Medeiros Paiva Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2012 Resumo:Avaliar o desempenho de uma curva de altura uterina (AU) quanto à capacidade de rastrear desvios do volume de líquido amniótico, utilizando uma curva brasileira de índice de líquido amniótico (ILA) como padrão-ouro. MÉTODOS: O presente estudo representa um corte transversal no qual foram incluídas 753 gestantes em acompanhamento pré-natal na rede pública de João Pessoa (PB) no período de março a outubro de 2006 e que tiveram um exame de ultrassonografia (US) de rotina agendado para depois da 26ª semana de idade gestacional. Foram excluídos os casos com diagnóstico de gestação gemelar, óbito fetal intrauterino e malformações fetais maiores. Além de informações sociodemográficas, foram coletados também os valores da AU medida de forma padronizada, os valores do peso fetal estimado, do ILA e a idade gestacional pelo exame de US. A capacidade da curva de AU em predizer os desvios do volume de líquido amniótico foi avaliada tendo uma curva brasileira de ILA em função da idade gestacional como padrão-ouro. Para isso, foram estimados a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo para diferentes pontos de corte. RESULTADOS: A medida da AU identificou 10,5% das mulheres como AU baixa e possivelmente associada ao oligoâmnio, e 25,2% como AU alta e possivelmente associada ao polidrâmnio. Utilizando uma curva brasileira de referência para ILA, a AU foi capaz de predizer pobremente a ocorrência de oligoâmnio (sensibilidade variando entre 37 a 28%) e de forma razoável a ocorrência de polidrâmnio (sensibilidade variando entre 88 a 69%). Palavra chaves: Útero/crescimento & desenvolvimento, Líquido amniótico, Oligodrâmnio, Polihidrâmnios , Saúde materno-infantil Conclusão: A medida da altura uterina mostrou um desempenho ruim para predizer oligoâmnio e um desempenho razoável para predizer polidrâmnio. Sua utilização para essa finalidade só se justifica, portanto, em situações nas quais o exame ultrassonográfico não esteja fácil e rotineiramente disponível, a fim de ajudar na priorização dos casos que 87 deveriam ter esse exame realizado. 88 Titulo do Artigo: ANÁLISE DOS RESULTADOS MATERNOS E FETAIS DOS PROCEDIMENTOS INVASIVOS GENÉTICOS FETAIS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Autores: Mario Kohatsu, Mário Henrique Burlacchini de Carvalho, RossanaPulcineli Vieira Francisco, Antônio Gomes de Amorim Filho, Marcelo Zugaib Fonte: LILACS Ano de Publicação: 2012 Resumo:Caracterizar as indicações das gestantes que procuraram o serviço de Medicina Fetal do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para realização de procedimentos invasivos diagnósticos e avaliar os resultados dos cariotipos fetais e de suas gestações. Métodos: Estudo observacional retrospectivo das gestantes que realizaram biopsia de vilocorial (BVC), amniocentese e cordocentese no periodo de fevereiro de 2005 a dezembro de 2009. Nao foram incluidos outros procedimentos diagnosticos ou procedimentos terapeuticos. O resultado da gestacao foi obtido atraves de consulta de prontuarioeletronico e/ou fisico e/ou contato telefonico. Resultados: Foram realizados 713 procedimentos (113 BVC, 340 amniocenteses e 260 cordocenteses). A principal indicacao para a realizacao dos procedimentos invasivos foi a presença de alteracoes estruturais nos fetos, seguido por valores aumentados da translucêncianucal e pela idade materna avancada. O cariotipo fetal esteve alterado em 186 casos (26,1%). A trissomia do cromossomo 18 foi a aneuploidia mais comum, seguida pela trissomiado 21, a monossomia do X e a trissomia do cromossomo 13. Ocorreram 4,9% de abortamento, 25,7% de natimortos e 13% de neomortos. Oito gestantes optaram pela interrupção judicial, e 99% das gestantes cujos fetos não apresentavam malformação e que apresentavam cariotipo fetal normal tiveram nativivos. Palavras chaves:Cariotipo; amostra de vilosidade coriônica; sangue fetal; feto. Conclusão:A obtenção do cariotipo fetal e um importante examediagnostico que deveria ser oferecido a todas apos aconselhamento genético e o teste de rastreamento. O procedimento invasivo apresenta risco de perda da gestacao; entretanto, o presente estudo demonstra que a maioria das perdas fetais esteve relacionada com a condição fetal subjacente (malformações fetais e aneuploidias). Apenas um caso evoluiu com obito intrauterino sem malformação fetal ou cariótipo anormal. O Hospital Universitario ainda tem as malformacoes como a principal indicacao para pesquisa do cariotipo fetal e os casos sao encaminhados em idade gestacional avançada, o que deve ser responsável pelo 89 numero elevado de cordocenteses (36,4%) para avaliação do cariótipo fetal. Titulo do Artigo: LÍQUIDO AMNIÓTICO, ATIVIDADE FÍSICA E IMERSÃO EM ÁGUA NA GESTAÇÃO Autores: Márcia San Juan Dertkigil; José Guilherme Cecatti; Sérgio Ricardo Cavalcante; Érica Passos Baciuk; Ana Lurdes A Bernardo Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2005 Resumo: O objetivo desta revisão foi avaliar a inter-relação entre volume do líquido amniótico, atividade física e imersão em água na gestação. Utilizando diferentes combinações desses termos, foram consultadas as bases de dados do MedLine e do Scielo, no período de 1980 a 2005 para a identificação de artigos relevantes ao assunto. O líquido amniótico é fundamental no desenvolvimento dos sistemas músculo-esquelético, gastrointestinal e respiratório fetal. Sua avaliação no passado era imprecisa, mas com o advento da ultra-sonografia, tornou-se fácil e não invasiva. Surgiram técnicas para a aferição do seu volume e curvas de normalidade. Mais recentemente, têm-se tentado diversas técnicas para a correção do seu volume, na tentativa de diminuir a morbidade associada. Um método não invasivo muito utilizado no Brasil é a hiperhidratação materna. Outros autores sugerem medidas como a imersão estática ou com atividade física em água, muito na moda nos dias de hoje. Ainda são poucos os estudos relativos à prática da atividade física na água para gestantes e seus benefícios maternos, fetais e perinatais. A presente revisão visa aprofundar os conhecimentos acerca dos exercícios aeróbicos sob imersão de gestantes em água, no que diz respeito ao volume de líquido amniótico e bem-estar fetal durante a gestação. Palavras chaves: Gravidez, Líquido amniótico, Atividade física, Imersão Conclusão: Caso tal prática demonstre aumentar significativamente o volume de LA, sem prejuízo fetal, poderá talvez ser utilizada como uma técnica não-invasiva de aumento do volume de LA, quando alguma situação clínica obstétrica assim necessitar. Estudos sobre as possíveis aplicabilidades clínicas dos achados da imersão sobre o líquido amniótico podem ser fundamentais, por exemplo, no tratamento de gestantes hipertensas crônicas, com pré-eclâmpsia ou com rotura prematura de membranas. 90 Titulo do Artigo: A INFLUÊNCIA DA IDADE GESTACIONAL NA ACURÁCIA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR) NA DETECÇÃO DO CITOMEGALOVÍRUS NO LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Eduardo Cordioli, Antonio Fernandes Moron, Thelma Suely Okay, Luiz Claudio da Silva Bussamra, Fernando Moreira de Andrade Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2007 Resumo: Avaliar a eficácia da reação em cadeia da polimerase no líquido amniótico para detecção do citomegalovírus fetal e se esta foi influenciada pela idade gestacional em que foi realizada. Métodos:Foram analisados os prontuários de 65 pacientes encaminhadas a um serviço de referência em medicina fetal da cidade de São Paulo, num período de oito anos, de 1997 a 2004, por identificação da IgM positiva no soro materno para citomegalovírus ou por sinais ultra-sonográficos fetais sugestivos de tal infecção. A amniocentese foi realizada para determinação da PCR específica para detecção do DNA viral. Os resultados deste exame e do acompanhamento ultra-sonográfico foram confrontados com o resultado perinatal imediato, sendo a cultura de vírus da urina dos recém-nascidos realizada em fibroblastos humanos, o padrão-ouro para o diagnóstico da infecção congênita. Resultados:Sem restrição para idade gestacional da realização da punção, foi obtida sensibilidade de 30,8%, especificidade de 100%, valor preditivo positivo de 100,0%, valor preditivo negativo de 68,4%. Houve diferença com significância estatística entre os grupos com resultado negativo (mediana de 16 semanas) versus positivo (mediana de 18 semanas), valor de p = 0,016. Se fossem considerados os exames realizados a partir da 21ª semana de gestação, o exame apresentaria a seguinte performance: sensibilidade de 87,5%, especificidade de 100%, VPP de 100%,VPN de 75%. Palavras chaves:Citomegalovírus; Amniocentese; Infecção; Complicações na gravidez; Reação em cadeia da polimerase Conclusão: O exame da PCR no LA tem eficácia influenciada pela idade gestacional da realização da punção, devendo ser oferecido somente após 21 semanas de gestação. 91 Titulo do Artigo: ASSOCIAÇÃO ENTRE PERFIL GLICÊMICO MATERNO E O ÍNDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO EM GESTAÇÕES COMPLICADAS PELO DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL Autores: Carlos Alberto Maganha, Roseli Mieko Yamamoto Nomura, Marcelo Zugaib Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2009 Resumo: Estudar a relação entre o volume de líquido amniótico e o perfil glicêmico em gestantes com Diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 acompanhadas em ambulatório especializado e Multidisciplinar. Métodos. Este estudo observacional foi realizado entre janeiro de 2001 e dezembro de 2004. Os Critérios de inclusão adotados foram: gestação única, diagnóstico de Diabetes mellitus prégestacional, Início do pré-natal antes da 26ª semana, ausência de anomalias fetais. Foram excluídos os casos em que o recém-nascido apresentou-se pequeno para a idade gestacional. O índice de líquido Amniótico (ILA) foi avaliado semanalmente a partir da 27ª semana de gestação até o parto e comparado com o perfil glicêmico da semana precedente ao exame ultrassonográfico. O perfil Glicêmico foi analisado pela média glicêmica. A correlação entre o perfil glicêmico e ILA foi analisada pelo índice de Spearman. Resultados. Foram estudadas 60 gestantes, perfazendo um total de 659 correlações entre o ILA e o perfil glicêmico. Em nenhuma idade gestacional estudada houve correlação entre o ILA e o perfil glicêmico. No grupo com ILA ≤18 cm a média glicêmica foi de 103,7 mg/dl (13,69) e no grupo Com ILA > 18 cm a média glicêmica foi de 103,67 mg/dl (DP=11,46), não apresentando diferença significativa. Palavras chaves:Diabetes mellitus, Gravidez, Líquido amniótico, Glicemia. Conclusão: Com a crescente utilização da ultrassonografia obstétrica, acredita-se que a avaliação do volume de líquido amniótico, por qualquer técnica empregada, possa pretender tornar-se prática auxiliar no controle metabólico da gestante. Entretanto, neste estudo, as gestantes diabéticas pré-gestacionais seguidas em ambulatório especializado com controle glicêmico rigoroso não reproduziram o modelo teórico da relação entre a glicemia materna e a avaliação ultrassonográfica. Dessa forma, o presente estudo não encontrou correlação entre o ILA e o perfil glicêmico avaliado na semana anterior à realização do exame ultrassonográfico em gestantes diabéticas pré-gestacionais em tratamento. 92 93 Titulo do Artigo: DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Sabrina Gonçalves Campana;Juliana Helena Chávez; Patrícia Haas Fonte: LILACS Ano de Publicação: 2003 Resumo: O presente trabalho tem como objetivos a definição e a fisiologia do líquido amniótico, ressaltando aspectos citológicos e principais técnicas para diagnóstico laboratorial das patologias mais freqüentes. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica atualizada relacionando os aspectos citológicos com a idade gestacional e técnicas laboratoriais para diagnóstico das principais patologias em que são observadas alterações do líquido amniótico, concluindo-se que este é um importante componente do ambiente intra-uterino. Sua produção e absorção dependem de uma série de mecanismos interdependentes entre o feto, a placenta, as membranas e o organismo materno. Atualmente este fluido pode fornecer inúmeras informações sobre a saúde fetal, realizando-se diversas técnicas, entre elas a amniocentese e a dosagem de alfafetoproteína, que pode detectar defeitos do tubo neural e trissomia do cromossomo 21. A análise do líquido amniótico reforça a importância da realização adequada de um prénatal, sendo importante relacionar os resultados laboratoriais com a clínica. Palavras chaves: Líquido amniótico, Diagnóstico, Citologia Conclusão: Com base nos aspectos expostos anteriormente conclui-se que o líquido amniótico é um importante componente do ambiente intra-uterino. Sua produção e sua absorção dependem de uma série de mecanismos interdependentes entre o feto, a placenta, as membranas e o organismo materno. Atualmente este fluido pode fornecer inúmeras informações sobre a saúde fetal utilizando como ferramentas as diversas técnicas já descritas. A análise do líquido amniótico reforça a importância da realização adequada de um pré-natal, sendo importante ressaltar que todos os resultados laboratoriais devem ser relacionados com a clínica. 94 Titulo do Artigo (Tese): APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES PARA A INVESTIGAÇÃO DE SÍNDROME DE DOWN NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ Autores: LeocirBettiollo Junior Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2009 Resumo: Nos dias de hoje é muito comum mulheres terem filhos com idade mais avançada e, este fato, pode fazer com que ocorra um número muito superior de crianças com doenças genéticas cromossômicas. Muitas mulheres, já grávidas, procuram acompanhamento genético para tentar prever certas doenças. Porém, alguns diagnósticos, como o da Síndrome de Down (SD), só são totalmente confirmados através de métodos invasivos, ou seja, através de punções que podem gerar abortos espontâneos. Existem métodos nãoinvasivos, como é o caso da avaliação bioquímica de risco fetal (ABRF), que faz um rastreamento de risco. Este método utiliza alguns índices de proteínas retiradas com um simples exame de sangue materno, para calcular se o risco do feto ter a doença é superior ou inferior ao risco de aborto, provocado por um exame invasivo. O presente trabalho tem por objetivo aplicar as técnicas de Redes Neurais Artificiais (RNAs) e de Regressão Logística (RL), buscando verificar se são capazes de classificar corretamente os padrões apresentados pela ABRF. Para tanto, foram coletados dados (padrões) de 450 mulheres que estiveram grávidas, das quais 120 (resposta “1”) tiveram filhos com a SD e 330 tiveram filhos sem a SD (resposta “0”). Cada um destes padrões ficou constituído por quatro atributos: dosagem conjunta da fração ß livre do hormônio gonadotrofina coriônica humana (HCG); Proteína Plasmática Associada à gravidez A (PAPP-A); Idade Materna (IM) e TransluscênciaNucal (TN). Para a aplicação das duas técnicas mencionadas (RNAs e RL), foram gerados dois conjuntos de dados (padrões), um conjunto para treinamento destas técnicas com 300 padrões (73 com resposta “1” e 227 com resposta “0”) e um conjunto para testes com as mesmas, com 150 padrões (47 com resposta “1” e 103 com resposta “0”). Foram utilizadas duas abordagens para a técnica de RNAs, sendo uma, a construção de uma rede através da programação em VISUAL BASIC e a outra, com a utilização do software STATGRAPHICS. Já para o processo de RL, foi utilizado o software STATGRAPHICS. Palavras chaves: Sindrome Dow, alteração genética,diagnostico 95 Conclusão: Com base nos resultados gerados pelas técnicas apresentadas e testadas no presente trabalho, RNAs e RL, pode-se afirmar que as duas foram muito eficientes na classificação de padrões ligados ao risco de um feto ter SD. Este risco foi medido com base na avaliação bioquímica de risco fetal (ABRF) no decorrer do primeiro trimestre de gravidez, alcançando o objetivo principal deste trabalho. Com os novos estudos na área de genética, em algum tempo existirão outras informações que poderão ser relacionadas às existentes, melhorando ainda mais o diagnóstico da SD. 96 Titulo do Artigo: FETO PORTADOR DE SÍNDROME DE TURNER E TETRALOGIA DE FALLOT ASSOCIADAS À ELEVAÇÃO DE ALFAFETOPROTEÍNA MATERNA. Autores: Eduardo Vieira Neto, Jaime Liberman, Armando A. Fonseca Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 1998 Resumo: A síndrome de Turner fetal e suas complicações, a hidropisia e o higroma cístico, podem produzir alteração dos marcadores bioquímicos de soro materno inicialmente utilizados no rastreamento de síndrome de Down e de defeitos de tubo neural (DTN). Os autores relatam o caso de uma gestante de 37 anos, que foi rastreada para síndrome de Down e DTN no início do 2º trimestre. Foi constatado aumento da alfafetoproteína de soro materno (MSAFP) e o rastreamento foi considerado positivo para DTN. Foi realizado exame ultra-sonográfico tridimensional, que não demonstrou nenhuma anormalidade fetal ou placentária, caracterizando o caso como elevação idiopática de MSAFP. No 3º trimestre, a gravidez evoluiu com acentuada oligoidrâmnia e alteração do fluxo uteroplacentário, obrigando à instituição de terapia com corticosteróides e parto cesáreo na 34ª semana gestacional. O concepto do sexo feminino foi encaminhado à UTI neonatal, onde foram diagnosticadas tetralogia de Fallot e síndrome de Turner. Esse caso incentivou os autores a rever a literatura sobre marcadores bioquímicos de soro materno na síndrome de Turner e nas malformações cardíacas congênitas. Ao final, propõe-se um protocolo para elevação idiopática de MSAFP. Palavras chaves:Síndrome de Turner, Alfafetoproteína. Tetralogia de Fallot, Malformações fetais. Conclusão: Diante do que discutimos acima, propomos a seguinte conduta em caso de elevação idiopática de MSAFP, isto é, com ausência de sinais ultra-sonográficos de defeitos de tubo neural ou de fechamento de parede abdominal anterior: amniocentese para avaliação de cariótipo fetal, podendo também ser solicitada dosagem de AFP e acetilcolinesterase no líquido amniótico, caso haja dúvidas quanto à qualidade do equipamento ou da equipe envolvida no estudo ultra-sonográfico. Os estudos ultra-sonográficos deverão ser repetidos regularmente para seguimento do crescimento fetal e do volume de líquido 97 amniótico. Também estão indicados dopplerfluxometria e avaliação de perfil biofísico fetal. No entanto, não está justificado o acréscimo de ecocardiografia fetal de rotina, pois não há uma clara associação entre malformações cardíacas congênitas e aumento de MSAFP. 98 Titulo do Artigo: O ESTATUTO DO EMBRIÃO HUMANO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕESBIOÉTICAS Autores: Natália Oliva Teles Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2004 Resumo: Este artigo foca algumas definições úteis e práticas de termos relacionados com o estatuto do embrião humano, tais como “embrião”, “início da vida” e “pessoa”. Este estatuto do embrião humano é abordado sob diversos enquadramentos, incluindo biológicos e filosóficos, contemplando também as posições da Igreja Católica e os problemas actuais em bioética emergentes do contínuo avanço da tecnologia. Algumas das questões levantadas neste artigo são: Será o estatuto do embrião “in vivo” e “in vitro” diferente? Haverá alguma escala de respeito relacionada com a idadedo embrião? Palavras chaves: estatuto; embrião humano; início da vida. Conclusão:Pode dizer-se que a discussão de todos os enquadramentos possíveis do embrião humano é, porventura, uma tarefa infindável, devido à grande diversidade de opiniões sobre o assunto em apreço. Por este motivo, é importante para a sociedade que, em termos científicos, se constituam equipas pluridisciplinares, pois só então se poder garantir, pela reflexão, evolução e multiplicidade de opiniões, o respeito de todos nós por todos os outros, ainda que não concordemos totalmente com eles. Deste modo, ainda que na maior parte dos casos não seja fácil obter consensos imediatos ou abrangentes, podemos ter mais esperança de que as novas gerações se tornem mais humanizadas e felizes. 99 Titulo do Artigo:AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL EM GESTAÇÕES DE ALTO RISCO: ANÁLISE DOS RESULTADOS DE ACORDO COM A IDADE GESTACIONAL Autores: R.M.Y. Nomura*, S. Miyadahira, R.P.V. Francisco, D. Okatani, M. Zugaib Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2001 Resumo: A maturidade fetal consiste no pleno desenvolvimento dos diversos órgãos e sistemas fetais que, no seu processo fisiológico normal, se completa entre 37 e 40 semanas de gestação. A maturidade do sistema respiratório fetal ocorre ao redor da 35ª semana de gestação, quando as adaptações anatômicas e funcionais permitem ao recémnascido (RN) prematuro sobreviver ao ambiente extra-uterino. É conhecido que algumas condições clínicas aceleram a maturidade fetal (por exemplo a hipoxia fetal crônica), enquanto que outras, como o diabete melito, estão associadas a um atraso na maturação pulmonar. A avaliação da maturidade pulmonar fetal, através da análise do líquido amniótico (LA), pode ser realizada antes da resolução da gestação, principalmente naquelas pré-termo, evitando-se assim, em algumas situações, o parto prematuro iatrogênico. Entre as múltiplas complicações da prematuridade, a imaturidade pulmonar, relacionada à produção inadequada de surfactante, constitui a de maior gravidade, comprometendo, muitas vezes, a sobrevida do concepto. O diagnóstico de maturidade pulmonar fetal através da análise do líquido amniótico apresenta incidência variável de acordo com a idade gestacional em que a amostra é coletada. É importante também a avaliação das doenças maternas e das intercorrências obstétricas associadas. Os objetivos deste estudo foram avaliar os resultados da pesquisa de maturidade fetal, em gestações de alto risco, através da análise de líquido amniótico obtido por amniocentese, analisando o comportamento destes resultados de acordo com a idade gestacional na data da punção. Palavras chaves: Maturidade fetal, Amniocentese, Líquido amniótico. Conclusão: Este estudo nos permite concluir que, nas situações pertinentes onde a resolução da gestação é importante para a melhora do quadro materno ou fetal, a amniocentese para coleta de líquido amniótico tem o seu valor, uma vez que a constatação da maturidade fetal tranqüiliza a mãe e o obstetra quanto à realização do parto prematuro terapêutico. A realização de amniocentese em gestações inferiores a 29 semanas deve sempre ser 100 discutida, pois, na nossa casuística, os exames realizados nesta faixa não foram capazes de diagnosticar maturidade fetal. Quando a maturidade fetal está presente na análise do líquido amniótico, ocorre uma menor necessidade de intubação do RN imediatamente após o parto, e uma menor necessidade de internação dos mesmos em UTI neonatal. 101 Titulo do Artigo: ESTUDO DA HISTÓRIA NATURAL DA HIPERTROFIA MIOCÁRDICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM HIPERINSULINISMO EM FILHOS DE MÃES DIABÉTICAS Autores: Paulo Zielinsky; Martha H. Leal da Costa;Leandro Turra Oliveira; Fernanda Paiva Bonow; Nilza Iracema Telles da Silva; Lauro Luís Hagemann Fonte: LILACS Ano de Publicação: 1997 Resumo:A hipertrofia miocárdica é definida como a forma de miocardiopatia encontrada em recém-nascidos de mães com diabetes, cujo defeito primário é a hipertrofia idiopática do septo interventricular (SIV) 1. Este espessamento do SIV em filhos de mães diabéticas tem sido bem documentado 1-7, inclusive em estudos intra-útero8, sendo sua prevalência de 10-35% desses recém-nascidos. Na fisiopatogenia deste processo, o hiperinsulinismo fetal assume papel fundamental 6,10. A principal função da insulina fetal parece ser o crescimento do feto 11,12 e, devido à influência da elevada glicose materna que, atravessando a placenta por difusão provoca hiperglicemia fetal, existe um estímulo às ilhotas pancreáticas para aumentar a produção de insulina 13. Os recém-nascidos de mães diabéticas têm maior número de receptores para insulina nos monócitos do sangue do cordão e aumento da afinidade da insulina aos tecidos, o que parece ser responsável pelo desenvolvimento exagerado em relação ao observado em fetos normais 14. Assim sendo, a principal alteração de filhos de mães diabéticas é a macrossomia, que ocorre em 20 a 40% das gestações diabéticas de classes A, B, e C 15 e que está relacionada ao hiperinsulinismo fetal em resposta à hiperglicemia materna 16 Palavras chaves: feto, hipertrofia miocárdica, hiperinsulinismo, diabetes mellitus Conclusão: Neste estudo pudemos documentar a presença de regressão da espessura do SIV em lactentes com hipertrofia miocárdica diagnosticada no período pré-natal e cujas mães apresentavam diabetes com o fator complicando a gestação e a associação de hipertrofia miocárdica e níveis de insulina, evidenciada na evolução pós-natal, até um mês de idade. A melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na gestação diabética e seus efeitos sobre o feto, facilitada pelas melhores condições atuais de acesso ao ambiente fetal, contribuem para a obtenção de novos conhecimentos e, conseqüentemente, para uma atenção pré-natal mais completa. 102 103 Titulo do Artigo: ALFAFETOPROTEÍNA: VALORES NORMAIS NO LÍQUIDO AMNIÓTICO ENTRE 14 E 21 SEMANAS Autores: D. Maestri, M.T.V. Sanseverino, N. Cheinquer, M.C.M. Correa, R.G. Kessler, J.A. De Azevedo Magalhães Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 1998 Resumo: A alfafetoproteína (AFP) é uma glicoproteína depeso molecular de aproximadamente 69.000 daltons. É sintetizada pelo saco gestacional (vesícula vitelínica), trato gastrointestinal e principalmente pelo fígado fetal1. Pequenas quantidades podem ser produzidas pelos rins e placenta. Os níveis plasmáticos fetais atingem o pico entre 1013 semanas de gestação (atingindo em torno de 2.480 KUI/ml), declinam exponencialmente entre 14 e 32 semanas e ainda mais acentuadamente até o termo. A queda na concentração plasmática fetal da AFP pode ser atribuída ao aumento do volume sangüíneo fetal e à diminuição de sua síntese. A AFP passa para o líquido amniótico através da urina fetal. Sua concentração máxima no líquido amniótico é atingida entre 12 e 14 semanas de gestação, diminuindo em torno de 13% a cada semana durante o segundo trimestre e sendo praticamente indetectável ao termo. A presença de sangue fetal, mesmo em pequena quantidade, eleva os níveis no líquido amniótico fornecendo resultados espúrios. Diversos estudos têm contribuído para o estabelecimento dos níveis normais de AFP no líquido amniótico. Com a realização mais precoce de amniocentese para diagnóstico citogenético, estudos têm procurado estabelecer o comportamento normal da AFP no líquido amniótico desde oito semanas de gestação. Palavras chaves: Alfafetoproteína,Líquido Amniótico, Defeitos de tubo neural. Diagnóstico pré-natal Conclusão: O estabelecimento de uma curva normal de AFP em nosso serviço permite a utilização deste exame para pacientes em risco de defeitos de fechamento do tubo neural. Permite também que amostras de líquido amniótico coletadas originalmente para outros testes, como análise citogenética ou metabólica, tenham seus valores de AFP determinados, de maneira a identificar fetos com níveis elevados de AFP que necessitarão de estudos ultra sonográficos mais detalhados pela possibilidade de defeitos morfológicos. 104 105 Titulo do Artigo: ÍNDICE DE LÍQUIDO AMNIÓTICO: VARIABILIDADE INTER E INTRA-OBSERVADOR Autores: Marcelo Braga Molinari, Francisco Mauad Filho, José Eduardo Chúfalo Adilson Cunha Ferreira, Paulo Ricardo Pagnano, Manoel Britto Bürgos, Rogério Braga Molinari Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 1998 Resumo: Demonstrar a variação interobservador da medida ultra-sonográfica do índice de líquido amniótico (ILA) e da medida da área dos bolsões, bem como realizar uma comparação entre estes dois parâmetros. Além disto, procurou-se estabelecer a variação intra-observador existente na medição deste índice. Métodos: foram estudados os valores do ILA, como descrito por Phelanet al.18 , de um grupo de oitenta gestantes, consideradas clinicamente normais, atendidas na Escola de Ultrasonografia e Reciclagem Médica Ribeirão Preto e no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP - USP). Todas as gestantes apresentavam idade gestacional acima de 24 semanas. Deste grupo, cinqüenta pacientes submeteram-se à avaliação do ILA por cinco ultra-sonografistas diferentes, com o uso do mesmo equipamento e no mesmo período de tempo, procurando-se estabelecer a variação interobservador deste índice. Além disto, foi realizada a medida planimétrica da área por parte de dois destes cinco ultra-sonografistas escolhidos aleatoriamente, na tentativa de verificar a variação interobservador na medida da área. Outro grupo composto por trinta gestantes foi avaliado por um mesmo observador ultra-sonografista na tentativa de se realizar a avaliação da variação intra-observador na medição do ILA. Resultados: observamos uma variação interobservador significante na medição do ILA e significante na medição da área. Não obstante, a variação intra-observador na medida do ILA foi considerada não-significante. Houve uma correlação entre as medidas do ILA e da área. Palavras chaves: Líquido amniótico; Ultra-sonografia. Feto: crescimento e desenvolvimento Conclusão: Conclui-se que, apesar de se poder utilizar tanto o método do ILA como da área, é de preferência que seja utilizado o primeiro por se tratar de método mais prático e rápido, além de apresentar baixa dispersão nos seus valores. Em face disso, procuramos contribuir com os estudos do LA, valorizando a aplicação do método ILA descrito por 106 Phelanet al.18 na prática obstétrica diária. Titulo do Artigo: VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO ASSOCIADO ÀS ANOMALIAS FETAIS DIAGNOSTICADAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO NORDESTE BRASILEIRO Autores:Carlos Noronha Neto;Alex Sandro Rolland Souza; Olímpio Barbosa Moraes Filho; Adriana Mota BioneNoronha Fonte:LILACS Ano de Publicação: 2009 Resumo: Determinar fatores associados ao volume de líquido amniótico e frequências de anomalias fetais em um centro de referência. MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte transversal, com gestantes de risco, avaliadas pela ultrassonografia morfológica, no período de março de 2002 a março de 2006, em uma instituição em Recife (PE) Brasil. O diagnóstico intraútero foi confirmado no pós-parto. As características sócio demográficas e obstétricas, o índice de líquido amniótico e a presença de anomalias fetais foram variáveis estudadas. Para verificar associação entre variáveis, foram utilizados testes χ2, exato de Fisher e t de Student, a um nível de significância de 5%. Foram calculados a razão de prevalência e o intervalo de confiança a 95%. Análise de regressão logística múltipla foi realizada, a um nível de significância de 5%. RESULTADOS: foram incluídas no estudo 257 (56,2%) gestantes com anomalias congênitas e 200 sem anomalias confirmadas no pós-natal. As médias das idades maternas e gestacionais do parto foram 24,8±6,5 anos e 35,9±3,7 semanas, respectivamente. As anomalias fetais foram mais encontradas no sistema nervoso central (50,6%) e trato geniturinário (23,0%). A presença de anomalias congênitas esteve associada significativamente ao líquido diminuído/oligohidrâmnio (p=0,0002) e líquido aumentado/polihidrâmnio (p<0,0001). A mortalidade intraútero foi mais frequente no grupo com anomalias, quando comparada aos fetos saudáveis (10,5 versus 2,5%; p<0,01). Palavras chaves:Ultra-sonografia;pré-natal;Doenças congênitas, hereditárias e neonatais e anormalidades/epidemiologia; Anormalidade scongênitas; diagnóstico; Líquido amniótico Conclusão: Foi observado, então, que os fatores associados às anomalias congênitas diagnosticadas no pré-natal, inicialmente, foram a renda familiar e a alteração do volume 107 de líquido amniótico, porém após análise multivariada apenas as alterações do líquido amniótico permaneceram associadas. Desta forma, sugere-se que os principais achados ultrassonográficos associados a anomalias fetais foram o oligohidrâmnio e polihidrâmnio. 108 Titulo do Artigo: ANÁLISE DOS TESTES DE VITALIDADE FETAL E DOS RESULTADOS PERINATAIS EM GESTAÇÕES DE ALTO RISCO COM OLIGOIDRÂMNIO Autores: Roseli Mieko Yamamoto Nomura;RossanaPulcineli Vieira Francisco; SeizoMiyadahira;Marcelo Zugaib Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2002 Resumo: O oligoidrâmnio é conceituado como diminuição na quantidade de líquido amniótico (LA), e a sua incidência é estimada entre 0,5 a 5,5% da gestações. Considera-se oligoâmnio situações em que o volume de LA é inferior a 300 ou 400 mL, embora existam dificuldades para a estimativa exata deste volume durante a gravidez1. O oligoidrâmnio, quando relacionado à insuficiência placentária, apresenta como mecanismo fisiopatológico, a redução gradativa da produção de LA3, provocada pelos fenômenos adaptativos desencadeados pela hipoxemia fetal crônica. Subseqüente ao déficit nutritivo, o regime de hipoxemia provoca resposta circulatória fetal, com centralização da circulação. Desta forma, os mecanismos cardiocirculatórios regulam a redistribuição do débito cardíaco fetal com aumento do fluxo sangüíneo destinado aos órgãos nobres (cérebro e coração) em detrimento de outros órgãos como os rins e pulmões4. A diminuição gradativa do volume de LA torna o cordão umbilical suscetível a compressões e, em graus extremos de oligoidramnia, isto pode ser fator determinante do óbito fetal. Palavras chaves: Líquido amniótico; Oligoidrâmnio;Complicações da gravidez;Resultados perinatais. Conclusão: Em conclusão, as observações deste estudo constatam que, a caracterização da gravidade do oligoidrâmnio permite discriminar, nas gestações de alto-risco, os casos que se associam a piorresultado perinatal. A adoção de conduta conservadora em casos de oligoidramnia que necessitem de postergação para a resolução da gestação, só encontra algum respaldo nos casos em que o oligoidrâmnio não é caracterizado como grave, sendo imprescindível a realização dos demais exames de avaliação da vitalidade fetal. 109 Titulo do Artigo: RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS: FISIOPATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E CONDUTA Autores: Patrícia Silva Golino; Maria Bethânia da Costa Chein; Luciane Maria Oliveira Brito Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2006 Resumo: A ruptura prematura de membranas (RPM) amnióticas, que é a perda de líquido amniótico antes de iniciado o trabalho de parto, ocorre em 2 a 18% das gestações, é causa de 30 a 40% dos partos prematuros e de 20% dos óbitos perinatais. Evidências sugerem que a RPM ocorra por processos bioquímicos como a ruptura do colágeno da matriz extracelular doâmnion e córion e apoptose das células da membrana fetal. Seu diagnóstico é clínico, em aproximadamente 90% dos casos. O curso natural da RPM é o parto. O impacto que a RPM determina na gestação é decorrente dos riscos de prolapso e compressão de cordão umbilical, descolamento placentário, oligodramnia, prematuridade, infecção materna e fetal. A conduta deve ser individualizada, baseada na estimativa de riscos maternos, fetais e neonatais. Preconiza-se a interrupção da gestação na presença de maturidade pulmonar fetal, corioamnionite e sofrimento fetal, e na ausência destes pode ser conservadora associando uterolíticos, havendo necessidade, corticosteroides e antibioticoprofilaxia. Palavras chaves: Ruptura prematura de membranas. Fisiopatologia. Terapia. Conclusão: A conduta diante da RPM deve ser individualizada, baseada na estimativa de riscos maternos, fetais e neonatais. Preconiza-se a interrupção da gestação na presença de maturidade pulmonar fetal, corioamnionite e sofrimento fetal, e na ausência destes pode ser conservadora associando uterolíticos, havendo necessidade, corticosteroides e antibioticoprofilaxia. 110 Titulo do Artigo:AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR ATRAVÉS DA ANÁLISE COMPARATIVA DO TESTE DE CLEMENTS, CONTAGEM DE CORPOS LAMELARES E RELAÇÃO SURFACTANTE/ALBUMINA NO LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Vanessa da Luz; Ricardo de Assis Ferreira; Jorge Abi Saab Neto Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2003 Resumo: O nascimento pré-termo continua sendo uma importante causa de mortalidade perinatal, com uma incidência estimada de 10% em nosso meio. Neste contexto, a determinação da maturidade pulmonar fetal representa um importante elemento para a conduta obstétrica, pois evitar o nascimento prematuro constitui a principal medida preventiva para reduzir os riscos e seqüelas da morbidade respiratória neonatal. Sua determinação tem sido um problema crucial em medicina perinatal. Os métodos diretos, geralmente mais eficazes, são aqueles que utilizam amostras de líquido amniótico (LA) para análise específica dos componentes do surfactante pulmonar, e incluem a medida da relação lecitina/esfingomielina (L/E), dosagem de fosfatidilglicerol (PG), teste de Clements, relação surfactante/albumina (S/A) e contagem de corpos lamelares (CL). A medida da relação L/E é uma das provas laboratoriais mais utilizadas, e vários estudos comprovam que a técnica é segura na identificação de conceptos com pulmões imaturos. É considerada o teste padrão ouro para maturidade pulmonar3,6,7, mas é uma técnica dispendiosa, laboriosa, devendo ser realizada em laboratório experiente. Palavras chaves: Maturidade pulmonar fetal; Teste de Clements; Corpos lamelares. Conclusão: A relação S/A foi o indicador de maturidade pulmonar com a mais alta especificidade dentre todos os testes. Este resultado demonstra a fidedignidade da prova em identificar os conceptos maduros que não desenvolverão SDR. O teste ideal para maturidade pulmonar fetal é aquele de fácil execução, com gastos mínimos, equipamentos simples e que não necessite de profissionais especializados, rapidamente reproduzível, clinicamente confiável e finalmente, aplicável na maioria das gestações 111 Titulo do Artigo:COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Autores: Flávia Cipriano Castro, Mário Jorge Barreto Viegas Castro, Antônio Carlos Vieira Cabral, Geraldo Brasileiro Filho, Ricardo Wagner de Almeida Vitor, Ana Maria Arruda Lana, Gláucia Manzan Queiroz de Andrade. Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2001 Resumo: A infecção materna primária com Toxoplasma gondiiadquirida durante a gestação ainda é de elevadaimportância em nosso meio pelo fato de poderresultar em infecção fetal com graves seqüelas paraa criança1. O espectro clínico da infecção congênitapelo T. gondiivaria de alterações aparentes aonascimento com morbimortalidade perinatal elevada(microcefalia, crescimento intra-uterino retardado,hidrocefalia) a uma infecção subclínica compossibilidade de risco para o desenvolvimento decoriorretinite e/ou complicações tardias na vidafutura (hidrocefalia)2-5.O diagnóstico precoce assim como o tratamentoantiparasitário adequado da mãe tem demonstradoser capaz de reduzir a taxa de transmissão para o feto e por conseqüência o númerode seqüelas nos casos em que a infecção intrauterina já ocorreu6,7.A taxa de transmissão materno-fetal variaprincipalmente de acordo com a idade gestacionalno momento da infecção materna. Palavras chaves:Toxoplasmose congênita, Diagnóstico pré-natal, Reação em cadeia da polimerase. Conclusão: Baseando-se nesses resultados, concluiu-se que o exame anatomopatológico da placenta no diagnóstico pós-natal, quando não apresenta qualquer alteração histopatológica, ajuda a descartar a possibilidade de doença, porém, achados histopatológicos positivos não são confiáveis para a confirmação da doença. O diagnóstico pré-natal é de importância fundamental no acompanhamento de uma gestante com toxoplasmose aguda. No entanto, no nosso meio, o método da PCR no líquido amniótico para diagnóstico antenatal de toxoplasmose congênita ainda apresenta dificuldades técnicas, não devendo ser utilizada, isoladamente, na prática clínica. 112 Titulo do Artigo:CÉLULAS-TRONCO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Sergio P. Bydlowski; Adriana A. Debes; Sergio A. Duarte; Felipe L. Janz; Rita de Cássia Cavaglieri; Luciana M. F. Maselli Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2009 Resumo: Desde o primeiro isolamento e cultivo de células-tronco embrionárias humanas, há mais de 10 anos, seu uso na pesquisa e terapia foi inibida por considerações éticas complexas e pelo risco de transformação maligna destas células indiferenciadas após transplante no paciente. As células-tronco adultas são eticamente aceitas e o risco de transformação maligna é muito baixo. Entretanto, seu potencial de diferenciação e sua capacidade proliferativa são limitados. Cerca de 6 anos atrás, a descoberta de célulastronco no líquido amniótico que expressavam Oct-4, um marcador específico de pluripotencialidade, com alta capacidade de proliferação e diferenciação, iniciou um novo campo promissor na área das células-tronco. Estas células têm potencial de se diferenciar em células dos três folhetos germinativos. Não formam tumores in vivo e não levantam os questionamentos éticos associados com as células-tronco embrionárias humanas. Futuras investigações revelarão se as células-tronco do líquido amniótico realmente irão representar um tipo intermediário com vantagens em relação tanto às células-tronco embrionárias quanto às adultas. Este artigo faz uma revisão acerca destes tópicos e das características biológicas das células-tronco do líquido amniótico. Palavras chaves:Célula-tronco; líquido amniótico; diferenciação celular; marcadores de indiferenciação. Conclusão: As vantagens das AF-MSCs em relação às células tronco embrionárias (questionamentos éticos e formação de tumores) e em relação às células-tronco adultas (baixa taxa de proliferação e potencial de diferenciação restrito) pode torná-las opção preferencial para a terapia de base celular. Além disso, sua grande capacidade de expansão em cultura, diminuição de imunogenicidade, capacidade de se diferenciar em células da linhagem mesenquimal, parece torná-las a opção mais indicada como fonte celular em engenhariatecidual para construção de tendões autológos e substitutos fibromusculares, para utilização no feto patológico, intraútero, em fase mais tardia da gestação, ou logo após o nascimento. É possível que vejamos logo o desenvolvimento de terapias potenciais usando células-tronco e progenitoras isoladas do líquido amniótico para o tratamento de recém-nascidos com más-formações congênitas ou terapia para 113 adultos utilizando células de líquido amnióticocriopreservadas. Titulo do Artigo: ACURÁCIA DO TESTE DE CLEMENTS PARA AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PULMONAR FETAL EM GESTANTES COM DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO Autores: Melania Maria Ramos de Amorim, Aníbal Faúndes, Luiz Carlos Santos, Elvira Azevedo Fonte: LILACS Ano de Publicação: 1998 Resumo: A prematuridade constitui, ainda em nossos dias, uma das complicações mais freqüentes da Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), decorrente quer de um trabalho de parto espontâneo, em razão quer da contratilidade uterina aumentada quer, comumente, da conduta obstétrica de interrupção da gravidez, quando o quadro clínico se agrava e há comprometimento das condições maternas ou fetais. Determinada pela presença do vilocorial no organismo materno, de fato, a única “cura” possível para a doença é o parto, e o parto prematuro terapêutico é indicado, amiúde, em idade gestacional precoce, quando soem apresentar-se as formas graves. Dessa forma, expressivo percentual das complicações neonatais relacionadas à DHEG é provocado pela prematuridade6 e a decisão pelo parto, embora geralmente baseada na gravidade da doença, requer, desde que não exista risco aumentado para a mãe, a avaliação de maturidade pulmonar do concepto. Palavras chaves: Teste de Clements. Maturidade Pulmonar Fetal. DHEG. Pré-eclâmpsia; Doença da Membrana Hialina Conclusão: Concluindo, podemos afirmar que a sensibilidade do teste de Clements foi de 62% quando os resultados intermediários foram considerados negativos e 88% quando esses resultados foram considerados positivos. Da mesma forma, a especificidade foi de 89,4% e 74,5%, respectivamente, e, portanto, esse teste representa um bom método de triagem da maturação pulmonar fetal em casos de DHEG, sendo raros os resultados falsos-positivos. No entanto, em razão da elevada frequência de resultados falsonegativos, seus resultados devem ser analisados com cautela, complementando-se a pesquisa de maturidade com outros métodos (sobretudo em casos graves, quando a maturidade pulmonar presente irá determinar a indicação de interrupção da gestação). 114 115 Titulo do Artigo: Infecção Assintomática do Líquido Amniótico Autores: Roxeane Martins Monteiro, Carlos Augusto Alencar Júnior, Francisco das Chagas Oliveira; Cibele Barreto Mano de Carvalho, José Luciano Bezerra Moreira Fonte: SCIELO Ano de Publicação: 2002 Resumo: Determinar a presença de infecção assintomática do líquido amniótico em gestantes, identificar os agentes bacterianos envolvidos na infecção e determinar o perfil de suscetibilidade a antimicrobianos in vitro. Métodos: foram obtidas 81 amostras de líquido amniótico, colhidas por amniocentese, em gestantes sem sinais de trabalho de parto e sem suspeita clínica de infecção, atendidas naMaternidade Escola Assis Chateaubriand, entre agosto/97 e janeiro/99. Pesquisou-se a presença de bactérias aeróbias, anaeróbias estritas/facultativas e micoplasmas genitais. As bactérias anaeróbias foram identificadas pelo sistema ATBÒ (Bio-Mérieux) e os micoplasmas pelo kit Micoplasmas ISTÒ (Bio-Mérieux). Resultados: entre as amostras obtidas, oito (9,8%) apresentaram culturas positivas, sendo que em duas foram identificadas duas espécies bacterianas. Os patógenos isolados foram: Ureaplasmaurealyticum(7 casos, 8,6%), Mycoplasmahominis(1 caso, 1,2%) e Peptostreptococcussp (2 casos 2,4%). O padrão de resistência aos antimicrobianos caracterizou-se pela maior resistência dos micoplasmas à eritromicina (37,5%) e nenhuma resistência às ciclinas. Palavras chaves: Líquido amniótico. Corioamnionite. Infecções na gravidez. Conclusão: O percentual de infecções assintomáticas foi muito elevado, havendo necessidade de serem realizadas novas pesquisas para avaliar as conseqüências da infecção subclínica nas grávidas e em seus conceptos, que envolvam métodos que identifiquem micoplasmas genitais, já que foram as bactérias mais freqüentemente isoladas. 116 Titulo do Artigo: ISOLAMENTO, DIFERENCIAÇÃO E ASPECTOS BIOQUÍMICOS DE CÉLULAS-TRONCO DE LÍQUIDO AMNIÓTICO Autores: Antônio Carlos Vieira Cabral, Patrícia Caroline Ângelo, Henrique Vitor Leite, AlamandaKfouri Pereira, Ana Paula Brum Miranda Lopes, Maria Beatriz De Oliveira, Karina Braga Gomes Borges, Victor Cavalcanti Pardini, Alessandro Clayton De Sousa Ferreira* Fonte: SCIELO Ano de publicação: 2008 Resumo: As células-tronco são definidas como células com grande capacidade de diferenciação. Durante o desenvolvimento embrionário, as células-tronco do blastocisto dão origem às células progenitoras que se tornam progressivamente restritas às células especializadas. As células tronco também estão presentes em tecidos maduros, sendo denominadas de células-tronco adultas, e também contribuem para o desenvolvimento pós-natal por substituir células já diferenciadas que são perdidas devido à injúria, apoptose programada ou .turnover. fisiológico. As células-tronco adultas não somente possuem a capacidade multipotente, como também pluripotente, como foi demonstrado em trabalhos com camundongos, no qual células-tronco hematopoiéticas derivadas da medula óssea foram capazes de regenerar tecido muscular esquelético lesionado quimicamente2. Neste mesmo trabalho também foi possível verificar a capacidade dessas células de migrarem da medula para as regiões lesionadas. As células-tronco mesenquimais (CTM) correspondem a uma população de células progenitoras multipotentes capazes de atuarem na hematopoiese e se diferenciarem em tecidos mesenquimais, como célulasdas linhagens osteogênica, adipogênica e condrogênica. Palavra chaves: Células-tronco mesenquimais. Líquido amniótico. Triglicérides. Creatinofosfoquinase (Creatina quinase). Desidrogenase lática (L-lactatodesidrogenase). Aldolase (Frutose-bifosfatoaldolase). Conclusão: A obtençãode células adipogênicas e miogênicas in vitro surge como um fator de grande relevância e a possibilidade de utilizar o líquido amniótico como fonte de obtenção de CTM abre novas perspectivas de tratamento que poderão no futuro ser a chave para o tratamento e cura de várias doenças. 117 Titulo do Artigo: DETECTANDO MÁS-FORMAÇÕES, DETECTANDO RISCOS: DILEMAS DO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL Autores: IlanaLöwy Fonte: LILACS Ano de publicação:2011 Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar os fatores que moldam as culturas materiais da biomedicina contemporânea. Trata do desenvolvimento histórico das técnicas diagnósticas e de como elas defi nem a “norma” e influenciam a evolução dos comportamentos dos profissionais e dos familiares. Pretende-se esclarecer esses processos a partir de uma reconstrução da evolução histórica do diagnóstico pré-natal, seguida de uma análise detalhada do caso de uma anomalia particular: as ACS, ou seja, as aneuploidias dos cromossomas sexuais. Embora alguns casos de ACS impliquem graves problemas de saúde, que chegam a comprometer a própria sobrevivência do indivíduo, a grande maioria das crianças que possui um número anormal de cromossomas sexuais é afetada por uma defi ciência que pode ser qualifi cada com“menor” (em numerosos casos o diagnóstico definitivo das ACS só se coloca na adolescência). Assim, especialmente nos contextos em que existe o aborto legalizado, o diagnóstico pré-natal visibiliza a construção do “feto anormal” e o “risco de ter uma criança anormal” como fenômeno técnico-social, construído ao longo do tempo, de maneira indissociável, pelas técnicas da biomedicina, pela organização do trabalho médico, pelas limitações legais e pelas considerações socioculturais. Palavra chaves: anomalias genéticas, diagnóstico pré-natal, normalidade, técnicas biomédicas. Conclusão: A tese defendida nesse contexto é que as decisões que seguem um diagnóstico pré-natal de ACS consistem em reações ao anúncio de um risco, “criado” pela evolução das técnicas cunhadas para refinar a capacidade de detecção de anomalias. Entretanto, o aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico pré-natal terá, com toda probabilidade, um resultado paradoxal: o aumento da incerteza no prognóstico. Hoje, essas técnicas revelam um número crescente de condições ditas “de expressão variável”, isto é, que implicam problemas em certos indivíduos e não em outros. Não é incomum que um “conselheiro genético” explique para uma mulher grávida que a criança em gestação tem 20% de chance de ser portadora de uma doença grave, 30% de chance de sofrer de problemas 118 de saúde moderados e 50% de chance de gozar de boa saúde.