2 REALIMENTAÇÃO NEGATIVA Com a realimentação negativa conseguiremos efeitos realmente impressionantes. Utilizando um único amp op de uso geral 741C (o fusca dos amp ops) conseguiremos implementar circuitos com resistência de entrada tão alta como 200MΩ (muito maior que a resistência de entrada do próprio amp op) ou tão baixa como 0,1Ω (quase um curto circuito). Conseguiremos fazer o amp op trabalhar como fonte de tensão ou como fonte de corrente quase ideal. !" Montar o circuito conforme o diagrama esquemático da Figura 1. !" Conferir as ligações, principalmente a de alimentação. a alimentação de ±15V. !" Ligar !" Ajustar o multímetro para medir tensão contínua de até 20VDC. !" Medir Em todos circuitos lineares, onde o amp op opera não saturado, podemos afirmar que o amp op está submetido a uma realimentação negativa. p/ I O =6mA Vo = LM741C (1) 1N758A (diodo zener de 10V) (2) !" Resistores 2kΩ (1) 30kΩ (1) 10kΩ (2) 1MΩ (2) 15kΩ (1) 1- Fonte de Tensão Rf=10k If Ri=15k -15V DCV + - Io + IL VO= [V] Segundo a teoria, Lista de material: !" Semicondutores a tensão de saída. −R f Ri Vi Vo = - (10k / 15k).(-15V) = 10V A pequena diferença encontrada se deve à tensão de entrada não ser exatamente 15V e devido à tolerância dos resistores Ri e Rf. A corrente fornecida pelo amp op é 6mA, soma da corrente no elo de realimentação If=Ii=Vi/Ri=1mA, com a corrente fornecida à carga IL=V o /R L=5mA. !" Retirar 2k a carga do circuito e medir Vo novamente. p/ IO =1mA V o = [V] Figura 1: Fonte de Tensão Se a carga for instalada entre o terminal de saída do amp op e o terra, teremos uma fonte de tensão quase ideal, ou seja, a tensão de saída não varia com a variação da carga. EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima Com a retirada da carga, haverá uma redução da corrente fornecida pelo amp op, ∆Io = 5mA, que provocará uma pequena variação de tensão de saída. ∆Vo=V O(1mA) -V O(6mA) Provavelmente não será possível medir qualquer variação através de multímetro de 3.1/2 dígitos. 1 Experiências com Amplificadores Operacionais – Realimentação Negativa A resistência de saída deste circuito será ROUT = ∆Vo ∆I o através de um outro multímetro ou através do osciloscópio ajustado em: CH1=5V/DIV-DC, POS. CENTRAL BASE DE TEMPO 1ms/DIV TRIGGER=AUTO. R OUT = [Ω] !" Curtocircuitar Este valor muito baixo comprova que o amp op funciona como fonte de tensão quase ideal ou fonte de tensão firme. 2- Fonte de Corrente R L e medir I L nova- mente [mA] IL = p/ V L=0 A tensão de saída deve ser aproximadamente zero V. DCA + Rf=10k Ri=15k A resistência de saída deste circuito, vista pela carga, é um valor muito alto, comprovando a característica deste circuito como fonte de corrente quase ideal. ∆V L=10V - -15V Io=If=IL + ROUT = Vo ∆VL ∆I L R OUT = [Ω] Figura 2- Fonte de Corrente Se a carga for instalada entre o terminal de saída e o terminal de entrada inversora do amp op, teremos uma fonte de corrente quase ideal,ou seja, a corrente não varia com a variação da carga. !" Montar o circuito conforme o diagrama esquemático da Figura 2. O circuito é semelhante ao anterior, porém, a carga é instalada no elo de realimentação negativa do amp op. !" Medir a corrente I L . p/V L≅10V IL = 3- Terra Virtual Com a realimentação negativa, o potencial da entrada inversora é igual ao potencial da entrada não inversora, desde que o amp op não esteja saturado. É um curto-circuito virtual. 10V 10V Rf=30k Vi (CH1) Ri=15k Vo (CH2) [mA] Esta corrente será bem próxima de + 2k I L = I i = Vi / Ri = 15V / 15kΩ = 1mA. A tensão de saída será aproximadamente 10V, que poderá ser confirmada EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima Figura 3: Amplificador Inversor e Terra Virtual 2 Experiências com Amplificadores Operacionais – Realimentação Negativa Se o terminal da entrada não inversora estiver no potencial do terra, o terminal da entrada inversora também estará no potencial do terra. É como se a entrada inversora estivesse aterrada, daí o termo TERRA VIRTUAL. !" Montar o circuito da Figura 8, sem os diodos zener. !" Mudar CH1 para o terminal da entrada inversora e- (pino 2 do 741). Você deverá estar observando uma forma de onda como o da Figura 5. Observe que exatamente no intervalo onde o amp op está saturado, a entrada inversora apresenta uma tensão. Este terminal deixa de ser terra virtual quando o amp op entra em saturação. Ajustes do osciloscópio Trig CH2 CH1=5V/DIV, DC; POS.CENTRAL CH2=5V/DIV; DC; POS.CENTRAL VERTIVAL MODE: BOTH, CHOPPER. BASE DE TEMPO=1ms/DIV TRIGGER=CH2; AUTO, SLOPE-, Gerador de Funções (GF) TRIANGULAR, 200Hz; 5Vp. Manter a amplitude do GF em ZERO até ligar a alimentação de ± 15V. Ajustar o GF somente depois de energizar o amp op. !" Observar o sinal de entrada e o sinal de saída. O sinal de saída está invertido e tem o dobro da amplitude em relação ao sinal de entrada. Trig 5V 5V !" Instale os dois diodos zener de 10V, back to back, como indicado no diagrama esquemático da Figura 3. Trig Figura 4- Amp op NÃO saturado. o sinal de entrada até o sinal de saída ceifar. O ceifamento deve ocorrer em aproximadamente 14V, que é a tensão de saturação deste amp op. EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima CH2 CH2 1ms !" Aumentar 1ms Figura 5- Amp op saturado. 5V 5V 5V 5V 1ms Figura 6- Amp op CEIFADO SEM saturação. Mesmo com a tensão de saída ceifada em 10,5V, a entrada inversora do amp op permanece como TERRA VIRTUAL. Os diodos Zener evitam a saturação do amp op mesmo com “over drive” (sinal de entrada suficiente para levar o amp 3 Experiências com Amplificadores Operacionais – Realimentação Negativa op à saturação). Evitar a saturação do amp op é a condição para garantir o terra virtual. Além desta vantagem, os diodos zener limitam a tensão de saída dentro dos níveis de -10V e +10V, um padrão industrial. O diodo zener evita a saturação do amp op, e garante o terra virtual. vezes a cada aumento de freqüência em 10 vezes). Acima desta freqüência de corte, o amp op se comporta não como um amplificador escalar, e sim como um “integrador”. AOL 100dB !" Diminuir a amplitude de Vi para 5V de pico. Observe que o sinal de saída não está ceifada. A tensão da entrada inversora (e-) é praticamente zero (terra virtual). 0dB Diminuindo o sinal de entrada, de forma que não ocorra a saturação do amp op, a entrada inversora volta a ser terra virtual em todo intervalo. Não significa que a tensão neste terminal seja zero. Se alterarmos CH1=5mV/DIV poderemos ver um sinal, provavelmente quadrado. Trig 1MHz GBP 10Hz Figura 8- Resposta em freqüência do amp op. Acima da freqüência de corte (10Hz no 741) a tensão na entrada inversora do amp op será: CH2 vo (t ) = d 1 vi (t ).dt ∴ vi (t ) = Td vo (t ) ∫ Ti dt e − (t ) = − d vo (t ) −1 ∗ dt 2π .GBP Para um sinal senoidal, teríamos uma outra onda senoidal defasada 90 o (um coseno). 1V 5V 0.2ms Figura 7- Entrada Inversora com Amp op não saturado. !" Mude a escala de CH1 (e-) para 50mV/DIV e aumente a freqüência para 1kHz. O sinal de saída continua triangular de 10V de pico e a tensão e- aumentou. O 741 apresenta um ganho de tensão em malha aberta de 100.000 (ou 100dB) até a freqüência de 10Hz. Acima desta freqüência o ganho diminui numa taxa de 20dB por década (diminui 20dB ou 10 EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima Abaixo de 10Hz a forma de onda da entrada inversora (e-) seria igual ao de saída (Vo) com fase invertida. VO = AOL (e+ − e− ) Mas, como a entrada não inversora (e+) está aterrada. e− = − VO AOL 4 Experiências com Amplificadores Operacionais – Realimentação Negativa 4- Função de transferência. (modo X-Y) Mesmo alterando o sinal para senoidal, a função de transferência não muda. 1) Ligar o canal CH1 do osciloscópio (X) ao sinal de entrada Vi (saída do gerador de funções). 2) Ligar o canal CH2 (Y) ao sinal de saída Vo. 3) Aumentar o sinal de entrada para 10V de pico (20Vpico a pico). 4) Ajustar o osciloscópio para o MODO X-Y (geralmente este comando está no seletor da base de tempo do osciloscópio) 6-Pontos de teste X =Vi e Y = Vo. De modo geral, os pontos de teste nos circuitos eletrônicos devem ser os pontos de baixa impedância. Agindo desta forma evitamos interferências que instrumentos de medidas podem provocar nos circuitos. Nos circuitos com amp op, o ponto de teste geralmente é o terminal de saída do amp op. Estaremos observando a função de transferência do circuito. Trig Rf=1M CH2 Vo (CH2) + 2k Rb=1M Figura 10- Ponto de Teste 5V 5V 1ms Como os terminais de entrada do amp op são muito sensíveis, eles não devem ser tocados, mesmo com as pontas de prova dos multímetros ou osciloscópio, sob pena de provocar grandes perturbações no sinal de saída. Se este circuito estiver em operação no sistema, poderemos provocar sérios problemas, inclusive acidentes. !" Ajustes 5V 5V XY Figura 9- Função de Transferência Esta curva indica que: a) enquanto não ocorrer a saturação o amplificador é linear b) a inclinação para a esquerda indica inversão de fase (φ=180º) EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima do osciloscópio TRIGGER SOURCE: EXT-LINE SLOPE+, MODE: AUTO LEVEL 0 !" Montar o circuito da Figura 10 e tocar, com o dedo, um dos terminais de entrada do amp op. Observar o sinal de saída. 5 Experiências com Amplificadores Operacionais – Realimentação Negativa Trig EXT LINE O sinal de saída deverá ser contínuo, de aproximadamente 14V, positivo ou negativo. O amp op está saturado. Se retirarmos o resistor Ri, ou seja, entrada inversora aberta, o 741 irá saturar positivamente. Retirando Rb, entrada não inversora aberta, o 741irá saturar negativamente. 1V 2ms Figura 11- Oscilograma da Interferência da Rede Se o acoplamento destes canais estivessem em AC, não poderíamos afirmar isso. Estaria indicando sempre ZERO. Ri=10k Quando o sincronismo da varredura do osciloscópio é feito pelo sinal da rede (TRIGGER=EXT-LINE) e o sinal observado estiver "parado" na tela, significa que este sinal está relacionado com a rede de alimentação. T= [ms] f= [Hz] a alimentação de ±15V e trocar os resistores de 1MΩ para 10kΩ. !" Desligar Ligar a alimentação e repetir a experiência. O sinal de saída será bem menor, comprovando que: CH2 - DC CH1 - DC Vo + 2k Rb=10k Figura 12- Interferência da rede de 60Hz. !" Tocar uma das entradas do amp op com o dedo. Você deverá estar observando uma onda quadrada na saída do amp op. Os dois canais devem apresentar a mesma forma de onda obviamente. !" Mudar Quanto menor a resistência, menor será o ruído e interferência no circuito". 7- Acoplamento DC SEMPRE que possível utilize o acoplamento DC. !" Montar o modo de acoplamento do canal CH2 para AC. A distorção em CH2-AC se deve ao acoplamento AC. O acoplamento AC distorce o sinal em baixa freqüência. o circuito da Figura 12 Os canais verticais CH1 e CH2 devem monitorar o mesmo sinal de saída e devem estar no modo de acoplamento DC para que possamos observar a forma de onda "como exatamente ela é", com a componente AC mais a componente DC. EFEI - IEE / DON Kazuo Nakashima 6