perfil de sensibilidade a drogas antimicrobianas de bactérias

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PERFIL DE SENSIBILIDADE A DROGAS ANTIMICROBIANAS DE
BACTÉRIAS CAUSADORAS DE MASTITE BOVINA, NA REGIÃO DO ALTO
JACUÍ-RS.
SCHNEIDER¹, Catia Letícia Correa; CAMERA¹, Letícia; ROSSLER¹, Azael; FINKLER¹, Fabrine.,
CHAVES¹, Rodrigo Gorgen; POSSENTI², Cecília Gabriela Rupert; SPEROTTO³,Vitor da Rocha.
Palavras chave: Antibiograma. Antibióticos. Mastite.
Introdução
O Teste de Sensibilidade aos Antibióticos (TSA) é um exame laboratorial “in vitro”de
rotina
realizado
na
microbiologia
clínica,
é
um
ensaio
que
mede
a
susceptibilidade/resistência de uma bactéria a um ou mais agentes antimicrobianos. O
resultado do teste informa especificamente qual ou quais drogas apresentaram ação
biológica sobre um determinado agente causador da enfermidade, em ensaio laboratorial,
podendo estas, apresentarem ou não ação sobre o microrganismo, quando administradas em
seu hospedeiro. Em algumas situações problema em que há necessidade do uso de
antimicrobianos para tratamento e controle de uma determinada doença bacteriana é
necessário à realização de testes de antibiograma, principalmente em doenças crônicas
recorrentes. Os antibióticos, também chamados de antimicrobianos, são substancias ou
drogas utilizadas no controle de infecção por bactérias, tendo cada qual seu uso específico
(APCS).
A mastite é uma doença complexa e dispendiosa para a indústria leiteira, visto que é
constituída de infecções clínicas e subclínicas. É notada pela redução da produção e pelas
alterações na composição do leite, além de risco potencial à saúde pública, já que promove
a veiculação de patógenos causadores de zoonoses e toxinas produzidas por estes
(MOREIRA et al., 2008). Segundo Maia (2009) as mastites podem ser classificadas quanto
ao tipo de bactéria em dois grupos: contagiosa, causada principalmente por Staphylococcus
aureus e Streptococcus agalactiae, e ambiental, causada pelos coliformes (Escerichia coli,
Klebsiella sp., Enterobacter sp. e outros) e Streptococcus ambientais (S. uberis, S.
dysgalactiae).
Este trabalho visa informar pesquisadores, profissionais da área e estudantes de graduação e
pós-graduação, das características de resistências e sensibilidade de determinadas bactérias
causadoras de mastite em bovinos da região, buscando um tratamento adequado para a
melhor produção e qualidade do leite.
¹Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS. [email protected].
² Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Cruz, UNICRUZ, RS.
³Professor e Responsável pelo Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
[email protected]
Materiais e métodos
Durante o ano de 2009 foram realizados 76 TSA no laboratório de Microbiologia
Veterinária, no Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Os ensaios
foram realizados a partir de amostras de leite de bovinos, com mastite bacteriana onde estas
foram posteriormente isoladas e identificadas. Os bovinos coletados eram das raças
leiteiras: Holandesa e Jersey e suas cruzas, em diferentes estágios de lactação, com sinais
clínicos e subclínicos da enfermidade, provenientes em sua grande maioria da região do
Alto Jacuí, estado do Rio Grande do Sul. Após a etapa de incubação, isolamento e
identificação bacteriana a partir de amostras de leite contaminado. As colônias dos cultivos
positivos para crescimento bacteriano foram submetidas ao TSA. O método utilizado foi à
difusão de princípios ativos a partir de discos em Agar. Os isolados foram suspendidos em
tubos de ensaio contendo caldo Mueller Hinton, onde foram turvados até 0,5 da escala de
Mac Farland e posteriormente foram inoculados em ágar Mueller Hinton, com auxílio de
swab estéril em toda a superfície do meio de cultivo, a fim de assegurar a distribuição
uniforme do inóculo. Os discos foram pressionado de encontro à placa, onde foram
colocados 12 discos no máximo, em uma placa de 150mm, ou cinco discos numa placa de
100mm (ANVISA), e incubadas a 37ºC por 18 horas. Após o tempo de incubação procedeuse a mensuração dos diâmetros dos halos de inibição, com régua milimetrada e o resultado
comparado com o padrão do CLSI (MOREIRA et al., 2008).
Os discos dos antimicrobianos usados foram sulfazotrim, enrofloxacin, tetraciclina,
neomicina, estreptomicina, oxacilina, amoxilina, neomicina bacitrocina tetraciclina,
ampicilina, cefaquinona, novatrocina, cefalexinae neomicina, danafloxacina, ampicilina e
colisina, lincomicina, ciproflaxina, cefalexina, cefuroxina sódica, neomicina e cefalex,
gentamicina sendo que em cada TSA foram utilizados alguns dos princípios ativos supras
citados.
Resultados e discussões
No ano de 2009, dos 76 antibiogramas realizados no laboratório de Microbiologia
Veterinária, a gentamicina foi o antibiótico que apresentou a melhor atividade biológica
antibacteriana “in vitro”, onde a sensibilidade foi de 81,26% e a oxaciclina foi a que
apresentou maior percentual de resistência com 68,75% do total das amostras. As bactérias
de maior incidência isoladas nas amostras de leite foram: o Staphylococcus spp. (43,74%),
Streptococcus dysgalactiae (8,75%), Corynebacterium bovis (8,75%), Escherichia coli
¹Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS. [email protected].
² Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Cruz, UNICRUZ, RS.
³Professor e Responsável pelo Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
[email protected]
(7,5%), Enterobacter aerogenes (2,5%), Psedomonas aeroginosa (1,25%), e bacilos Gram
positivos com 11,25% e bacilos Gram negativos com 2,5% sem identificação. Nos últimos
anos, a ocorrência de bactérias resistentes aos compostos antibióticos tem aumentado,
havendo inclusive o relato de casos isolados com resistência múltipla (PADILHA, 2000).
A gentamicina foi o antibiótico de maior ação sobre o S. aureus, onde avaliando os padrões
de sensibilidade de S. aureus em isolados de leite provenientes de rebanhos do Rio Grande
do Sul, encontrou 100% de eficácia para gentamicina e kanamicina; 64 % para a
penicilina nas cepas californianas; 100% de eficácia para a gentamicina; 97,2% para a
kanamicina; e 69% para a penicilina nas cepas brasileiras, Andrade (2000) submeteu 427
cepas de S. aureus ao teste de sensibilidade in vitro à gentamicina, e detectou 52,46% de
sensibilidade e, em outro estudo, realizado com 37 cepas de S. aureus perante a 15 drogas
antimicrobianas mostraram que a gentamicina e a amicacina foram as drogas que
apresentaram maior eficiência, 94,6%, enquanto a kanamicina apresentou 81,1% e a
penicilina, 13,5%.
Segundo Mendes (2007) a resistência fenotípica à oxacilina é extremamente variável e
depende da expressão do gene mecA. Essa variabilidade é reconhecida como
heterorresistência fenotípica, e se caracteriza pelo fato de que de toda população bacteriana
heterogeneamente resistente, assim como todas as células, carregam o gene mecA, marcador
genotípico da resistência, porém nem todas expressam fenotipicamente sua resistência da
mesma forma. Cada cepa de MRSA (Staphylococcus aureus meticilino-resistentes)
apresenta um perfil característico da proporção de células que crescem na presença de
concentrações específica de oxacilina e de diferentes condições ambientais. As infecções
por MRSA se tornaram nos últimos anos um problema cada vez mais complicado, com as
novas e preocupantes questões dos Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina. Nessa
situação, o uso correto de antimicrobianos pode garantir, além de sucesso terapêutico,
menor pressão seletiva sobre essas bactérias.
Conclusão
Os resultados obtidos no presente trabalho evidenciaram a ação biológica antibacteriana da
gentamicina, em ensaio “in vitro”, pois foi o antibiótico que obteve a melhor ação contra
microrganismos bacterianos, isolados de amostras de leite.Para que possa ser considerado
um produto de alta eficiência para o controle de mastite bovina, deverá ser submetido ao
confrontamento com bactérias no próprio animal e apresentar índices semelhantes aos
ensaios laboratoriais.
¹Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS. [email protected].
² Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Cruz, UNICRUZ, RS.
³Professor e Responsável pelo Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
[email protected]
Referencias
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http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/viewArticle/238/3372.
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Credenciado
no
MAPA,
http://www.apcs.com.br/7%2C1.asp. 23/09/2010.
MAIA, Patrícia Vieira O uso de métodos de identificação da mastite na tomada de
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em
02/06/2009.
Núcleo
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do
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de
ReHagro.
http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=1879, 23/09/2010.
MENDES, Caio M. F., MIMICA Marcelo J., Diagnóstico laboratorial da
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Patologia e Medicina Laboratorial, v.43 n.6 Rio de Janeiro dez. 2007.
MOREIRA, M.A.S. et al., Resistência a antimicrobianos dependente do sistema de efluxo
multidrogas em Escherichia coli isoladas de leite mastítico. Arq. Bras. Med. Vet.
Zootec. vol.60 no.6 Belo Horizonte Dezembro, 2008.
RESENDE, F. D. et al., Mastite subclínica causada por Staphylococcus aureus: custobenefício da antibioticoterapia de vacas em lactação, Arq. Bras. Med. Vet.
Zootec. vol.59 no.3 Belo Horizonte Junho, 2007.
PADILHA, Terezinha, Resistência antimicrobiana x produção animal: Uma discussão
internacional, (20/06/2000).
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Padronização dos Testes de
Sensibilidade a Antimicrobianos por Disco-difusão: Norma Aprovada – Oitava
Edição. M2-A8,Vol. 23 No 1. Substitui a Norma M2-A7.
¹Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS. [email protected].
² Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Cruz, UNICRUZ, RS.
³Professor e Responsável pelo Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
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