EPIDEMIA DE FEBRE DE LASSA NA NIGÉRIA A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou a ocorrência de uma epidemia de febre de Lassa na Nigéria a partir de Janeiro de 2012. Até o momento foram notificados 623 casos suspeitos, incluindo 70 óbitos provenientes de 19 dos 36 estados daquele país. Exames laboratoriais confirmaram a doença em 108 pacientes até o momento. Informações básicas: A Febre de Lassa é uma doença viral aguda de ocorrência endêmica no oeste da África. O nome da doença é devido ao fato da mesma ter sido identificada em 1969 na cidade de Lassa, na Nigéria. O vírus de Lassa é um RNA vírus membro da família dos Arenavírus. É um agente zoonótico com reservatório em roedores do gênero Mastomys, muito comum nas savanas e florestas do oeste da África. Além da Nigéria, a doença já foi identificada na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Sinais e Sintomas A febre de Lassa é uma doença hemorrágica aguda com duração de 1 a 4 semanas. O período de incubação varia entre 1 e 3 semanas. Os sinais e sintomas mais comuns incluem: febre, dor de garganta, dor abdominal, dor retroesternal, intumescência facial, vômito, diarreia, conjuntivite, proteinúria e hemorragias em mucosa (oral, nasal, vaginal e gastrointestinal). Comprometimento neurológico tem sido observado com perda de audição, tremores e encefalite. A principal complicação da infecção é a surdez, que pode acontecer em 1/3 dos pacientes com deficiência permanente em alguns casos. Letalidade A letalidade geral é de cerca de 1% (considerando todas as infecções), mas pode atingir até 20% entre os casos hospitalizados. A letalidade é especialmente alta em mulheres no terceiro trimestre de gravidez, com óbito fetal em 95% dos casos ou mais. População em risco A Febre de Lassa ocorre em todas as faixas etárias e em ambos os gêneros indistintamente. Pessoas que vivem em áreas rurais dos países do Oeste da África e profissionais de saúde que atendam esses casos são os grupos de mais alto risco. Transmissão Humanos adquirem a infecção quando expostos às excreções de roedores infectados. É possível a transmissão do vírus de Lassa entre humanos pelo contato com sangue, urina, fezes ou secreções corporais de pacientes humanos. A transmissão pessoa a pessoa pode acontecer na comunidade e em ambiente hospitalar. Tem sido relatada ainda a transmissão sexual da doença. Superintendência de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância e Controle em Agravos Estratégicos – DECA Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância à Saúde - CIEVS Rua Piquiri, 170 – Rebouças – 80.230-140 – Curitiba – Paraná – Brasil – Fone: (41) 3330-4400 Fax : 3330-4407 www.saude.pr.gov.br - [email protected] Prevenção no manejo do paciente: Evitar contato com sangue, excreções e secreções do paciente. Casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento com o uso de luvas, máscaras e gorros por parte dos profissionais de saúde, e esterilização sistemática de equipamentos contaminados. Implicações de Saúde Pública Em raras ocasiões viajantes provenientes de áreas de transmissão do vírus de Lassa, foram exportados para outros países. O diagnóstico da doença deve ser considerado em pacientes com quadro febril proveniente de países do oeste da África, embora a Malária, a Febre Tifóide e outras doenças sejam muito mais comuns nesses casos. Pacientes que tiveram exposição em áreas rurais ou hospitais em países de ocorrência de doença (especialmente da Nigéria) na vigência da atual epidemia, com sintomatologia compatível devem ser prontamente notificados. Superintendência de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância e Controle em Agravos Estratégicos – DECA Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância à Saúde - CIEVS Rua Piquiri, 170 – Rebouças – 80.230-140 – Curitiba – Paraná – Brasil – Fone: (41) 3330-4400 Fax : 3330-4407 www.saude.pr.gov.br - [email protected]