CONSELHO PERMANENTE DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS COMISSÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS E POLÍTICOS OEA/Ser.G CP/CAJP-1767/01 rev. 1 4 abril 2001 Original: espanhol Grupo de Trabalho sobre Democracia Representativa AGENDA ANOTADA II REUNIÃO ESPECIAL FRAQUEZAS INSTITUCIONAIS E GOVERNABILIDADE AGENDA ANOTADA II REUNIÃO ESPECIAL FRAQUEZAS INSTITUCIONAIS E GOVERNABILIDADE 12 de abril de 2001 Embora hoje em dia todos os países do Hemisfério, com exceção de um, adotem sistemas democráticos, isto não significa que não persistam ameaças significativas à solidez da democracia. Nossas democracias, por exemplo, continuam enfrentando importantes desafios em matéria de governabilidade, o que em alguns casos leva ao questionamento do Estado por sua aparente falta de capacidade para resolver os problemas que mais afetam a população, como o desenvolvimento econômico sustentado, o bem-estar social e a segurança dos cidadãos. Isto, por sua vez, acarreta um crescente desencanto nas pessoas, que se traduz no desgaste da adesão ao sistema democrático. Poderemos acaso esperar que os cidadãos continuem apoiando indefinidamente a democracia quando esta se demonstra incapaz de resolver suas necessidades mais básicas? Vale a pena, então, perguntar: a vigência plena das instituições que constituem o Estado de Direito é condição suficiente para garantir a governabilidade democrática? E, se não, quais são as linhas de ação necessárias para promover a governabilidade de nossas democracias? Todos os que manifestam essas preocupações tendem a coincidir no sentido de destacar a importância de fortalecer a institucionalidade clássica (sistemas eleitorais confiáveis, separação e equilíbrio de poderes, mecanismos de participação efetivos, etc.) como uma das condições sine qua non para a consolidação da democracia. No entanto, embora, de forma geral, este propósito tenha levado à criação de mecanismos e instituições destinados a reduzir os riscos de um exercício ilimitado do poder público, por outro lado também provocou confrontações estéreis entre os poderes do Estado e uma notável deterioração da capacidade de ação do Poder Executivo e, portanto, uma situação de instabilidade política crônica, em que é impossível garantir a segurança coletiva e executar as reformas institucionais indispensáveis para promover o desenvolvimento econômico e alcançar o bem-estar e a eqüidade social. Por isso, torna-se particularmente relevante perguntar: em que consiste exatamente e de que se origina o problema da governabilidade democrática em nosso Hemisfério no alvorecer deste novo milênio? E como caracterizá-lo? Como produto de uma fragmentação exagerada ou concentração excessiva do poder? Como resultado de um presidencialismo imperial ou de um presidencialismo débil e em franca decadência? Como conseqüência de um tipo de régime d’assemblée embrionário ou da ausência de congressos fortalecidos e responsáveis? Finalmente, cabe também indagar que papel essas preocupações devem desempenhar na agenda política do Hemisfério e, conseqüentemente, qual deve ser a função dos organismos multilaterais. CP08123P04