Frente ribeirinha de Lisboa com novos edifícios de escritórios

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ID: 59804357
20-06-2015 | Economia
Tiragem: 101375
Pág: 22
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 23,15 x 36,99 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
IMOBILIÁRIO
bpiexpressoimobiliario.pt
A futura sede da Abreu
Advogados, um edifício
da Fidelidade, deverá estar
concluída em finais de 2016
Reabilitação O Terminal de Cruzeiros e a sede da EDP estão a fazer ‘mexer’ o mercado
Frente ribeirinha de Lisboa com
novos edifícios de escritórios
Marisa Antunes
C
omeça a tomar forma a reabilitação
que se espera venha
a mudar a frente ribeirinha de Lisboa
entre a zona de Santos/Cais Sodré e Santa Apolónia. A nova
sede da EDP lançou
o mote de um dos lados e o Terminal
de Cruzeiros fez o mesmo, na outra
ponta. Ao seu redor, várias operações
de grandes dimensões têm vindo a
ser fechadas, algumas das quais começam agora a ser conhecidas como
é o caso da recuperação do antigo
edifício da APL — Administração do
Porto de Lisboa onde funcionavam os
arquivos centrais, quase 8000 m2 de
área bruta de construção, que vão ser
reconvertidos para receber a futura
sede da Abreu Advogados, um projeto que foi esta semana apresentado.
Situada mesmo em frente ao local
onde irá nascer o Terminal de Cruzeiros, a futura sede da Abreu (cuja
conclusão está prevista para finais
de 2016), com os seus 100 metros de
fachada frontal para o rio e com um
espaço que permitirá acolher os cerca
de 200 colaboradores da sociedade de
advogados, foi adquirida pela Fidelidade que vai investir €13 milhões para
adaptar o espaço ao seu inquilino (que
tem entre os seus sócios Miguel Teixeira de Abreu e Duarte de Athayde).
À margem da cerimónia de apresentação do projeto que decorreu
no próprio local, Miguel Santana,
administrador da Fidelidade Property, confirmou ao Expresso que a
seguradora tem estado muito atenta
a boas oportunidades junto ao eixo
ribeirinho. “O centro da cidade, o
chamado CBD, está ocupado, as instalações são antigas e não há espaços como este onde é possível um só
inquilino ocupar o edifício inteiro.
Também a zona de Santos, com a ida
da EDP para ali, está a ficar toda ela
dinamizada — já se vê o mercado a
trabalhar soluções de escritórios, de
habitação e de espaços comerciais e
nós também estamos a acompanhar
essa dinâmica”.
Fidelidade quer hotel junto
ao Terminal de Cruzeiros
Junto ao Terminal de Cruzeiros, a
Fidelidade — que é participada em
85% pelos chineses da Fosun — tem
um outro projeto em fase de aprovação junto da Câmara Municipal
de Lisboa, mas desta vez de âmbito
hoteleiro. Já em Santos estão mais
dois projetos da seguradora em curso
mas para o segmento dos escritórios.
Um destes projetos da Fidelidade
em Santos está com o ateliê de arquitetura Openbook, que também fez o
da futura sede da Abreu Advogados.
“Temos dois ou três projetos em cima
da mesa com a Fidelidade que levou
uma grande volta com a Fosun. Antes era uma proprietária passiva e
passou a ser uma proprietária ativa”,
diz Rodrigo Sampayo, um dos sócios
da Openbook.
Só a Openbook tem na sua carteira
quatro projetos de média e grande
dimensão para o eixo Santos-Santa
Apolónia a terminarem entre finais
de 2016 e meados de 2017. Os dois da
Fidelidade (onde se inclui a sede da
Abreu) e os outros dois pertencentes
a fundos de investimento nacionais.
“Estamos a fazer outra sede institucional, num investimento três
vezes superior ao aplicado aqui nos
escritórios da Abreu. É também um
só inquilino, na frente rio, perto da
EDP. Só nessa zona temos três projetos”, adianta ainda o arquiteto da
Openbook. Dois dos projetos são de
grandes dimensões — cada um deles
com cerca de 8500 m2 de área construída (mais 3000 m2 de estacionamento) — e um outro mais pequeno,
com 3000 m2, uma reabilitação. Um
dos projetos maiores tem ainda a particularidade de ser uma construção
de raiz, mais um sinal que o mercado
imobiliário começa, ainda que timidamente, a sair fora da tradicional linha
da reabilitação.
Inquilinos são todos nacionais
EM 2017 JÁ
DEVERÃO ESTAR
CONCLUÍDOS
VÁRIOS EDIFÍCIOS
DE ESCRITÓRIOS
DE GRANDES
DIMENSÕES
NA ZONA
DE SANTOS
Outro dado a destacar nestes novos
projetos que vão surgir a curto prazo
é que todos irão acolher empresas
nacionais e cada uma delas ocupará
integralmente cada um dos edifícios.
Como vai acontecer com a Abreu
Advogados. A sociedade queria um espaço emblemático, “que fizesse parte
da história de Lisboa”, como salientou
Duarte de Athayde, sócio da Abreu
Advogados, durante a apresentação
do projeto.
Com este compromisso na recuperação do património histórico, a
Openbook irá manter toda a estrutura do edifício — pilares em cantaria,
abóbodas, asnas em madeira — e as
duas espaçosas naves longitudinais
separadas por um pátio. O edifício,
que manterá ainda as suas mais de 100
janelas, das quais 30 com vista frontal
de rio, terá cerca de 100 gabinetes e 10
salas de reunião e zonas lúdicas.
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