Dados: Fechamento em 24/03/2016, exceto Xangai SSE (25/03/2016). Tendência de alta/baixa em relação ao fechamento em 18/03/2016. SITUAÇÃO GLOBAL Novo pacote agrícola da UE UE adota medidas para apoio a produtores de lácteos e suínos, para suprir queda da demanda global. Em reunião do Conselho dos Ministros de Agricultura da UE, em 14/03, o Comissário Agrícola Phil Hogan anunciou novo pacote de medidas de apoio aos produtores europeus dos setores de lácteos e carne suína, a serem financiadas pelo orçamento atual da PAC ou pelo fundo de reservas para crises, de EUR 440 milhões. Esse pacote justifica-se com base no impacto da queda da demanda global, em particular da China, e das restrições adotadas pela Rússia no comércio agrícola com a UE. Entre as medidas anunciadas, estão a aceitação temporária da concessão de apoio estatal, pelos Estados-Membros, até o limite de EUR 15.000,00 anuais por produtor individual; o aumento das quantidades máximas objeto de intervenção pública a preços fixos para leite desnatado em pó, e manteiga; e o lançamento de novo mecanismo de apoio ao armazenamento privado de carne suína, em condições por definir. Descartou-se, no momento, a adoção de quotas obrigatórias de produção para lácteos. Visita do Presidente Barack Obama à Argentina Em sua visita à Argentina, o Presidente Obama, expressou admiração pelas rápidas reformas empreendidas pelo Presidente Macri em busca de crescimento econômico com vistas à "reconectar" a Argentina à economia global e à comunidade internacional. A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Argentina, nos dias 23 e 24 de março, foi significativa. O último presidente americano que visitou o país sul-americano foi George W. Bush, em 2005, por ocasião da reunião que selou o impasse na ALCA. Em 2016, a visita de Obama, nas palavras do Embaixador dos Estados Unidos na Argentina, "reconhece a determinação de Macri de reinserir a Argentina na economia global, assim como sua vontade de estabalecer um vínculo com benefícios mútuos para ambos países". Para Obama, a visita se insere em sua promessa de dinamizar a relação entre Washington e a América Latina. No contexto da visita, foram assinados acordos bilaterais, a maioria referente a temas de segurança e combate ao crime organizado. Conjuntura econômica da África do Sul Aumento da inflação para o patamar de 7% ao ano, em função do preço dos alimentos e da forte redução da economia agrícola (queda de 8,4%) preocupa autoridades sul-africanas. Desemprego chega a quase 25%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na África da Sul, acumulado nos últimos doze meses até fevereiro, fechou em 7%, o maior valor desde maio de 2009, acima do teto de 6%. Em reação, o Reserve Bank aumentou a taxa de juros de 6,75% para 7% ao ano. A alta dos preços foi puxada pelos alimentos e bebidas, cuja produção foi gravemente afetada pela seca recente. Em 2015, a economia sul-africana cresceu 1,3%, com crescimento da atividade nos setores automotivo, hoteleiro, e imobiliário, bem como nos serviços governamentais. O Rand sulafricano mantém-se como uma das moedas que sofreram maior desvalorização frente ao dólar (12% em 2015). O desemprego é, historicamente, o pior indicador socioeconômico da África do Sul. Os dados do último trimestre de 2015 revelam aumento de 1% no desemprego em relação ao trimestre anterior, chegando a 24,5% da população economicamente ativa. Já a taxa de desemprego expandido, que inclui os que buscariam emprego caso as condições fossem mais favoráveis, chegou a 33,8%. INVESTIMENTOS CHINESES NA ARGENTINA A China tornou-se um dos principais investidores externos na Argentina, à frente, inclusive, do Brasil. Os acordos firmados entre a Argentina e a China em julho de 2014 foram vistos com desconfiança, especialmente pela confidencialidade dos textos. Não obstante, a Argentina vê com bons olhos os investimentos chineses no país, em contexto de escassez de financiamentos externos, e segue interessada em estreitar vínculos com o país asiático. Mauricio Macri e Xi Jinping se reunirão em Washington, à margem da Cúpula de Segurança Nuclear, no dia 1º. de abril. A China é o terceiro investidor externo na Argentina, atrás de Estados Unidos e Espanha, e conta com mais de 30 empresas no país, nos setores financeiro, de mineração e energia, entre outros. Dados oficiais não refletem a pujança do investimento chinês na Argentina, já que os recursos são geralmente recebidos de terceiros países. Não obstante, é clara a tendência exponencial de crecimento. Cálculos privados estimam o IED da China em mais de US$ 23 bilhões em 2014 (investimentos novos, fusões e aquisições). RECUPERAÇÃO DO PREÇO DAS COMMODITIES Não se sabe se será duradoura a recuperação do preço das commodities observada nos últimos meses. Em março de 2016, registrou-se aumento dos preços de algumas commodities, em particular petróleo e metais. O preço do barril do petróleo cru Brent, que havia caído abaixo de US$ 28,00 em janeiro último, alcançou US$ 41,45 em 22/03; o minério de ferro chegou a US$ 63,74/ton em março, contra US$ 38,30/ton em meados de dezembro de 2015; a onça de ouro atingiu, em 11/03, o valor de $1,284.64, o maior nos últimos 13 meses; e os preços do cobre e do alumínio aumentaram neste ano, respectivamente, 6,9% e 5,3%. O indicador Bloomberg Commodity Index atingiu em 17/03 seu maior nível desde 20/01. No caso do petróleo, a recuperação tem sido atribuída às medidas restritivas da oferta dos países exportadores, as quais, no entanto, são de permanência incerta, dadas as reticências iranianas e os elevados estoques acumulados por EUA, Rússia e Arábia Saudita. Prevê-se para Doha, em 17/04, reunião da OPEP com não-Membros, como a Rússia, para tentar um acordo. A subida dos preços das commodities deve impactar a China, que já experimenta taxas menores de crescimento e importa cerca de 60% do seu consumo de petróleo. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Rússia: avaliação econômica do escritório regional do FMI em Moscou Recém-divulgado estudo do Escritório Regional do FMI na Rússia avalia que as sanções econômicas decorrentes da crise na Crimeia e da queda acelerada nos preços do petróleo geraram impactos semelhantes aos da crise financeira de 2008. Só o setor petrolífero responderia por dois terços do impacto financeiro total sofrido entre 2014 e 2015. Entre os principais acertos da política econômica russa, ressalta a adoção do regime de câmbio flutuante no fim de 2014, que permitiu preservar o nível das reservas internacionais e reequilibrar a balança de pagamentos, além de limitar a queda do PIB russo a -3,7%. Outros fatores devem contribuir para a recuperação da economia russa, como o baixo nível de endividamento público, as altas reservas internacionais e o superávit em conta corrente. A previsão do Fundo para a evolução do PIB russo em 2016, no entanto, segue negativa (-1%), dados os baixos índices de investimento, de utilização da capacidade instalada (abaixo de 80%) e o desemprego crescente (entre 5,5% e 6%). Para o Fundo, a Rússia necessita encontrar novo modelo de crescimento econômico, com ênfase em produtividade, desburocratização, redução da participação do Estado na economia, simplificação das regras de compras governamentais, reforço das instituições e melhora do ambiente de negócios em geral.