1 1 A INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS NA ADESÃO AO TRATAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS 2 3 RAFAEL SANTOS CARRIJO MARILIA FERREIRA DELA COLETA Resumo: O diabetes mellitus tornou-se hoje um dos mais importantes problemas de saúde pública, alcançando expressiva significação como causa de doença e de morte no mundo todo. O diabetes proporciona um grande mal-estar não só físico, como psicológico e social, por isso, necessita de uma grande atenção por parte dos profissionais de saúde. O melhor tratamento para esta doença é o que proporciona um atendimento biopsicossocial aos pacientes. O profissional de saúde, dessa forma, ao lidar com esta patologia deve tentar trabalhar de maneira a conduzir um tratamento que atinja todas as dimensões humanas (biológica, psicológica e social). Dessa forma, é importante que se leve em conta variáveis psicossociais, tais como a depressão (sintomas) e o locus de controle durante o tratamento desses pacientes. O objetivo deste trabalho é, portanto, verificar a influência de sintomas depressivos e do locus de controle da saúde na adesão ao tratamento de pacientes com diabetes mellitus. Para isso, este estudo contou com 47 pacientes diabéticos de ambos os sexos, que faziam tratamento (acompanhamento glicêmico) no Ambulatório de Endocrinologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Foram utilizados neste trabalho um questionário sobre saúde, construído pela equipe pesquisadora, contendo dados pessoais e clínicos dos pacientes, como também o Inventário para Depressão de Beck – BDI e a escala de Locus de Controle da Saúde – MHLC. Os resultados revelaram que os sujeitos apresentaram escores que variavam de 5 a 39 pontos no BDI, com média de 16,36 pontos, indicando sintomas leves de depressão, e que as médias dos sujeitos nas dimensões do locus de controle foram de 25,02 para internalidade, 22,21 para externalidade outros poderosos e 13,53 para externalidade – acaso para a saúde. Através da análise dos resultados obtidos, foi possível concluir que a orientação do locus de controle, neste estudo, não apresentou influência significativa sobre os comportamentos de adesão. A diferença entre as médias dos grupos aderente e não aderente na escala de depressão – BDI mostrou-se significativa para a variável dieta alimentar. Os 15 pacientes que seguem a dieta de modo regular apresentaram média de depressão igual a 10,8, enquanto os 32 pacientes que não aderem regularmente apresentam média de 18,97. Assim, os sintomas depressivos apresentaram efeito significativo sobre o comportamento de dieta alimentar, sendo que a influência dessa associação pode produzir impactos em comportamentos de adesão ao tratamento. Palavras-chave: diabetes; depressão; locus de controle; adesão ao tratamento. 1 Esta pesquisa foi desenvolvida com o apoio PIBIC/CNPq/UFU. Acadêmico do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Av. Mato Grosso 1962, Centro, Araguari – MG, CEP: 38440-046, E-mail: [email protected]. 3 Professora Adjunta do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, E-mail: [email protected]. 2 2 Abstract: The diabetes mellitus has become today one of the biggest problems in public health, representing a significant portion of causes of disease and death in the world. The consequences of diabetes cause ill – feeling not only physical but also psychological and social, therefore, it needs great attention from health experts. The best treatment for this disease is the one that attends to the biopsicossocial care of the patients. The health professional, in that way, in leading with this type of pathology should try to lead the treatment in a way that it reaches all the human dimensions (biological, psychological and social). That way, it is important that you take into consideration the psychosocial variables, such as depression (symptoms) and the locus of control during the treatment of these patients. This work’s objective is to, therefore, verify the influence of the depressive symptoms and the locus of control of health in the adherence to the treatment of patients with diabetes mellitus. For that, this study counted with 47 patients afflicted by the disease, both male and female, that were in treatment (glycemic control) in the Ambulatory of Endocrinology of the Clinic of the Federal University of Uberlandia (UFU). A questionnaire about health elaborated by the research team contained personal data and clinical data of the patients, and also the Beck Depression Inventory – BDI and the scale of the Locus of Health Control – MHLC. The results revealed that the subjects returned levels that vary between 5 and 39 points in the BDI, being the average 16,36 points, indicating slight symptoms of depression, and that the average of the subjects in the dimension of the locus of control were 25,02 for internal, 22,21 for external – another powerful and 13,53 for external – consequence for the health. Through the analysis of the results, it was possible to conclude that the orientation of the locus of control, in this study, did not present a significative influence over the adherence behaviour. The difference between the averages of the adherent and non-adherent in the depression scale – BDI showed itself significative for the alimentary diet variable. The 15 patients that follow the diet in regular basis showed an average of depression equal to 10,8 while the 32 other patients that did not practiced it regularly presented an average of 18,97. Therefore, the depression symptoms presented a significative effects over the behaviour of the food diet, being that the influence of this association might produce impacts in behaviours related to the adherence to the treatment. Key-words: diabetes; depression; locus of control; adhesion to treatment. 3 2002; RICCO et al, 2000) têm apontado INTRODUÇÃO para a presença de sintomas depressivos prejudicando o tratamento de pacientes O avanço da Medicina, bem como uma adequada adesão a um tratamento, são consideradas duas medidas que permitem uma melhora diante de um quadro de doença. Uma boa adesão a um tratamento com doenças psicossociais, amenização ou até cura de uma patologia, como também um indicador de saúde (BRAND; JOHNSON; JOHNSON, 1986; CAREK, 1992). Rapley (1997) e Morisson (1993), afirmam tratamento que significa aderir aceitar a e um seguir adequadamente a modalidade terapêutica proposta pelo profissional de saúde. Assim, vários fatores influenciam na adesão a um tratamento: características da terapia, condições particulares do paciente, relacionamento com a equipe médica, variáveis psicossociais e sócio- econômicas, entre outros. tornado cada vez mais freqüente nos estudos e nos tratamentos de saúde. Alguns trabalhos (BENETT et al, 1997; KOLTON; PICOLLO, 1988) têm dado ênfase à relação de variáveis psicológicas, como o locus de controle, com questões relacionadas à saúde. Além disso, nos últimos anos, diversos estudos (LUSTMAN et al, 2000; MARTINS et al, variáveis modo, podem cognitivos relacionados ao modo como o paciente reage ao seu tratamento. Segundo Eisdorfer (1991 apud RICCO et al, 2000, p.157), doenças crônicas são vistas como um fator estressor de longa duração que afeta o paciente e seus familiares. De acordo com Oliveira e Gomes (2004), acredita-se que aproximadamente 50% dos portadores de doenças orgânicas crônicas não apresentam comprometimento adequado ou suficiente com o tratamento. Uma enfermidade crônica que afeta bastante a qualidade de vida do paciente e apresenta problemas de adesão é o diabetes mellitus. A medicina sozinha tem tido dificuldades de controlar essa doença impedindo A multidisciplinaridade tem se desse As influenciar consideravelmente os aspectos pode ser considerada categoricamente como uma das maneiras mais eficazes para crônicas. todas as possíveis complicações, pois além de exames é necessário dieta, exercício físico, manejo de estresse, etc (GEED, 2000). Por isso, é necessário um olhar multidisciplinar no momento em que se lida com essa enfermidade. 4 estão presentes membros de ambos os DIABETES MELLITUS sexos com distintos estados de saúde e diferentes estratos sociais. A enfermidade O Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de exercer adequadamente seus efeitos. Caracterizase por hiperglicemia crônica, freqüentemente acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial (CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DIABETES, 2002, p. 5). pode aparecer em qualquer idade, tanto em crianças quanto em idosos e nunca desaparece depois de sua instalação. Diante desses aspectos, o diabético pode experimentar distintas psicológicas que podem favorecer um desequilíbrio Para Moreira et al (2003), o diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta aproximadamente 7,6% da população brasileira entre 30 a 69 anos. Segundo Pace, Nunes e Ochoa-Vigo (2003), o diabetes mellitus constitui hoje, um dos principais problemas de saúde do país, tanto pelo número de pessoas afetadas, gerando incapacidade e mortalidade, quanto pelo elevado investimento do governo para o controle e tratamento de suas complicações. O diabetes já é a quarta causa de morte no Brasil. Marcelino e Carvalho (2005), estimam que em 2010 teremos 236 milhões de diabetes no mundo todo; no Brasil constatou-se 5 milhões de diabéticos em 2000 e estima-se cerca 11 milhões em 2010. Alguns estudos, de acordo com Métroz (1982), identificaram que o diabetes interfere no ajustamento psicossocial dos seus portadores. Neste sentido, é importante destacar que os diabéticos constituem um grupo humano muito diversificado, nele manifestações emocional, causando prejuízos a uma adequada adesão ao tratamento necessário, além de outras manifestações psicológicas e psicossociais negativas (GILL, 1991). Isso pode ser percebido em alguns estudos com diabéticos em que se verificou que cerca de metade da carga de morbimortalidade devida a quadros de diabetes, deriva dos fatores de risco pela falta de cumprimento das propostas terapêuticas (JACOBSON, 1992). A hiperglicemia característica dessa significativamente persistente, doença, seus atinge portadores, exigindo sensíveis alterações em seus estilos de vida. Pacientes com diabetes mellitus alimentares necessitam e mudar aderir a hábitos esquemas terapêuticos, como aplicações regulares de insulina e monitoração diária de glicose. Trabalhos como os de Franco (1992); Lessa, Mendonça e Teixeira (1996), demonstram que o diabetes mellitus produz alterações em vários sistemas e 5 aparelhos, pacientes fazendo sejam com mais que esses suscetíveis a presentes cinco ou mais sintomas para o episódio depressivo maior. complicações como cegueira, insuficiência Para Goldrajch (1996), a depressão renal crônica, doenças cardiovasculares clínica é diferente de uma baixa de humor etc, que causam grande dificuldade para a temporária experimentada por uma pessoa realização de tarefas produtivas. Todas como uma reação normal à perda. Isto é, a essas variáveis podem influenciar no depressão enquanto síndrome inclui não estado de humor dos pacientes diabéticos, apenas alterações de humor (tristeza, levando-os a irritabilidade, depressivo. Pacientes um possível com estado incapacidade de sentir doenças prazer, apatia), mas também vários outros crônicas e depressão têm maior risco de aspectos, incluindo alterações cognitivas, não aderirem às recomendações médicas psicomotoras e vegetativas (apetite, sono (DIMATTEO; etc). Barros (2005) afirma que a depressão LEPPER; CROGHAN, 2000). é uma doença caracterizada por episódios de longa duração, recaídas e alta cronicidade, recorrências, prejuízo psicossocial e físico, como também alto DIABETES E DEPRESSÃO risco de suicídio. Dados indicam que, em A classificação depressão média, dois milhões de novos deprimidos elaborada pelo DSM-IV (APA, 1994), surgem a cada ano no mundo (BARROS, independente da idade do indivíduo, leva 2005). No Brasil, de acordo com Coutinho, em consideração os seguintes sintomas: Araújo e Sá (2003), são mais de dez humor depressivo durante a maior parte do milhões dia; diminuição do interesse ou prazer; enfermidade. Os sintomas da depressão perda de peso ou aumento (5%) num mês e afetam diminuição ou serviço clínico, no entanto, ela é sub- hipersonia quase todos os dias; agitação ou diagnosticada e sub-tratada, pois 50% a lentificação psicomotora quase todos os 60% dos casos não são diagnosticados dias; energia; pelos médicos clínicos (FLACK et al, sentimentos de desvalorização ou culpa 2003). A previsão para o ano de 2020 é a inapropriada; diminuição da capacidade de de que a depressão poderá ser a segunda concentração ou indecisão; pensamentos causa recorrentes sobre a morte ou ideação. É desenvolvidos e a primeira em países em importante se destacar que devem estar desenvolvimento (BAHLS, 2002). fadiga do ou apetite; perda da insônia de de 20% de pessoas daqueles sofrendo que incapacitação dessa procuram em países 6 Alguns estudos como os de Martins 2002). Enfim, no dizer de Teng, Humes e et al (2002), pontuam que nos últimos anos Demetrio os comorbidade estudos que relacionam diabetes (2005), pacientes com a diabetes-depressão mellitus com depressão têm aumentado, de apresentam pior controle glicêmico e modo que novas conclusões têm sido maior incidência de complicações do feitas: 1) a intensidade e competência das diabetes, como dietas sexual, nefropatia, de tratamentos repetitivos sobrecarregam os pacientes, pois fazem retinopatia, disfunção neuropatia e complicações macrovasculares. parte da sua vida diária; 2) a duração da Porém, os mecanismos fisiológicos doença (que gera estresse) e o número de envolvidos complicações da doença (que aumentam depressão ainda não estão claros. Algumas com o tempo) afetam a qualidade de vida; evidências sugerem que alterações do 3) diabetes mellitus e depressão são partes transporte de um conjunto de desordens metabólicas específicas do cérebro poderiam ocorrer comuns ou vinculadas entre si. Dessa em pacientes diabéticos, favorecendo o forma, de acordo com Lustman et al desencadeamento da depressão, e que as (2000), diabéticos alterações hormonais, principalmente a (independente se forem do tipo I ou do tipo hipercortisolemia, além do aumento da II) a depressão parece ser duas vezes mais ativação freqüentes do que na população geral, explicar o maior risco de diabetes em afetando entre 15 a 20% dos pacientes e deprimidos (MUSSELMANN et al 2003). para pacientes tendo um efeito negativo sobre o controle metabólico. diabéticos Além com disso, associação de glicose em imunoinflamatória Mesmo apresentam pacientes sintomas diabetes- regiões poderiam que não depressivos apresentam enfrentam dificuldades no enfrentamento maior risco de obesidade, menor nível da doença e na adesão à modalidade socioeconômico e educacional, o que lhes terapêutica proposta. De acordo com acarreta Marcelino e Carvalho (2005) há casos em maior depressão pacientes na vulnerabilidade a estressores psicossociais e financeiros que (TENG; HUMES; DEMETRIO, 2005). importância de um bom controle da Os também doença, mas mesmo assim não segue ampliam a percepção dos sintomas do corretamente o tratamento proposto pelo diabetes, isto é, sentem mais os sintomas médico. Por isso, é muito importante levar da doença do que os não-deprimidos em consideração o “locus de controle” do (CIECHANOWSKI; KATON; RUSSO, paciente, a fim de descobrir sua percepção diabéticos depressivos o paciente tem consciência da 7 sobre o controle de sua vida e intervir indivíduo nesse comportamento, objetivando uma controlador melhora no quadro de saúde (KOLTON, como 1998). externos a ele, que poderiam ser pessoas, pode desses sendo se perceber como acontecimentos controlado por ou fatores entidades ou mesmo o destino, a sorte e o LOCUS DE CONTROLE E ADESÃO acaso (DELA COLETA, 1987). Essa AO TRATAMENTO tendência manifesta-se nas expectativas individuais Devido resultados almejados no futuro e está relacionada ao pessoas comportamento na medida em que esses desenvolvem uma percepção até certo resultados são percebidos como relevantes ponto estável sobre a origem e controle das para o sujeito e como prováveis de ocorrer ocorrências que vivenciam. Essa percepção (RODRIGUES-ROSERO; foi chamada por Rotter (1966) de “locus de DELA COLETA, 2002). Dessa maneira, controle”. Para Rotter, a aprendizagem da de acordo com Noriega et al(2003), a relação entre ação e conseqüência se dá pessoa que acredita que é responsável por pelas experiências tanto de sucesso quanto seu destino possui locus de controle de fracasso, como também pelas causas interno, por sua vez, a pessoa que crê que atribuídas pelos indivíduos a esses eventos, tudo de bom e ruim que lhe acontece está permitindo com que eles adquiram uma determinado pelo acaso, pela sorte ou pelo percepção relativamente estável sobre o poder dos demais, apresenta locus de controle de sua vida (DELA COLETA, controle externo. Porém, a orientação do 2004). locus de controle não é fixa, e o indivíduo Segundo social, Kolton processo alcançar de aprendizagem ao de as (1988), a percepção dos pacientes sobre a fonte de FERRIANI; pode possuir diversas orientações em diferentes situações e estágios da vida. controle dos acontecimentos de sua saúde A adesão ao tratamento, por sua aponta para o fato de que a crença do vez, indivíduo determina a ação a ser tomada. comportamentos Assim o constructo “locus de controle” é compreendido como uma extensão na qual uma variável que objetiva explicar uma o comportamento da pessoa de fazer uso característica relativa à percepção das de medicação, seguir dietas ou fazer pessoas sobre a fonte dos acontecimentos mudanças no estilo de vida coincide com que estão envolvidas, isto é, a percepção os conselhos do médico ou do serviço de de uma pessoa sobre sua vida. Um saúde (HAYNES, 1981). é um conceito de advindo saúde, dos sendo 8 O tratamento básico do diabetes visa predominantemente o controle do CHLC (crença em que a saúde é incontrolável). valor glicêmico, como também a adoção Pesquisas como a de Benett et al. de dieta específica, de atividade física e (1997), têm apontado para a relação entre uso – locus de controle saudável e a execução de insulina condutas relacionadas à saúde. Noriega et (GUIMARÃES; TAKAYANAGUI, 2002). al (2003) e Dela Coleta (1982), propõem De maneira geral, segundo Dullius (2003), uma relação positiva entre internalidade de o tratamento do diabetes se fundamenta locus de controle e aspectos positivos no nos comportamento, adequado antidiabéticos de orais seguintes medicação e/ou aspectos: alimentação tais como: maior saudável (baixo consumo de carboidratos necessidade de êxito, maior persistência, de alto índice glicêmico); atividade física menor índice de estresse, maior tolerância orientada de acordo com as necessidades, ao desconforto, menor pessimismo, maior capacidades e interesses do diabético; curiosidade e eficiência, etc. Para Lefcourt autocuidado (1983), pessoas internas parecem mais bem do paciente (incluindo monitoração do valor da glicemia, exames capacitadas e consultas); medicação quando necessária; difíceis. Além disso, Dela Coleta (2004) e educação em saúde, para que se possa aponta administrar relacionados com a internalidade (IHLC): o tratamento com conhecimento e adequação. é importante sobreviver padrões experiências positivos de saúde maior sucesso em programas de perda de Conhecer o locus de controle do paciente a para que peso, menor freqüência de tabagismo, se maior controle pessoal sobre o diabetes, antecipem as mudanças que ele poderá pressão arterial menos alta, crianças necessitar para uma melhor condução do diabéticas têm melhor conhecimento sobre tratamento (KURITA; PIMENTA, 2002). sua doença, pacientes renais internos têm Para Dela Coleta (2004) o locus de melhor colaboração na diálise. controle relacionado à saúde pode ser Para o modelo cognitivo- percebido através das seguintes crenças: comportamental, os valores, as atitudes e internalidade – IHLC (crença na própria as crenças participam da experiência capacidade de controlar o estado de saúde), dolorosa externalidade outros poderosos – PHLC influenciando a percepção, expressão e (crença em que a família, o médico e manejo da doença, e há indícios que essas outras pessoas são responsáveis por seu variáveis (como por exemplo, a percepção estado de saúde) e externalidade acaso – de uma pessoa) podem influenciar na de uma doença crônica, 9 adesão à proposta terapêutica (RANGÉ, Desta forma, este trabalho terá uma grande 2001). relevância para médicos, enfermeiras, Dessa forma, este estudo surgiu da psicólogos, etc, no intuito de motivar esses necessidade de se investigar variáveis profissionais a reconhecer alguns aspectos psicossociais, tão importantes que envolvem o tratamento do valorizadas por profissionais de saúde, mas diabetes, como também para os diabéticos que são de extrema importância para a e seus familiares permitindo-lhes uma compreensão e para o tratamento de reflexão sobre a relação entre a doença, a doenças crônicas, como o diabetes. O cognição, o comportamento e o estado de diabetes mellitus tornou-se hoje um dos humor do paciente. muitas vezes não mais importantes problemas de saúde pública, alcançando expressiva significação como causa de doença e de OBJETIVOS morte no mundo todo. O diabetes é uma doença crônica que proporciona um grande mal-estar não só físico, como psicológico e social, por isso, necessita de uma grande atenção por parte dos profissionais de saúde. É importante que se leve em conta variáveis psicossociais, tais como a depressão (sintomas) e o locus de controle durante o O melhor tratamento é o que um biopsicossocial aos atendimento pacientes. O profissional de saúde, dessa forma, ao lidar com um uma doença deve tentar trabalhar de maneira a conduzir um tratamento que atinja todas as dimensões humanas (biológica, psicológica e social). Uma doença crônica como o diabetes mellitus se compõe de aspectos momento, o diabetes é uma doença com um grande spectrum de influência sobre a vida do doente. Além disso, muitas pesquisas têm apontado para a presença de sintomatologia depressiva em diabéticos (LUSTMAN et al, 2000; RICCO et al, 2000), como também, para a necessidade tratamento desses pacientes. proporciona Conforme se observou até este fisiológicos, cognitivos, comportamentais e emocionais. de se conhecer o locus de controle de um paciente (BENETT VALDERRAMA; et al, 1997; BETANCOURT; VÁSQUEZ, 1998), a fim de antecipar as mudanças necessárias à condução de seu tratamento. Por isso, este estudo visa verificar a influência de sintomas depressivos e do locus de controle da saúde na adesão ao tratamento de pacientes com diabetes mellitus, como também verificar: o nível de depressão e a 10 orientação do locus de controle da saúde se é hipertenso ou não; se sofre ou não de em pacientes com diabetes mellitus; a outras doenças), como também aspectos de relação entre o nível de depressão e a comportamentos de adesão ao tratamento adesão ao tratamento em pacientes com de diabéticos (valor da glicemia de jejum, diabetes mellitus; a relação entre o locus tempo de realização do último exame, uso de controle da saúde e a adesão ao de medicamentos, dieta alimentar, prática tratamento em pacientes com diabetes de mellitus. consultas). Além disso, também foram atividade física e freqüência às utilizados o Inventário para Depressão de Beck – BDI (CUNHA, 2001) e a escala de Locus de Controle da Saúde – MHLC MATERIAL E MÉTODO (RODRIGUES-ROSERO; O presente estudo trabalhou com 47 pacientes, de ambos os sexos, portadores FERRIANI; DELA COLETA, 2002). O questionário sobre saúde foi de diabetes mellitus, que faziam tratamento utilizado (acompanhamento para relacionar aos dados glicêmico) no relativos à depressão e ao locus de Endocrinologia do controle, dados adjacentes (pessoais e Hospital de Clínicas da Universidade clínicos) do paciente. Através das respostas Federal de Uberlândia (UFU). Como das questões do questionário será feita a critérios de inclusão para o estudo foram inferência observados: 1) Ser diabético e estar na tratamento dos pacientes diabéticos. Ambulatório de faixa etária de 25 a 70 anos; 2) Não ter diagnóstico prévio de depressão a respeito da adesão ao Inicialmente este questionário foi e submetido a um estudo piloto com 10 conseqüentemente não estar em tratamento pacientes diabéticos a fim de testar sua antidepressivo; 3) Concordar (assinar) com adequação ao nível de compreensão dos o consentimento informado. pacientes. Dessa forma, foi possível Para este trabalho foi utilizado um perceber que este permitia aos pacientes questionário sobre saúde, construído pela diabéticos responder de forma clara as equipe dados proposições, além de permitir a obtenção sócio-demográficos, clínicos (valor da de informações necessárias para uma glicemia; tipo de diabetes mellitus – tipo I melhor compreensão dos comportamentos ou tipo II; peso; altura; medida da pressão de adesão ao tratamento. pesquisadora, contendo arterial; se o paciente sofre ou não de Para diagnosticar depressão foi complicações de saúde devido ao diabetes; usado o Inventário para Depressão de Beck 11 (BDI). Este instrumento é uma escala de controle da saúde (MHLC). Essa escala é auto-preenchimento composta por 21 itens composta por 18 itens, com cinco opções que avaliam a sintomatologia depressiva e de respostas apresentadas na forma Likert, atitudes cognitivas tais como tristeza, conforme se segue: 1=discordo totalmente; pessimismo, sensação de fracasso, falta de 2=discordo em sua maior parte; 3=em satisfação, sensação de culpa, sensação de dúvida; 4=de acordo em sua maior parte; punição, auto-desgosto, auto-acusações, 5=de acordo totalmente. idéias suicidas, crises de choro, A escala MHLC mede três irritabilidade, interação social prejudicada, dimensões do locus: internalidade – IHLC indecisão, distorção da imagem corporal, (crença na própria capacidade de controlar inibição para o trabalho, distúrbio do sono, o estado de saúde), externalidade outros fadiga, perda de apetite, perda de peso, poderosos – PHLC (crença em que a preocupação da família, o médico e outras pessoas são libido, em que cada item varia em uma responsáveis por seu estado de saúde) e escala de 0 a 3 pontos (GORESTEIN, externalidade acaso – CHLC (crença em 1998). A soma total desses escores mostra que a saúde é incontrolável). Os escores o grau de severidade da depressão. O em cada sub-escala variam entre 6 e 30 escore total máximo é de 63 pontos. pontos. A escala MHLC já foi validada em (MIYAZAKI, 1997; MARCOLAN, 2002). estudos anteriores como os de Rodrigues- O BDI foi extensamente validado em Rosero, Ferriani e Dela Coleta (2002). somática, amostras clínicas brasileiras por e Cunha diminuição populacionais (2001), Inicialmente este estudo foi que submetido à equipe administrativa do encontrou os seguintes pontos de corte Hospital de Clínicas da UFU, para que se para diferentes intensidades dos sintomas pudesse ter acesso a seus pacientes depressivos: mínimo (0-11), leve (12-19), diabéticos. Após essa permissão, esse moderado (20-35) e grave (36-63). Além projeto foi submetido ao Comitê de Ética disso, o BDI também foi validado em da UFU para aprovação dos procedimentos amostras clínicas de pacientes diabéticos éticos. (LUSTMAN et al, 1997) e é um dos Os pacientes instrumentos mais aceitos para avaliar a abordados enquanto intensidade de depressão e com melhor consulta ou após se consultarem, em uma desempenho (SILVEIRA; JORGE, 1998). sala no Ambulatório de Endocrinologia do Para observação do locus diabéticos esperavam foram sua de HCU (UFU) para responderem as questões controle foi usada a escala de locus de dos instrumentos. Após os esclarecimentos 12 sobre a pesquisa e consentimento do escalas de depressão e de locus de controle sujeito, foi aplicado nesse ambulatório o da saúde, que foram correlacionados com questionário os dados sobre a adesão ao tratamento. questões sobre saúde, pessoais e contendo clínicas, que forneceram os dados para verificar a RESULTADOS adesão ao tratamento, como também o Inventário para Depressão de Beck (BDI) e a escala de Locus de Controle da Saúde (MHLC). O tempo médio de aplicação dos instrumentos foi de 15 minutos. de cada paciente foram comparados com as informações presentes no questionário sobre saúde, a fim de correlacionar esses resultados com sua adesão (conduta) ao tratamento. A adesão ao Os resultados sócio-demográficos revelaram que do total de 47 pacientes diabéticos pesquisados no Hospital de Os resultados obtidos (BDI e MHLC) DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS tratamento Clínicas da UFU: a) 68,1% são do sexo feminino e 31,9% do sexo masculino, b) 55,3 % são casados, c) na faixa etária de 25 a 69 anos, d) 68,1% são analfabetos ou concluíram somente o primeiro grau (8 anos), e) 55,3% desenvolvem atividade foi interpretada de acordo com as informações presentes no questionário e importantes para o tratamento do diabetes segundo Dullius (2003) – exames de glicemia de jejum, tempo de realização do último exame, uso regular de medicamentos, adesão à dieta, adesão aos exercícios físicos, e freqüência de consultas ao médico. Após isso, foi feita a construção de um arquivo de dados que foram tratados pelo programa SPSS for Windows, versão 11. De forma geral, os dados foram analisados através do Teste de Quiquadrado, da análise de variância ANOVA e do Teste t de Student. Também foram obtidos escores de cada paciente nas remunerada; f) 59,6% são católicos; e g) 66,0% sofrem de outras doenças além do diabetes (tabela 1). 13 As variáveis sócio-demográficas TABELA 1 Freqüência características e porcentagem sócio-demográficas das dos foram correlacionadas entre si, através do teste Qui-Quadrado, observando-se que: pacientes diabéticos a) O gênero do paciente (masculino ou feminino) foi significativo somente com a Características SEXO Masculino Feminino ESTADO CIVIL Solteiro Casado Viúvo, divorciado ou amasiado FAIXA ETÁRIA 25 a 45 46 a 69 NÍVEL DE ESCOLARIDADE Analfabeto até o primeiro grau (8 anos) Segundo grau até o ensino superior OCUPAÇÃO Com atividade remunerada Sem atividade remunerada ou aposentado RELIGIÃO Católico Protestante Outras ou ausente f % 15 32 31,9 68,1 doenças. Verificou-se que 55,3% dos pacientes que fizeram parte da amostra desenvolvem atividade remunerada, sendo 08 26 13 17 55,3 27,7 93,3% dos homens e apenas 37,5% das mulheres. (Qui-quadrado = 13,81; p = 0,001). b) As mulheres apresentaram freqüência 10 37 21,3 78,7 mais alta (43,8%) de outras doenças além do diabetes mellitus do que os homens (13,3%) apresentaram (Qui-quadrado = 32 68,1 15 31,9 26 21 55,3 44,7 4,21; p = 0,04). RESULTADOS REFERENTES AOS SINTOMAS DEPRESSIVOS E AO LOCUS DE CONTROLE DA SAÚDE 28 08 11 59,6 17 23,4 Os referentes à sintomatologia depressiva e ao locus de revelaram que, do total de 47 pacientes COMORBIDAS AO DIABETES 16 31 34,0 66,0 diabéticos pesquisados no Hospital de Clínicas TOTAL dados controle da saúde obtidos pela amostra COMPLICAÇÕES DE SAÚDE Sofre de outras doenças Não sofre de outras doenças ocupação e com a presença de outras 47 100 da UFU: a) os sujeitos apresentaram escores que variavam de 5 a 39 pontos no BDI, com média de 16,36 pontos (gráfico 1); b) as médias dos 14 sujeitos nas dimensões do locus de GRÁFICO 2 controle foram de 25,02 para internalidade, 22,21 para externalidade - outros Média das dimensões IHLC, PHLC e poderosos e 13,53 para externalidade – CHLC do locus de controle da saúde dos acaso para a saúde (gráfico 2). diabéticos O BDI foi extensamente validado em amostras clínicas e populacionais brasileiras por Cunha (2001), que encontrou os seguintes pontos de corte 30 24 18 para diferentes intensidades dos sintomas 12 depressivos: mínimo (0-11), leve (12-19), moderado (20-35) e grave (36-63). Neste 6 IHLC PHLC CHLC estudo com diabéticos, foram encontrados os seguintes escores (gráfico 1): Utilizando a análise de variância GRÁFICO 1 ANOVA One Way, os sujeitos do sexo Freqüência dos escores dos sintomas depressivos dos pacientes diabéticos masculino e feminino foram comparados quanto à média nas escalas de depressão (gráfico 3) e no locus de controle da saúde (gráfico 4), verificando-se diferenças 20 significativas entre os grupos em depressão 15 (F = 9,81; p< 0,01) e em Internalidade do 10 Locus de Controle da Saúde (F = 5,17; 5 p<0,05). Ao se analisar as médias, é possível observar que o grupo feminino 0 mínimo leve moderado grave apresenta nível de depressão mais elevado (M =18,84) do que os homens (M = 11,07), enquanto estes apresentam maior Internalidade no Locus de Controle da Saúde (M = 27,00) do que as mulheres (M = 24,09). 15 realização do último exame; uso regular de GRÁFICO 3 medicamentos para pacientes que fazem Média dos escores na escala BDI uso (pacientes que não faziam uso de distribuída entre os sexos medicamentos, foram considerados com indicativos bons nesse quesito durante a análise 30 da adesão); adesão à dieta alimentar; adesão à prática de exercícios 20 físicos; e freqüência de consultas ao 10 médico. 0 M asculino Os Feminino critérios utilizados para definição da adesão estão de acordo com o que é proposto pela Sociedade Brasileira de GRÁFICO 4 Diabetes (2006), pelo Consenso Brasileiro de Diabetes (2002) e pela Média dos sexos comparada na dimensão Atualização Brasileira de Diabetes (2006). internalidade do locus de controle da saúde Os critérios e os resultados obtidos com os sujeitos estão comentados a seguir. 30 Valor de Glicemia de Jejum: 24 18 São aceitos os seguintes valores 12 para o resultado do exame de glicemia de 6 Masculino Feminino jejum: • 70 a 100 mg/dL (valor para diagnóstico do diabetes; valor de glicemia muito RESULTADOS REFERENTES COMPORTAMENTOS ADESÃO DE bom para pacientes diabéticos); AOS AO • acompanhamento de glicemia); TRATAMENTO • Para tratamento definição foram comportamentos 100 a 120 mg/dL (valor ideal de da adesão considerados importantes para ao seis o tratamento, segundo Dullius (2003): valor do exame de glicemia de jejum; tempo de 120 a 180 mg/dL (controle parcial do acompanhamento de glicemia); • > 180 mg/ dL (controle ruim, facilitando possíveis complicações). 16 Assim, o valor de glicemia de até 120 Os resultados obtidos revelam que: mg/dL é considerado bom indicativo de 36 pacientes realizam exame glicêmico 1 adesão e os valores >120 mg/dL são vez ao mês (comportamento aderente) e considerados não- que 11 pacientes não fazem exame de satisfatórios e como indicativos ruins de glicemia todo mês (comportamento não- adesão. aderente). como valores Neste estudo foram obtidos os valores de acordo com a tabela 2: Uso de Medicamentos: • TABELA 2 Uso regular (administração dos medicamentos Freqüência e porcentagem da taxa de glicemia de jejum dos sujeitos conforme proposto pelo médico); • Uso irregular administração TAXA DE GLICOSE DE JEJUM (mg/dL) 70 a 100 100 a 120 120 a 180 > 180 Total o (nãodos f % medicamentos de acordo com o 02 11 09 25 47 4,3 23,4 19,1 53,2 100 que foi proposto pelo médico). Dessa maneira, diabéticos que faziam uso regular de medicamentos foram Tempo de realização do último caracterizados com indicativo bom de exame: adesão neste critério. Em contrapartida, É considerada ideal a realização de exame glicêmico uma vez por mês, porém, pacientes que faziam uso irregular de medicamentos, caracterizaram-se com em casos mais crônicos, recomenda-se indicativo ruim de adesão para este todos os dias. Assim, pacientes diabéticos que se consultavam todo mês apresentaram indicativo bom de adesão. Entretanto, diabéticos que passaram mais de um mês sem se consultar, tiveram indicativo ruim de adesão. critério. Alguns pacientes não faziam uso de medicamentos, por isso não foram avaliados neste critério. Entre os 35 pacientes que faziam uso de medicamentos, 06 tomavam o 17 medicamento irregularmente. Os outros 29 Prática de Exercícios Físicos: pacientes relataram fazer o uso regular do medicamento (de acordo com o proposto pelo médico). No que tange à prática de exercícios físicos, foram considerados como: • Dieta Alimentar: Costume de prática de exercício físico (pelo menos 1 vez por Com relação à dieta, foram semana considerados: • • – comportamento aderente); Dieta Regular (proposta pelo • Ausente (não faz exercício médico); físico – comportamento não- Dieta Irregular (não segue à aderente). risca a dieta proposta pelo médico): • Fazer exercício físico pelo menos uma vez por semana foi considerado bom Ausente (não faz dieta). indicativo de saúde (comportamento A dieta regular foi considerada aderente). Porém, não fazer exercício bom indicativo de adesão. Já dietas físico foi considerado indicativo ruim de irregulares ou ausentes foram consideradas adesão (comportamento não-aderente). Quanto à prática de exercícios, 25 indicativos ruins de adesão. pesquisados pacientes relataram fazer atividade física apresentaram os seguintes resultados: 32 esporadicamente ou não desenvolverem pacientes faziam a dieta de maneira nenhuma atividade física. Por outro lado, irregular 22 pacientes diabéticos disseram se dedicar Os sujeitos (não seguiam à risca as recomendações do médico) ou não faziam a dieta. Somente 15 pacientes relataram seguir a dieta proposta pelo médico. à prática de exercícios regularmente. A moradia foi correlacionada com a prática regular de exercícios físicos com Foi verificado também que os resultados significativos (Qui-quadrado = pacientes com escolaridade mais alta 3,73; p = 0,05), de modo que os pacientes apresentam maior freqüência (50 %) de da região rural apresentam freqüência mais adesão regular à dieta (qui-quadrado = alta (60 %) de adesão do que os moradores 6,23; p<0,01) do que os de escolaridade urbanos (31,8%). mais baixa (16 %). 18 último Freqüência às Consultas: exame, uso regular de medicamentos, dieta alimentar, prática de Recomenda-se que pacientes exercícios físicos e freqüência de diabéticos consultem o médico uma vez consultas). Se o paciente apresentasse por do indicativo ruim de adesão para a respectiva tratamento as consultas podem ser feitas de variável analisada, era considerado como 15 em 15 dias. não-aderente àquele comportamento de mês. Entretanto, no início Pacientes que sabiam que eram adesão. Por outro lado, caso apresentasse portadores de diabetes há mais de um ano e bom indicativo era considerado com se consultavam pelo menos uma vez por aderente no respectivo comportamento. mês foram considerados com indicativo Foram comparadas as médias dos bom de adesão. Mas diabéticos que sabiam sujeitos nas dimensões do locus de há mais de um ano que estavam doentes controle da saúde (IHLC, PHLC e CHLC) (com diabetes) e não consultavam seu e nos escores na escala de depressão de médico Beck uma vez por mês, foram (BDI), considerados com indicativo ruim de comportamentos adesão. anteriormente. Neste estudo, cada um dos de saúde propostos pacientes De acordo com os resultados do freqüentavam o endocrinologista uma vez teste t, a diferença entre as médias dos por mês (comportamento aderente) e 26 grupos aderente e não aderente na escala pacientes demoravam mais de um mês para de se significativa (t = 3,32; p < 0,05) para a consultarem 21 com (comportamento não- aderente). depressão – BDI mostrou-se variável dieta alimentar. Os 15 pacientes que seguem a dieta de modo regular apresentaram média de depressão igual a RELAÇÃO 10,8, enquanto os 32 pacientes que não ENTRE LOCUS DE CONTROLE DA SAÚDE, aderem regularmente apresentam média de RESULTADOS REFERENTES DEPRESSÃO E À COMPORTAMENTOS DE 18,97 (gráfico 5). Não houve diferença de efeito ADESÃO AO TRATAMENTO significativo entre as médias dos grupos A avaliação da adesão ao tratamento foi feita mediante a análise das variáveis propostas anteriormente (valor de glicemia de jejum, tempo de realização do para cada comportamento de adesão e as dimensões do locus de controle. 19 A correlação entre gênero do GRÁFICO 5 paciente e ocupação revelou que a maioria Média dos escores no BDI para os grupos aderentes e não aderentes à dieta alimentar. dos pacientes masculinos (93,3%) desenvolviam atividade remunerada. Como os pacientes do sexo masculino apresentaram maior internalidade para o 35 locus de controle, é importante destacar 30 que a internalidade para o locus de 25 controle está relacionada a níveis sócio- 20 15 econômico mais altos (DELA COLETA, 10 1982), que podem ser percebidos neste 5 0 Dieta Regular trabalho Dieta Irregular ou Ausente pelo desenvolvimento de atividade remunerada. Os sintomas depressivos, por sua vez, DISCUSSÃO E CONCLUSÃO apresentaram efeito significativo sobre o comportamento de dieta alimentar. Através da análise dos resultados Assim, é importante destacar que a obtidos, foi possível concluir que a educação alimentar é fundamental durante orientação do locus de controle, neste o tratamento do diabetes mellitus. Pode-se estudo, influência dizer que não é possível um bom controle significativa sobre os comportamentos de metabólico sem uma alimentação adequada adesão. Entretanto, em estudos como os de (CONSENSO Kurita e Pimenta (2003), pode-se verificar DIABETES, 2002). Em um estudo com correlação significativa entre locus de familiares controle e adesão ao tratamento. realizado por Pace, Nunes e Ochoa-Vigo não apresentou Pacientes do sexo masculino (2003), de BRASILEIRO pacientes constatou-se 58,3% dos familiares internalidade do locus de controle (M = identificaram a dieta alimentar como uma 27) maior do que pacientes do sexo das maiores dificuldades dos pacientes no feminino (M = 24,09). Trabalhos como os tratamento. No trabalho de Peres, Franco e de Dela Coleta (1982), afirmam que maior Santos (2006), constatou-se, a partir de internalidade no locus uma quantidade substancial de relatos, generalizado está associada masculino. controle ao sexo pacientes diabéticos, apresentaram, neste estudo, média de de de que DE diabéticos dificuldade dos pacientes no seguimento da dieta prescrita pelos profissionais de 20 saúde. Além disso, segundo Lustman et al diabetes-depressão, em contraste com 18% (1997), no paciente deprimido há um pior dos homens. controle da dieta. Ainda de acordo com Portanto, de acordo com os dados estes autores, o controle irregular do obtidos neste estudo, percebe-se uma diabetes (que envolve uma dieta irregular importante associação entre diabetes e ou ausente) pode agravar um estado depressão, sendo que a influência dessa depressivo. associação pode produzir impactos em Foi possível perceber através dos comportamentos de adesão ao tratamento resultados, que a média nos escores da como a dieta alimentar. Além disso, deve- escala BDI foram significativamente altos, se cogitar a possibilidade de que a dieta com média de 16,36. Além disso, 40,4% inadequada e a dificuldade de se fazer à dos dieta poder estar contribuindo para a pacientes apresentaram sintomas depressivos leves e 25,5% apresentaram presença de sintomas depressivos. sintomas depressivos moderados. Isso vai Assim, ao se lidar com uma ao encontro com a afirmação de Moreira et patologia como a diabetes, é preciso que se al (2003), em que o diabetes mellitus perceba o paciente como uma pessoa parece estar associado a um aumento de permeada sintomas depressivos e de depressão psicológico, psicossocial e existencial, e clínica. não apenas como cifras laboratoriais, A prevalência de depressão como por seu entendimento expressas através de índices de glicose, comorbidade foi significativamente mais glicosúria, elevada nas mulheres diabéticas, sendo que glicolisada. É importante que o enfoque do para as mulheres (M = 18,84), enquanto tratamento não fique centrado na doença que para os homens (M = 11,07). Além propriamente dita, mas no significado que disso, percebeu-se que dos 40,4% dos esta tem para o doente e nos possíveis pacientes que apresentavam sintomas leves impactos que ela pode trazer à sua saúde, de depressão, 57,9% eram mulheres; e dos como 25,5% enfrentamento que apresentavam sintomas colesterol, também à destes hemoglobina percepção impactos. e ao Desta moderados da depressão, 91,7% também maneira, o tratamento do diabético não eram mulheres. Essa maior freqüência de deve se fundamentar somente no alcance sintomas foi de valores glicêmicos ideais ou na busca verificada em trabalhos como os de de dieta alimentar adequada ou prática de Anderson et al (2001), em que 28% das exercícios físicos, por exemplo, mas mulheres também e, principalmente, em tentar depressivos apresentavam também comorbidade 21 compreender a forma como o paciente com comportamentos diabetes vivencia e enfrenta as dificuldades adesão ao tratamento. mais adequados de e limitações que essa patologia lhe imprime, isto é, como ele percebe e se comporta doença. A pode ser À endocrinologista do Hospital de justificada quando se nota o alto índice de Clínicas da UFU – Sandra Regina Xavier sintomas Santos, importância diante desta AGRADECIMENTOS desse olhar depressivos nos pacientes que gentilmente cedeu diabéticos pesquisados neste trabalho, pacientes como também em outros estudos citados bibliográficas para este estudo. e indicou seus referências anteriormente. Perez e Romando (2004) afirmam, neste sentido, que a depressão afeta sensivelmente a adesão ao REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS tratamento, pois os doentes acometidos por ela experimentam auto-estima rebaixada e sentimentos, como impotência e fracasso, que desmotivam sensivelmente o autocuidado, principalmente o cuidado ALMEIDA, H. G. G. Estudo Geral. In: ALMEIDA, H. G. G. Diabetes mellitus – uma abordagem simplificada para profissionais de saúde. São Paulo: ATHENEU, 1997, p. 1. com a saúde. Entretanto, a meta de tratamento do diabetes que está sendo proposta neste trabalho, exige a atuação de uma equipe multidisciplinar que busque entender e descobrir os impactos e significações que a doença imprime no doente. Desta maneira, pode-se inferir que através de um tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar, que busque entender não somente o American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. DSM-IV. 4th ed. Washington, DC: American Psychiatric Association; 1994. ANDERSON, R. J.; FREEKLAND, K. E.; CLOUSE, R. E.; LUSTMAN, P. J. The prevalence of comorbid depression in adults with diabetes: a meta-analysis. Diabetes Care, v. 24, n. 6. p. 1069 – 1078, jun.2001. aspecto fisiológico, mas também o cognitivo, o social e o emocional do diabético, poderá se obter um melhor comprometimento do paciente com seu tratamento, ou seja, ATULALIZAÇÃO BRASILEIRA SOBRE DIABETES. Rio de Janeiro: DIAGRAPHIC, 2002, 142 p. 22 BAHLS, S. C. 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