1 MARKETING DIGITAL: DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES

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Gunter Henriques Vidal Campos, Erika Sampaio Pascoal Assis
MARKETING DIGITAL: DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS DA
ÁREA COMERCIAL DE UMA EMPRESA DE EMBALAGENS PARA O SETOR
JOALHEIRO
Gunter Henriques Vidal Campos
Erika Sampaio Pascoal Assis
RESUMO
Para que uma empresa se torne mais rentável é necessário que sejam definidas
metas e estratégias de planejamento. O planejamento é necessário para enfrentar o
futuro, com todas as suas certezas e incertezas. As organizações brasileiras têm
utilizado largamente as tecnologias de informação e comunicação para interligar
suas várias áreas, fornecedores e clientes, processar um número muito grande de
transações e atender a uma quantidade de clientes de forma rápida, segura e,
muitas vezes, personalizada. O ambiente empresarial tem passado por inúmeras
mudanças nos últimos anos, as quais têm sido consideradas diretamente
relacionadas com as tecnologias de informação. Um dos aspectos mais importantes
desse novo contexto é o surgimento do ambiente digital, que passou a permitir a
realização de negócios no comércio eletrônico. O objetivo principal desse trabalho
concentrou-se em verificar o desenvolvimento das ações estratégicas da área
comercial da empresa Abade Embalagens, expandindo sua atuação para a
economia digital. Como objetivo específico procurou-se conhecer a forma de
funcionamento da empresa e sua gestão, assim como os métodos de fidelização de
clientes utilizados pela empresa antes da implantação das estratégias e após. A
metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa e exploratória, através de um
estudo de caso e da observação participante. Como resultado, a empresa se tornou
conhecida mundialmente, está nos padrões exigidos pelo comércio eletrônico e vem
se adaptando com as modificações, novos clientes foram conquistados e antigos
clientes voltaram a comprar. O resultado foi satisfatório com perspectivas de
melhoras, visto que a empresa continuará executando os projetos implementados.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Fidelização de Clientes. Comércio
Eletrônico.
1 INTRODUÇÃO
O mercado atualmente se encontra altamente competitivo. Empresas do mundo
inteiro participam de negociações nos locais mais remotos. Com a globalização,
tornou-se necessário a diferenciação do atendimento e posicionamento de mercado
mais eficaz. As tecnologias estão avançando e se aproximando cada vez mais dos
consumidores. Com isso, surgiu a necessidade de buscar soluções que pudessem
expandir e facilitar as operações comerciais do dia a dia da empresa.
REN – Revista da Escola de Negócios, ISSN 2359-3628, Coronel Fabriciano, n. 1, p. 1-16-, nov./2014.
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O comércio eletrônico aumentou as chances das empresas fecharem negócios,
contando com o apoio da internet, o quetornou o processo de venda mais rápido,
reduzindo custos e estimulando a competitividade. O e-commerce incrementou a
comunicação do negócio e facilitou a participação da empresa no mercado, tornando
mais fácil o contato com os clientes, fornecedores e distribuidores.
Como forma de adequar a empresa aos padrões atuais de e-commerce
impulsionados pela globalização, a presente pesquisa tem como objetivo geral:
verificar o desenvolvimento das ações estratégicas da área comercial da empresa
Abade & Campos LTDA (Abade Embalagens), expandindo sua atuação para a
economia digital, nas formas exigidas pelo mercado. Os objetivos específicos foram
conhecer a forma de funcionamento da empresa e sua gestão, assim como os
métodos de fidelização de clientes utilizados por ela antes e após implantação das
estratégicas.
Para que uma empresa se torne mais rentável é necessário que nela sejam
definidas metas e estratégias de planejamento, para que as decisões não sejam
tratadas de forma isolada e sem rumo. O planejamento é necessário para enfrentar
o futuro, com todas as suas certezas e incertezas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O empreendedor e sua equipe de funcionários
Devido às exigências quanto ao processo de tomada de decisões dentro da
empresa,
é
importante
definir
alguns conceitos
referentes à
pessoa
do
administrador, diferenciando o empresário do empreendedor para melhor analisar o
funcionamento da empresa, isto é, muitas vezes usamos os termos empreendedores
e empresários como sinônimos, mas, na verdade, eles não têm o mesmo sentido. "O
empresário representa o lado formal, que estabelece um negócio e o conduz no dia
a dia. Já o empreendedor encarna o lado criativo e inovador, essencial para a
evolução e a atualização competitiva da empresa" (MAXIMIANO, 2012, p. 4).
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Para conseguir realizar seus sonhos e planos, o empreendedor necessita de uma
equipe de pessoas coesas com os seus objetivos. As pessoas são capazes de
realizar feitos incríveis. Mas é preciso saber conduzi-las e estimulá-las por meio da
liderança e da motivação. Liderança e motivação constituem as bases da
administração participativa das pessoas. A liderança é um tipo de influência pessoal
por meio da qual o empreendedor influencia o comportamento dos subordinados
para direcioná-lo rumo aos objetivos que se pretende alcançar (CHIAVENATO,
2008).
Os empreendedores devem ter identificados alguns traços de personalidade
relacionados com sua motivação: Criatividade, Disposição para assumir riscos,
Otimismo, Perseverança, Senso de Independência, Capacidade Implementação
(MAXIMIANO, 2012, p. 5).
A experiência adquirida em serviço é valiosa para o dirigente. A observação, pelo
indivíduo, de práticas gerenciais – boas e más – na solução de problemas e na
condução dos destinos da empresa ajuda a desenvolver atitudes e valores sobre o
trabalho gerencial. Por outro lado, no exercício de funções gerenciais a experiência
pode ser enriquecida por contatos externos constantes, trabalhos em grupo,
rotatividade em cargos gerenciais e, sobretudo, na aceitação de comentários
avaliativos de superiores, colegas e subordinados. A experiência individual de
trabalho deve ser conhecida por outros, inclusive para que possam reavaliar a sua
própria (MOTTA, 2004).
O empreendedor é a peça fundamental de elo dentro da empresa, pois é ele quem
deve ligar os funcionários às reais necessidades da empresa, que deve motivá-los e
criar condições para que os mesmos trabalhem satisfeitos, uma vez que é através
da satisfação dos funcionários que vem o retorno positivo para a empresa, aquele
percebido pelos clientes, que também estarão satisfeitos (OLIVEIRA, 2009).
Nesse sentido, é necessário que os trabalhadores da empresa sejam bem
escolhidos, de forma com que acrescentem valor ao produto da empresa, que
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saibam trabalhar em equipes, a aceitar desafios, a confiar nos colegas de trabalho e
no seu superior, reconhecer as falhas e aprender com os erros para evitá-los no
futuro.
Estabelecidos esses conceitos, é necessário elaborar os cenários estratégicos nos
quais a empresa deverá se apoiar para realizar suas atividades. O cenário
estratégico é: "a culminação de um processo que deve considerar todos os
executivos-chaves da empresa que, normalmente, são envolvidos no planejamento
estratégico" (OLIVEIRA, 2009, p. 116).
2.2 Planejamento estratégico
As empresas não devem ficar reféns dos acontecimentos, sobretudo diante de tanta
competitividade no mercado. Os empreendedores e empresários devem monitorar
os cenários verificando oportunidades e ameaças às suas empresas e saber quais
são seus pontos fortes e fracos em relação à concorrência. O planejamento é uma
forma de traçar direcionamento e ações que conduzam as empresas ao sucesso. De
acordo com Oliveira (2009, p.4): "o planejamento estratégico corresponde ao
estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo
para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado".
A necessidade de um planejamento justifica-se para avaliar as consequências
futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que
promoverão a tomada de decisões no futuro, de forma mais rápida, coerente,
eficiente e eficaz, utilizando-se para isso, de desenvolvimento de processos,
técnicas e atitudes, administrativas bem definidas na empresa. O exercício
sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza inerente do processo
decisório e, consequentemente, provocar o aumento da possibilidade de se alcançar
os objetivos, desafios e metas finais almejados para a empresa (OLIVEIRA, 2009).
O autor acrescenta que o planejamento deve anteceder a decisão e a ação. Não
deve ser considerado apenas como uma afirmação dos desejos de uma empresa,
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pois inclui, também, o que deve ser feito para colocar esses desejos na realidade.
Como uma das fases do planejamento estratégico, deve-se avaliar como está a
empresa e identificar as necessidades e expectativas dos acionistas, conselheiros e
executivos de alta administração. Deve-se, então, traçar a visão da empresa, seus
valores e sua missão.
Conforme Oliveira (2009), a visão é considerada como os limites que os principais
responsáveis pela empresa conseguem visualizar dentro de um período de tempo
mais longo e de forma mais ampla. Representa aonde a empresa quer chegar no
longo prazo. A visão pode ser pensada, também, como um cenário ou uma
perspectiva, acima dos objetivos da empresa, é a imagem projetada para o longo
prazo que deve ser compartilhada e apoiada por todos os colaboradores da
empresa. De acordo com Lobato (2009), ao formular a visão de futuro, o estrategista
deve conciliar motivações, vontade, valores e desafios com o sonho. Formular a
visão de futuro, portanto, possibilita propor as estratégias, pois, agora, sabe-se
aonde a empresa quer chegar e quais são as suas principais motivações.
Já a missão é a determinação do motivo central do funcionamento da empresa,
corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar. A razão
da empresa de ser é representada pela missão (OLIVEIRA, 2009). A missão é a
expressão da razão de existência da organização, é a função que ela desempenha
no mercado, de modo a tornar útil sua ação, justificar seus lucros do ponto de vista
dos acionistas e da sociedade em que atua. Conforme Lobato (2009, p. 68), “ela é
uma declaração de propósitos ampla e duradoura que individualiza e distingue a
organização em relação a outras no mesmo ramo de negócio”.
Os valores “representam o conjunto dos princípios, crenças e questões éticas
fundamentais de uma empresa, bem como fornecem sustentação a todas as suas
principais decisões” (OLIVEIRA, 2009, p.43). Estão intimamente ligados à qualidade
do desenvolvimento e na operacionalização do planejamento estratégico. São
definidos como crenças básicas para a tomada de decisão na empresa. No entanto,
essa circunstância não faz com que os valores fiquem sem validade, pois é muito
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melhor ter uma lista dos ideais a serem seguidos do que não nortear a organização
com crenças básicas, como diz Lobato et al (2009).
2.3 Marketing
Para conquistar mercado é necessário que a empresa defina suas estratégias de
marketing. O marketing de uma empresa pesquisa as necessidades e os desejos
dos mercados alvo para satisfazê-los de forma mais eficaz que os concorrentes,
através de técnicas como promoções, propaganda, redução de preços, amostras
grátis e testes de produtos, sendo muito mais do que apenas promover e vender
alguma coisa (MAXIMIANO, 2012).
De nada adianta saber fabricar um bom produto ou prestar um bom serviço. É
preciso também saber colocá-lo no mercado e conseguir convencer as pessoas a
comprá-lo. O marketing constitui o principal elo entre o empreendedor e o cliente.
A principal razão de ser de qualquer empreendimento empresarial é o cliente, pois, é
ele quem define se o negócio será bem sucedido ou não e também determina o grau
de sucesso de qualquer negócio. Todo negócio existe para atender às necessidades
do mercado e, mais especificamente, às necessidades e conveniências do cliente.
“Os clientes são capazes de impulsionar ou derrubar um negócio” (CHIAVENATO,
2008, p. 207).
Para que o negócio possa ser bem-sucedido, é imprescindível que o cliente fique
satisfeito com o produto oferecido. Dessa forma, os produtos e os serviços devem
ser continuamente ajustados e sintonizados com as preferências dele.
O sucesso de longo prazo só pode ser alcançado mediante a satisfação do cliente,
pois é ele quem, em última instância, paga todas as contas. Uma frase conhecida
como um clichê diz que o cliente sempre tem razão é utilizada a todo o momento em
todas as empresas entre os funcionários. Porém, diante da gama enorme de
diversidade de produtos, os clientes estão cada vez mais exigentes e difíceis de
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contentar. Assim, a força motriz do sucesso é atender o cliente da melhor forma
possível para que ele tenha satisfação em comprar na empresa, e assim, divulgue
para as demais pessoas a confiabilidade nos serviços prestados por ela
(CHIAVENATO, 2008).
Diante desse cenário de clientes cada vez mais exigentes, a criatividade da empresa
e de seus funcionários deve ser trabalhada, às vezes, ações simples "podem ser
poderosas, principalmente no caso da estimulação da criatividade. Existem dados
indicando que a mera ação de instruir alguém a ser criativo e a evitar as abordagens
óbvias de um problema resulta em idéias excepcionais" (ROBBINS, 2003, p. 60).
A criatividade é o motor para competir num mercado cada vez mais diversificado.
Cada empresa deve ter seu diferencial como forma de atração de clientes, para que
o seu produto seja escolhido em meio a outros tantos e seja motivo de demanda e
sucesso em qualquer região, assim como a qualidade referida a ela. Sendo o cliente
o alvo principal da empresa, o seu motivo de existência, é necessário criar
condições de compra para esse cliente, facilidade de acesso aos produtos e
eficiência no atendimento. A internet é a forma mais eficaz de facilidade nos dias de
hoje, visto que a qualquer distância pode-se manter relacionamento com as
empresas e, devido a esse motivo, isso será analisado (ROBBINS, 2003).
2.4 Marketing e o Comércio eletrônico
O crescente uso de tecnologias uniu o mercado econômico através das redes de
internet, comércio eletrônico ou e-commerce, o que tornou propício o uso dela para
fazer propaganda e vender produtos. Hoje, a internet é o meio mais eficaz para se
conquistar clientes, visto que durante todo o dia as pessoas estão conectados a
alguma rede.
A definição de comércio eletrônico, segundo a Organisation for Economic Cooperation and Development apud Limeira (2007, p. 37), "engloba a realização de
negócios por meio da internet, incluindo a venda não só de produtos e serviços
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físicos, entregues off-line, isto é, por meios tradicionais, mas de produtos como os
softwares, que podem ser digitalizados e entregues on-line", isto é, por meio da
internet.
Conforme Albertin (2000), as empresas estão utilizando cada vez mais a
infraestrutura da internet e do comércio eletrônico para a realização dos seus
processos de negócios, predominando os relativos ao atendimento a clientes. “Essa
utilização ainda está significativamente voltada para a disponibilização de
informações institucionais e de produtos e serviços, mas com clara tendência à
realização de transações” (ALBERTIN, 2000, p. 95).
No final dos anos 1990, o advento da internet revolucionou o mundo dos negócios.
Hoje, grande parte dos produtos e serviços pode ser encontrada em sites na
internet. Conforme Albertin (2000) ressalta, por meio da web, o consumidor vem
ampliando as alternativas de escolha e o nível de controle sobre suas decisões de
compra. O acesso do consumidor às empresas pode ser realizado de qualquer lugar
do planeta, na hora em que desejar e, ainda, pode tomar a decisão de compra de
acordo com a velocidade que lhe for mais conveniente.
Essas mudanças que o ambiente empresarial tem passado nos últimos anos estão
diretamente relacionadas com as tecnologias de informação. Surgiu o ambiente
digital, que passou a permitir a realização de negócios na era digital e do comércio
eletrônico. Esse novo ambiente empresarial é baseado no ambiente digital, que tem
como componente básico a internet, considerada uma ferramenta de comunicação
de fácil acesso, livre e de custo baixo (ALBERTIN, 2000).
O comércio eletrônico é a realização de toda a cadeia de valores dos processos de
negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação das tecnologias de
comunicação e de informação, atendendo aos objetivos do negócio. Como ressalta
Limeira (2007), no ambiente de negócios, a empresa utiliza a internet para
implementar um modelo de negócios on-line, quando ela usa a internet para vender
seus produtos ou seus serviços, gerando assim receitas e lucros.
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Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o comércio
eletrônico no mercado brasileiro comprovou a evolução do comércio eletrônico no
mercado empresarial e o aumento do número de empresas que passaram a utilizá-lo
nos seus processos de negócios, apresentando crescimento significativo em relação
ao mercado como um todo (ALBERTIN, 2000).
A ênfase das aplicações do comércio eletrônico nos processos de negócios
concernente são relacionamento com clientes, principalmente aqueles relacionados
a informações sobre os produtos, mostra que a maior parte das empresas já utiliza
esse conceito como um estágio de desenvolvimento. As empresas perceberam que
o relacionamento com os clientes deve ser feito de forma segura, necessitando de
adequação organizacional e tecnológica para esses novos modelos de negócios,
bem como seu alinhamento estratégico para obter retorno sobre o investimento
(ALBERTIN; MOURA, 2002).
Especificamente para os pequenos negócios e novos empreendimentos, a internet
potencializa
sua
competitividade
na
medida
em
que
clientes,
parceiros,
fornecedores, entre outros, a localizem-nos e estabeleçam contato. No entanto, o
empreendedor deve compreender as regras de como essa relativa novidade
funciona. "A internet se mostra como um canal importante para comercialização e
divulgação de produtos e serviços, principalmente para os pequenos negócios e
novos empreendimentos". (CHIAVENATO, 2008, p. 221).
Para a pequena empresa, com recursos limitados, tanto financeiros quanto
humanos, o uso da Internet assume importância crucial. Esta oferece, a preços
baixos e alta velocidade, acesso tanto à tecnologia da informação como a seu uso
competitivo, além de permitir que pequenas empresas entrem no mercado global,
área tradicional de domínio das grandes corporações, únicas capazes, até o
aparecimento da Internet, de enfrentar os pesados custos do estabelecimento de
uma rede de trocas internacionais (DOLABELA, 1999).
É necessário, no entanto, conforme Dolabela (1999), que o uso estratégico da
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Internet esteja previsto nas ações estratégicas da pequena empresa. Ou seja, a
empresa deve decidir e se preparar para usar a Internet em seu negócio como uma
ferramenta estratégica para: prospecção de clientes e propaganda, envolvimento
com grupos especializados para troca de conhecimento e informações tecnológicas,
pesquisa e desenvolvimento de ideias e oportunidades; comunicações eficientes,
conexão sob demanda com clientes e fornecedores, alcance geográfico, acesso
geral.
Através da Internet, consumidores têm acesso a uma enorme quantidade de novos
mercados, agilidade nas compras e a possibilidade de testar produtos e serviços
personalizados antes de comprar. “A importância da Internet como um catalisador de
negócios é consenso geral entre a maioria das empresas do Brasil e do mundo”
(DOLABELA, 1999, p. 85).
De acordo com Dolabela (1999), o sucesso na utilização da Internet passa por dois
pontos. Primeiro, a percepção de que o potencial comercial da Internet ultrapassa a
realização de vendas on-line. Segundo, o conhecimento de que o comércio
eletrônico funciona diferentemente do tradicional, sendo, portanto, necessário o
domínio do meio eletrônico. Contudo, é um meio eficaz e que proporciona à
empresa um gasto menor com pessoal de vendas e uma carteira de clientes cada
vez maior, pois, pode atender a mercados longínquos e cada vez mais diversificado.
Existem diversas formas de inserir uma empresa no mundo da internet e, entre elas,
estão a criação de uma loja virtual e a criação de um e-mail marketing. Ressalta
Limeira (2007) que o modelo da loja virtual é o da empresa que realiza vendas pela
internet para seus clientes, oferecendo produtos, serviços e informações, tanto no
mercado businesse-to-business (mercado organizacional) quanto no business-toconsumer (mercado consumidor).
O e-mail ou correio eletrônico é um dos meios mais importantes de comunicação
empresarial e de marketing atualmente. Conforme Limeira (2007), enviar e
responder e-mails com certa freqüência pode ser decisivo para obter informações e
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feedback dos clientes, criar relacionamento duradouro e desenvolver um negócio. “É
uma mídia bastante utilizada para transmitir texto, áudio, vídeo, foto e até
animações, a um baixo custo” (LIMEIRA, 2007, p. 116).
De acordo com Limeira (2007), o e-mail marketing, ou seja, o envio de mala direta
eletrônica é uma ferramenta bastante utilizada de propaganda on-line e integra a
estratégia de marketing direto. Essa estratégia refere-se a um conjunto de
ferramentas de marketing que visa criar relacionamento direto entre a empresa e
seus clientes, utilizando-se de bancos de dados com informações detalhadas sobre
os clientes.
A prática mais usada é uma lista de e-mails criada com nomes de pessoas que
deram permissão para o gerenciador da lista enviar mensagens a elas. Essas listas
são originadas geralmente por meio de um formulário de cadastro, publicado nos
sites e preenchido pelos usuários. Ao preencher esses formulários, os usuários dão
ou não permissão para as empresas enviarem informações de interesse deles
(LIMEIRA, 2007).
Muitas empresas estão apostando no e-mail marketing e criando um conteúdo
personalizado, diferenciado e relevante para seu público-alvo ao utilizar as novas
ferramentas de propaganda. O e-mail pode ser eficaz em qualquer tipo de negócio,
desde que seja utilizado de forma apropriada. Para realizar uma campanha de email bem-sucedida, o profissional de marketing deve conseguir uma boa lista de
nomes, uma relação de assinantes corretamente segmentada para o envio de seus
e-mails (LIMEIRA, 2007).
Portanto, um site institucional é uma ferramenta de comunicação de marketing que
tem a função de divulgar informações sobre os produtos ou serviços de uma
empresa, de uma organização ou de um profissional. Esse modelo de site também
possibilita o relacionamento com clientes, parceiros e outras pessoas de interesse. E
a loja virtual é o modelo de negócios que está se desenvolvendo aceleradamente no
Brasil. Engloba empresas que realizam vendas pela internet para seus clientes,
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oferecendo produtos, serviços e informações, tanto no mercado organizacional
quanto no mercado consumidor (LIMEIRA, 2007).
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia utilizada para a elaboração desse trabalho foi a investigação
qualitativa que, de acordo com Serva e Jaime (1995), consiste na análise indutiva e
na pesquisa descritiva, em que o processo, a qualidade e significado são os focos
da análise e exploratória, que visa proporcionar maior familiaridade com o problema
com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses e observação participante,
através de acompanhamento presencial das atividades da empresa, apresentadas
como forma de um estudo de caso, embasado em pesquisas bibliográficas em livros
e artigos sobre o tema abordado. A partir do levantamento bibliográfico, foi possível
analisar as atividades desenvolvidas dentro da empresa, conciliando a teoria com a
prática.
Dessa forma, a empresa estudada foi a Abade & Campos LTDA, que tem como
nome fantasia Abade Embalagens, onde se procurou avaliar o sistema de gestão e
de vendas implantados na empresa, com a finalidade de mudá-los, caso fosse
necessário, ou apenas complementar com medidas mais atuais, com a utilização da
internet, criando um site institucional, uma loja virtual e um e-mail marketing, como
novas formas de aumentar as vendas.
4 ESTUDO DE CASO
4.1 Histórico da empresa
A ABADE Embalagens está situada no distrito industrial do bairro Limoeiro, da
cidade de Timóteo/MG. Atua no mercado há mais de 20 anos, produzindo
embalagens e expositores para o ramo joalheiro e estojos para placas de
homenagem. Buscando sempre a excelência, atua para garantir que os produtos
dos clientes sejam destacados nos mercados em que atuam. Assim como nos
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produtos, enfatiza em oferecer o melhor atendimento, fazendo com que as
necessidades dos clientes se tornem prioridades.
É uma empresa estruturada física e financeiramente, funcionando em sede própria,
com instalações amplas e adequadas ao desenvolvimento de seus produtos,
estando apta a buscar maior espaço no cenário nacional e internacional. A empresa
vende seus produtos para clientes em todos os estados do Brasil. Isso acontece
através de prospecção de clientes por meio de telefone, e-mail e loja virtual que
apresenta toda a linha de produtos fabricados pela empresa.
Sua missão é valorizar o produto dos clientes por meio da fabricação de
embalagens
especiais
adequadas
às
suas
necessidades,
com
inovação,
comprometimento e qualidade. Como visão, busca ser o maior fabricante do Brasil
de embalagens e expositores do ramo joalheiro e estojos para homenagens,
fidelizando clientes e fornecedores com produtos funcionais de qualidade. Dentre os
seus princípios estão em destaque os seguintes: Comprometimento, Qualidade,
Inovação e Criatividade, Respeito às Pessoas, Desenvolvimento de Habilidades.
A ABADE Embalagens tem como principais objetivos investir em tecnologia e
inovação de processos em busca da excelência na qualidade de seus produtos,
investir na capacitação de seus funcionários, incentivar práticas sustentáveis de
produção, otimizar o processo produtivo com foco nas demandas de mercado,
atender às necessidades dos seus clientes em tempo hábil, ter na qualidade e
criatividade seu diferencial para a fidelização de clientes, assim como gerar emprego
e renda na região em que atua.
4.2. Análise do Resultado
A empresa se encontrava fora dos padrões exigidos pelo mercado globalizado, não
possuindo
ferramentas
de
divulgação,
site
institucional,
ferramentas
de
relacionamento com clientes e fornecedores. Após o trabalho desenvolvido, a
empresa incorporou os requisitos básicos da administração atual, com foco no
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relacionamento com o cliente e no posicionamento da empresa no cenário virtual de
e-marketing.
Para alcançar os objetivos, a ferramenta principal utilizada foi a criação de um
site/loja virtual com informações atualizadas de contatos, descrição e imagem dos
produtos, página de interatividade (fale conosco) e a definição das diretrizes
organizacionais (missão, visão e valores) não antes definidas e elaboradas. Houve
um projeto de promoção da marca da empresa, efetuando a disseminação de e-mail
marketing e inserção da marca Abade Embalagens em revistas online e sites do
setor joalheiro ao qual a mesma se dispõe a atender, com foco também na captação
de novos clientes e expansão de marca a nível nacional.
Pensando em estreitar e formalizar o relacionamento entre a empresa e seus
clientes, o uso de um e-mail institucional padronizado tornou parte da estratégia de
marketing, assim como um plano de comunicação direta através de telefonemas aos
responsáveis pelas compras dos produtos oferecidos pela empresa, como também
se percebeu a necessidade de que fossem feitas visitas periódicas para aperfeiçoar
o atendimento e estreitar o relacionamento com os clientes.
Essas ações possibilitaram a reativação de clientes que estavam distantes da
empresa, devido a deficiência de contato com eles por parte da Abade Embalagens,
assim como o número de clientes foi aumentado, devido à presença constante da
marca nos canais de internet que passaram a veiculá-la.
Alavancadas as vendas dos produtos oferecidos, a Abade Embalagens precisou
qualificar sua equipe de funcionários. As funções foram redefinidas, houve uma
reformulação do layout da área produtiva, especificando-se as atribuições de cada
setor. Foram contratados novos funcionários que pudessem somar à equipe já
existente, agregando força e motivação extra para tornar o trabalho mais agradável
e aumentar a produtividade.
Na empresa Abade Embalagens, optou-se pela repaginação do organograma
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gerencial da empresa, estruturou-se o planejamento estratégico de funcionamento e
percebeu-se que uma organização para crescer necessita de divisão das tarefas
administrativas. O empreendedor como figura de liderança, precisa acompanhar a
evolução do mercado, estar atento às mudanças, perceber as tendências e
solucionar os problemas. É necessário que se tenha a capacidade de
implementação, assumindo os riscos de mudança da área comercial para atender às
exigências da economia moderna.
Com isso, a empresa vem se tornando mais rentável, estruturada e reconhecida no
cenário do mercado no qual se encontra. Entretanto, sabe-se que essas ações têm
que ser constantes e regulares, pois, caso não sejam executadas, a empresa
perderá sua força e competitividade perante as demais concorrentes que aguardam
brechas para assumirem melhores posições no mercado.
5 CONCLUSÃO
A empresa Abade Embalagens se encontrava fora do mercado competitivo da
internet. O objetivo principal de inseri-la nesse contexto é o de resgatar antigos
clientes que estavam sem comprar a um tempo considerável, assim como a
conquista de novos clientes, aumentando sua carteira, o que foi totalmente aceito e
colocada em prática. A empresa agora conta com um site institucional onde clientes
podem acessá-lo de qualquer lugar, analisar seus produtos e fazer suas compras
com segurança.
Através das estratégias de marketing on-line a empresa está se tornando conhecida
em todas as regiões do Brasil e clientes do país inteiro a procuram pelo fato de seus
produtos apresentarem ótima qualidade e acabamento diferenciado.
O empresário reconheceu que sozinho não dá conta de todas as questões
gerenciais e financeiras, delegou tarefas, repartiu cargos e contratou novos
funcionários. Esse aspecto ainda está em andamento, visto que a aceitação e o
entendimento de algumas teorias demandam um tempo para serem colocadas em
REN – Revista da Escola de Negócios, ISSN 2359-3628, Coronel Fabriciano, n. 1, p. 1-16-, nov./2014.
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REN
Gunter Henriques Vidal Campos, Erika Sampaio Pascoal Assis
prática.
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Dando
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