VIRTUDES E VÍCIOS *Mário Marcelino Nas relações humanas nos movem muitas ações. Há uma gama de sentimentos chamados de virtudes que são orientados pela bondade, pois dão força moral e principalmente disposição para a prática do bem, em contrapartida os vícios, os quais têm tendência habitual para o mal, cujos costumes são condenáveis ou censuráveis. Nas virtudes estão, entre outros, a cordialidade, a compaixão, a compreensão, o respeito a gratidão e o amor. Nas ações opostas estão os vícios que são gerados pelo ódio, a inveja, a exploração interesseira, o desrespeito e a ingratidão. Seria exaustivo expor o antagonismo entre todos os sentimentos bons e maus, contudo buscamos dois deles os quais nos parecem refletir profundamente na alma humana por que as pessoas estão sujeitas a serem alvo dos mesmos. São a gratidão e a ingratidão. O primeiro alimenta a alma como reconhecimento de tudo o que foi feito a alguém que diante da gratidão muito merecida. O segundo decepciona, pois a ingratidão é o pior e mais chocante dos vícios. Normalmente, as pessoas que receberam o afeto e dedicação de outros são aquelas, as quais deverão por obrigação moral, serem gratas. Todavia nem sempre acontece, uma vez que alguns não reconhecem as benevolências dedicadas e proporcionadas com sentimento de amor. Um fato histórico nos leva a um modelo de ingratidão. Quando o imperador romano Júlio César foi morto no Senado, ao ser golpeado por diversas armas dos conspiradores, surpreendeu-se ao ver entre eles seu sobrinho e filho adotivo a quem ele criara e ajudara na sua formação. Naquele momento de martírio Júlio César sentiu a ingratidão e disse: < Até tu Brutus, meu filho?>. Num texto publicado neste Jornal de autoria do doutor J.J Camargo e chefe do Setor de Transplante da Santa Casa de Misericórdia, ele foi muito enfático quando se pronunciou com as seguintes considerações:” Nunca cometam a ingenuidade de confiar em pretensos amigos que são maus filhos, porque é muito remota a possibilidade de que alguém, mau com os seus, possa ser amigo generoso com estranhos e, ressaltou que ninguém pode negar que a ingratidão é uma das mais contundentes e inesquecíveis formas de agressão”. *Cronista da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves