Aneurismas Múltiplos de Coronárias Em 5 de agosto de 2011. Autor(es): Guilherme Abreu Nascimento,Alexandre Vasconcellos,Eduardo Cardozo Lima,Marcos Antonio Marino,Mauro Isolani Pena,Roberto Jose de Queiroz Crepaldi Instituição: Hospital Madre Teresa Histórico Clínico: Paciente jovem, 32 anos, previamente hígido, tabagista, admitido com quadro de IAM com supra-st de parede anterior, em um hospital da rede pública de Belo Horizonte, MG, onde foi prontamente procedida trombólise, obtendo-se critérios de reperfusão Após 24 horas, foi transferido para nossa instituição, sendo submetido à CATE eletivo e optou-se por tratamento clínico. Um mês após o evento índice o paciente apresentou quadro de IAM sem supra-st, sendo optado por ATC com implante de stent MGUARD com o objetivo de excluir o aneurisma do óstio da DA. Conseguimos exclusão parcial do aneurisma. Após discussão com equipe multidisciplinar (cardiologias clínica e intervencionista e cirurgia cardiovascular), elegido para tratamento clinico-farmacológico com AAS + clopidogrel. Investigação propedêutica complementar direcionada sobretudo para doenças auto-imunes e vasculites evidenciou positividade para HIV. Evoluiu de forma satisfatória até outubro de 2010, quando apresentou novo IAM de parede anterior. Reestudado novamente, sendo visualizada trombose intra-stent e piora importante da função ventricular esquerda (FEVE 25%). Tentada recanalização mecânica da DA, sem êxito. Após nova discussão do caso, proposta suspensão do clopidogrel e introdução de varfarina. Paciente permaneceu clinicamente estável até fevereiro de 2011, quando apresentou novo quadro de precordialgia e sudorese, sendo feito diagnóstico de FA aguda, sem evidências de IAM. Paciente foi submetido à cardioversão química com amiodarona, com sucesso. Apesar da manutenção do ritmo sinusal o paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica sendo necessária intubação e aminas vasoativas. Houve falência terapêutica e a óbito. Angiografia: Laudo CATE 11/03/2010: VE hipocinesia moderada de parede Antero-apical Tronco de coronária esquerda: Aneurisma sacular em óstio Artéria descendente anterior: Aneurisma calibroso em seu óstio,com imagem sugestiva de trombo em seu terço proximal,sem outras estenoses e fluxo distal TIMI I-III Artéria circunflexa:isenta de lesões significativas Artéria coronária direita:Aneurisma em seu óstio,sem estenoses significativas Laudo ATC 13/04/2010 Realizado angioplastia com implante de stent Mguard 3,0X23mm em terço proximal da artéria descendente anterior,cobrindo toda a extensão do aneurisma. Resultado angiográfico excelente, com fluxo distal TIMI III. CATE 13/10/2010 VE: dilatado, com hipocinesia grave Antero-apical Tronco de coronária esquerda: Aneurisma sacular em óstio Artéria descendente anterior: ocluída em seu óstio, com trombose intrastent, previamente implantado. Artéria circunflexa: isenta de lesões significativas Artéria coronária direita: Aneurisma em seu óstio, sem estenoses significativas. O procedimento: Laudo ATC 26./04/2010 Realizado angioplastia com implante de stent Mguard 3,0X23mm em terço proximal da artéria descendente anterior, cobrindo toda a extensão do aneurisma. Resultado angiográfico excelente, com fluxo distal TIMI III. Resultados/Conclusões: No caso reportado foi optado inicialmente por tratamento conservador, com antiagregação plaquetaria(AAS+clopidogrel). Como houve recorrência da síndrome coronária aguda, e piora da função ventricular, optou-se por abordagem endovascular com implante do stent Mguard, na artéria culpada. Paciente apresentou trombose de stent, apesar do dupla antiagregação plaquetaria, evoluindo a óbito secundário a disfunção ventricular grave. Comentários: Define-se aneurisma coronário pela presença de uma dilatação superior a uma vez e meia o valor do diâmetro normal da artéria coronária. Verifica-se na literatura incidência de 4,9%, segundo dados obtido pelo estudo CASS. As etilogias mais frequentemente encontradas são doença aterosclerótica e doença de Kawasaki, mas nesse caso não se encontrou outros indícios de vasculite, sendo encontrado apenas a presença do vírus da imunodeficiência adquirida. A manifestação clínica mais encontrada é a de síndrome coronariana aguda,conseqüência direta de espasmo, trombose, embolia ou dissecção espontânea. A melhor opção terapêutica ainda permanece controversa, não existindo estudos clínicos randomizados e prospectivos, que demonstrem superiodade entre as estratégias terapêuticas disponíveis atualmente(farmacológica, angioplastia com stent ou cirurgia de revascularização miocárdica). Potenciais Conflitos de Interesse: não temos nenhum conflito de interesse. Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8