Tratamento Percutâneo de Estenose de Artéria Basilar com

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Rev Bras Cardiol Invas 2006; 14(1): 89-90.
Pena MI, et al. Tratamento Percutâneo de Estenose de Artéria Basilar com Implante de Stent. Rev Bras Interv Cardiov 2006; 14(1):
89-90.
Imagem & Intervenção Cardiovascular
Tratamento Percutâneo de Estenose de Artéria
Basilar com Implante de Stent
Mauro Isolani Pena1, Alexandre Von Sperling de Vasconcelos1, Roberto José de Queiros Crepaldi1,
Marcos Antônio Marino1
P
aciente de 74 anos, sexo masculino; iniciou há 6
meses quadro de tonturas, ataxia, perda temporária da visão e episódios recorrentes de tetraparesia
flácida.
Tomografia computadorizada de encéfalo revelou
atrofia cerebral compatível com a idade e pequenos
infartos lacunares.
Angiografia cerebral dos quatro vasos mostrou
processo ateromatoso difuso em vasos cervicais, sem
lesões obstrutivas significativas, porém com grave lesão
na artéria basilar, com aspecto dissecado, após a emergência da artéria cerebelar póstero-inferior (Figura 1).
Iniciado tratamento medicamentoso com ácido acetilsalicílico e clopidogrel, e decidido pela realização
de angioplastia com implante de stent.
Procedimento realizado 36h após o início do tratamento, sendo utilizado cateter-guia JR4 6F (CordisJ&J), cateterizando seletivamente a origem da artéria
vertebral esquerda, introduzido um guia 0,014 mm
(ATW-Cordis) e posicionado no segmento P2 da artéria cerebral posterior esquerda e sobre esse, um stent
Liberte 3,0x12 mm (Boston Scientific) foi liberado diretamente na lesão com 8 atm de pressão (Figura 2).
Resultado imediato revelou excelente abertura do
vaso, sem lesão residual ou imagem de dissecção no
local dilatado (Figura 3).
Permaneceu internado por 48h, tendo recebido
alta com os dois antiagregantes plaquetários citados
anteriormente, evoluindo com total remissão dos sintomas, sem queixas neurológicas.
Realizada arteriografia de controle 5 meses após
procedimento que mostrou manutenção do resultado
imediato, sem sinais de reestenose do stent (Figura 4).
Permanece ainda assintomático do ponto de vista
neurológico.
A aterosclerose da artéria basilar é ainda bastante
Figura 1 - Artéria basilar - pré-angioplastia. Lesão obstrutiva grave
(setas).
1
Departamento de Hemodinâmica, Cardiologia e Radiologia Vascular
Intervencionista. Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Correspondência: Marcos Antônio Marino. Av. Raja Gabaglia, 1.002
- Bairro Gutierrez - CEP 30380-090 - Belo Horizonte - MG - Brasil
E-mail: [email protected]
Figura 2 - Implante de stent Liberte 3,0x12 mm.
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Figura 3 - Controle pós-operatório imediato.
Figura 4 - Controle 5 meses após angioplastia.
subdiagnosticada e seu tratamento endovascular deve
ser criteriosamente embasado na sintomatologia, pois
se trata de um vaso que apresenta fragilidade importante de suas paredes, com grande risco de dissecção,
ou mesmo ruptura, durante a sua dilatação.
No entanto, quando bem indicada, a angioplastia
com implante de stent é um método seguro, de fácil
realização e bastante efetivo no tratamento da isquemia
cerebrovascular em região infratentorial.
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