05.a arte arabe – islãmica “arquitetura, pintura, artes menores e a

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“Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o
Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens Lhe associam”
Corão
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1. INTRODUÇÃO – O ISLAMISMO
1.1.
CORRENTES ISLÂMICAS
1.2.
TERRAS ISLÂMICAS SAGRADAS
1.3.
MAOMÉ O PROFETA
1.4.
LINHA DO TEMPO DO ISLAMISMO
2. ARQUITETURA ISLÂMICA
2.1.
OS MOTIVOS VEGETAIS E GEOMÉTRICOS
2.2.
OS MOTIVOS EPIGRÁFICOS
3. CALIGRAFIA ISLÂMICA
3.1.
OS DIFERENTES TIPOS DE ESCRITA
4. ARTES MENORES
4.1.
TAPETES
4.2.
A ARTE NA CERÂMICA
4.3.
A ARTE NOS METAIS E VIDRO
5. LEGADOS
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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1. INTRODUÇÃO – O ISLAMISMO
O Islamismo é uma
religião monoteísta que
começou com o profeta
Maomé (Muhammad), e
tem como Deus Alá.
Segundo os Islâmicos essa
religião surgiu desde a
criação do Homem, com
Adão que foi o primeiro
profeta, o que mostra a
proximidade do Islão com o
Cristianismo e o Judaísmo.
Essa religião tem
como base o último profeta
Maomé
(criador
da
religião),
e seu
livro
sagrado
chamado
erroneamente de Alcorão,
sendo al apenas um artigo
árabe, tendo como seu
nome real Corão.
Encyclopædia Britannica, 2007. "Allah."
O Médio Oriente e o Norte da África, assim como a antiga pérsia e a
Índia já tinham sido atingidos pela onda islâmica 200 anos após a morte de
Maomé, anos mais tarde o Islamismo ainda atingiu a Anatólia, os Bálcãs e até
mesmo a África subsaariana (que é composta de 47 países).
A Mensagem islâmica foi popular pelo simples fato de ser simples, para
ter a salvação, bastava acreditar em Alá, viajar a Meca uma vez durante a vida
(se houver condições), rezar cinco vezes ao dia como corpo voltado a Meca,
pagar as dádivas rituais (assim como o dizimo) e jejuar no mês do Ramadão.
Os ensinamentos de Alá (Allah) estão contidos no Corão (Qur´na, que
significa recitação). O corão é mais um livro de regras do que um livro de
estórias, como a bíblia, os muçulmanos acreditam que Maomé em suas
conversas com companheiros contou muito sobre o encontro que deu inicio ao
Islamismo, onde Maomé dizia ter se encontrado como Anjo Gabriel, e através
de revelações o fez pregar a religião monoteísta. Estes companheiros diziam
ter memorizado muito do que Maomé dizia, e escreveram nos matérias que
tinham em mãos, considera-se que este livro foi estruturado no ano entre 610 e
632 d.C.
O Corão é dividido em suras (capítulos), sendo estes 114, subdivididos
em Avat´s, não possuindo uma cadência de tamanho ou cronológico,
considerando-se 92 suras revelados em Meca e 22 em Medina, sendo
identificados por palavras do início dos capítulos.
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Há uma grande preocupação por parte dos mulçumanos em manter o
Corão assim como o original, sendo desencorajadas as traduções e
normalmente recitados em sua língua original, inclusive os mulçumanos que o
memorizam em sua língua original são chamados de Hafiz, que significa de
maneira literal, guardião.
O Corão obtém mensagens de um único Deus, dos diversos profetas
anteriores a Maomé que foram rejeitados quando enviados aos seus
respectivos povos, para pregar um único Deus, avisos sobre o juízo final e
regras relacionadas à vida dos fieis.
1.1 CORRENTES ISLÂMICAS
Até hoje nos telejornais, e
na imprensa escrita, ouvimos
falar da briga (guerra), entre
Sunitas e Xiitas.
Muçulmanos em Meca
O profeta Maomé faleceu
em 632 d.C sem deixar claro de
quem seria a sucessão da
liderança
da
comunidade
muçulmana, assim logo após
sua morte um dos primeiros
convertidos e companheiro de
Maomé,
foi
eleito
Califa
(representante Islâmico), função
da a qual exerceu por dois anos
até morrer, sendo seguido por
Omar e Otman, exercendo a
função por 10 e 12 anos
respectivamente.
Após a morte deste último
califa surgiu uma discussão
sobre de quem seria o direito de
representar os mulçumanos, dividindo esta religião, entre os que acreditavam
que deveria ser delegado a Ali, primo de Maomé, casado com sua filha, e os
que acreditavam que deveria ser conferido ao primo de Otman. A Principio Ali
ganhou a disputa (656 d.C), o que iniciou uma guerra civil entre os partidários
das duas facções. Em 661 Ali é assassinado, o que dá ao primo de Otman e
sua família o poder, porém esta batalha pelo califado vem se estendendo
desde este tempo.
Sandro Estevão
Essas lutas originaram os dois principais ramos que dividem o mundo
muçulmano, os partidários de Ali (Shiat ali ou xiitas), e os sunitas partidários do
primo de Otman, sendo os sunitas 90% dos mulçumanos atuais.
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1.2 TERRAS ISLÂMICAS SAGRADAS
O Local mais sagrado para os islâmicos é a Caaba, que fica exatamente
na cidade de Meca, para onde todos os muçulmanos se viram para rezar,
considerado pelos fieis Islâmicos o local mais sagrado do mundo, localizado
dentro da mesquita de Al Masjid Al-Haram.
Essa construção tem um formato de cubo de 15,24 metros de altura e é
cercada por muros de 10,67metros. A Caaba abriga uma pedra escura de 50
centímetros, que a relíquia mais sagrada do Islã, chamada de Hajar el Aswad,
estudiosos acreditam que ela seja o resto de um meteoro.
Antes de ser um local sagrado para os islâmicos, a Caaba possuía cerca
de 360 ídolos, sendo provavelmente uma representação zodiacal, quando
Maomé dominou Meca, repudiou todos os Deuses pagãos destruindo os ídolos,
porém poupou a Caaba tornando-a o centro de peregrinação Islâmica.
Para o muçulmano a Caaba, não é somente o centro de peregrinação
como o centro do universo, onde Abraão estabeleceu seus fundamentos e
recebeu a pedra negra do Anjo Gabriel, lendas muçulmanas afirmam também
ter sido um templo construído por Adão, o primeiro profeta.
O segundo local sagrado para os muçulmanos é Medina (que significa
cidade do profeta), pra onde Maomé e os primeiros Islâmicos fugiram quando
foram ameaçados politicamente, religiosamente e economicamente em Meca
(no Islã não existe divisão de política, religião ou economia). Nesta cidade há
uma grande mesquita onde Maomé está enterrado.
E o terceiro lugar sagrado dos islâmicos é Jerusalém, devido aos
profetas anteriores a Maomé (inclusive Jesus, pois os muçulmanos não
desacreditam no judaísmo, nem no cristianismo, só acreditam que estas
correntes foram versões anteriores do próprio Islamismo, e foram deveras
deturpadas com o tempo,
fazendo parte da própria
história do Islã), e também
por ser a cidade onde se
acredita que Maomé fez uma
viagem noturna cavalgando
um ser chamado Buraq, lá
ele teria subido aos Céus
conversado com Deus e com
os antigos profetas. No local
onde se acredita que Maomé
subiu ao Céu foi construído a
Cúpula da Rocha, sobre as
ruínas do antigo templo de
Salomão.
Cúpula da Rocha
Fonte - abbra.eng.br/jerusalem.htm
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1.3 MAOMÉ O PROFETA
Maomé,
originalmente
Muhammad nasceu em Meca em 570
d.C e morreu em oito de junho de 632.
Ele tentou restabelecer a religião
monoteísta de Abraão, considerado
pelos muçulmanos o mais recente e
último profeta de Deus (Alá).
Jesus Cristo, Moisés, Davi,
Jacob, adão, Isaac, Ismael e Abraão,
foram os antecessores de Maomé
como profetas, sendo que ele foi um
grande líder político, militar e religioso
árabe,
unificando
várias
tribos
isoladas, permitindo que o império
Islâmico se tornasse grandioso, se
estendendo pela pérsia até a
península Ibérica.
Maomé como a maioria dos
nascidos em Meca desempenhou a
profissão de Mercador na primeira Pintura turca da idade Média (Maomé)
parte de sua vida, viajando por
Portal Fernando Fernandes
grandes extensões de terra, ele tinha
por hábito orar em lugar isolado, acredita-se que em 610 em uma das cavernas
do monte Hira, enquanto orava recebeu uma visita do Anjo Gabriel que revelou
a ele alguns versos posteriormente integrados ao Corão, e também que seria o
ultimo profeta que Deus enviara a humanidade para mostrar-lhes a “verdade”,
neste tempo Maomé tinha 40 anos.
Assim após três anos Maomé começa a pregar publicamente que foi
incumbido de restaurar a religião Judia e Cristã, que teriam sido corrompidas e
esquecidas, levando em conta que estas duas religiões já eram a muito
conhecidas pelos Árabes.
Devido ao comércio de Meca ter lucros em função do culto aos Deuses
pagãos e a rejeição comum destas mensagens Maomé e seus seguidos
começaram a ser perseguidos, sendo obrigados em 622 a abandonar Meca.
Esta imigração é conhecida como Hégira, que marca o início do calendário
mulçumano.
A cidade que acolheu Maomé e seus seguidores foi Medina, onde ele se
tornou chefe da primeira comunidade muçulmana, vindo depois a dominar
Meca e destruir os Ídolos (como já citado), sendo usada a mesma organização
militar de Maomé posteriormente para derrotar as tribos da Arábia.
O grande feito do Profeta Maomé foi unificar todo o território sob a
bandeira do Islão.
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1.4 LINHA DO TEMPO DO ISLAMISMO
•
570 d.C.: Nascimento de Maomé, em Meca.
•
595: Casamento de Muhammad com Cadija, uma viúva rica.
•
610: Segundo a tradição muçulmana, Maomé recebe a revelação da sua
missão profética enquanto meditava no monte Hira, em Meca.
•
613: Maomé começa a pregar em público a sua mensagem religiosa.
•
615: Perseguição dos primeiros muçulmanos pelos Coraixitas. Uma
parte deles foge para a Abissínia.
•
619: Morte de Cadija e do tio de Maomé, Abu Talib.
•
622: Migração de Maomé e dos seus seguidores de Meca
para Medina (Hégira). O evento marca o início do calendário islâmico.
•
630: Conquista de Meca.
•
632: Morte de Maomé (8 de Junho). Morte de sua filha, Fátima.
•
632-634: Califado de Abu Bakr.
•
634-644: Califado de Omar.
•
635: Conquista de Damasco.
•
639: Conquista do Egito.
•
640: Conquista da Pérsia.
•
644-656: Califado de Otman.
•
653: Data de canonização do texto do Alcorão.
•
656-661: Califado de Ali.
•
657: Batalha de Siffin entre o exército omíada e os partidários de Ali.
•
661: Assassinato de Ali por um kharijita. Muawiya torna-se o primeiro
califa omíada.
•
661-750: Dinastia omíada.
•
678: Morte de Aixa, uma das mulheres de Maomé.
•
680: Martírio de Hussein, filho de Ali e neto de Maomé, em Karbala.
•
711: Conquista da Península Ibérica por árabes e berberes.
•
711-712: Conquista do Vale do Indo.
•
750: Queda dos Omíadas e ascensão dos Abássidas.
•
762: Fundação de Bagdade, capital dos Abássidas.
•
767: Morte do erudito legal Abu Hanifa.
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•
855: Morte do erudito legal Ibn Habal.
•
870: Morte de Bukhari, compilador de Hadith.
•
970: Fundação da mesquita Al-Azhar no Cairo.
•
1090: Hassan i Sabbah Toma a fortaleza de Alamut, criando a Ordem
Ismaelita dos Assassinos
•
1099: Os cruzados tomam Jerusalém.
•
1162: Hassan II de Alamut abole a xariá no Teerã, fundando um estado
gnóstico ismaelita sob domínio dos Assassinos na região.
•
1166: Hassan II de Alamut é assassinado e sucedido por Maomé II.
•
1187: Saladino reconquista Jerusalém aos cruzados.
•
1210: Hassan III de Alamut restaura o ismaelismo original no Teerã, os
seguidores de Hassan II e Mohhaamed II migram para a Índia,
influenciando o futuro ismaelismo hindu (Khojas).
•
1256: Os mongóis conquistam Alamut e quase a totalidade dos domínios
dos Assassinos. A Ordem desaparece por séculos.
•
1258: Os mongóis conquistam Bagdade. Fim da dinastia abássida.
•
1453: Conquista de Constantinopla pelos Turcos Otomanos.
•
1492: Fim do Reino de Granada na Península Ibérica. O seu território é
integrado na Espanha.
•
1517: Os Otomanos conquistam o Egito. O imperador otomano toma o
título de califa.
•
1609-1614: Expulsão dos muçulmanos de Espanha.
•
1798: Napoleão invade o Egito.
•
1818: A comunidade ismaelita (nas sobras desde a queda
de Alamut pelos Mongóis) ressurge quando o Shá do Irã dá ao
governador da província Kermen o título de Aga Khan, existente até os
dias atuais.
•
1917: Abolição do califado.
•
1947: Independência do Paquistão, baseada na sua maioria muçulmana
em relação à Índia hindu, da qual se separa.
•
1979: Derrubada do Shah Reza Parlevhi e Criação da República
Islâmica do Irão.
•
2001: Surgimento do Estado Islâmico do Afeganistão
•
Fonte:. http://www.portalgv.com.br/enciclopedia.asp
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2 ARQUITETURA ISLÂMICA
Segundo o filósofo e historiador da arte Roger Garaudy, a arquitetura
islâmica, mostra o quão magnífico é deus mesmo onipresente e invisível,
usando uma “sinfonia de pedra”, com harmonia matemática, raciocínio e
musical, tentado simbolizar essa transcendência.
A arquitetura islâmica
possui um forte simbolismo,
principalmente
nas
mesquitas, que são as casas
de oração, que funcionam
como
porta
para
uma
realidade sensível e espiritual
e outra transcendental como
citado,
tendo
como
elementos principais o uso da
luz, a ordem geométrica e a
caligrafia que ornamenta os
templos, sem contar é claro
com
a
estrutura
das
construções islâmicas.
Masjid-i-Sha escola de estudantes islâmicos
Segundo este mesmo
historiador
é
necessário
Portal História do mundo
recorrer à música para
acompanhar a magnificência das curvas que se entrelaçam formando
hexágonos e outras figuras geométricas, formando uma repetição criativa,
juntamente com os suaves contornos em gesso que copia formas vegetais e
minerais, assim como os harmoniosos arcos.
Os arquitetos muçulmanos procuravam através de a luz alcançar outra
metáfora (de divino, ou de revelação), utilizando vários recursos técnicos para
atingir este objetivo, sendo que ela assim como a caligrafia marca os principais
pontos da construção, se tratando de uma mesquita até mesmo o oratório que
se encontra virado para o lado de Meca sendo a maior prova da unidade
muçulmana.
A água era também muito presente nas construções mulçumanas, tendo
em vista que é uma religião que surgiu no deserto onde homens passavam
sede, tem como significado a passagem do puro para o não puro, do sagrado
para o profano. Toda mesquita conta com uma fonte de água corrente na antesala de orações (Sahn), onde os fieis lavam antebraços, rosto, mãos e pés
para se purificar para a oração (Wudhu).
Já na área externa das mesquitas a uma torre chamada minarete onde o
muezin chama os fiéis para a oração cinco vezes ao dia, Na área externa a
mesquita é marcado pelo minarete, torre da qual o muezin faz cinco vezes ao
dia o adhan - chamado para a oração - avisando a vizinhança que chegou a
hora de rezar.
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A partir da Hégira (fuga de Maomé para Medina), o Islamismo começou
a crescer, criando em um espaço de 100 anos um dos maiores impérios que já
se viu. Devido à tolerância as culturas conquistadas e ao judaísmo e
cristianismo, assim como a grande extensão deste império criou se vários
estilos artísticos islâmicos, porem todos, com a mesma estética.
Na capital damasco, os Islâmicos ocuparam a grande Basílica de São
João a transformando em uma mesquita, e foi exatamente neste período na
Síria que se encontram os mais importantes exemplos da primeira fase da
arquitetura islâmica, outra conversão de templo importante é da mesquita Al
Aqsa , e junta a ela a cúpula da Rocha em Jerusalém. Sabe-se que o uso do
tijolo na abobada, a decoração geométrica, e o arco pontiagudo, e a
ornamentação em estalactite provém da pérsia, de onde a maior parte da
arquitetura islâmica sofre influência.
Quando a Capital Islâmica é transferida de Damasco para Bagdá,
começa-se a perceber influências da mesopotâmia, como podemos ver na
mesquita de Amr no Egito do século VIII. A partir do século IX, a arte
mesopotâmica perde influência em detrimento da arte persa. Na Pérsia a
arquitetura monumental é derivada da antiga arte iraniana, lá surge o liwam
(câmara abobadada), que pode ser visto na mesquita de Ispahan. Suntuosos
palácios são erguidos, como o de Ispahan, onde é feita uma decoração com
faiança poli cromada, um azulejo primitivo. Na Índia a arquitetura islâmica
também se adapta às formas tradicionais, durante a dinastia mongul (XVI XVII) são construídas obras esplêndidas como os palácios de Delhi, Agra,
Fatehpur, Sikri, Lahore e Udaipur, que eram divididas em partes públicas e
privadas. As mesquitas são de influência persa. Mas é na arquitetura mortuária
que se encontra o maior esplendor da arquitetura islâmica indiana, como o de
Mahmud, em Bijapur, mas, sobretudo pelo famoso Taj Mahal, erguido pelo
imperador Shah Jahan entre 1631 e 1633 em memória de sua esposa Mumtazi-Mahal. Exemplo da arquitetura islâmica africana é a mesquita de Kairouan,
Tunísia, construída em 670 e reconstruída em 836. Lá surge uma nova forma,
a maksoura, espaço coberto com uma cúpula e fica em frente ao mirhab. Esta
arquitetura reflete-se na arquitetura espanhola (Sevilha, La Giralda), onde as
mais belas casas e palácios são obras de arquitetura mourisca como em
Alhambra, Granada.
Mausoléu do profeta Hafiz
em Shiraz
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2.1 OS MOTIVOS VEGETAIS E GEOMÉTRICOS
Embora os motivos vegetais sejam fáceis de identificar a época que
surgiram (no período Omiada como se pode entender melhor na introdução), a
abstração veio de maneira rápida e sólida, com meias férulas e o contorno das
rochas, assim como à estilização das folhas e caules, vindo a partir do século X
e XI, se juntarem em um mesmo estilo arquitetônico que veio a ser aplicado no
oriente islâmico.
Já o estilo Geométrico é considerado a composição mais original da arte
Islâmica, que tem influências das formas geométricas gregas, vindo a se
desenvolver em grandes polígonos entrecruzados podendo até mesmo se
distinguir um polígono “gerador”, do qual todos os outros provém esse estilo é
chamado de laçaria que é classificado de acordo com o número de laços feitos.
Paralelamente há um estilo mais simples chamado de rombos ou sebka, que
acaba se tornando característica de al - andaluz.
Jardins de Alah, os Motivos vegetais e Mosaico de Alhambra, os motivos
geométricos.
Fotos de Ramon Tarrio
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2.2 OS MOTIVOS EPIGRÁFICOS
Taj-Mahal
India
Era comum na arquitetura Islâmica, escrever como decoração, tendo em vista,
que os islâmicos possuem uma belíssima caligrafia, sendo estas inscrições
com trechos do corão, ou de caráter piedoso. Essa caligrafia, se pode dizer que
acabava por contar a história dessa arquitetura e seus intuitos, havendo duas
formas mais usadas que é a cúfica (de características retas e angulosas), e a
Nesjt que parecia uma letra cursiva, muito usada no Ocidente.
Mesmo com motivos diferentes, os islâmicos não deixaram de integrar
todos eles em uma só decoração sem deixar que estes perdessem sua
identidade, começando as vezes com as formas geométricas, seguidas de uma
laçaria e com inscrições poéticas logo em seguida como em Alhambra.
As principais características da arquitetura islâmica é a valorização da
luz, da água e dos jardins, assim como a grande importância dada aos objetos,
que seriam então vistos como objetos artísticos, lembrando que devido a
grande extensão de território e a capacidade de incorporar outras culturas
fazem com que a arte islâmica seja muito variada.
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3 PINTURA ISLÂMICA
"Revista de Estudos Árabes"
Caligrafia de Hassan Massoudy
Na realidade, devido ao Islamismo proibir veementemente o culto as
imagens, pouco se tem de pintura islâmica, sendo que a maior parte delas, são
feitas, por não islâmicos observadores.
Porem está na caligrafia o maior legado artístico islâmico, sendo para
eles até a atualidade um dos bens mais valiosos desta cultura, que procura
manter intocado seu idioma e caligrafia, sobretudo porque na teoria, Deus teria
falado através do anjo Gabriel em árabe, e as palavras de Deus foram escritas
em Árabe, e para compreender totalmente as intenções de Deus, eles devem
saber falar a língua em que ele falou com eles, sendo assim a língua e
caligrafia islâmica o tesouro mais valioso para eles.
Por isso, usaram a caligrafia como expressão religiosa e, no decorrer
do tempo, a escrita tornou-se uma arte muito respeitada. Segundo o sábio
muçulmano Yasin Hamid Safadi, "No Islam, a supremacia da palavra está
refletida na aplicação universal da caligrafia. "
A escrita arábica é um ramo das escritas semitas, onde só as
consoantes estão representadas. Ela é derivada da escrita nabatéia que, por
sua vez, vem da aramaica. Os nabateus eram árabes semi-nômades que
viviam numa área que se estendia desde o Sinai e norte da Arábia, até ao sul
da Síria e seus domínios incluíam as cidades de Hijr, Petra e Busra. Embora o
império tenha acabado em 105 d.C, a língua e a escrita tiveram profundo
impacto no desenvolvimento do alfabeto arábico.
A partir de de 650 d.C, foram consignadas, por escrito, as primeiras
versões completas do Alcorão, numa forma denominada jazm, o alfabeto
arábico mais antigo de que se tem referência. Acredita-se que era uma forma
mais avançada do alfabeto nabateu. As letras rígidas, angulares e bem
proporcionadas do alfabeto jazm iriam influenciar mais tarde o famoso alfabeto
kufi, a escrita cúfica que se desenvolveu na cidade de Kufi, no Iraque. A escrita
cúfica, de traço vigoroso e angular, durante séculos foi o meio mais popular de
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registro do Alcorão sagrado. Simultaneamente, desenvolveram-se outras
escritas cursivas com fins burocráticos e privados, e, em meados do século X,
já estavam fixadas as seis escritas clássicas da caligrafia islâmica: Thuluth,
Naskh, Muhaqqah, Raihani, Tawqi e Riqa.
Por isso, usaram a caligrafia como expressão religiosa e, no decorrer
do tempo, a escrita tornou-se uma arte muito respeitada. Segundo o sábio
muçulmano Yasin Hamid Safadi, "No Islamismo, a supremacia da palavra está
refletida na aplicação universal da caligrafia. "
Cópia do corão do século XIII
Foto: AP
A escrita arábica é um ramo
das escritas semitas, onde só as
consoantes estão representadas.
Ela é derivada da escrita nabatéia
que, por sua vez, vem da aramaica.
Os nabateus eram árabes seminômades que viviam numa área que
se estendia desde o Sinai e norte da
Arábia, até ao sul da Síria e seus
domínios incluíam as cidades de
Hijr, Petra e Busra. Embora o
império tenha acabado em 105 d.C,
a língua e a escrita tiveram profundo
impacto no desenvolvimento do
alfabeto arábico.
A partir de de 650 d.C, foram consignadas, por escrito, as primeiras
versões completas do Alcorão, numa forma denominada jazm, o alfabeto
arábico mais antigo de que se tem referência. Acredita-se que era uma forma
mais avançada do alfabeto nabateu. As letras angulares e bem proporcionadas
do alfabeto jazm iriam influenciar mais tarde o famoso alfabeto kufi, a escrita
cúfica que se desenvolveu na cidade de Kufi, no Iraque. A escrita cúfica, de
traço vigoroso e angular, durante séculos foi o meio mais popular de registro
do Alcorão sagrado. Simultaneamente, desenvolveram-se outras escritas
cursivas com fins burocráticos e privados. em meados do século X, já estavam
fixadas as seis escritas clássicas da caligrafia islâmica: Thuluth, Naskh,
Muhaqqah, Raihani, Tawqi e Riqa. Estas escritas acabam, se unindo formando
doze.
3.1 Os diferentes tipos de escrita
No século X a escrita Nash ficou famosa, depois de ser redesenhada
por um famoso calígrafo Islâmico chamado Ibn Muqlah. Seu estilo
característico tem como base sua proporção abrangente, posteriormente foi
uma escrita reformulada e deixada digno do corão chegando a ser a caligrafia
mais utilizada para escrever o livro, sendo uma letra de deixa relativamente se
ler e escrever com facilidade acabou caindo nas graças do povo.
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Em nome de Deus, o Clemente e Misericordioso em escrita Nash
Durante os primórdios
Islâmicos a escrita mais
utilizada era o Kufi sendo
criada nas cidades de Basra e
Kufa no Iraque, na segunda
década islâmica, próxima ao
século VIII. Tinha medidas
proporcionais especificas e tem
como
característica,
uma
angulosidade
e
linhas
quadradas
como
predominância. Essa escrita
tem linhas mais alongadas
horizontalmente, ao contrário
da caligrafia Nash, sendo uma
letra larga, podendo ser
facilmente usada devido a sua
angulosidade e construção
geométrica,
em
qualquer
espaço e material, desde
pequenos quadrados na seda
até grandiosos monumentos.
A escrita Kufi, não
possuía muitas regras, fazendo
com que ela fosse utilizada
principalmente para decoração,
sendo de fundo floral, até textos do corão, na arquitetura.
5 tipos diferentes de Kufi, sendo o último o
mais usado
Com seu começo de desenvolvimento no século VII e término tardio
no século IX, a escrita thuluth foi pouquíssima usada para se escrever o Corão,
sem deixar de ser a mais importante caligrafia ornamental daqueles tempos
até a atualidade, sendo muito encontrada em títulos, cabeçalhos, etc.
A escrita tuluh tem a característica de possuir linhas curvas, dando um
aspecto cursivo para a escrita, contando com pequenos pontos e traços que
compõem o charme desta caligrafia, possuindo uma estética plástica
magnífica.
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Surata Al-Fatiha, em escrita Thuluth
A escrita riqa, também chamada de ruq´ah, evoluiu das escritas naskh e
thuluth. Ainda que tenha uma afinidade maior com a escrita thuluth, a escrita
riqa tomou uma direção diferente, ficando mais simplificada. As formas
geométricas das letras são semelhantes às da thuluth, porém menores e com
mais curvas. Ela é arredondada e estruturada de uma forma mais densa, com
pequenos traços horizontais.
A escrita riq´ah foi uma das favoritas dos calígrafos otomanos e sofreu
muitas modificações nas mãos do shaike Hamdullah al-Amasi. Mais tarde, ela
foi revista por outros calígrafos até transformar-se na escrita mais popular e a
mais amplamente usada. Hoje, a escrita riqâ´ah é a preferida para a caligrafia
no mundo árabe.
As escritas cursivas também foram
rapidamente utilizadas para a transcrição do Corão,
trazendo novas possibilidades de efeitos decorativos.
E surgiram, assim, as outras quatro escritas
importantes: Tumar, Ghubar, Taliq e Nastaliq, que,
embora não fossem populares entre os árabes, foram
durante quase quatro séculos a escrita favorita dos
muçulmanos do Irã, Turquia e Índia.
Nastaliq, guachee
sobre estuque com
traços de ouro.
Já a escrita Taliq, acredita-se que provêm de uma
linguagem pérsica antiga
e esquecida, conhecida
como firamuz. A caligrafia
Taliq, tinah como apelido Farsi, sendo uma letra
cursiva e modesta aproximando-se das outras, em
uso desde o século IX, sendo que hoje tem grande
aceitação no mundo árabe.
Houve também um estilo mais leve
desenvolvido pelo calígrafo persa Mir Ali Sltun al-Tabrizi, que devido a sua
elegância, foi uma caligrafia usada em ocasiões muito especiais, nastaliq,
derivá de Nash e Taliq, fazendo com que esta letra tenha sido muito usada,
menos no Corão.
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4 ARTES MENORES
4.1 TAPETES
O
nome
"tapete oriental" é
frequentemente
usado para se
referir a todos os
tapetes com nós
feitos a mão. A arte
de dar nós e de
tecer os tapetes e
as mantas foi uma
criação
clássica
dos
povos
nômades,
que
encontrou acolhida
por
parte
dos
muçulmanos,
assim
como do
Tapete Kiz-Gordes
mundo
não
Anatólia
muçulmano.
Nenhum produto surge mais diretamente das possibilidades e das
necessidades da
vida nômade. As mulheres fiam e tecem, em forma de
tapetes, a lã e o pêlo dos rebanhos, e ao mesmo tempo, encontram tintas
naturais de plantas e
insetos à sua volta. Os produtos das suas oficinas
constituem um mobiliário magnífico daqueles que vivem em tendas.
Entre as comunidades sedentárias, os tapetes alcançaram novas
funções, como cobrir as áreas sagradas das capelas funerárias e das
mesquitas, mostrarem a riqueza e o bom gosto dos mercadores e príncipes, e
proporcionar a matéria para exportações lucrativas para a Europa. Os modelos
criados foram ricos e variados; configuraram-se desde as formas estilizadas e
os desenhos geométricos aos tapetes para oração, que reproduzem o nicho do
mihrab e as composições realistas que representam homens, animais e flores
já que os islâmicos não reproduzem figuras humanas.
Alguns dos maiores centros de tapeçaria surgiram na Pérsia e na
Turquia. Os manuscritos persas descrevem um tapete do rei Chosroes I, tecido
em algodão, seda, ouro e prata e guarnecido com pedras preciosas.
Marco Pólo, em sua visita à região da Anatólia, na Turquia, descreveu os
tapetes da região, com seus desenhos geométricos e figuras de animais, como
os mais belos do mundo.
No mundo islâmico, os tapetes foram usados principalmente para cobrir
o chão das mesquitas e casas. Também eram usados como decoração das
paredes. Eram feitos de lã de carneiro, do pêlo da cabra ou do camelo, e mais
tarde, em algodão e seda. A lã é tirada dos numerosos rebanhos de pastores
nômades, que pastam em grandes áreas. A lã mais fina vem do Curdistão,
onde a parte ocidental da Pérsia faz fronteira com a Turquia.
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A
lã
do
Corassã
e
de
Kirman é famosa
por ser mais fina e
aveludada,
enquanto que a lã
do Cáucaso e da
Ásia Central é
apreciada por ser
mais
forte
e
lustrosa.
Os tapetes
no mundo islâmico
nem
sempre
apresentam
características
Tapete de Heriz
distintas o bastante
Pérsia Islâmica
para
que
se
possam assegurar suas diferenças. O Islamismo condena a representação
artística de seres humanos e animais e, por causa disso, predominam as
formas geométricas nos desenhos dos povos islâmicos.
Embora a Pérsia tenha se convertido à religião islâmica, os tapeceiros
persas muitas vezes decoraram suas criações com animais e figuras humanas.
É bastante raro encontrar qualquer figura humana nos primeiros tapetes turcos.
São famosos seus tapetes de oração, que se caracterizam por uma decoração
ricamente detalhada. Todos têm o nicho do mihrab, que aponta para Meca,
quando usado para a oração.
Foram quatro as principais áreas do mundo islâmico que se destacaram na
produção de tapetes: sendo estes Cáucaso, Ásia Central ou Turquestão,
Pérsia; e Turquia ou Anatólia.
Um fator importante na determinação da origem de um tapete é a
identificação da forma como o nó foi amarrado. Os tipos mais comuns de nó
são o nós turco e o nó persa.
4.2 A ARTE NA CERÂMICA
A arte na cerâmica islâmica provém dos romanos e bizantinos, os
mosaicos sempre foram empregados, porém com os islâmicos, os resultados
eram fabulosos. Era muito usada a terracota também, muitas vezes
enriquecidas com esmaltes policromados, usadas como tijolo assim como os
de construção ou azulejos. A cerâmica sempre foi considerada uma arte
menor, mas vale lembrar que para os islâmicos era uma arte muito importante,
tendo em vista que atingiram uma primazia digna do Japão e da China, criando
peças fabulosas. Obviamente sua qualidade variava de acordo com a classe e
o mercado para qual era destinada. Não ficaram grandes nomes de artesãos,
tendo em vista que a cerâmica era uma produção coletiva em ateliês.
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4.2 A ARTE METAIS E VIDRO
Os
islâmicos
alcançaram
maior notoriedade também com os
metais e vidro, utilizando de chumbo,
ferro, estanho, zinco, cobre, prata e
ouro. Usaram técnicas de fundição e
martelos apropriados, para esculpir
os objetos. Como já é de se
imaginar, estes artefatos eram de
alto custo, oq eu fez com que eles
fossem
encomendados,
normalmente
para
pessoas
poderosas, eram peças de mobília,
armas, pratos, vasos, assim como
uma
infinidade
de
objetos
domésticos, e alguns científicos.
A grande imaginação dos
artistas islâmicos, fez com que
fossem usados algumas vezes
metais fundidos sobrepostos em
Porta Jóias em Metal
decorações, usando o bronze, aço e
Portal de Raul Mendes
o bidri (sendo este ultimo de origem
indiana, uma mistura a base de zinco), tendo peças de alto valor artístico.
Já os vidros alcançaram seu auge na dinastia dos abássidas, os
ayubidas e também nas dinastias mamelucas. Primeiro os islâmicos seguiram
as heranças romanas/bizantinas, tendo como técnica a fundição, com moldes
de argila, ou refratárias de metal, posteriormente os artistas gravavam
ornamentos sobre a própria superfície de vidro.
Caneca em Vidro
Portal de Raul Mendes
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5. LEGADOS
Vista externa do Taj Mahal
Envocare copyright
A arte Islâmica deixou vários legados pelo mundo, como se pode ver em
mesquitas e cidades do oriente médio, tendo como principal foco a arquitetura
que foi preservada, alias quase tudo do mundo islâmico foi preservado, como
por exemplo, também a caligrafia. Para exemplificar, falarei sobre o maior
legado da arte islâmica localizado na Índia, o
Taj Mahal.
O Taj Mahal foi construído em Agra
uma cidade da Índia, considerado pela
UNESCO um patrimônio da humanidade e
uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Sua construção se deu entre 1630 e 1652,
tendo como força de trabalho 22 mil homens,
este monumento nada mais é que um
mausoléu em tributo a Aryumand Banu
Begam, esposa predileta do imperador Shah
Jahan.
O Taj Mahal hoje é considerado
também uma das maiores provas de amor do
mundo, que assim como todas as
construções
Islâmicas,
contem
como
decoração inscrições retiradas do Corão, e
sua cúpula é construída com fios de Ouro, há Taj Mahal: detalhe de um altono edifício duas mesquitas.
relevo em painel de mármore.
Imagem: rschuckman.com
A parte de fora do Taj Mahal é
complexamente ornamentada, tendo três
elementos decorativos, tendo em vista que o islamismo proíbe a representação
de figuras humanas, são esses a Caligrafia, os elementos geométricos
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abstratos e os motivos vegetais, tendo dentro destes elementos pinturas ou
estuque aplicado sobre as paredes, a incrustação de pedras e as esculturas.
Como é praxe na decoração da arquitetura Islâmica os elementos de
caligrafia sempre possuem passagens do Corão, possuindo uma primazia de
beleza, chegando a ser uma caligrafia tão decorativa que em vários momentos
se torna difícil de ler devido aos detalhes e a fantasia do calígrafo. Vários
painéis aparecem assinados por Mogol Amanat Khan, que era um calígrafo da
corte persa.
O quartzo opaco era a pedra usada nas incrustações da caligrafia, sobre
os painéis de mármore branco o qual é feito todo Taj Mahal, um item
interessante de frisar é que nos painéis superiores existe uma
proporcionalidade para compensar a distorção visual, do observador que está
no chão.
O pedestal do mausoléu, os minaretes (torres em volta da mesquita de
onde os fieis são chamados nas horas de oração), a mesquita, a jawab (quer
dizer resposta a mesquita, é uma construção igual a mesquita, sua função não
é muito clara), e as superfícies menores do templo, são dominadas pelas
formas geométricas abstratas, assim como as cúpulas, que são desenvolvidas
com traceria criando formas geométricas bem complexas.
O chão o Taj Mahal é coberto com mosaicos de diferentes cores e
formas, trazendo padrões geométricos diferentes.
Já os motivos vegetais, são encontrados nas paredes baixas do templo
funerário, com baixos relevos de flores e vegetais polidos, os frisos e arcadas
decorados com pedras semipreciosas formando desenhos geralmente de
flores.
O interior do Taj Mahal apresenta técnicas surpreendentes como a Sala
central que apresenta as mais elevadas técnicas da arte manual, como
a ourivesaria e a joalharia. Aqui o material usado para as incrustações já não
é mármore ou jade, mas sim gemas preciosas e semipreciosas. Cada elemento
decorativo do exterior foi redefinido mediante jóias.
A forma da sala é octogonal e ainda que o desenho permita ingressar
por qualquer dos lados, só a porta sul, em direção aos jardins é usada
habitualmente. As paredes interiores têm aproximadamente 25 metros de
altura, sobre as quais se construiu uma falsa cúpula interior decorada com
motivos solares. Similar ao que se sucede no exterior, a cada meio arco
sobrepõe-se um segundo a meia altura na parede. Os quatro arcos centrais
superiores formam balcões com miradouros para o exterior. Cada janela destes
balcões leva um minucioso trabalho de mármore. Além da luz proveniente dos
balcões, a iluminação complementa-se com a que ingressa através
dos chattris em cada esquina da cúpula exterior.
Cada uma das paredes da sala foi detalhadamente decorada com frisos
em baixo-relevo, com incrustações de pedraria e refinados painéis de caligrafia,
refletindo inclusivamente o nível minimalista do complexo. Com estes
elementos, cria-se uma espécie de ligação ou fusão simétrica do espaço
interior e exterior, numa linha decorativa que permite que contatem diretamente
os dois espaços do complexo funerário.
A tradição muçulmana proíbe a decoração elaborada das campas, pelo
que os corpos de Mumtaz e Shah Jahan descansam numa câmara
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relativamente simples debaixo da sala principal do Taj Mahal. Estão sepultados
segundo um eixo norte-sul, com os rostos inclinados para a direita, em direção
a Meca.
Todo o Taj Mahal se centra em redor dos cenotáfios que duplicam em
forma exata a posição das duas campas e são cópia idêntica das pedras do
sepulcro inferior.
O cenotáfio de Mumtaz ergue-se no centro exato da sala principal, sobre
uma base retangular de mármore de aproximadamente 1,50 × 2,50 metros. Há
uma pequena urna também de mármore. Tanto a base como a urna estão
incrustadas com um requintado trabalho de gemas. As inscrições têm a função
de identificar Mumtaz e protegê-la, em jeito de oração. Na tampa da urna
sobressai uma placa, que se assemelha a um quadro de escola.
O cenotáfio de Shah Jahan está junto ao de Mumtaz, formando a única
disposição assimétrica de todo o complexo. É maior que o da sua esposa, mas
contém os mesmos elementos: uma grande urna com base alta, também
decorada com maravilhosa precisão mediante incrustações e caligrafia
identificadora. Sobre a tampa da urna existe uma escultura de uma pequena
caixa de penas de escrever.
Piso de pequenos mosaicos.
foto de: Salsabeel
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6. CONCLUSÃO
Caligrafia Árabe
Museu de Londres
O Islamismo é uma das religiões mais bem preservadas do mundo, que
teve inicio com Maomé o profeta, que de certa forma não vai contra o judaísmo,
nem o cristianismo.
A base desta religião é Muhammad, ou seja, Maomé, que para os
Islâmicos foi o ultimo profeta, tendo como o primeiro deles, Adão, o que mostra
a proximidade com as religiões cristã e judia, os islâmicos consideram essas
duas religiões também verdadeiras, porém corrompidas com o decorrer do
tempo, vêem Jesus como um profeta, e não o filho de Deus, reconhecendo
assim também Abraão, Moises entre outras figuras bíblicas, considerando Alá,
o mesmo Deus destas duas religiões.
O livro sagrado dos Islâmicos é o Corão, conhecido também como
Alcorão, sendo esta uma confusão da língua portuguesa, tendo em vista que Al
no idioma árabe é um artigo, então dizer Alcorão é como dizer Abiblia, ou
Ocorão. O Corão é um livro com vários capítulos chamados de Suras, que tem
mais relação com conduta do que com histórias propriamente ditas assim como
é a bíblia, é costume dos Islâmicos (desde os primeiros), fazer cinco orações
por dia assim como sempre orar voltado à cidade de Meca, que a cidade
sagrada dos Islâmicos.
Existem duas correntes Islâmicas, os Sunitas e os Xiitas, estas duas
correntes surgiram depois da morte de Maomé e a dúvida que ficou de quem
seria o líder maior dos Islâmicos, uma parte deles acreditava que o poder
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deveria ficar com os parentes de Maomé, e outros acreditavam que este poder
deveria ser de lideres comunitários, ou pelo voto, e isto resultou em uma guerra
política/religiosa entre os islâmicos, que perdura até hoje. Os xiitas acreditam
que o poder deve ficar com os descendentes de Maomé e são apenas 10% dos
Islâmicos.
Os islâmicos têm três
locais
que
consideram
sagrados, sendo a Caaba,
que fica em Meca, onde diz
no Corão que se deve visitar
pelo menos uma vez na vida
se possuir condições, o
segundo lugar sagrado é
Medina,
que
significa
exatamente a cidade do
profeta, que foi pra onde
Maomé fugiu no inicio de
suas pregações, que significa
exatamente a cidade do
profeta, sendo o terceiro
lugar sagrado Jerusalém,
que foi onde em sonho
segundo a lenda, Maomé
viajou e subiu aos céus para
ter uma conversa com Deus.
A Arquitetura islâmica
possui um caráter simbolista,
possuindo uma estrutura
repleta de símbolos, como a
água em abundância, a luz e
os desenhos, dando ênfase
Mesquita Hassan II, seu minarete tem 200 m
principalmente na decoração
de altura
através da caligrafia, que são
Foto: banca de dados intempus
até hoje verdadeiras obras
de
arte
já
que
a
representação por figuras é completamente proibida pelos islâmicos a
Caligrafia virou a pintura árabe.
Vale lembrar também que os Islâmicos possuíam uma vasta coleção das
artes consideradas menores, tendo motivos vegetais e geométricos na
tapeçaria, produzindo belas peças de metal ou vidro com pedras semipreciosas
incrustadas, e produzindo também peças de cerâmica de alto nível artístico,
com peças muito elaboradas assim como peças mais simples para as castas
inferiores.
Os Islâmicos deixaram vários legados para o mundo contemporâneo
como o Taj Mahal, o templo da Rocha entre outras, tendo em vista que uma
das principais preocupações dos islâmicos é preservar sua língua escrita e
falada, e sua cultura intacta, para não corromper sua religião.
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7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CURATOLA, Giovanni, “Arte Islâmica”, A grande História da Arte, Vol. 20,
Lisboa, Mediasat/PÚBLICO, 2006
ARTE bárbara, bizantina e islâmica. Barueri, SP: Videolar Multimídia, [2004].
1 CD-ROM. (Enciclopédia Caras, 4).
Almanaque Abril. ALMANAQUE ABRIL 95: a enciclopédia em multimídia. Abril,
São Paulo, 1995.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1994.
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Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 28 de outubro de 2008
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