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DECOTE POR PLANTA, OU POR APRECIAÇÃO, BOA OPÇÃO PARA RECUPERAR E
MANTER SAFRA EM CAFEEIROS
J.B. Matiello e S.R. Almeida- Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé
As pesquisas realizadas com podas em cafezais mostram, no geral, que a lavoura podada tem sua
produtividade média reduzida, com redução tanto maior quanto mais drástica for a poda. Essa perda
produtiva, principalmente no curto prazo, constitui a principal razão para a não indicação da poda, em
muitos casos, e leva a uma menor aceitação da prática, especialmente pelos pequenos produtores.
Por isso, o tipo de poda por apreciação ou por planta pode ser uma boa alternativa, para,
ao mesmo tempo, recuperar partes defeituosas das plantas, sem ou com mínima perda de
produtividade.
No conceito da poda de apreciação ela prevê o exame e a aplicação de poda diferenciada
para cada cafeeiro, podendo ser recepa, decote ou esqueletamento. No entanto, preconiza-se, aqui,
um sistema de poda que pode ser considerado como poda de produção, pois nele se aplica
somente o decote, por planta, cortando a parte superior, estragada, apenas daqueles cafeeiros que
produziram muito. Nesse sistema, as plantas que estiverem apresentando o topo com muitos
ramos laterais, produtivos, bem enfolhados e preparados para a próxima safra, não recebem o
decote, o qual vai ser feito nos anos seguintes, conforme a necessidade verificada. Assim, em 2-3
anos acaba-se podando toda a lavoura.
Cafeeiros produtivos apresentam desgaste da ramagem lateral no topo das plantas, levando
à seca de ramos, o que acaba deixando as plantas esguias e com pouca área produtiva,
provocando, ainda, deformações e cinturamento. O decote por planta elimina a parte danificada e,
ao mesmo tempo, vai reduzindo a altura dos cafeeiros, o que facilita os tratos, a colheita e reequilibra a parte aérea com o sistema radicular da planta.
As lavouras da variedade Catuai, pela maior variação produtiva entre as plantas, que
aparece já após a 3ª -4ª safras, e as lavouras adensadas são aquelas onde o decote por planta se
torna mais útil.
O decote realizado induz a formação de um “tapete de ramos” ladrões, saídos do tronco na área
inferior ao corte, essa brotação aumentando a área produtiva. Paralelamente, ocorre um crescimento dos
ramos laterais, tendendo a aumentar o diâmetro da planta, através de bifurcações e crescimento dos ramos
produtivos da parte baixa, estruturando melhor a copa do cafeeiro, que se torna mais cilíndrica.
A altura em que deve ser feito o corte, do decote, varia conforme onde se localiza a parte estragada
do topo da planta ou o cinturamento da copa, devendo-se cortar logo abaixo.Como a operação deve ser
seletiva e, portanto, executada com operação manual(máquina costal ou foice), a poda por planta se aplica
melhor às pequenas propriedades.
No ensaio realizado no CEPEC, na Zona da Mata de Minas, sobre lavoura de catuai na 4ª
safra, verificou-se (quadro 1 incluso) que o decote por apreciação foi o único sistema de poda que
melhorou, ligeiramente, a produtividade na média de 4 safras de condução do ensaio.
Quadro 1 - Produção de café em lavoura adensada (2,0x0,70m) sob diferentes tipos de poda. Martins
Soares-MG, 2006.
Tratamentos
Recepa total
Decote total
Decote alternado
Decote por apreciação
Testemunha
2003
7,0
35,6
33,7
48,1
Produção, em scs/ha
2004
2005
2006
38,5
43,9
118,2
83,0
35,3
132,7
74,4
18,9
99,6
81,5
42,5
129,8
61,5
39,2
124,9
Fonte:Matielo,J.B. et alli, Anais do 32º CBPC, Mapa/Procafé, 2006, p. 2.
Fundação Procafé
Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400
35 – 3214 1411
www.fundacaoprocafe.com.br
Média
50,1
64,5
57,1
71,9
68,4
Em cafeeiros Catuai, indo para a sexta safra, pode-se ver, em inicio de
fevereiro, a planta da direita, com o topo em reforma após o decote no ano
anterior e duas plantas (à esquerda) com o topo produtivo e em inicio de
cinturamento, as quais deverão ser decotadas após à safra presente.
Pode-se ver as plantas da esquerda e da direita que foram decotadas e a do
centro, aindadeformada, por não ter sido decotada no ano anterior.
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Decote mais baixo na planta central, entre 2 plantas sem podar. Este
sistema se aplica a lavouras abertas.
Duas plantas podados no ano anterior, com o topo conduzido, ao lado de
uma decotada baixa no ano agricola atual
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