ANALISE DOS NÚMEROS DE CASOS NOTIFICADOS DE

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ARTIGOS ORIGINAIS
ANALISE DOS NÚMEROS DE CASOS
NOTIFICADOS DE HANSENÍASE PELO
SINAN NA BAHIA
Murilo de Jesus Porto*, Leônio Novais Silva Ferreira**, Livia Mara Gomes Pinheiro***, David Jesus de
Almeida****
Autor correspondente: Murilo de Jesus Porto - [email protected]
* Enfermeiro, graduado pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), pós-graduado em Saúde Pública com Ênfase em
PSF, docente na Instituição Centro de Integração de Cursos (CAIC).
** Graduando em enfermagem pela Faculdade Independe do Nordeste (Fainor), pesquisador do Núcleo de Informação de
Dados Notificados de Tuberculose pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
*** Enfermeira, graduada pela Universidade do Sudoeste da Bahia (UESB), pós graduada em Saúde Pública pela
Universidade Estácio de Sá-RJ, em Ensino Superior pela FIOCRUZ, Urgência e Emergência pela FTC/ VC, Saúde Mental
pela UFRJ e Mestre em Ética e Gestão pela EST/ RS; Docente na Graduação de Enfermagem e Estética e Cosmética da
FAINOR-Faculdade Independente do Nordeste e dos cursos técnicos em Enfermagem do CAIC-Centro de Integração de
Cursos e técnico em Prótese Dentária no Colégio Politécnico Boock.
**** Graduando em enfermagem pela Faculdade Independe do Nordeste (Fainor), estagiário do Home Care Cuidare.
Resumo
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa ocasionada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que ocasiona diversos sinais e sintomas. Em geral, ela demora de 2 a 5 anos para surgimentos dos primeiros
sinais e sintomas, podendo atingir homens e mulheres, adultos e crianças, de todas as classes sociais, instalando-se principalmente nos nervos e na pele. O presente estudo tem como objetivo geral
analisar os números de casos notificados de hanseníase pelo Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN) na Bahia, durante o período de 2010 a 2014, e, como objetivos específicos, conhecer os casos notificados Pelo DATASUS, no período de 01 de janeiro de 2010 a 19 de Agosto de
2014, e verificar a quantidade de casos notificados em relação ao gênero. Esta pesquisa trata-se de
métodos descritiva epidemiológica com investigação bibliográfica, apresentando uma análise de caráter quantitativa do conteúdo pesquisado. Os dados foram obtidos por meio de consulta no SINAN,
fornecido pelo DATASUS pertencente ao Ministério da Saúde. Os resultados interpretados são 2.870
casos no ano de 2012, 2.534 para o ano de 2013 e 1.344 casos notificados para o ano de 2014, assim,
visa-se a necessidade de uma atenção das equipes de saúde para atingir a meta do Ministério da Saúde no sentido de erradicação dos casos. A busca desses casos possibilitou conhecer características
da referente infecção da doença no perfil Baiano.
Palavras-chave: Hanseníase; Casos Notificados; Bahia.
• Artigo submetido para avaliação em 06/10/2014 e aceito para publicação em 14/01/2016 •
DOI: 2317-3378rec.v4i2.455
ANALYSIS OF NUMBERS NOTIFIED CASES OF LEPROSY
BY SINAM IN BAHIA
Abstract
Leprosy is an infectious disease caused by the bacillus Mycobacterium leprae, which causes many signs and
symptoms. In general, it takes 2-5 years to arisings of the first signs and symptoms and may reach men and women,
adults and children of all social classes, settling mainly in the nerves and skin. This study has the general objective
to analyze the numbers of notified cases of leprosy by the Information System of Notification Grievances (ISNG) in
Bahia, during the period from 2010 to 2014, and as specific objectives, to know the notified cases by DATASUS, in
the period from January 01th, 2010 to August 19th, 2014, and verify the amount of notified cases in relation to gender.
This research comes up of epidemiological descriptive methods with research literature showing an analysis of
quantitative character of the content searched. The data were obtained through consultation in ISNG, provided by
DATASUS belonging to the Ministry of Health. The interpreted results are 2.870 cases in 2012, 2.534 for 2013 and
1.344 cases notified for the year 2014, so, it aims the necessity for attention of health teams to achieve the goal of
the Ministry of health in order to eradicate the cases. The pursuit of these cases allowed knowing characteristics
about disease infection in baiano’s profile.
Keywords: Leprosy; Notified cases; Bahia.
INTRODUÇÃO
dia, 2 a 7 anos, sendo causado por uma bactéria
em forma de bacilo denominado de Mycobacterium
leprae, que tem um alto poder de infecção e baixo poder patogênico, que atinge pele e regiões do
sistema nervoso periférico. No Brasil, a doença é
de notificação compulsória, sendo incluída como
uma das doenças de saúde pública postadas pelo
Ministério da Saúde, devido à sua alta endemicidade nos países em desenvolvimento, o que a faz
permanecer em um patamar de segundo lugar no
mundo, perdendo somente para a Índia.(2)
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa do
tipo crônica, que acompanha a espécie humana,
desde os primórdios da história. Jesus Cristo, em
uma de suas passagens bíblicas, relata ter curado
um homem com uma doença biblicamente conhecida como lepra. Esta tinha uma gravidade considerada a tal ponto, que as autoridades afastavam
as pessoas infectadas do meio social. O termo hanseníase foi oficialmente adotado no Brasil em 1976,
quando se tornou lei (nº. 9010 – Diário Oficial de
30/3/95). O termo lepra teve modificação devido à
diminuição do estigma causado no passado que
excluía do convívio social, indivíduos afetados.(1)
Em torno da década de 150 D.C., esta patologia
ficou distinta na Grécia sendo disseminada na Europa, atingindo soldados das tropas de Alexandre,
o Grande. Nas Américas, o bacilo de Hansen chegou com os colonizadores franceses, espanhóis e
portugueses, através do tráfico de escravos pela expansão das tropas marítimas. Ainda no contexto
Assim, o processo patológico é de degeneração
crônica infectocontagiosa, desse modo, causa diversos elementos de reação imunológicos agudos,
que podem ocorrer antes, durante ou depois do
tratamento. O período de incubação é de, em mé-
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histórico, os chineses colaboraram com a introdução da doença no extremo norte das Américas. Durante o século XVII, foram notificados os primeiros
casos da doença de Hansen no Brasil, sobretudo,
nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pará e, por
último, chegou ao interior. O primeiro amparo para
portadores da hanseníase foi criado no ano 1714,
no estado do Recife, sem apoio da corte Portuguesa. Logo após a fundação da casa de asilo, foi originado, no ano de 1987, o Hospital de Lázaros.(3)
A intenção deste estudo é contribuir com a reflexão e a compreensão sobre descrição e de todos os
processos que compõe esta patologia, tendo em
vista o mais importante, que é a pesquisa metodológica, que foi identificada e realizada para fins
de conhecimento de dados epidemiológicos ao público que terá acesso a este projeto. Introduz a temática, apresenta os conceitos elementares para
compreensão da mesma e traz consigo a problematização, contextualização e importância do estudo, embasado com referencial teórico bem estruturado e atualizado.
O presente estudo aborda epidemiologicamente
uma patologia que acomete cerca de 1,7 pessoas
a cada 10.000 habitantes. O bacilo de Hansen se
mostra como um dos problemas de saúde pública,
pois atinge um aumento de fluxo no percentual da
população brasileira, sendo uma das doenças que
se encaixa no quadro epidemiológico, pois se trata
de notificação compulsória pela ficha do SINAN.(1)
MÉTODOS
O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva epidemiológica com investigação bibliográfica, em que apresenta uma análise de caráter
quantitativo do conteúdo pesquisado. Os dados foram obtidos por meio de consulta no SINAN, que
serve para facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando
o processo de tomada de decisões, com vistas a
contribuir para a melhoria da situação de saúde da
população, e tem a função de atribuir aspectos de
coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo sistema de vigilância epidemiológica. Disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS),
que é um banco de informações que serve para
subsidiar análises, objetivos da situação sanitária,
tomadas de decisão baseadas em evidências e elaboração dos programas de ações de saúde.
Na atualidade, a hanseníase é um problema de
saúde pública devido ao plano do fenômeno epidemiológico relacionado à incidência do processo-doença por transmissibilidade patológica e alto índice de casos por notificação no Brasil, apresenta
taxa de detecção para 2011 com 15,88 pessoas, a
cada 1000.000 e 1,24 pessoas, a cada 10.000 para
prevalência. Além do mais, gera um fator agravante
à repercussão sóciopsicológica, que se dá através
do ocasionamento de problemas incapacitantes físicos, com uma evolução de esquema para tratamento.(4)
Perante o exposto, faz-se o seguinte questionamento: qual a situação epidemiológica do número
de casos notificados de hanseníase no estado da
Bahia, de 2010 a 2014?
A coleta de dados foi feita nos dias 12 e 14 de
agosto de 2014, sendo coletadas informações do
período de 1 de janeiro de 2010 a 19 de agosto de
2014, além disso, foram captadas referências bibliográficas no período de 2001 a 2013, em que foi
visado buscar dados epidemiológicos.
O presente estudo tem por objetivo geral de analisar os números de casos notificados de hanseníase pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) na Bahia do Período de 2010 a
2014, e como objetivos específicos conhecer os casos notificados Pelo DATASUS, no período de 01 de
janeiro de 2010 a 19 de Agosto de 2014, e verificar
a quantidade de casos notificados em relação ao
gênero.
A Bahia possui como capital Salvador, onde, no
ano de 2010, houve a população de 14.016.906
habitantes, sendo estimado para 2014: 15.126.371
habitantes. Este estado possui uma área de
564.733,177 km², apresentando uma densidade de
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hab/km² de 24,82, tendo 417 municípios, sendo os
principais, Feira de Santana, Vitória da Conquista,
Jequié, Itabuna, Ilhéus e Guanambi.(5)
de casos sob a população estimada existe de acordo os dados do IBGE. Assim, o cálculo da taxa de
incidência significa a ocorrência de casos novos relacionados à unidade por ano o qual incluem 2010,
2011, 2012, 2013 e até 19 de agosto de 2014. Cada
unidade de 2010, 2013 incluem os valores de casos
notificados de 1 de janeiro a 31 de dezembro dos
referidos anos, no caso de 2014 inclui 01 de janeiro
a 19 de agosto de 2014.
Desta forma, foram utilizados como critérios de
inclusão os veículos de publicação, sendo estes artigos e dissertações, o idioma de publicação foi o
português, as referências tiveram como objetivos
os métodos preventivos para a identificação dos
casos de hanseníase e, por fim, foram utilizadas
como critério de exclusão, bibliografias de estudos
realizados em serviços especializados.
Portanto, por se tratar de um banco de domínio
público, sem lidar diretamente com pesquisas com
seres humanos não foi necessário submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa, como consta
na portaria na resolução nº 466, de 12 de dezembro
de 2012- do inciso III onde relata os aspectos éticos
da pesquisa envolvendo seres humanos.(7)
O estudo exploratório ajuda na identificação da
familiaridade com o problema, esse tipo de pesquisa tem como principal objetivo o aprimoramento
de conceitos ou a descoberta de intuições em novas ideias. A pesquisa exploratória é extremamente importante por aspectos de flexibilidade, voltada
aos conhecimentos de sua importância. Já a pesquisa bibliográfica, amplia a explanação ao explicar
e mostrar um problema, utilizando certos conhecimentos disponíveis a partir das teorias publicadas
em livros e artigos literários.(6)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O intuito maior dos programas de controle da hanseníase é promover e manter a mobilização social
e educação dirigida à população, aos contatos, aos
profissionais de saúde sobre a presença de manchas e áreas dormentes, o tratamento e a cura,
através da realização de campanhas, palestras, etc.
A abordagem do estigma é de fundamental importância para a desvinculação do termo lepra da hanseníase.(8)
Os dados foram tabulados por meio do gerenciamento de Banco de Dados Microsoft Excel 2010,
através do qual, deu-se origem aos gráficos, e analisados comparativamente, à luz do referencial
teórico.
No que se refere a tabela 4, foi calculado um valor estimado de acordo com índice de prevalência
Tabela 1 - Distribuição em números de casos notificados de Hanseníase no período de 2010 a 2014 na Bahia
Ano dos casos
Nº de casos
2010
2.779 NOTIFICAÇÕES
2011
3.025 NOTIFICAÇÕES
2012
2.870 NOTIFICAÇÕES
2013
2.534 NOTIFICAÇÕES
2014
1.344 NOTIFICAÇÕES
Fonte: SINAN- DATASUS/Ministério da Saúde, 2014.
aos anos seguintes, é de importância salientar que,
devido aos grandes investimentos nos programas
Como se pode perceber, a maior frequência é no
ano de 2011, após isto, vem um declínio referente
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de controle da hanseníase na rede de atenção básica, a tendência seria diminuir os números de casos
anualmente.
Segundo a OMS, existe um termo denominado
13º termo de cooperação, que visa o apoio ao Ministério da Saúde para erradicar os casos de hanseníase no Brasil, atendendo a todos os níveis de prevenção e orientando indivíduos infectantes sobre o
tratamento adequado para eliminação.(10)
A medicina no Brasil, desde o começo da colonização até o inicio do século XIX, constitui-se a
partir da fusão de várias formas medicinais, inclusive para o caso da hanseníase. Afinal, como não
se tinha certos conhecimentos científicos sobre a
referida patologia, eram realizadas várias tentativas para cura da doença. Com o passar do tempo,
formulas mais eficientes para o seu tratamento foram descobertas.(9)
Assim, o objetivo do ministério da saúde é eliminar o bacilo de Hansen, o que fará-lo deixar de ser
problema de saúde pública, desse modo, descentralizará os serviços de diagnóstico e tratamento
para a rede básica de saúde, ampliando o acesso e
promovendo a universalização da cura.(11)
Tabela 2 - Distribuição em números de casos notificados conforme classificação patológico no período de 2010 a 2014
na Bahia
Ano dos casos
Multibacilar
Paucibacilar
2010
235 notificações
159 notificações
2011
222 notificações
152 notificações
2012
224 notificações
109 notificações
2013
209 notificações
169 notificações
2014
Não se aplica
Não se aplica
Fonte: SINAN- DATASUS/Ministério da Saúde, 2014.
O quadro acima mostra a classificação patológica indicando uma maior incidência multibacilar
nos anos de 2010 (235 casos confirmados) e 2012
(224 notificações), desta maneira cruzando com os
casos de paucibacilar avalia-se os maiores índices
nos anos de 2010 e 2013, esse processo de classificação mostra a quantidade de lesão dermatológica
o qual a pessoa infectada apresenta em seu ciclo
patológico. Em relação ao ano de 2014 não se aplica para nenhuma das duas classificação conforme
o site DATASUS, a isso se avalia, devido ao processo de investigação epidemiológica sendo que
o paciente ainda possui em estado de tratamento
patológico.
mica sulfona. Posteriormente, por volta do ano de
1964, os estudiosos Pettit & Rees realizaram maiores estudos sobre a resistência do monotepico da
sulfona através da inoculação do Mycobacterium leprae, padronizado por Shepard.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), na
década de 1980, recomendou o uso do esquema
da poliquimioterapia (PQT), como medida primária para o tratamento adequado contra o bacilo de
Hansen, sendo assim, houve a cura de mais de
11 milhões de pacientes de hanseníase. O efeito
mencionado no uso da PQT foi concreto e crucial
para a medida de tratamento aos portadores, o que
influenciou no controle do fluxo de entradas e saídas dos casos de hanseníase em registro ativo e a
inclinação do coeficiente de prevalência nos países
endêmicos.(12)
O diagnóstico da doença e a classificação operacional do paciente em Pauci ou em Multibacilar
é importante para que possa ser selecionado o esquema de tratamento quimioterápico adequado ao
caso. O domínio do bacilo de Hansen iniciou-se na
década de 40 em que era aplicada a substância quí-
Os profissionais que operam nos serviços primários de saúde precisam ser prudentes em relação à
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identificação dos sinais e sintomas para poderem
realizar a suspeição diagnóstica da patologia. Neste caso, a capacitação deve consistir também na
inclusão da comunidade em geral, para que possa
tomar as medidas corretas através da procura urgente de uma unidade básica de saúde ou hospitalar.(13)
Tabela 3 - Distribuição em números de casos notificados de Hanseníase no período de 2010 a 2014 na Bahia em
relação ao gênero
GENERO
ANO
2011
MASCULINO
1.437
1.571
FEMININO
1.342
1.454
2012
1.575
1.295
2013
1.325
1.209
2014
685
659
2010
Fonte: SINAN - DATASUS/Ministério da Saúde, 2014.
Em relação ao gênero, avalia-se que, no ano de
2011, houve valor absoluto de 1.571 casos notificados no sexo masculino, chegando aproximar-se do
número atingido em 2012. No gênero feminino, há
um aumento de casos no ano de 2011. O que indica que, no ano seguinte, a hanseníase se tornou
elevada, fato que é um alerta para a saúde publica
no Brasil.
No Brasil, até o início da década de 90, os dados registrados de hanseníase mostram uma alta
prevalência da doença e um aumento da sua incidência em todo o território nacional. Em 2007,
no Brasil, o coeficiente de detecção de novos casos alcançou o valor de 21,08/100.000 habitantes
e o coeficiente de prevalência de 21,94/100.000
habitantes. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam as mais elevadas taxas, seguidas da região
Nordeste, e foi considerada eliminada como problema de saúde pública no Estado de São Paulo,
em 2005. Apesar da redução na taxa de prevalência
observada nesse período, a hanseníase ainda constitui um problema de saúde pública no Brasil.(14)
Estudos que indicam o perfil da doença em um
município de São Paulo, do ano de 2000 a 2006,
mostram que o processo patológico é comum em
homens, apresentando o valor relativo de 16,3%
dos casos, e, em mulheres, apresenta 13,3% das
notificações.(13)
Tabela 4 - Índice de incidência nos números de casos notificados no período de 2010 a 2014 na Bahia
ANO DOS CASOS
TAXA DE INCIDÊNCIA
%
2010
0,02779
0,28
2011
0,03025
0,30
2012
0,02870
0,29
2013
0,02534
0,25
2014
0,01344
0,13
Fonte: SINAN- DATASUS/Ministério da Saúde, 2014.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tabela 4, mostra que o indicador epidemiológico da taxa de incidência apresenta maior índice
nos anos de 2011 e 2012, desta forma transformando em porcentagem para o ano de 2010 a taxa de
incidência equivale a 0,28% estimada em cima da
população existente, já no de 2011 há um valor para
0,30%, 2012 com 029%, 2013 apresenta 0,25% e
por fim 2014 com 0,13% equivalente.
As características epidemiológicas e clínicas da
hanseníase identificados no estudo em questão retratam uma elevação patológica nos anos de 2011,
2012 e 2013 havendo a diminuição gradual no ano
seguinte analisando a compreensão do perfil epidemiológico com diagnóstico sendo de essencial
importância para a construção de estratégias direcionadas para esse grupo, desenvolvidas pela gestão, em conjunto com a população.
Se tratando de maneira em geral no ano de 2010,
o coeficiente de casos notificados no Brasil era 1,56
casos/10 mil por habitantes, o que concebe uma
inclinação de 8%, em relação ao valor do coeficiente de 2004, no qual apresentou 1,7 casos/10 mil
habitantes, mas, em algumas regiões, exige-se as
ações epidemiológicas para a eliminação da doença, justificadas por um modelo de elevada endemicidade.(15)
Com os dados obtidos, pôde-se observar que
houve um aumento significativo de casos no período de 2010 e 2011, o que deixa os gestores da
saúde em estado de alerta acerca do problema. O
que se pode fazer em relação a isso é levar em conta o aperfeiçoamento em termos de estudos para a
identificação dos casos, incluindo também as buscas ativas para se erradicar os números novos de
casos e tratar até o final os casos já existentes. Isto
significa aprimorar as ferramentas epidemiológicas para o estudo da relação do homem com o conhecimento para erradicação patológica.
No Brasil, a terapêutica empregada para todos
os tipos de doenças existentes, desde a época da
colonização, era baseada em plantas medicinais,
com forte influência da medicina indígena. Depois
houve influências da medicina usada pelos jesuítas
e africanos, que também utilizavam de plantas nativas, em larga escala.(16)
É necessário que os gestores se debrucem sobre esse problema, que é também social, criando
formas de ações educativas de promoção da saúde
no âmbito dos serviços e da coletividade; vigilância epidemiológica: identificação, acompanhamento dos casos, exame de contato e notificação ao
Sistema de Informação de Agravos de NotificaçãoSINAN; diagnóstico de casos de hanseníase, avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade; exame dos contatos, orientação e apoio,
mesmo que o paciente esteja sendo atendido em
serviço de atenção básica de saúde e o tratamento
com poliquimioterapia padrão.
É válido ressaltar que, epidemiologicamente, a
situação de hiperendemicidade do Sudoeste da Bahia e a necessidade de conhecer o perfil relacionado às condições socioeconômicas, demográficas,
ambientais e às incapacidades físicas dos portadores de hanseníase, podem fornecer subsídios para
a implementação de medidas de controle da endemia.(5)
A falta de capacitação por parte dos profissionais que lidam no ambiente da saúde gera um sinal de fraqueza diante dos problemas, no âmbito
da qualidade do atendimento prestado por profissionais aos portadores de hanseníase. Neste caso,
é de fundamental importância a capacitação por
meio de uma educação continuada aos serviços de
saúde, para que estes possam diagnosticar e tratar
devidamente o quadro de pessoas infectadas pelo
bacilo de Hansen.(12)
No Brasil, principalmente nos municípios, faz-se
necessário energizar as ações de vigilância no controle da hanseníase, especialmente para analise do
diagnóstico e tratamento, por parte dos profissionais. Além disso, é de suma importância o aperfeiçoamento dos mesmos quanto aos sistemas de
informação para poderem notificar corretamente na garantia do monitoramento epidemiológico
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143
7. Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância em saúde:
dengue, esquistossomose, hanseníase, malaria,
tracoma e tuberculose. 2ª ed. Brasília, DF;
2008. (Caderno de Atenção Básica)
da hanseníase, tendo em vista a obtenção da meta
do Ministério da Saúde na eliminação patológica
como problema de saúde pública.
Podemos analisar que os casos de hanseníase
devem ser notificados de acordo com o Ministério
da Saúde e tratados. Deve-se também orientar os
profissionais de saúde, agentes comunitários e população em geral para todos contribuírem na erradicação do bacilo de Hansen. Apesar de haver um
avanço na ciência mundial, a doença da época antes de Jesus Cristo continua presente no cotidiano
da sociedade.
8. Brasil. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de
2012. Diretrizes e normas de pesquisas. Diário
Oficial da União, Brasília, DF; 2012.
9. Conti JO, Almeida SND, Almeida JA. Prevenção
de incapacidades em hanseníase: relato de
caso SALUSVITA. 2013;32(2):163-174.
10. Carvalho Filho R, Santos SS, Pinto NMM.
Hanseníase: detecção precoce pelo enfermeiro
na atenção primária. Rev. enferm. integrada.
2010:3(2):606-620.
11. Cunha AZS. Hanseníase: aspecto da evolução
do diagnóstico, tratamento e controle. Ciênc.
saúde coletiva. 2002;7(2):240-241.
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transmissíveis. 2ª ed. São Paulo: Martinari;
2006.
12. Boechat N, Pinheiro LCS. A hanseníase e a
sua quimioterapia. Rev. Virtual de Química,
2012;4(3):247-256.
2. Alves CJM, Barreto JA, Fogagnolo L, Contin
LA, Nassif PW et al. Avaliação do grau de
incapacidade dos pacientes com diagnóstico
de hanseníase em Serviço de Dermatologia do
Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop.
2010;43(4):460-461.
13. Fracaroli TS, Miranda LQ, Bringel DM, Obadia
DL, Daxbacher ELR et al. Importância da clínica
no diagnóstico da hanseníase. Rev. Hospital
Pedro Ernesto. 2011;10(1):29-35.
14. IBGE. Contagem Nacional de População. Rio de
Janeiro; 2014.
3. Ferreira SMB, Ignotti E, Senigalia LM, Silva
DRX, Gamba MA et al. Recidivas de casos de
hanseníase no Estado de Mato Grosso. Rev.
saúde pública. 2010;44(4):650-657.
15. Ignotti E, Cardoso PR. Situação epidemiológica
da hanseníase no Brasil: análise de indicadores
selecionados no período de 2001 a 2010.
Brasília, DF: Secretaria de Vigilância em Saúde;
2011.
4. Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma
Agrária. Normais climatológicas. Brasília; 2001.
16. Marconi MA, Lakatos EM. Fundamentos de
metodologia científica. 6ª ed. São Paulo: Atlas;
2007.
5. Brasil. Guia de vigilância epidemiológica. 6ªed.
Brasília, DF; 2005.
6. Miranzi SSC, Pereira LHM, Nunes AA. Perfil
epidemiológico da hanseníase em um município
brasileiro, no período de 2000 a 2006. Rev.
Soc. Bras. Med. Trop. 2010;43(1):62-67.
17. Minas Gerais. Secretaria do Estado de Saúde
de Minas Gerais. Atenção à Saúde do Adulto
Hanseníase: Saúde em Casa. Belo Horizonte;
2006
· Revista Enfermagem Contemporânea. 2015 Jul./Dez.;4(2):137-144 ·
144
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