1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONOMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTROLADORIA E GESTÃO EMPRESARIAL O CONTROLE INTERNO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: um estudo de caso em uma empresa de serviços Ijuí - RS 2011 2 FABIANO BITENCOURT PADILHA O CONTROLE INTERNO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: um estudo de caso em uma empresa de serviços Trabalho de conclusão apresentado no Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Controladoria e Gestão Empresarial do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da Unijuí, como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Controladoria e Gestão Empresarial. Profa. Orientadora: Ms. Eusélia Paveglio Vieira Ijuí, RS, novembro/2011 3 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais e ao meu irmão pelo apoio e incentivo. A minha noiva pelo apoio e compreensão. A minha Mestre Professora Eusélia Paveglio Vieira pela orientação na elaboração do deste trabalho de pós-graduação. Aos demais mestres e doutores do curso de pós-graduação, pela contribuição que dispensaram para minha evolução e formação profissional. Ao proprietário da empresa objeto de estudo, que possibilitou a realização deste trabalho de pós-graduação. E principalmente a Deus, pela oportunidade da vida. 4 SUMARIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 8 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................. 9 1.1 Delimitação do tema .................................................................................................................. 9 1.2 Caracterização da Empresa ........................................................................................................ 9 1.3 Problema .................................................................................................................................. 10 1.4 Objetivos.................................................................................................................................. 11 1.4.1 Objetivo geral ......................................................................................................................................11 1.4.2 Objetivos específicos...........................................................................................................................11 1.5 Justificativa .............................................................................................................................. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 13 2.1 Conceito Auditoria .................................................................................................................................13 2.2 Auditoria Operacional ............................................................................................................................13 2.2.1 Objetivos da auditoria operacional ......................................................................................................14 2.3 Controle ..................................................................................................................................................14 2.3.1 Elementos necessários ao controle ......................................................................................................15 2.3.2 Classificação do controle ....................................................................................................................15 2.3.2.1 Quanto à fase do processo de gestão ................................................................................................16 2.3.2.2 Quanto ao nível ................................................................................................................................16 2.3.2.3 Quanto à interferência externa .........................................................................................................17 2.3.3 Processo de controle ............................................................................................................................17 2.3.4 Limitações do controle ........................................................................................................................18 2.3.5 Requisitos para o controle ...................................................................................................................18 2.3.6 Controle interno ..................................................................................................................................19 2.3.6.1 Controles contábeis ..........................................................................................................................19 2.3.6.2 Controles administrativos .................................................................................................................20 2.3.7 Princípios fundamentais do controle interno .......................................................................................20 2.3.8 Características de um sistema de controle interno ..............................................................................21 2.3.9 Custo /benefício ..................................................................................................................................22 2.3.10 Objetivos do controle interno ............................................................................................................22 2.3.10.1 Salvaguardar os interesses da empresa...........................................................................................23 2.3.10.2 Precisão e confiabilidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais. ............23 2.3.10.3 Estimulo à eficiência operacional...................................................................................................24 5 2.3.10.4 Aderência às políticas existentes ....................................................................................................24 2.3.11 Categorias de controle interno...........................................................................................................25 2.3.11.1 Controles organizacionais, inclusive segregação de funções. ........................................................25 2.3.11.1.1 Segregação de funções ................................................................................................................26 2.3.11.1.2 Pessoal .........................................................................................................................................26 2.3.11.2 Controle do sistema de informação ................................................................................................26 2.3.11.3 Controles de procedimentos ...........................................................................................................26 2.3.12 Importância do controle interno ........................................................................................................27 2.3.13 Centros de controle............................................................................................................................28 2.3.13.1 Centro de custos .............................................................................................................................28 2.3.13.2 Centros de lucro .............................................................................................................................28 2.3.13.3 Centros de investimentos ...............................................................................................................29 3 METODOLOGIA..................................................................................................................... 30 3.1 Classificação da pesquisa ........................................................................................................ 30 3.2 Plano de coleta de dados.......................................................................................................... 32 3.2.1 Instrumentos de coleta de dados..........................................................................................................32 3.2.2 Plano de analise e Interpretação dos dados .........................................................................................33 4 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO ............................................................................. 34 4.1 Cenário atual ............................................................................................................................ 34 4.2 Controles internos existentes na empresa ................................................................................ 35 4.2.2 Controles internos do disponível (caixa e banco) ...............................................................................36 4.2.3 Controle interno de vendas, contas a receber e recebimentos .............................................................37 4.2.4 Controle interno das compras, contas a pagar e pagamentos ..............................................................39 4.3 Análise e proposta de melhorias dos controle internos existentes na empresa ....................... 39 4.3.1 Aspectos gerais....................................................................................................................................39 CONCLUSAO.............................................................................................................................. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 45 6 LISTA DE APÊNDICES APÊNDICES ................................................................................................................................ 47 APÊNDICE A - Questionário de procedimentos de controle interno ..........................................................48 APÊNDICE B – Modelo de recibo de retirada ............................................................................................53 APÊNDICE C – Modelo de saída de valores para viagem ..........................................................................53 APÊNDICE D – Modelo relatório de viagem .............................................................................................54 APÊNDICE E – Modelo controle de conta bancária ..................................................................................55 APÊNDICE F – Modelo pedido de compra ................................................................................................55 APÊNDICE G – Modelo ordem de abastecimento .....................................................................................56 7 RESUMO CONTROLE INTERNO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: Estudo de Caso O presente trabalho trata-se de um estudo de caso realizado em uma empresa prestadora de serviço, localizada na cidade de Santa Maria-RS, tendo com objetivo levantar o sistema de controles internos existente no departamento financeiro e sugerir, caso necessário, melhorias e adequações. O desenvolvimento deste trabalho foi fundamentado numa pesquisa bibliográfica seguida de um estudo de caso. A técnica de coleta dos dados utilizada para este estudo foi à aplicação de um questionário de procedimentos de controles internos. Concluiuse que a empresa utiliza procedimentos de controle interno no seu departamento financeiro e que alguns destes procedimentos necessitam de melhorias para que os objetivos de controlar os ativos, de salvaguardar o patrimônio e de suprir o gestor com informações fidedignas, sejam alcançados. Palavras chaves: informações, gestor, controle interno. 8 INTRODUÇÃO O trabalho foi realizado com o objetivo de analisar as ferramentas de controle interno de uma empresa prestadora de serviço. O controle interno vem sendo cada vez mais explorado dentro das instituições como uma ferramenta de gestão, com a qual o controller absorve o máximo de informações administrativas e toma decisões. A empresa que ingressar ou até mesmo continuar no mercado competitivo deve, primeiramente, atentar para fatos que ocorrem dentro da instituição, como analisar os controles utilizados, atestando a sua eficiência e eficácia. Embora o avanço tecnológico auxilie os gestores, é fundamental verificar se as ferramentas estão sendo redigidas de forma sustentável e confiável. Para isso, a utilização de controles internos na empresa é de suma importância para o andamento das movimentações da instituição. O presente relatório apresenta no capítulo um a contextualização do estudo, na qual foi definido o tema, a empresa objeto de estudo, o problema, os objetivos e a justificativa. Na sequência, o capítulo dois envolve a revisão da literatura referente à auditoria e controle interno. Posteriormente, no capitulo três é apresentada a metodologia que foi utilizada no desenvolvimento do estudo, desde a classificação da pesquisa até a análise e interpretação dos dados, culminando com o cronograma de atividades e com a bibliografia consultada até o momento. No capítulo quatro é desenvolvido o estudo de caso, analisando os controles que a empresa utilizava. Finalmente, o relatório apresenta as considerações finais seguido da bibliografia consultada durante a realização desse estudo. 9 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO O controle interno nas organizações é fundamental, uma vez que os gestores necessitam de ferramentas que possam medir e identificar os processos desenvolvidos dentro da organização. Este capítulo apresenta o objeto da pesquisa, seguido da caracterização da empresa na qual foi aplicada à pesquisa, o problema do estudo, os objetivos da pesquisa e a justificativa do mesmo. 1.1 Delimitação do tema Controle interno é toda ferramenta utilizada para controlar as atividades da empresa. Segundo Rodil (2000), controles internos são todos os processos e rotinas, de natureza administrativa ou contábil, destinados a fazer com que na empresa os colaboradores respeitem e adiram às políticas traçadas pela alta administração; os ativos tenham sua integridade protegida; e as operações sejam adequadamente registradas, em sua totalidade, e nos registros contábeis e fidedignamente retratadas pelas demonstrações financeiras. Delimitou-se a pesquisa em analisar o Sistema de Controles Internos de uma empresa prestadora de serviço de suporte de sistema (software) contábil, localizada na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de março de 2011 a agosto de 2011. 1.2 Caracterização da Empresa A empresa estudada tem como atividade prestação de serviço em software contábil, contando atualmente com 10 colaboradores, em torno de 450 clientes, dos quais 90% são escritórios contábeis e os outros 10% são empresas dos mais diversos setores. A atividade da empresa é implantar o sistema contábil e dar suporte sobre o software na empresa. No setor comercial, a empresa é composta por 1 vendedor, já no setor de suporte técnico conta com 7 colaboradores, mais 2 colaboradores no setor administrativo. 10 A atuação da empresa se estende a toda região com o DDD 55, mais as cidades de Estrela Velha e Cachoeira do Sul, ambas com DDD 51, possuindo sua sede em Santa Maria e sucursal em Ijuí, todas no Rio Grande do Sul. 1.3 Problema Os controles internos têm como propósito salvaguardar o patrimônio, verificar a veracidade dos dados contábeis, auxiliar na tomada de decisão do gestor e promover a eficiência operacional do sistema da empresa. Para Almeida (2003, p. 63), “O controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa”. Quando uma nova empresa entra no mercado e dá inicio as suas atividades, num primeiro momento os empresários não vislumbram a quantidade e a complexidade das operações que originam da atividade da empresa, como por exemplo, a saída e entrada de caixa, as compras à vista e a prazo, a análise de créditos de clientes, a necessidade de controlar e analisar as receitas, as despesas e os custos. Alguns gestores não diferenciam o custo da despesa, não controlam seus ativos, o cadastro de clientes e fornecedores, a segmentação de mercados, bem como não conseguem viabilizar novas unidades, descentralização das decisões, mudanças nas estruturas organizacionais, delegação de responsabilidades a gerentes, supervisores e funcionários. Assim, à medida que a empresa cresce no mercado, a disposição de um controle interno adequado que possa servir de ferramenta de gestão é fundamental. Sem esse controle ficará a mercê de erros, fraudes e/ou desvios durante a execução de suas atividades, baseando-se em informações distorcidas para a tomada de decisão. Desta forma, a necessidade de controle se dá pela incapacidade operacional de se ter controles eficientes sobre todas as operações importantes para a manutenção da empresa no mercado ao qual está inserida. 11 Frente a isso, faz-se o seguinte questionamento: Como propor a implantação de um Sistema de Controles Internos capaz de ser utilizado como ferramenta de gestão, controlando operações, salvaguardando o patrimônio e suprindo os gestores com informações gerenciais? 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo geral O objetivo desta pesquisa é avaliar o Sistema de Controles Internos existente na empresa estudada, com o propósito de bem controlar as operações e servir como ferramenta de gestão eficaz na obtenção de informações gerenciais seguras e úteis aos gestores para a tomada de decisão. 1.4.2 Objetivos específicos - Revisar na literatura conceitos e aplicabilidade dos controles internos; - Mapear o Sistema de Controles Internos existente; - Realizar testes para avaliar a eficácia dos controles existentes; - Avaliar a implantação de novos controles; - Analisar a contribuição para a gestão da atividade dos controles existentes e sugeridos. 1.5 Justificativa O tema controle interno é fundamental em qualquer organização contemporânea, independente do tamanho de sua estrutura, sendo necessário que o controller esteja ciente de que a ferramenta que está a sua disposição pode auxiliar o administrador na tomada de decisões. Este estudo visou avaliar se a empresa objeto está utilizando corretamente os controles internos em sua organização e verificar se há falhas em seus procedimentos. A sociedade tem, com esse trabalho, um manual de avaliação de controles para uma empresa prestadora de serviços, possibilitando a adoção de alternativas apresentadas no 12 trabalho. Já a instituição de ensino tem mais uma contribuição que pode ser utilizada por alunos para os futuros trabalhos na área de controle interno. Na condição de pós-graduando de Controladoria e Gestão Empresarial, foi muito útil o desenvolvimento deste estudo em minha vida profissional, pois meu trabalho está diretamente ligado à área da minha pós-graduação, permitindo a possibilidade de atuar como controller, de avaliar como estão sendo utilizadas as ferramentas de controle e se estão sendo utilizadas corretamente. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA Este capítulo apresenta a revisão bibliográfica, base fundamental para o desenvolvimento do estudo aplicado, envolvendo o tema da pesquisa o controle interno como ferramenta de gestão, abordando os temas de auditoria, auditoria operacional e seus objetivos, controle seus objetivos, 2.1 Conceito Auditoria Auditoria é uma ferramenta utilizada para verificar o sistema de controle de uma instituição, segundo Attie (2010, p.5) “A auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado.” Auditoria além de verificar as deficiências do controle interno é utilizada para atestar as ferramentas do sistema financeiro e apresentar recomendações para a sua melhor utilização. A auditoria é uma ferramenta que serve para a revisão do sistema financeiro, transações e operações que ocorrem na empresa cujo objetivo é assegurar a integridade das informações e gerando assim credibilidade as demonstrações contábeis. Um dos objetivos da auditoria é o exame das demonstrações contábeis, cabendo assim ao auditor expressar sua opinião sobre as demonstrações auditadas. Conforme Attie (2010, p.11) “... auditoria das demonstrações contábeis é expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas, e assegurar que elas representem em seu conjunto adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações...” 2.2 Auditoria Operacional A auditoria operacional como o próprio nome diz tem como objetivo avaliar as operações e os procedimentos condizente ao processo operacional da empresa, com a 14 finalidade de expor uma opinião sobre a gestão quanto aos pontos da sua eficácia e sua eficiência, assim auxiliando os gestores para as tomadas de decisões. Segundo Cook (1976 p. 253) “... avaliação abrangente das operações de uma empresa, com a finalidade de informar a administração se as várias atividades são ou não cumpridas de um modo compatível às políticas estabelecidas, com vistas à consecução dos objetivos.” 2.2.1 Objetivos da auditoria operacional A auditoria operacional tem objetivos exemplos: a) verificar e comparar as diretrizes adotadas pela empresa e a sua utilização; b) avaliar os controles internos da instituição; c) apontar os procedimentos não utilizados na operação e orientar para a sua correção; d) identificar as operações de riscos a empresa e propor a solução; e) otimizar o desempenho dentro da organização através de sugestões positivas; f) verificar as políticas de preservação do ativo e do patrimônio; g) assegurar da segurança e da fidedignidade do sistema financeiro, administrativo da instituição; h) analisar os objetivos da empresa e identificar os motivos de causa que não proporcionaram a empresa ao chegar ao seu objetivo; i) identificar os setores que ocorrem aumento ou a diminuição dos custos e também das receitas; j) recomendar a instituição a implantação de ferramentas auxiliares para assim conseguir uma melhor gestão. 2.3 Controle O controle constitui uma das bases da administração, sua inexistência ou suas deficiências têm reflexos diretos com as demais funções. Para Stoner e Freemam (1985, p. 5) “a administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”, conforme Almeida (2003, p.63) “o controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração...” 15 Para Attie (2000, p.114) Um sistema de controle interno bem desenvolvido pode incluir o controle orçamentário, custos-padrão, relatórios operacionais periódicos, análises estatísticas, programas de treinamento de pessoal e, inclusive, auditoria interna. Pode também, por conveniência, abranger atividades em outros campos, como, por exemplo, estudo de tempos e movimentos, e controle de qualidade. 2.3.1 Elementos necessários ao controle Conforme Mosimann e Fisch (1999, p. 73), “no processo de verificação da maneira como a organização está indo para a situação desejada, diversos elementos interagem continuamente”. Dentre estes elementos, alguns são destacados: - O gestor: o indivíduo que pode tomar decisões com a finalidade de alcançar os objetivos planejados numa atividade da qual é responsável; - A controladoria: órgão responsável pelo projeto e administração do sistema por meio do qual se coleta e relata a informação econômica da empresa; - O sistema de informações: como suporte ao sistema de gestão fornece as informações necessárias ao processo de tomada de decisões com vistas às noções corretivas; - O manual de organização: instrumento empresarial que contém organograma e informações complementares necessárias a sua compreensão e interpretação, por exemplo, a missão, os objetivos e as metas da empresa e de cada área, descrição das funções desempenhadas em cada área e denominação dos respectivos cargos; - Os critérios de avaliação dos gestores: o desempenho de cada gestor pode ser avaliado com base em critérios financeiros e ou não financeiros estabelecidos pelos seus superiores hierárquicos; e - Accountability: obrigação de se reportar os resultados obtidos. 2.3.2 Classificação do controle Para Mosimann e Fisch (1999, p. 76), “o controle pode ser caracterizado de diversas formas, dependendo do enfoque”. Dessa maneira, pode ser diferenciado da seguinte forma: - Quanto à fase do processo de gestão; - Quanto ao nível; e 16 - Quanto à interferência externa. 2.3.2.1 Quanto à fase do processo de gestão - Pré-controle: também denominado de controle antecedente, prévio, preliminar ou preventivo, refere-se às atividades de controle e avaliação efetuadas antes da ocorrência do evento ou fato que se pretende controlar, com o intuito de prevenir ou impedir a ocorrência de atos indesejáveis; - Controle concomitante: também denominado atual, corrente ou em tempo real, refere-se às atividades de controle e avaliação efetuadas ao mesmo tempo de ocorrência do evento ou fato que se pretende controlar, ajustando-se o desempenho ainda em curso a fim de se alcançar um objetivo; e - Pós-controle: também denominado controle subseqüente ou corretivo, refere-se às atividades de controle e avaliação efetuadas após a ocorrência do evento ou fato que se pretenda controlar. 2.3.2.2 Quanto ao nível - Estratégico: consiste na verificação das relações da empresa com o ambiente, comparação com as diretrizes estratégicas e decisões de alteração de objetivos em função de mudanças ambientais e conseqüentes ameaças e oportunidades à empresa, má condução do negócio, ou falsas premissas na elaboração das diretrizes estratégicas; - Tático: consiste na verificação das relações de cada área de responsabilidade da empresa com seu ambiente, comparação com o respectivo plano tático e decisões de alteração de objetivos em função de mudanças ambientais e conseqüentes ameaças e oportunidades à empresa e mais diretamente àquela área, má gestão da área ou falsas premissas na elaboração do plano tático (ou estratégico, com reflexos na área); e - Operacional: consiste na verificação do cumprimento das metas estabelecidas no plano operacional (como o plano orçamentário) das áreas e da empresa como um todo. Está ligado também à execução pela verificação dos desvios em relação aos padrões existentes no momento da execução do plano orçamentário. 17 2.3.2.3 Quanto à interferência externa - Controle de circuito fechado: é aquele em que o sistema em que é aplicado gera todas as informações necessárias à realização do ciclo de controle e produz a retroalimentação suficiente para manter o desempenho futuro do sistema dentro dos padrões de normalidade; e - Controle de circuito aberto: é aquele em que as informações geradas no próprio sistema são suficientes para completar o ciclo, exigindo a interferência de um elemento que toma decisões por meio de seu julgamento e determinação da ação com o auxílio de informações provenientes de outros sistemas. 2.3.3 Processo de controle De acordo com Mosimann e Fisch (1999, p. 78-79), o processo de controle abrange as seguintes atividades: - Estabelecimento de objetivos, metas e padrões que se refletem em procedimentos, normas de conduta, ética profissional e normas de trabalho, devendo estar sempre relacionados com a perfeita compreensão do resultado desejado. Os padrões devem ser expressos em alguma unidade de tempo, dinheiro, unidade física ou por meio de índices. As metas e os padrões devem ser introduzidos no sistema de informações. - Observação do desempenho de maneira sistemática e coerente com os objetivos, metas e padrões estabelecidos, selecionando-se o que medir e como medir, com o intuito de alimentar o sistema de informações com os dados referentes às atividades realizadas. - Comparação do desempenho real com o esperado, desde que haja limites determinados dentro dos quais essa variação pode ser aceita como normal ou excepcional (Princípio da Administração por Exceção) e emissão de relatórios de desempenho pelo sistema de informações, contendo as metas e os padrões estabelecidos, os dados sobre as atividades realizadas e as respectivas variações entre o planejado, o padrão de execução e o realizado. - Comunicação do desempenho com as alternativas de ação em decorrência de variações relevantes. A ação subseqüente escolhida poderá ter efeitos a curto e a longo prazos. A eficácia das ações depende de requisitos que devem ser preenchidos pelos relatórios enquanto instrumentos de comunicação, como: compreensão e aceitação dos gestores que os utilizam e daqueles cujos resultados estão sendo analisados; capacidade de antecipar e relatar desvios em tempo, para permitir ação corretiva antes que desvios mais sérios possam ocorrer; flexibilidade para permanecer compatível com as mudanças do ambiente organizacional; capacidade de transmitir os estímulos necessários a uma visualização fácil pelo gestor e de indicar as alternativas de ação corretiva possíveis, da maneira mais econômica. - Ação corretiva correspondente às medidas ou providências adotadas para eliminar os desvios significativos detectados nos relatórios de desempenho. Esta atividade tem um papel fundamental, pois sem ela o controle torna-se um exercício sem substância. A ação corretiva pode levar à alteração dos padrões ou mesmo das metas de resultados estabelecidos para um determinado período. - Acompanhamento da ação corretiva, pois um bom sistema de controle permite localizar possíveis dificuldades ou mostrar tendências significativas para o futuro. 18 Essas informações alimentarão o processo de planejamento do próximo ciclo decisório, configurando o conceito de controle com o um processo circular. 2.3.4 Limitações do controle Conforme Almeida (2003, p.70,71) as limitações o controle interno são principalmente com relação a: - conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa; - os funcionários não são adequadamente instruídos com relação às normas internas; - funcionários negligentes na execução de suas tarefas diárias. Fernandez (1989 apud MOSIMANN & FISCH, 1999) destaca alguns perigos da formalização de controles a serem exercidos, como: - perigo de que as regras se tornem mais importantes que os próprios objetivos, para cuja consecução elas devem contribuir; - as regras se converterem em segurança par alguns tipos de empregados. No entanto, como muitos valorizam a liberdade individual, podem entendê-la como uma verdadeira camisa-deforça; - a adoção excessiva de normas que acarretem conseqüências negativas para as pessoas da organização, pois poderão ser tratadas com muita impessoalidade; - a preocupação excessiva com a rigidez no cumprimento das regras, levando as pessoas da organização a um grau exagerado de conservadorismo e tecnicismo; e - a formalização tende a ser menor nos níveis mais altos da organização. 2.3.5 Requisitos para o controle Guerreiro (1989 apud MOSIMANN & FISCH, 1999) define algumas premissas para que haja controle global da empresa, no âmbito do sistema de gestão: - deve haver controle de atividades; - o controle deve ser executado nas áreas operacionais, na administração das áreas operacionais e na empresa como um todo; - devem ser atribuídas às áreas custos e receitas sobre as quais elas tenham efetivo controle; 19 - nas definições de funções devem ser considerados os aspectos de responsabilidade e autoridade, de forma a facilitar a atuação dos gestores e a eliminar áreas cinzentas; - deve haver uma preocupação com a identificação e avaliação das impactações das variáveis internas, e das variáveis ambientais (inflação, alterações/ajustes de planos, volume, eficiência). 2.3.6 Controle interno Segundo Almeida (2003, p. 63), “o controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa”. De acordo com Atkinson et al. (2000, p.581), “controle é o conjunto de métodos e ferramentas que os membros da empresa usam para mantê-la na trajetória para alcançar seus objetivos (...)”. O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados, AICPA, fornece o seguinte conceito: Controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas adotados pela a empresa para proteger sue patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional encorajar a adesão à políticas traçadas pela administração (ATTIE, 1998, p. 110). Para Attie (1998, p. 114), “o controle interno inclui controles que podem ser peculiares tanto à contabilidade quanto à administração” como segue: - Controles contábeis; - Controles administrativos. 2.3.6.1 Controles contábeis Compreende o plano de organização de todos os métodos e procedimentos diretamente direcionados, principalmente com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis. São exemplos de controles contábeis: sistema de autorização e 20 aprovação; separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas às operações ou custódia dos valores; e controle físico sobre estes valores. Conforme Almeida (2003, p. 63) são exemplos de controles contábeis: - sistemas de conferência, aprovação e autorização; - segregação de função (pessoas que têm acesso aos registros contábeis não podem custodiar ativas da empresa); - controles físicos sobre ativos; - auditoria interna. 2.3.6.2 Controles administrativos Estão relacionados com o plano de organização e todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela administração. Normalmente, se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com freqüências abrangem análises estatísticas, estudos de tempo e movimentos, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade. Conforme Almeida (2003, p. 63) são exemplos de controles administrativos: - análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos; - controle de qualidade; - treinamento de pessoal; - estudos de tempos e movimentos; - análise das variações entre valores orçados e os incorridos; - controle dos compromissos assumidos, mas ainda não realizados economicamente. 2.3.7 Princípios fundamentais do controle interno De acordo com Almeida (2003, p. 64), “a administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de controle interno, pela verificação de se está este sendo seguido pelos funcionários, e por sua modificação, no sentido de adaptá-lo às novas circunstâncias”. 21 Os princípios fundamentais do controle interno correspondem às medidas que devem ser adotadas pela empresa e usualmente são os seguintes: - Responsabilidade: a responsabilidade deve ser determinada, as atribuições dos funcionários ou setores internos da empresa devem ser claramente definidas e limitadas, de preferência por escrito, mediante estabelecimento de manuais internos de organização; - Rotinas internas: ao estabelecer os manuais a empresa deve definir todas as suas rotinas internas; - Acesso aos ativos: a empresa deve limitar o acesso dos funcionários aos seus ativos e estabelecer controles físicos sobre esses; - Segregação de funções: a empresa deve estabelecer que uma mesma pessoa não pode ter acesso aos ativos e aos registros contábeis; - Confronto dos ativos com os registros: a empresa deve estabelecer procedimentos de forma que seus ativos, sob a responsabilidade de alguns funcionários, sejam periodicamente confrontados com os registros da contabilidade; - Amarrações do sistema: o sistema de controle interno deve concebido de maneira que sejam registradas apenas as transações autorizadas, por seus valores corretos e dentro do período de competência; - Auditoria interna: não basta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias; - Custo do controle x benefícios: o custo do controle interno não deve exceder aos benefícios que dele se espera obter; - Limitações do controle interno: o funcionamento do controle interno se limita principalmente com relação a conluio de funcionários, instruções inadequadas com relação às normas internas e negligencia destes na execução de suas tarefas diárias. 2.3.8 Características de um sistema de controle interno Conforme Galloro e Galloro (2000, p. 63), “Os sistemas de controle devem variar de acordo com a natureza do negócio, estrutura e tamanho da empresa, diversidade e complexidade das operações, métodos utilizados para processamento de dados e requisitos legais e regulamentares aplicáveis”. 22 Desta forma, devem ser desenhados de maneira que: - se mostrem eficazes para atender os objetivos da direção; - não gerem ineficiências ou burocracias, adaptando os recursos da estrutura ao sistema e não o contrário; - tenham um saldo positivo na relação custo/benefício. 2.3.9 Custo /benefício O dicionário brasileiro Globo conceitua, separadamente, custo e beneficio da seguinte forma: a. Custo - s. m. Quantia por que se adquire alguma coisa; valor em dinheiro; ( fig.) esforço; trabalho; dificuldade; a custo ( loc. adv.): com dificuldade. ( De custar.) b. Beneficio - s. m. Serviço ou bem que se faz gratuitamente; favor; mercê; vantagem; cargo eclesiástico nas sés; ganho; espetáculo cujo produto reverte em favor de alguém estranho à empresa; melhoramento; benfeitoria. ( Do lat. Beneficiu.) Para Attie ( 1998, p. 122): A implantação dos próprios procedimentos de controle precisa levar em conta o custo de implantação e o beneficio que pode trazer. Embora o cálculo do benefício apresente dificuldades práticas de aplicação, devido ao fato de que nem sempre e possível estimar benefícios que o controle propiciará no futuro, é preciso levá-lo em consideração principalmente nos casos em que a implantação de novos controles pode ter efeitos relevantes sobre o custo da empresa. Conforme Almeida (2003, p.70): O custo do controle interno não deve exceder aos benefícios que dele se espera obter. Isso quer dizer que os controles mais sofisticados (normalmente mais onerosos) devem ser estabelecidos para transações de valores relevantes, enquanto os controles menos rígidos devem ser implantados para as transações menos importantes. 2.3.10 Objetivos do controle interno Em regra geral, de acordo com Attie (2010, p.155), o controle interno tem quatro objetivos básicos: 23 - salvaguardar os interesses da empresa; - a precisão e confiabilidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais; - estimulo à eficiência operacional; e - a aderência às políticas existentes. 2.3.10.1 Salvaguardar os interesses da empresa Salvaguarda dos interesses da empresa refere-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos devidos a erros ou irregularidades. Os principais meios para se salvaguardar os interesses das empresas são os seguintes: - segregação de funções; - sistema de autorização e aprovação; - determinação de funções e responsabilidades; - rotação de funcionários; - carta fiança; - manutenção de contas de controle; - seguros; - legislação; - diminuição de erros e desperdícios; - contagens físicas independentes; - alçadas progressivas. 2.3.10.2 Precisão e confiabilidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais. Este objetivo compreende a geração de informações adequadas e oportunas, necessárias gerencialmente para administrar e compreender os eventos realizados na empresa. A empresa necessita construir sistemas que a proporcione conhecer os atos e eventos ocorridos em todos os seus segmentos, de forma que os efeitos desses sejam levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores, pois a informação só tem validade a partir do momento em que é exata, confiável, e oportuna. Para tanto, os dados devem ser verídicos e informados tempestivamente. 24 Os meios mais utilizados no suporte à precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais são os seguintes: - documentação confiável; - conciliação; - análise; - plano de contas; - tempo hábil; - equipamento mecânico. 2.3.10.3 Estímulo à eficiência operacional. Estimular à eficiência operacional é promover os meios necessários à condução das tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme. Dentro da empresa os vários setores ou departamentos têm suas particularidades e cada indivíduo precisa conhecer sua tarefa, para que a totalidade mova a empresa como um todo. Os principais meios que podem estimular a eficiência operacional são: - seleção; - treinamento; - plano de carreira; - relatório de desempenho; - relatório de horas trabalhadas; - tempos e métodos; - custo-padrão; - manuais internos; - instruções formais. 2.3.10.4 Aderência às políticas existentes Este objetivo do controle interno está relacionado com a maneira pela qual a empresa busca assegurar que os desejos da administração, definidos através de suas políticas e indicados por meio de seus procedimentos, sejam adequadamente seguidos pelo pessoal. Os 25 principais meios que visam dar embasamento para a aderência às políticas existentes são os seguintes: - supervisão; - sistema de revisão e aprovação; - auditoria interna. 2.3.11 Categorias de controle interno Segundo Crepaldi (2002, p. 63-66), “não existe uma termologia universal para descrever as categorias de controles internos, entretanto podemos classificá-los segundo suas finalidades”. Desta maneira, um dos desdobramentos possíveis seria: - Controles organizacionais, inclusive segregação de funções; - Controle de sistemas de informação; e - Controle de procedimentos. 2.3.11.1 Controles organizacionais, inclusive segregação de funções. De acordo com Crepaldi (2002, p. 63): Ao falar da questão de controles organizacionais, referimo-nos ao controle obtido por meio da maneira de designar responsabilidade e delegar autoridade. A magnitude de muitas empresas faz com que a gerencia se veja impossibilitada de administrar ou supervisionar pessoalmente as operações. Em tais circunstâncias, é imprescindível estabelecer uma estrutura organizacional adequada. A estrutura é um marco em que se realizam as atividades de planejamento, execução e controle das operações, tais como: - atribuição de responsabilidades e delegação de autoridades claramente definidas; - segregação de funções incompatíveis para evitar que sejam controladas por qualquer indivíduo ou departamento da organização; - fornecimento de recursos, inclusive pessoal competente, em quantidade suficiente para o cumprimento das responsabilidades do desempenho. - existência de sistemas de medição e avaliação do desempenho. 26 2.3.11.1.1 Segregação de funções Geralmente, considera-se a correta segregação de funções como elemento mais importante de um sistema eficaz de controle interno. O princípio fundamental é que ninguém deveria controlar todas as etapas de uma transação sem a interferência de outra ou outras, capazes de efetuar uma verificação cruzada. 2.3.11.1.2 Pessoal A certeza razoável de que estão sendo alcançados os objetivos de controle interno depende do grau de competência e integridade das pessoas, da independência das funções que lhes tenham sido designadas e da compreensão que têm dos procedimentos estabelecidos. A eficácia global do sistema depende, ao mesmo tempo, de um número apropriado de funcionários competentes para realizar o trabalho em cada nível. Não basta ter pessoas competentes sem um sistema de controle interno, ou um sistema de controle sofisticado sem pessoas competentes. 2.3.11.2 Controle do sistema de informação Controle sobre o sistema de informação refere-se ao controle obtido mediante a prestação de informação aos níveis adequados da administração. Em todas as empresas, o planejamento e o controle das operações dependem do conhecimento que a administração tem das atividades e operações passadas, presentes e futuras. E salvo nas pequenas, esse conhecimento dependerá, em maior ou menor grau, do sistema de informação. 2.3.11.3 Controles de procedimentos Controles de procedimentos são os controles obtidos mediante a observação de políticas e procedimentos dentro da organização. 27 Elaborar o plano de organização é de importância vital para que o pessoal compreenda claramente suas funções e responsabilidades, sendo conveniente, para tanto, que existam normas de procedimento devidamente documentadas. Os procedimentos existentes em uma organização são implementados para que se alcance eficiência operacional e se atinjam os objetivos empresariais. Algumas características desejáveis nos controles de procedimento são: - que sejam adequados à estrutura organizacional; - que estejam bem definidos e documentados; - que se mostrem fáceis de interpretar e aplicar. 2.3.12 Importância do controle interno Para Crepaldi (2002, p. 67), “é de fundamental importância a utilização de um controle adequado sobre cada sistema operacional, pois dessa maneira atingem-se os resultados mais favoráveis com menores desperdícios”. Dessa forma, pode-se sumarizar a importância do controle interno, considerando os seguintes aspectos: - o eficiente controle das operações requer relatórios e análises que reflitam a situação da companhia; - a salvaguarda dos ativos da empresa e a prevenção ou descoberta de erros e fraudes é responsabilidade da administração, o que, para a adequada execução, necessita de um bom sistema de controle interno. Segundo Migliavacca (2004, p. 21): As condições atuais de nossa economia exigem em todas as atividades de negócios uma concorrência cada vez mais acirrada. A administração precisa de um sistema de controles internos que lhe permita agir com a maior rapidez e segurança possível nas tomadas de decisões.[...] Na ausência de bons controles internos, a administração não tem noção de posicionamento da empresa no mercado (não sabe onde está). Conseqüentemente, ações e decisões erradas poder ser tomadas. 28 2.3.13 Centros de controle De acordo com Crepaldi (2002, p. 67): Uma organização sem controle é inviável. Cada organização tem sistemas de controle que coordenam o exercício do direito de decisão que está diluído entre certo número de indivíduos. Os sistemas de controle também desempenham outra importante função na organização. Eles medem a eficácia com que as decisões são reduzidas em resultados. Essa segunda característica dos sistemas de controle relaciona-se ao alcance das metas da empresa. Nesse aspecto, os sistemas de controle tratam de influenciar o comportamento de indivíduos no interesse da empresa. Ambas as funções estão intimamente ligadas. Desta forma, distinguir-se três tipos de centros de responsabilidade: os centros de custo, os centros de lucro e os centros de investimentos. 2.3.13.1 Centro de custos Conforme Figueiredo e Caggiano (1997, p. 212), o centro de custo pode ser definido como “um centro de responsabilidades no qual o gestor não tem controle sobre as receitas, mas é capaz de controlar os gastos”. Para Atkinson et al. ( 2000, p. 618), “centros de custo são centros de responsabilidade em que os funcionários controlam custos, mas não controlam as receitas ou níveis de investimento”. 2.3.13.2 Centros de lucro De acordo com Atkinson et al. (2000, p. 625), centros de lucro “são centros de responsabilidade em que os gerentes e outros funcionários controlam as receitas e os custos dos produtos ou serviços que produzem”. Para Crepaldi (2002, p. 70) o objetivo de um centro de lucro é “maximizar os lucros por meio do ajuste de parâmetros do mix de insumos, quantidade de produção e preço”. 29 2.3.13.3 Centros de investimentos Atkinson et al. (2000, p. 625) definem centro de investimento como sendo “centros de responsabilidades em que a gerencia e outros funcionários controlam receitas, custos e nível de investimentos”. Na concepção de Crepaldi (2002, p. 70) é útil conceder aos centros o direito de tomar suas próprias decisões de investimentos, ou seja, alocar determinados fundos para projetos. O autor destaca que os centros de investimentos são avaliados em termos de parâmetros de desempenho, que incluem o uso de capital. Segundo o referido autor um método comumente usado é o retorno sobre o investimento, para determinar a rentabilidade relativa de um centro de investimentos. Para Figueiredo e Caggiano (1997, p. 221) “os centros de investimentos ampliam os princípios dos centros de lucro, associando os lucros divisionais com o capital investido nas divisões”. 30 3 METODOLOGIA Este trabalho é um relatório técnico-científico na modalidade de estudo de caso, porém inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica para aprofundamento sobre o assunto a fim de embasar teoricamente a execução do trabalho. Segundo Gil (1995, p. 78), a pesquisa Estudo de Caso “se caracteriza pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo”. Após esta fase foi levantado e testado, mediante testes de observância e aplicação de questionários sim ou não, o sistema de controles internos existente. 3.1 Classificação da pesquisa a) Do ponto de vista de sua natureza No trabalho apresentado foi utilizado à pesquisa aplicada, conforme Vergara (2007, p.47) “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não” e, de acordo com Barros e Lehfeld (2000, p.78), a pesquisa aplicada tem como motivação a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de “contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema encontrado na realidade”. O trabalho resultou na analise dos controles internos utilizados pela empresa, que serviram de referência para a tomada de decisão do gestor. b) Do ponto de vista de seus objetivos Como pesquisa exploratória foi delimitado o assunto “o controle interno como ferramenta de gestão”, segundo Andrade (2002, p.19), “são finalidades da pesquisa exploratória proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto”. O trabalho enquadra-se também como uma pesquisa descritiva que visa analisar, classificar e interpretar os controles internos utilizados, de acordo com Andrade (2002, p. 19), 31 “nesse tipo de pesquisa, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o investigador interfira sobre eles.” A pesquisa explicativa que tem como objetivo classificar e interpretar os controles internos utilizados pela empresa e a origem desses controles, assim como o trabalho que procura saber os controles utilizados e a sua finalidade na firma, conforme Andrade (2002, p. 20), “esse tipo de pesquisa mais complexo, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, procura identificar seus fatores determinantes.” c) Quanto à forma de abordagem do problema A pesquisa realizada foi baseada de forma qualitativa, que procura a obtenção de dados através das respostas livres dos entrevistados. Segundo Marconi e Lakatos (2002, p.140), “baseados na presença ou ausência de alguma qualidade ou característica e também na classificação de tipos diferentes de dada propriedade”. d) Quanto aos procedimentos técnicos O trabalho realizado teve como base a pesquisa bibliográfica, analisando materiais em livros, internet, jornais e aplicar no estudo, conforme Vergara (2007, p. 48) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas...” e segundo Andrade (2002, p. 20) “tanto pode ser um trabalho em si mesma, quanto constituir-se em procedimento preparatório para a realização de outra pesquisa”. A pesquisa tem como base os documentos apresentados pela empresa como os controles utilizados na organização, conforme Vergara (2007, p. 48) “investigação documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza...” O trabalho apresentado é um estudo de caso, conforme Silva (2003, p.63) nos diz o que “o objeto a ser pesquisado neste tipo de pesquisa pode ser o indivíduo, a empresa, uma atividade, uma organização ou até mesmo uma situação.” E segundo Vergara (2007, p. 49) “ 32 estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país.” Esse trabalho envolveu pesquisa de levantamento que se caracteriza pelo questionamento das ferramentas de controle, cujo objetivo é saber a sua utilização dentro da Empresa. 3.2 Plano de coleta de dados A pesquisa teve como foco analisar os controles internos da empresa e com isso a coleta de dados ocorreu com visitas a organização, conversas informais por meio de entrevistas despadronizadas com colaboradores e aplicação de questionários. Conforme Andrade (2009, p.46), “de posse do tema, deve-se procurar na biblioteca, através de fichários, catálogos, abstracts, uma bibliografia sobre o assunto, que fornecerá os dados essenciais para a elaboração do trabalho”. Também dispõe Andrade (2009, p.139) que “para a coleta de dados deve-se elaborar um plano que especifique os pontos de pesquisa e os critérios para a seleção dos possíveis entrevistados e dos informantes que responderão aos questionários ou formulários”. 3.2.1 Instrumentos de coleta de dados a) Observação O trabalho teve como instrumentos de coleta de dados uma forma sistemática, sendo assim planejada, organizada e estruturada, conforme Andrade (2002, p.33) quando planejada, estruturada. No que tange a participação a pesquisa será observatório logo não participante, conforme Andrade (2002, p.33) o pesquisador limita-se à observação dos fatos. A realização ocorreu de forma individual, segundo Andrade (2002, p. 33) realizada por um pesquisador apenas; o trabalho será realizado dentro da empresa analisando seus controles, conforme Andrade (2002, p. 33) os fatos são observados “em campo”, no ambiente natural onde ocorrem; 33 b) Entrevistas As entrevistas da pesquisa foram realizadas de uma maneira informal ao qual foi concedida pelo proprietário da Empresa, segundo Marconi e Lakatos citado por Andrade (2002, p.35) “entrevista despadronizada ou não estruturada – conversação informal, que pode ser alimentada por perguntas abertas, ou de sentido genérico, proporcionando maior liberdade para o informante”. 3.2.2 Plano de analise e Interpretação dos dados Com a obtenção dos dados da empresa referente ao controle interno utilizado, pode-se analisar e expor em forma de relatórios, modelos, tabelas, uma exposição dos argumentos obtidos e assim auxiliando o gestor para tomada de decisão. De acordo com Andrade (2009, p. 141), “o objetivo da análise é organizar, classificar os dados para que deles se extraiam as respostas para os problemas propostos, que foram objeto de investigação”. Conforme Andrade (2009, p. 141), “a interpretação procura um sentido mais amplo nas respostas, estabelecendo uma rede de ligações entre os resultados da pesquisa, que são cotejados com outros conhecimentos anteriormente construídos”. 34 4 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO Este capítulo faz referência ao cenário atual da empresa, descreve e analisa os procedimentos de controle interno adotado pela a mesma no seu departamento financeiro e apresenta as sugestões de melhoria necessárias para alguns destes procedimentos. 4.1 Cenário atual Na contemporânea economia, gerenciar uma instituição não resume ao fato de apenas tomar decisões à medida que as dificuldades surgem. É necessário um planejamento, uma organização e um controle das atividades que a empresa desenvolve com o propósito de solucionar problemas com uma maior eficiência e eficaz possível. Logo, ao analisar o mercado, o mesmo impõe aos gestores das empresas uma adesão ao uso de ferramentas de gestão capazes de melhor controlar os ativos e fornecer informações fidedignas para a tomada de decisão do gestor. O controle é uma das bases da administração moderna, tendo sua inexistência ou suas deficiências, reflexo direto nas funções de planejar, organizar e executar. Como Megginson et al. (1998), o controle se relaciona com as demais funções administrativas, principalmente com o planejamento, e é afetado e influenciado por elas, exigindo da administração o conhecimento claro e preciso de todas as atividades da empresa. Uma solução para o desenvolvimento de um sistema de controle e informação é a inclusão e manutenção de controles internos adequados à estrutura e as necessidades da instituição. Para isso, é necessário o estudo e formalização das operações relativas à empresa, analisando as necessidades, riscos e adequações na dinâmica de funcionamento da mesma. Logo, ter um sistema de controle interno implantado adequadamente às necessidades das instituições e executado de forma coordenada traz vantagens de ordem gerencial consideráveis para o bom funcionamento da empresa no presente, e aumenta as possibilidades de sua permanência no mercado no futuro. 35 No momento que uma instituição inicia suas atividades, logo de imediato os empresários não vislumbram o volume e a complexidade das operações que derivam do desenvolvimento da atividade empresarial, como por exemplo: saídas e entradas de caixa, movimentação de compras e vendas a prazo, análise de créditos de clientes, controle e análises de despesas, custos e receita, controle dos ativos, cadastro de fornecedores e clientes, diversificação de produtos e serviços, a segmentação de mercados, abertura de novas unidades e descentralização das decisões a priori centralizadas, mudanças nas estruturas organizacionais, delegação de responsabilidades a gerentes, supervisores e funcionários, entre outros. Essas operações, assim que evoluem em quantidade e complexidade, trazem a empresa os riscos, caso a instituição não tenha disponível um sistema de controles internos adequado, que sirva como ferramenta de administrativa, prevenindo assim os erros, fraudes e desvios na execução das operações anteriormente planejadas e situações relevantes para sua continuidade. Logo a necessidade da elaboração de procedimentos de controle específicos surge a partir da incapacidade operacional da instituição de manter uma fiscalização eficiente sobre todas suas operações importantes para a manutenção, bem como para seu crescimento no mercado no qual está inserida. 4.2 Controles internos existentes na empresa Com o intuito de almejar os objetivos gerais e específicos desta pesquisa, foi aplicado um questionário conforme apêndice A, direcionado ao controle interno do departamento financeiro da empresa. O foco do questionário aplicado foram os seguintes: a) controle interno do disponível (caixa e banco); b) controle interno de vendas, contas a receber e recebimentos; e c) controle interno de compras, contas a pagar e pagamentos. 36 4.2.1 Aspectos gerais A empresa possui algumas planilhas de controle de caixa, contas a pagar e receber. Essa planilha é de responsabilidade do departamento financeiro, o mesmo tem o compromisso de atualizar diariamente. 4.2.2 Controles internos do disponível (caixa e banco) 4.2.2.1 Controle interno caixa A planilha utilizada pelo departamento financeiro contempla as entradas e saídas do caixa, conforme Figura 1. O qual é impresso semanalmente e repassado ao sócio administrador para a sua aprovação. Figura 1: Livro caixa utilizado pela empresa Fonte: dados conforme pesquisa Porém, caso o administrador não aprove o caixa, esse retorna ao departamento financeiro que deve reconciliar e reapresentar para a sua aprovação. Com a aprovação do caixa o mesmo é impresso e assinado pelo administrador e pelo responsável financeiro e arquivado para enviar ao escritório contábil. 37 A empresa tem o setor de recebimento centralizado na figura do administrador, pois a empresa recebe diretamente o valor da prestação do serviço em sua conta bancária, o valor é repassado pela Empresa Software Contábil em parcela única no 4º dia do mês corrente. A empresa também tem pequenos valores recebidos diretamente no caixa por serviços prestados em criação de relatórios e serviços de treinamentos de utilização do software. Porém alguns valores são retirados diretamente pelo proprietário, no entanto não existe nenhum documento que comprove esta operação de saída dos numerários do caixa. 4.2.2.2 Controle interno de bancos Como a empresa tem utilizado as planilhas de controle de caixa e contas a pagar e receber, logo a conta bancária não é contemplado por essa ferramenta. O controle da conta bancária sempre é feito no dia seguinte ao movimento. O administrador consulta o extrato e concilia conforme os relatórios de contas a pagar e receber que é repassado pelo responsável pelo departamento financeiro após a conciliação do administrador o mesmo assina o extrato e repassa para arquivamento para ser encaminhado ao escritório de contabilidade. 4.2.3 Controle interno de vendas, contas a receber e recebimentos 4.2.3.1 Controle interno de vendas O departamento comercial realiza o contrato envia on line para aprovação da Empresa Software Contábil a aprovação é em questão de minutos após sua aprovação o contrato é impresso e assinado pelo contratante e enviado para a Empresa Software Contábil. Os contratos têm valores diferenciados conforme o módulo solicitado pelo cliente, os contratos tem um prazo de um ano com multa na interrupção do mesmo no período inferior ao estipulado no contrato. 38 Caso algum cliente venha a ficar inadimplente a Empresa Software Contábil emite um relatório a Empresa Santa Maria para que a mesma entre em contato com os clientes devedores. Mas antes do envio do contrato para a Empresa Software Contábil o contrato é levado ao departamento financeiro para conferência do detalhes para que o mesmo não seja reprovado por falta de alguma informação incorreta. 4.2.3.2 Controle interno de contas a receber e recebimentos As contas a receber têm como sua origem à emissão do contrato prestação serviço. O departamento financeiro registra na sua planilha de controle o valor total pago pelos clientes e emite uma nota de prestação de serviço a empresa Empresa Software Contábil, o valor da emissão da nota fiscal é comprovado através de relatórios que a Empresa Software Contábil emite. Após a emissão da nota fiscal a Empresa Software Contábil repassa o valor diretamente através de transferência bancária para a Empresa. Os demais valores que a Empresa Santa Maria recebe são referentes a treinamentos a funcionários novos nos escritórios, também é cobrados valores no processo chamado exporta/importa. Porém os clientes que ficam inadimplentes a Empresa Software Contábil emite uma listagem que é repassada a Empresa Santa Maria que tem a obrigação de entrar em contato com o cliente e realizar a cobrança. Quando se verifica junto ao cliente a recusa do pagamento, o boleto é enviado ao cartório para cobrança judicial. Cabe ressalta que essa prática é pouco utilizada pela empresa, pois sua carteira de clientes é comprometida com a continuidade das negociações. 39 4.2.4 Controle interno das compras, contas a pagar e pagamentos 4.2.4.1 Controle interno das compras A compra de combustível é totalmente liberada para os veículos da Empresa não havendo nenhum controle de ordem de abastecimento. O material de escritório utilizado para empresa é adquirido após uma solicitação verbal dos funcionários ao departamento financeiro. O departamento financeiro é responsável pela aquisição do material de expediente da Empresa. 4.2.4.2 Controle interno de contas a pagar e pagamentos O departamento financeiro da empresa é responsável pela inscrição e controle das contas a pagar. Esse departamento gera as contas a pagar na planilha de Excel. e avisa ao administrador dos vencimentos das faturas na data do vencimento. Para o pagamento das faturas e boletos é efetuado após a liberação do administrador da Empresa. A maioria dos pagamentos é realizada via internet ou pagamento em numerário e também realizado o pagamento com cheques. 4.3 Análise e proposta de melhorias dos controles internos existentes na empresa Com base nos dados obtidos por meio da aplicação do questionário de procedimentos de controle interno e de observações feitas pela gerência da empresa foram executadas algumas análises quanto à funcionalidade dos controles internos. A partir destas análises, foi possível reunir argumentos para atingir os objetivos propostos por esta pesquisa. 4.3.1 Aspectos gerais A partir do levantamento do sistema de controle interno da empresa, destacaram-se os aspectos mais relevantes para o efetivo alcance da eficiência operacional desse sistema, os quais serão descritos e discutidos individualmente. 40 4.3.1.1 Manual de controles internos Mediante aplicação do questionário de procedimentos de controle interno, constatouse que a empresa não possui um manual de controles internos próprio. Além disso, as respostas ao questionário revelaram que a Empresa não apresentava princípios básicos de controle interno como a distribuição de funções e a delimitação da responsabilidade de cada departamento e de cada colaborador. Desta forma, recomenda-se a criação de um manual de controle interno que atenda às necessidades da empresa, contemplando todas as operações da empresa, bem como aos objetivos e as características de um sistema de controles internos funcional. É imprescindível que o manual contemple os princípios básicos de controle interno, especificamente, a distribuição clara e objetiva das atribuições e responsabilidades de cada departamento de uma forma geral e de cada colaborador de uma forma específica. 4.3.1.2 Segregação de funções Devido à estrutura reduzida da empresa, observou-se a dificuldade de segregação de funções dentro do departamento financeiro, porque existe apenas um colaborador e este é responsável tanto pelo manuseio como também pelo registro nos relatórios auxiliares de caixa, de contas a receber e de contas a pagar. Desta forma, sugere-se a contratação de um colaborador com experiência nas operações financeira de faturamento, de caixa, de contas a receber e de contas a pagar, a fim de que as funções de movimentação física e registro de caixa sejam segregadas. Apesar de representar um aumento de desembolso financeiro para a empresa, esta opção contribuíra para uma melhor amarração do sistema de controles internos e uma redução significativa no risco de ocorrência de fraudes ou erros. 41 4.3.2.1 Controle interno do disponível (caixa e bancos) 4.3.2.1.1 Controle interno do caixa Além do problema de segregação de funções discutido anteriormente, observou-se problemas quanto à formalização de operações. Apesar do caixa da Empresa apresentar um valor baixo em relação a sua conta bancária é necessário adotar alguns procedimentos para melhor organização como por exemplo. No entanto, não é emitido um documento formal de saída do caixa, quando o administrador realiza uma retirada. Assim, é prudente a adoção por parte do setor financeiro de um documento que comprove o saque do valor, conforme apêndice B. Outro procedimento habitual na empresa refere-se ao adiantamento de recursos para custear viagens de colaboradores responsáveis pelo suporte do sistema. Para essa operação, também não há emissão de documento para controle da saída dos numerários, bem como elaboração de um relatório, por parte dos colaboradores, dos gastos incorridos nas viagens, sendo apenas solicitados, para validação dessa operação, os documentos comprobatórios das despesas. Desta forma, sugere-se a emissão de um documento, apêndice C, que servirá de recibo de desembolso dos numerários para custear as despesas com viagem e também a adoção, por parte da empresa, de um formulário, apêndice D, no qual o colaborador discriminará os gastos incorridos na viagem, anexando os documentos comprobatórios. Com isso a empresa fica resguardada de futuro ato judicial onde o funcionário entre com uma ação de gastos pessoais em viagens realizadas para a Empresa. 4.3.2.1.2 Controle interno da conta bancos O sistema de controle interno utilizado pela empresa não contempla o controle da conta banco ou das contas bancárias. Cabe ressaltar que esse controle é importante para a empresa, uma vez que os recebimentos e pagamentos ocorrem preferencialmente via banco, 42 seja pela baixa de contas a receber, pela emissão de cheques ou por débitos automáticos em conta. Assim, indica-se a utilização de um relatório para o controle diário da conta corrente bancária. Este relatório tem o fim especifico de controlar todas as operações referentes a movimentação das contas bancárias, identificando a origem e aplicação dos créditos e débitos da conta, conforme apêndice E. Além disso, a empresa deve freqüentemente solicitar aos bancos os avisos de débitos e créditos realizados nas contas correntes da empresa, pois o controle e a contabilização efetuados somente pelos extratos bancários não garantem a fidedignidade das informações. 4.3.2.3 Controles internos de compras e abastecimentos. Em relação às compras, observou-se que a empresa não dispõe de um cadastro de fornecedores de material de escritório. Sugere-se que a empresa utilize um software de controle de contas a pagar. Além do cadastro de fornecedores, sugere-se à gerência da empresa que seja providenciada uma ficha de pedido de compras, conforme apêndice F, para que o departamento financeiro tenha um melhor controle das solicitações de compras. Assim, haverá um maior planejamento dessa operação. Foi verificado que os colaboradores têm livre acesso ao posto de combustível para abastecimento dos veículos, para evitar que seja algum tipo de abastecimento em carro particular é importante a utilização da ordem de abastecimento conforme apêndice G. 43 CONCLUSÃO O controle interno é uma ferramenta de gestão tanto financeira como operacional, que visa o aperfeiçoamento das operações, buscando sua máxima eficiência e eficácia. Além disso, possibilita ao(s) administrador(s) a elaboração de estratégias financeiras e administrativas, por meio da gestão de informações por ele geradas, sendo, portanto, fundamental no contexto empresarial atual. O trabalho realizado teve com objetivo avaliar o Sistema de Controles Internos de uma empresa prestadora de serviços, identificando as operações e otimizando os controles existentes a fim de auxiliar o administrador na tomada de decisão. Num primeiro momento, foram levantadas, por meio de observações e questionamentos, as operações rotineiras da empresa de uma prestadora de serviço, evidenciando a existência ou não de controles internos. Concomitantemente, foi realizado o estudo bibliográfico sobre a conceituação e a aplicabilidade dos controles internos na gestão empresarial, sendo elaborados fichamentos de livros e artigos sobre o assunto. Após o mapeamento das operações, a eficácia e eficiência dos sistemas existentes foram testadas, direcionando a avaliação para a extinção de situações suscetíveis a fraudes e erros e para a otimização da realização das tarefas, a fim de beneficiar efetivamente a empresa. Por fim, recomendou-se a adoção de novos procedimentos como a elaboração de manual de controles internos, a segregação de funções e controles específicos nas áreas de 44 caixa e bancos e no setor administrativo. As sugestões apresentadas foram adotadas pela empresa, exceto com relação à contratação de mais um colaborador (segregação de função). Devido à administração familiar da empresa objeto de estudo, houve dificuldade para a implantação de determinados procedimentos. Contudo, foi possível comprovar e demonstrar para o administrador os benefícios do controle interno. Dessa forma, os objetivos do trabalho foram alcançados, concluindo-se que o controle é uma excelente ferramenta de gestão quando bem aplicada à realidade financeira e operacional de uma empresa. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ANDRADE, Maria Margarida. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2002. _________. Introdução à metodologia do trabalho científico. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2009. ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial. 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In: COLEÇÃO DE SEMINÁRIOS CRCSP/IBRACON – CONTROLES INTERNOS CONTÁBEIS E ALGUNS ASPECTOS DE AUDITORIA. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 46 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projetos e relatórios, publicações e trabalhos científicos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MIGLIAVACCA, Paulo N. Controles internos nas organizações: um estudo abrangente dos princípios de controle interno: ferramentas para avaliação dos controles internos em sua organização. 2. ed. São Paulo: Edicta, 2004. MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald, C.; PIETRI JR., Paul H. Administração: conceitos e aplicações. 4. ed. São Paulo: HARBRA, 1998. MOSIMANN, Clara Pellegrino; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. RODIL, Ricardo Julio. A contabilidade como ferramenta de controle interno na pequena e nas médias empresas (PME). 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R: _________________________________________________________________________ 03) Os procedimentos sobre as principais atividades da empresa (vendas, recebimentos, compras, pagamentos) estão também definidos nos manuais internos da empresa? R: _________________________________________________________________________ 04) Existe segregações de funções de registros contábeis e acesso aos ativos? R: _________________________________________________________________________ 05) A empresa utiliza um sistema orçamentário (receitas, despesas, compras de matériasprimas, bem do imobilizados etc.)? R: _________________________________________________________________________ 06) Os valores incorridos são comparados com os orçados e as variações anormais e significativas analisadas? R: _________________________________________________________________________ 07) As transações e os controles internos estão sujeitos a uma verificação periódica de funcionamento? R: _________________________________________________________________________ 08) Existem controles físicos sobre os ativos, há confronto dos ativos com os registros contábeis? R: _________________________________________________________________________ 09) Existem procedimentos de controle para as contas a receber? R:_________________________________________________________________________ 10) Qual o documento que dá origem ao faturamento? R:_________________________________________________________________________ 11) As contas a receber estão representadas por duplicatas? Há um registro de emissão desses duplicatas? R:_________________________________________________________________________ 12) Qual é a habitualidade da empresa, venda à vista ou parcelada? R:_________________________________________________________________________ 13) Quem faz o registro de contas a receber e aonde são mantidos esses registros? R:_________________________________________________________________________ 49 14) Quem é responsável pelos recebimentos? R:_________________________________________________________________________ 15) É limitado o acesso dos funcionários aos recebimentos? R:_________________________________________________________________________ 16) São segregadas as funções de manuseio de recebimentos e registros nos controles auxiliares? R:_________________________________________________________________________ 17) Os recebimentos são controlados independentemente por outras pessoas que não os manuseiam (custodia independente das duplicatas; conferência da seqüência numérica de recibos pré-numerados e checagem dos seus valores com os numerários efetivamente depositados)? R:_________________________________________________________________________ 18) Os cheques recebidos são cruzados e nomeados à empresa? Os recebidos pré-datados são descontados nas datas corretas? Como e onde são guardados os cheques pré-datados? R:_________________________________________________________________________ 19) Os recebimentos em espécie são depositados em conta bancária ou são utilizados para fazer pagamentos? R:_________________________________________________________________________ 20) Quando se trata da liquidação de uma duplicata é emitido algum documento? R:_________________________________________________________________________ 21) Existe alguma relação de títulos em atraso e alguma pessoa responsável pela cobrança dos mesmos? R:_________________________________________________________________________ 22) Os controles atuais asseguram que sejam tomadas providências para as contas a receber em atraso (análise das contas em base mensal por idade de vencimento)? R:_________________________________________________________________________ 23) Os controles existentes garantem que o recebimento das vendas a prazo seja imediatamente depositado na conta corrente bancária da empresa? R:_________________________________________________________________________ 24) São utilizados boletins de caixa observáveis pelos clientes ou recibos pré-numerados? R:_________________________________________________________________________ 25) Funcionário, independente daquele que manuseia os recebimentos, verifica se o valor total do boletim de caixa ou do somatório dos recibos (deve conferir a seqüência numérica) concorda com os valores efetivamente depositados na conta bancária da empresa? R:_________________________________________________________________________ 26) Os controles atuais garantem que os recebimentos sejam contabilizados na época devida? R:_________________________________________________________________________ 27) Os recibos pré-numerados ou fita de caixa registradora são enviados para a contabilidade? R:_________________________________________________________________________ 50 28) A contabilidade controla os boletins de caixa e a seqüência numérica dos recibos e confere com os recibos de depósito bancário? R:_________________________________________________________________________ 29) A contabilidade elabora conciliações bancárias em base mensal (poderia detectar um recebimento não identificado – recibo de depósito falso – e até mesmo omissão ou erro de contabilização)? R:_________________________________________________________________________ 30) É emitido um relatório mensal que evidencia ingresso de novas contas, pagamentos efetuados e valores efetuados por data de vencimento? R:_________________________________________________________________________ 31) Há um cadastro de clientes para ser consultado quando for necessário? R:_________________________________________________________________________ 32) É feito um estudo sobre a concessão do crédito ao cliente antes de ser prestado o serviço a prazo a fim de minimizar as vendas com clientes duvidosos? R:_________________________________________________________________________ 33) As informações das notas fiscais (quantidade, preço unitário, cálculo, impostos, nome e endereço dos clientes etc.) são conferidas de forma a reduzir a possibilidade de ocorrência de erros? R:_________________________________________________________________________ 34) Como é feita a entrega das notas fiscais ao escritório contábil? R:_________________________________________________________________________ 35) O sistema de controle assegura que sejam formalizadas apenas as compras previamente aprovadas e nas melhores condições de mercado? R:_________________________________________________________________________ 37) Os setores internos da empresa emitem requisição de bens ou serviços pré-numerada e devidamente aprovada e a remetem para o setor de compras? R:_________________________________________________________________________ 38) O setor de compras tem um cadastro de fornecedores atualizado por natureza de bem ou serviço? R:_________________________________________________________________________ 39) É feita a cotação de preços junto aos fornecedores, a fim de obter as melhores condições comerciais? R:_________________________________________________________________________ 40) Os controles internos garantem que os bens que passam a ser de propriedades da empresa ou os serviços a ela prestados sejam as obrigações resultantes dessas transações imediatamente contabilizadas? R:_________________________________________________________________________ 51 41) Existe centralização no recebimento das notas fiscais dos fornecedores? R:_________________________________________________________________________ 42) No momento da chegada do bem à empresa ou da prestação de serviços, é dada nas notas fiscais uma seqüência numérica pelo setor centralizador de seu recebimento (emitindo um documento interno pré-numerado ou aplicando sobre a nota fiscal um carimbo datadornumerador)? R:_________________________________________________________________________ 43) Existem procedimentos de controle para as contas a pagar? R:_________________________________________________________________________ 44) Quem faz a inscrição em contas a pagar? R:_________________________________________________________________________ 45) Como são feitos os pagamentos na sua maioria, à vista ou a prazo? R:_________________________________________________________________________ 46) Existe alguma pessoa responsável pela autorização dos pagamentos? R:_________________________________________________________________________ 47) Como são feitos os pagamentos, em dinheiro ou cheques? Se em cheques são nominais? R:_________________________________________________________________________ 48) Quem assina os cheques? E quem os entrega aos fornecedores? R:_________________________________________________________________________ 49) Os cheques são emitidos somente para os documentos habilitados para o pagamento pelo setor de contas a pagar? R:_________________________________________________________________________ 50) Os documentos probatórios dos pagamentos acompanham os cheques quando de sua assinatura? R:_________________________________________________________________________ 51) Os talonários de cheques são mantidos num lugar seguro? R:_________________________________________________________________________ 52) Os talonários são acessíveis às pessoas que os utilizam no curso normal de suas funções? R:_________________________________________________________________________ 53) Todos os cheques são nominativos? R:_________________________________________________________________________ 54) Os cheques são assinados por dois funcionários categorizados? R:_________________________________________________________________________ 55) Ambos os signatários examinam a documentação probatória dos pagamentos antes de assinarem os cheques? R:_________________________________________________________________________ 52 56) os signatários cancelam todos os documentos probatórios (rubricando-os, por exemplo) quando da assinatura dos cheques, a fim de evitar a sua reapresentação? R:_________________________________________________________________________ 57) A contabilidade exerce controle sobre a seqüência numérica dos cheques? R:_________________________________________________________________________ 58) A pessoa encarregada pelo pagamento exerce outras funções? Caso sim quais? R:_________________________________________________________________________ 59) Existe segurança de que somente as compras efetivamente recebidas e de acordo com os seus instrumentos formalizadores são liberadas para pagamento? R:_________________________________________________________________________ 60) É dado evidência no verso da nota fiscal de que o bem foi recebido ou de que o serviço foi prestado? R:_________________________________________________________________________ 61) Existe um setor de contas a pagar, cujo objetivo é habilitar notas fiscais para o pagamento? R:_________________________________________________________________________ 62) Antes de liberar a nota fiscal para o pagamento o setor de compras confere o documento fiscal (incluindo somas, multiplicações etc.) com ordem de compra ou contrato e inspeciona evidência do recebimento dos bens ou da prestação dos serviços? R:_________________________________________________________________________ 63) Os controles internos asseguram que os documentos sejam pagos na época devida? R:_________________________________________________________________________ 64) Todo o procedimento de pagamento é enviado à contabilidade? R:_________________________________________________________________________ 65) Como são registrados os pagamentos? É exigido algum pagamento probatório? R:_________________________________________________________________________ 66) Como são controlados os prazos de vencimentos das faturas e quem os controla? R:_________________________________________________________________________ 67) São realizadas conciliações mensais entre os registros auxiliares de contas a pagar e os registros mantidos pela contabilidade? R:_________________________________________________________________________ 68) São realizadas conciliações periódicas entre os extratos dos fornecedores e com os saldos de contas a pagar? R:_________________________________________________________________________ 69) É emitido um relatório mensal que evidencia ingresso de novas contas, pagamentos efetuados e valores a serem desembolsados por data de vencimento? R:_________________________________________________________________________ 53 APÊNDICE B – Modelo de recibo de retirada Fonte: dados conforme pesquisa APÊNDICE C – Modelo de saída de valores para viagem Fonte: dados conforme pesquisa 54 APÊNDICE D – Modelo relatório de viagem Fonte: dados conforme pesquisa 55 APÊNDICE E – Modelo controle de conta bancária SANTA MARIA Controle de conta corrente bancária Banco:....................................................................C/C...................................................... CRÉDITOS DÉBITOS DATA HISTÓRICO SALDO (entradas) (saídas) Data da movimentação: ___/___/___ ____________________ Departamento financeiro _____________ Gerência Fonte: dados conforme pesquisa APÊNDICE F – Modelo pedido de compra EMPRESA SANTA MARIA Ficha de pedido de compra Solicitante: Suporte Data: ___/____/____ Quantidade 02 01 01 Descrição Canetas marca texto Apagador de quadro Caderno grande 56 Fonte: dados conforme pesquisa APÊNDICE G – Modelo ordem de abastecimento EMPRESA SANTA MARIA Ordem de Abastecimento Veículo: CLIO PLACA III 0000 Data: ___/____/____ KM: ________________ Quantidade de Litros: ______________ _________________________________ Responsável Departamento Financeiro _________________________________ Colaborador Fonte: dados conforme pesquisa