Protocolo para transfusão de concentrado de hemácias adulto

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FR 092
PROTOCOLO PARA TRANSFUSÃO DE
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS ADULTO (CHAD)
REV.:00
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INDICAÇÕES
1- Em hemorragias agudas a transfusão de CH está indicada após perda volêmica de 2030% da volemia total. O Hematócrito não é bom parâmetro para nortear a decisão, pois
só começa a diminuir 1-2 horas após início da hemorragia. Deve ocorrer imediata
transfusão se apresentar:
- frequência cardíaca acima de 100-120bpm
- hipotensão
- diminuição do débito urinário
- frequência respiratória aumentada
- enchimento capilar retardado (maior que 2 seg)
- alteração do nível de consciência
2- Anemia normovolêmica:
Hemoglobina acima de 10g/dL (Ht acima de 30%) raramente requer transfusão. O
paciente pode ser investigado quanto a causa da anemia para tratamento específico.
Hemoglobina abaixo de 7g/dL há risco de hipóxia tecidual e comprometimento das
funções vitais, então o paciente deverá ser transfundido com brevidade e a
investigação da causa da anemia deve acontecer num segundo momento ou
concomitante à transfusão.
Hemoglobina entre 7 e 10g/dL a transfusão vai depender das condições clínicas do
paciente e das comorbidades. Pacientes com DPOC a Hb deve ser mantida acima de
10g/dL, na cardiopatia isquêmica aguda entre 9-10g/dL, pacientes acima de 65 anos e
sintomáticos transfundir se Hb estiver abaixo de 9g/dL. Pacientes cirúrgicos no pósoperatório sem sinais de hipóxia tecidual ou consumo aumentado de O2, níveis de Hb
de 8g/dL são aceitáveis.
Anemias crônicas normovolêmicas são melhores toleradas que anemias de instalação
aguda.
A decisão de transfusão de CH deve ser baseada numa constelação de fatores
clínicos e laboratoriais tais como: idade do paciente, velocidade de instalação da
anemia, história natural da anemia, volume intravascular e presença de cofatores
fisiológicos que afetam a função cariopulmonar.
Nem toda anemia exige transfusão de CH.
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PROTOCOLO PARA TRANSFUSÃO DE
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS ADULTO (CHAD)
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A transfusão de CH deve ser considerada:
Anemia aguda: para aliviar sintomas de descompensação clínica relacionados com
a perda de sangue;
Anemia crônica: para aliviar sintomas relacionados com a diminuição do volume de
hemácias quando outras intervenções terapêuticas, tais como reposição de ferro,
acido fólico ou vitamina B12 ou tratamento com eritropoitina, ou ambas, forem
insuficientes.
A transfusão de CH não deve ser considerada nas seguintes situações:
Para promover aumento da sensação de bem estar;
Para promover cicatrização de feridas;
Para expansão de volume vascular, quando a capacidade de transporte de O 2
estiver adequada.
Dose e modo de administração:
A transfusão de 1U de CH eleva o Ht em 3% e a Hb em 1g/dL.
O tempo de infusão de cada unidade é de 60-120 minutos em pacientes adultos.
A avaliação da resposta deve ser feita através de nova dosagem de Hb ou Ht em uma
ou duas horas após a transfusão. Em pacientes ambulatoriais a avaliação laboratorial
pode ser feita trinta minutos após o término da transfusão e possui resultados
comparáveis.
Observação: as transfusões para casos de anemias crônicas devem ser agendadas
eletivamente no setor de Transfusão do HEMOCS e as anemias agudas que requerem
transfusão imediata devem ser encaminhadas aos hospitais conveniados via central de
regulação de leitos.
Dúvidas entrar em contato com o setor de Transfusão do HEMOCS, pelo telefone: (54)
3290-4581 ou e-mail: hemocstransfusã[email protected].
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Protocolo elaborado e aprovado pelo Comitê Transfusional do Hemocentro Regional de Caxias
do Sul, em julho de 2015.
Referência Bibliográfica:
Guia para o uso de Hemocomponentes – segunda edição, Ministério da Saúde – 2014.
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