Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva - Capital Nacional do Paraquedismo Experimentos de baixo custo para o ensino da Astronomia Alisson Matheus M. Rangel1, Emerson Ferreira Gomes1, Lucas Klass Celestino1, 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Boituva CEP 18550-000 – Boituva – SP - Brasil [email protected], [email protected], [email protected] Abstract. This paper aims to explore four experiments that will understand its importance to the teaching of Astronomy, these in turn, say about the following topics; the phases of the moon, the seasons, solar system and observation of the night sky. These topics will be discussed from the experiments: "The phases of the moon in a cardboard box," "The seasons", "Solar systems" and "low cost Luneta". Resumo. Este artigo tem por finalidade explorar quatro experimentos que permitirão compreender a sua importância para o ensino da Astronomia, estes por sua vez, dizem a respeito aos seguintes temas; as fases da lua, as estações do ano, sistema solar e observação do céu noturno. Tais temas serão abordados a partir dos experimentos: “As fases da Lua numa caixa de papelão”, “As estações do ano”, “O Sistema Solar” e “Luneta de baixo custo”. 1. Ensino de Astronomia O ensino de Astronomia não pode se limitar somente ao ambiente da sala de aula, com a mesma diversidade de recursos que possam a ser aplicados por exemplo, no ensino da mecânica, da óptica ou da eletricidade. A esses conteúdos temos a possibilidade de trabalhar com experimentos simples e vários exemplos do cotidiano (Vieira 2013). Há alguns autores (Hodson 1988; Vieira 2013) que defendem também essa corrente teórica de que no ensino da Astronomia devem se utilizar de materiais didáticos diferentes dos convencionais e despertar a curiosidade e imaginação do estudante por meio do lúdico. Segundo Caniato (2005) apud Vieira (2013) a Astronomia é um conteúdo extremamente motivador e pode ser muito precioso e fértil em ocasionar o fascínio pelo seu conhecimento. Podemos então observar a importância que cerca o tema em questão; o uso de experimentos para o ensino de Astronomia. Solomon (1980) apud Hodson (1988) afirma que o ensino de ciências deve acontecer no laboratório; quanto a isso, ao menos não a discórdia. O professor e aluno estão em conformidade... em acreditar que o experimento é o recurso apropriado. 2. Objetivo da Pesquisa A presente pesquisa, tem o intuito e objetivo, de apresentar experimentos relacionados à física, mais precisamente na área de astronomia, e que sejam de baixo custo, para que possam ser utilizados em salas de aula, como sendo um mecanismo dinâmico para os professores e alunos desfrutarem melhor dos estudos de uma maneira mais prazerosa. Além de fornecer, não somente a professores, mas sim à todo o público, uma facilidade na montagem e simulação desses experimentos, que, por serem de baixo custo, favorecem Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva - Capital Nacional do Paraquedismo na compra dos materiais necessários para realizar o experimento. Porém vale lembrar, que esses experimentos utilizam, na maioria das vezes, materiais totalmente recicláveis e de fácil obtenção, o que significa a desnecessidade de gastar dinheiro para realizar as experimentações. 3. Metodologia A pesquisa quantitativa foi a metodologia empregada neste trabalho, pois buscou-se encontrar uma determinada quantidade de experimentos, para contribuir com o ensino de Astronomia, pretendendo atingir a certos conteúdos abordados na área da Astronomia. Na seleção de tais experimentos foram levados em consideração vários quesitos, mas o principal refere-se aos experimentos possuírem baixo custo, para assim propiciar a sua execução em qualquer escola ou instituição. 4. Análise dos Experimentos Selecionados 4.1. As fases da Lia numa caixa de papelão Figura 1: Esquema da caixa. Disponível em: http://blogdojsilva.blogspot.com.br/2012/09/as-fases-da-lua-numa-caixade-papelao.html A concepção por traz desse experimento é de mostrar como a Lua, possuindo sempre a metade de sua superfície iluminada pelo Sol e a outra metade escurecida ao ser observada do planeta Terra, apresenta-se com dessemelhantes porções iluminados. O objetivo do experimente “As fases da Lua numa caixa de papelão” é de simplificar o entendimento acerca dos fenômenos das fases da Lua, da perspectiva do observador da Terra, além disso pode ajudar na compreensão do fenômeno de eclipses solares. O experimento também comtempla o aspecto lúdico, que “desperta” o interesse pelo assunto, assim como vimos na ideia de Caniato (2005) anteriormente. Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva - Capital Nacional do Paraquedismo 4.2. As estações do ano Figura 2: Modelo das estações do ano, a partir da iluminação da “Terra”. Disponível em: http://www.pontociencia.org.br/experimentos/visualizar/as-estacoes-doano-sbpc-natal-rn/724 Nesse experimento propomos construir um modelo das estações do ano, com quatro globos (de isopor) que imitam a terra ao centro a uma fonte de luz que por sua vez representa o sol, cada globo representara uma estação do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno, por meio da forma que recebe a iluminação do “Sol”. No que constata Balbinot (2005) na sua pesquisa, a produção de modelos materiais é auxiliadora do desenvolvimento de atividades lúdicas, que provoca curiosidade, propiciando a imaginação e a invenção, tentando aproximar o concreto do imaginário. Então percebemos a importância do uso de atividades lúdicas para o processo de ensinoaprendizagem retratado por Balbinot (2005) e por Victor e Strieder (2012) com ênfase na proposta de jogos de tabuleiro para o ensino de Astronomia. 4.3. Sistema Solar No experimento: “Sistema solar”, foi proposto a criação do sistema solar com base na utilização de um software (Actionscript), que usa uma linguagem de programação própria. Conforme explica Vechi et al. (2013): “O Sistema Solar é formado por uma estrela central, o Sol, oito planetas, suas luas, planetas anões, asteroides e cometas. Destes constituintes os maiores e mais massivos são Sol, com uma massa de 1,9891 x 1030 kg (aproximadamente 99,86% da massa total do sistema) e os planetas, por isso geralmente são representados nos modelos e maquetes.” (VECHI et al.,2013, p.2). Figura 3: Simulação do sistema sol, terra e lua (VECHI et al., 2013). Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva - Capital Nacional do Paraquedismo 4.4. Luneta de Baixo Custo Figura 4: Luneta após a montagem. (IACHEL et al., 2009). Segundo Iachel (2010), a proposta desse experimento é que, seja montada uma luneta a partir de materiais básicos, baratos e de fácil acesso. Esse experimento foi, e é muito importante para o desenvolvimento dos professores do ensino médio na hora de passar para seus alunos o conteúdo da matéria, no caso Astronomia e Física. Porém foi feito o teste em outros professores que não fazem parte da área das exatas, esses tais também acharam importante o uso desse experimento nas suas matérias. Com essa luneta foi possível observar, com uma boa qualidade, as crateras da lua. Além de estrelas e outras coisas que estejam aqui mesmo, na terra, como coisas que, mesmo em solo, possuem uma distância, consideravelmente alta. 5. Considerações Finais Após análise desses experimentos bem como autores que defendem o uso dos mesmos para promover uma melhor forma de ensino-aprendizagem de Astronomia, podemos entender a importância das atividades lúdicas que despertam a “curiosidade” que busca o aprendizado da maneira mais prazerosa. Leite e Hosoume (2007) apud Amaral (2008) acreditam que a Astronomia, quando ensinada no ensino fundamental, é elaborada de forma habitual e conceitual, e o seu conteúdo é debatido apenas em forma de texto e imagens, vemos também que o assunto de aula, não pode mais utilizar essa metodologia, pois já se mostrou insatisfatório. Devido ao tipo de tema, ele deve ser atendido de uma forma mais prática, concreta e prazerosa, de forma que haja uma atração do aluno. Evidenciando que o processo de educação e divulgação da Astronomia somente na educação formal, através de livros didáticos por exemplo, apontando que na medida do possível deve-se tentar vivenciar o mesmo de que despertem o lúdico que influencia nesse processo. Fundamentado nessas ideias encontradas no trabalho, decidimos implementar esses experimentos e materiais didáticos no projeto “Banca da Ciência” em que buscaremos promover a Astronomia através de estratégias da alfabetização científicotecnológica e do lúdico à comunidade da cidade de Boituva. Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva - Capital Nacional do Paraquedismo 6. Referências AMARAL, Patrícia. (2008) O ensino de astronomia nas séries finais do ensino fundamental: uma proposta de material didático de apoio ao professor. 2008. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Física do Instituto de Física do Programa de Pósgraduação de Ensino de Ciências, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/fevereiro2013/ciencias_artig os/dissertacao_2008_patricia_amaral.pdf >. Acesso em: 26 abr. 2016. BALBINOT, Margarete Cristina. (2005) Uso de modelos, numa perspectiva lúdica, no ensino de ciências. 2005. Disponível em: <http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho104.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2016. HODSON, Derek. (2013) Experimentos na ciência e no ensino de ciências. Educational Philosophy And Theory. Aukland, p. 53-66. 09 jan. 2013. Disponível em: <http://www.iq.usp.br/palporto/TextoHodsonExperimentacao.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2016. IACHEL, Gustavo et al. (2009) A montagem e a utilização de lunetas de baixo custo como experiência motivadora ao ensino de astronomia. Revista Brasileira de Ensino de Física, [s.l.], v. 31, n. 4, p.4502-4508, dez. 2009. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1806-11172009000400016. Acesso em: 29 abr. 2016. VICTOR, Raquel Araújo. (2012) Atividades lúdicas e ensino de astronomia: uma proposta envolvendo jogo de tabuleiro. 2012. 34 f. TCC (Graduação) - Curso de Física da Universidade Católica de Brasília, Brasília - DF, 2012. Disponível em: <http://repositorio.ucb.br/jspui/bitstream/10869/4557/2/Raquel Araújo Victor.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2016. VIEIRA, Rui Manoel de Bastos. (2013) A produção de atividades didáticas por professores de ciências em formação continuada: Uma perspectiva sócio-histórica. 2013. 310 f. Tese (Doutorado) - Curso de Física, Instituto de Física do Programa de Pós-graduação Interunidades em Ensino de Ciências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-01122014161455/publico/Rui_Manoel_de_Bastos_Vieira.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2016. VECHI, Anderson de et al. (2013) Modelo dinâmico do Sistema Solar em actionscript com controle de escalas para ensino de astronomia. Revista Brasileira de Ensino de Física, [s.l.], v. 35, n. 2, p.1-25, jun. 2013. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1806-11172013000200025. Acesso em: 29 abr. 2016.