EXPRESSO — Notícias, opinião, blogues, fóruns, podcasts. O semanário de referênci... Page 1 of 1 Um bom exemplo de economia social Rui Proença* (www.expresso.pt) 19:13 | Quinta feira, 4 O número de famílias que beneficia do apoio à infância em títulos pré-pagos concedidos pelas empresas onde trabalham os membros do agregado familiar está em franco crescimento. Desde 2005, são já 2.000 as famílias a usufruir deste benefício social, enquanto o número de crianças abrangidas ultrapassa as 2.400. O recurso aos títulos pré-pagos para apoio à infância é um processo em que todos ganham: famílias, empresas, creches e jardins-de-infância, e o próprio Estado. As empresas estão hoje mais atentas a um sistema cujo enquadramento legal remonta a 1999 (DL n.º 26/99), dispondose a comparticipar as despesas de apoio à infância dos filhos dos seus trabalhadores de forma crescente. As vantagens fiscais inerentes à utilização do sistema do título pré-pago são o primeiro atrativo - isenção de TSU e majoração fiscal de 40% em sede de IRC para as empresas; isenção de Segurança Social e IRS para o trabalhador. Mas à questão fiscal juntam-se as vantagens laborais e sociais muito relevantes, em particular tendo presente o atual contexto de crise que a todos afeta. Resultado: o ano de 2012 está a confirmar a forte adesão a estes títulos, que podem adaptar-se a qualquer tipo de empresa e garantem a facilidade de escolha dos pais quanto às instituições a selecionar desde que estas cumpram os padrões exigidos por lei. O número de creches e jardins-de-infância abrangidos por este modelo de apoio social em títulos pré-pagos ultrapassa os 840 estabelecimentos. Esta é, por isso, também uma forma de promover aqueles estabelecimentos que, de acordo com informação da Unidade de Respostas Sociais do Instituto de Segurança Social, fazem de Portugal o sexto melhor país da União Europeia na cobertura nacional de creches para crianças dos zero aos três anos. O modelo dos títulos pré-pagos (nos formatos de cartão eletrónico, e-voucher ou voucher), largamente utilizado em vários países da Europa e do mundo, representa uma forma de as sociedades se organizarem para que os benefícios sociais sejam atribuídos e aplicados nos fins a que se destinam. Tal como é um meio de as empresas e os Estados aplicarem o dinheiro que reservam para promover a alimentação saudável, o apoio à infância, a educação ou os transportes públicos - só para citar os benefícios mais comuns - de uma forma mais eficiente. A bondade da solução está justamente no facto de todos poderem beneficiar: os trabalhadores, as empresas, as creches e jardins-de-infância, privados e públicos. E, claro, ganha também o Estado que, pese embora o esforço fiscal reconhecido, consegue dinamizar a atividade económica com a consequente criação de emprego, e aperfeiçoar a responsabilidade social das empresas. São passos muito evidentes no desenvolvimento da economia social em Portugal. *Diretor-Geral da Edenred Portugal http://expresso.sapo.pt/gen.pl?p=print&op=view&fokey=ex.stories/758018&sid=ex.s... 21-10-2012