1 QUANDO O ÓDIO SOBE AO PALCO: O ROCK FASCISTA E SUA

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QUANDO O ÓDIO SOBE AO PALCO: O ROCK FASCISTA E SUA ATUAÇÃO
NA AMÉRICA DO SUL (1990-2010)
Pedro Carvalho Oliveira - Universidade Federal de Sergipe1
Dilton C. S. Maynard2
1.
Introdução
Os fascismos vêm, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, adaptando-se aos
mais diversos cenários e contextos, buscando espaço e adeptos mesmo 68 anos após
terem sido declarados mortos junto a Adolf Hitler e Benito Mussolini. Em meio a isto,
tentam encontrar formas de diálogo com o tempo presente, utilizando-se de mecanismos
comuns às sociedades contemporâneas para estabelecer contato. Neste sentido, duas
ferramentas mostram-se importantes recursos para realizar tal aproximação: a Internet e
a música.
Com a popularização da Internet a partir dos anos 1990, as sociedades ocidentais
tornaram-se cada vez mais informatizadas e os computadores pessoais se proliferaram.
A comunicação foi levada a um diferente patamar. De 1995, quando tornou-se um
negócio privado, até 2001, o número de usuários subiu de 16 para 400 milhões,
chegando atualmente a mais de 800 milhões (MAYNARD, 2012). Criar um blog ou um
site para espalhar pelo mundo suas formas de pensar tornou-se algo fácil.
No final do século XX, enquanto a Internet evoluía, surgiu o Napster, programa
desenvolvido por Shawn Fanning, criando “um local de encontro virtual em que, ao
trocar seus arquivos de músicas, as pessoas podiam se encontrar” (BARBROOK, 2009,
p. 370). Neste momento, a mp3 (mini-player camada 3) ganhava força e popularidade
em meio a um processo que revolucionava a forma de ouvir música. O
compartilhamento destes arquivos, muito criticado por autoridades e artistas, atualmente
1
[email protected]
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/CNPq/UFS)
Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET/FNDE/MEC)
2
Professor orientador.
2
não conhece fronteiras. Programas semelhantes ao Napster e blogs foram criados com
este objetivo.
Em meio a isto, grupos fascistas de todo mundo começaram a tirar proveito
destas benesses propiciadas pela informática. A extrema-direita organizaou-se na rede e
a utilizou para difundir seus ideais. Entre páginas com escritos que tentam legitimar
fascismos de diferentes tipos, é possível encontrar sites dedicados exclusivamente à
hate music, subgênero musical que, entre outras coisas, é usado para convocar os
adeptos destas ideologias a unirem-se em torno delas e incentivarem a intolerância,
levada a cabo nas ruas por sua principal audiência, os skinheads simpáticos ao seu
conteúdo. As bandas ligadas a este estilo musical peculiar e agressivo são o principal
objeto deste trabalho.
Mais especificamente, nos deteremos nas bandas que integram o RAC (“Rock
Against Communism”, ou “rock contra o comunismo”), movimento musical que utiliza
o rock para espalhar a palavra dos fascismos e legitimar discursos de ódio contra seus
opositores, configurando-se em uma ramificação singular da hate music, que é
composta por diferentes estilos musicais como o pop, a techno, o country, entre outros.
Apesar de ser, como veremos, um movimento com raízes na Europa, o estilo encontrou
aceitação ampla entre os jovens skinheads sul-americanos.
Para conhecermos tanto uma parte da hate music sul-americana, como
características dos fascismos no Continente, faremos leituras de músicas gravadas pelas
bandas “Quinta Columna” (Colômbia) e “Marcha Violenta” (Chile), percebendo suas
letras como documentos. Complementarmente, observaremos a associação destas
bandas com movimentos fascistas existentes na América do Sul, como o colombiano
Tercera Fuerza e o chileno B&H Chile. Por meio da análise de conteúdos presentes em
seus sites oficiais, conheceremos mais de perto as afinidades comuns entre conjuntos e
organizações.
Por fim, analisaremos a relação entre a política de extrema-direita presente na
América do Sul, a juventude fascista e a hate music, neste caso representado pelo rock
próprio deste ideário, servindo a interesses muito proximamente ligados à intolerância.
O comportamento provocador proveniente deste tipo de música afasta-se da postura
tradicionalmente liberal e anticonservadora comum aos que se envolvem com o rock,
bastando para gerar questionamentos que nos conduzam por este trabalho.
3
2. O movimento RAC e a hate music
Durante o processo de tomada da França pelos nazistas, iniciado em 1940, houve
um esforço significativo por parte das autoridades do Reich em restringir tanto quanto
fosse possível as liberdades artísticas dos parisienses. Aquele que era um celeiro
artístico mundial, passava agora ao controle intenso dos invasores cujos intentos eram
sufocar a produção artística percebida como forma de resistência nacionalista. A
música, um dos principais elementos da cultura local, tentava ser reduzida a um patamar
inferior ao da música alemã, seguindo as pretensões nazistas de superar seus dominados
neste âmbito (RIDING, 2012).
Por meio da música é possível expressarmos diversos sentimentos, despertarmos
outros e idealizarmos o mundo. Para os nazistas do passado, isto não foi diferente. Neste
caso, o sentimento está associado ao nacionalismo, ao reforço da unidade alemã, à
grandiosidade histórica de seus heróis do passado e ao novo império que se erguia sob a
égide dos nazistas. Atualmente, a música continua sendo um elemento importante para
os fascismos que, ao contrário do que muitos pensam, continuam existindo, mesmo que
sob outras aparências.
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, a Inglaterra vivia um período de
efervescência. Margareth Thatcher, representante do Partido Conservador, era eleita
para o cargo de Primeira Ministra, tendo em mãos o objetivo de solucionar diversas
crises que assolavam o país. As crescentes taxas de desemprego, resultantes da
diminuição na produção industrial, uma grave recessão econômica e a crise nas
Malvinas, território disputado pelos ingleses e pela Argentina, foram somente alguns
deles. Este último levou obrigatoriamente à guerra centenas de jovens, resultando em
muitas mortes e num episódio traumático para a história recente dos dois países.
Neste contexto, partidos e movimentos políticos como o National Front e o
British Movement surgem como propostas para solucionarem as crises por meio de
ideias alinhadas a pensamentos fascistas, isto quando não explicitamente posicionadas
como tais. Em meio a eles há políticos que criticam veementemente a ineficácia da
esquerda, especialmente os comunistas, na busca pela solução de problemas e apontamnos como responsáveis, bem como ao liberalismo que teria provocado aquela situação.
Paulatinamente vão ganhando espaço entre uma pequena porção da sociedade inglesa,
encantada pelo discurso nacionalista e incisivo. Para alcançar os jovens, o apelo
começou discreto.
4
Em 1977, o movimento punk havia chegado ao seu auge na Inglaterra, por meio
do punk rock e de bandas como The Clash e Sex Pistols, revolucionando não apenas o
comportamento, mas também o jeito de se fazer rock. Com poucos acordes e
necessitando não mais do que pessoas com coragem para tocar, mesmo que não sendo
músicos de fato, o gênero deu impulso à filosofia do “faça você mesmo”, enquanto
resgatava o rock mais tradicional e simples dos anos 1950, então sufocado pelos
excessos psicodélicos e virtuosos dos anos 1960. Por volta de 1982, quando o
movimento punk já não tinha tanta força, os skinheads, velhos conhecidos da sociedade
britânica, ganhavam novo vigor aproveitando o impacto do punk (MARSHALL, 1993).
Eles próprios se encarregaram de se apropriar daquela música, mudando sua
denominação para Oi!, incrementando-a com suas próprias visões de mundo. Como
disse George Marshall, “o Oi! nada mais era do que o punk sem pose” (1993, p. 78),
declarando que os skinheads viviam uma realidade mais dura, pois naquele momento os
punks estariam sendo englobados pelas grandes indústrias da moda e da música. Antes
disso, “partidos políticos de extrema direita procuraram afiliados (e votantes) dentro da
cena punk londrina” (SALAS, 2006, p. 34), mas frustraram-se pela pouca seriedade da
maioria dos punks para tratar de questões políticas, algo que mudaria no decorrer dos
anos 1980.
Os skinheads, por sua tradição operária que permeia sua história desde os anos
1960, quando surgiram para o mundo, possuíam alguma consciência política, muito
embora pouco explorada pelos próprios e relativamente deixada de lado. Como o
problema do desemprego por volta de 1979 tornara-se cada vez mais grave, parte dos
skinheads e seus familiares, cuja fonte de renda estava nas fábricas, agora cada vez mais
desabilitadas, foram severamente afetados. Em meio a isto, as acusações dos partidos
National Front e do British Movement de que os poucos empregos que restavam vinham
sendo ocupados por estrangeiros paquistaneses, que os comunistas não lutavam pelos
operários e que os judeus controlavam a economia quando esta deveria ser gerida pelos
ingleses, foram pouco a pouco sendo absorvidas pelos skinheads, que tomavam-nas
como verdades.
Liderado pela Skrewdriver e sob o apoio do NF, surge o movimento RAC (ou
Rock Agains Communism, “rock contra o comunismo”), uma resposta ao recém criado
RAR (Rock Against Racism, “rock contra o racismo), que agrupava bandas contrárias
aos recentes envolvimentos de bandas do Oi! com ideias fascistas (MARSHALL, 1993).
A Skrewdriver, que tinha à sua frente Ian Stuart Donaldson, um dos mais conhecidos
5
ativistas do nacional-socialismo inglês nos anos 1980, utilizava o Oi! para disseminar
palavras contra todos aqueles que eram considerados inimigos de suas causas e a favor
daquilo que percebiam como o único caminho a se seguir.
Surgia assim um movimento com dupla finalidade: em primeiro lugar, convocar
os jovens a uma adesão ao pensamento de extrema-direita que começava a ganhar força
naquele momento, além de irem à caça dos seus supostos “inimigos”. Em segundo
lugar, consequentemente, o RAC e suas bandas, apoiadas por partidos que patrocinavam
seus shows e festivais, angariava skinheads para o crescente rebanho político.
Percebendo esta dinâmica, voltamos ao passado do nazismo clássico, quando a
“filosofia da Juventude Hitlerista afirmava que jovens devem ser liderados por outros
jovens” (BARTOLETTI, 2006, p. 30). A hate music tornou-se este elemento agregador
cujos princípios obedecem esta premissa.
Não podemos dizer que a Skrewdriver e o movimento RAC foram os inventores
da hate music. A Ku Klux Klan já se utilizava de músicas para disseminar o ódio aos
negros, cantando seus princípios racistas. Nos anos 1960, ainda quando os skinheads
não possuíam a imagem de racistas extremistas, o norte-americano Clifford Joseph
Trahan, conhecido sob a alcunha de Johnny Rebel, declarava apoio à Ku Klux Klan e à
América Sulista, decorando a capa de seus discos e os palcos onde se apresentava com
bandeiras dos Estados Confederados da América. Em seu site3 podemos encontrar letras
de suas músicas, com ofensas explícitas a negros, judeus, entre outros.
Os conceitos de “música de ódio” que usamos aqui tentam definir as
características que constituem este subgênero e as formas como ele pretende atuar junto
ao RAC. Seu conteúdo não representa um fenômeno desprovido de intenções,
objetivando apenas o entretenimento ou a diversão, mas sim “um claro convite para a
violência radical, seja essa ou não sua intenção” (SALAS, 2006, p. 156). Neste caso,
elas podem não estar atribuídas somente ao rock, mas a outros tipos musicais. No
entanto, entre os componentes do RAC estes fundamentos são mais evidentes, além de
mais contundentes.
Segundo Heléne Lööw (1998), cada movimento revolucionário possui sua
própria música, palavras e poetas. A música não necessariamente cria organizações e
nem os músicos estão sempre liderando alguma revolução. Mas o protesto
revolucionário em forma de música dá voz aos sonhos, às visões e às fantasias dos
3
Aryan 88 - <http://www.aryan88.com/whiterider/officialjr/>. Último acesso em 01 de abril de 2012, às
11h36.
6
revolucionários a respeito das sociedades utópicas que almejam estabelecer. Assim
sendo, a “música de ódio” assume o papel também de desejo, de cantar aquilo que
sonham tanto os que a executam, quanto os que a ouvem, gerando uma consonância. O
desejo mútuo é um agregador explorado por este tipo de música.
O discurso fascista não é conduzido pela via racional, mas sim por meio da
apelação. Não há um discurso livre, um debate sobre o que está sendo colocado, mas
sim uma convicção cega a respeito do que lhes é posto. Portanto, torna-se patente aquilo
que vence pelo emocional, o que explica o fato dos líderes desta ideologia serem
conhecidos pelos seus discursos inflamados e veemência convincente (MOYANO,
2004). Assim são também os vocalistas destas bandas, que com uma caneta na mão e
um microfone em outra, escrevem e reproduzem seus pensamentos para apontar
culpados para os seus problemas.
3. A hate music na América do Sul: o mesmo ódio em um palco diferente
Com a queda do Muro de Berlim em 1989, antecedendo ao fim da União
Soviética e ao encerramento da Guerra Fria dois anos depois, o mundo observava o que
parecia ser o surgimento de “uma nova ordem mundial, baseada no direito internacional
e na cooperação entre as nações” (SILVA, 2004, p. 21). A globalização começava a
ganhar força e neste contexto a popularização da Internet foi especialmente importante.
Pessoas do mundo inteiro poderiam comunicar-se por meio da rede mundial de
computadores, cuja prática de navegação dos usuários cresceu junto com o número de
lares plugados à web, ampliado até o final da década de 1990. Porém, apesar desta
conexão, parece que “ao invés de unirem-se em torno de valores comuns, os povos do
mundo tornaram-se ainda mais divididos por suas diferentes – e competitivas –
identidades culturais” (BARBROOK, 2009, p. 342).
E é por meio das inovações dos meios de comunicação que o contingente de
skinheads ligados aos fascismos ganha força, circulando pelo mundo e chegando à
América do Sul. A derrota do socialismo, na mesma década do boom da Internet, deu
ímpeto à força estadunidense, cujo poder se ampliava ainda mais por meio de sua
soberania econômica, principalmente. Diante disto, os novos fascistas sul-americanos
direcionavam cada vez mais seus discursos no sentido de apontar as falhas do
socialismo derrotado, ao mesmo tempo em que criticavam o peso do imperialismo
norte-americano e europeu no Sul. A Internet ajudaria a espalhar estas mensagens.
7
Atualmente, a América do Sul vive um momento de grande integração frente a
outras nações próximas, como uma forma de promover a independência de seus países
do imperialismo norte-americano e europeu, que há muito aproveita os recursos da
região por meio de acordos, impedindo que as nações latino-americanas exerçam a
divisão de suas riquezas para o seu próprio povo. Busca-se a soberania frente aos países
que exploram estas riquezas e, em troca, oferecem muito pouco ou quase nada
(ARVELÁIZ, 2012). Estas medidas são tomadas, em sua maioria, por alianças de
governos de esquerda, predominantes nesta região. É curioso pensarmos que, da mesma
forma, os neofascistas sul-americanos criticam o imperialismo, reivindicam a soberania
nacional, mas sem que haja alianças entre outros países, exceto se estas alianças forem
formadas por governos de extrema-direita, como uma forma de conquista ampliada.
Por isto, boa parte das bandas ligadas ao RAC na América do Sul prefere um
discurso cujo foco está no nacionalismo, presente no fascismo clássico por meio do
mito da grandeza nacional (KONDER, 2009). Embora isto ocorra, a todo tempo
podemos comprovar referências à história do nazismo alemão, da mitologia nórdica,
entre outras. Estas contradições fazem parte, primeiramente, da fraca fundamentação de
seus discursos além de, principalmente, serem marcas desta insistente readaptação
ideológica. Apesar de parecer frágil, esta adaptação é crescente e mesmo convivendo
com certas contradições se solidifica e angaria adeptos, seja com o apoio ou não de
movimentos políticos.
Para entender os fascismos com os quais as bandas e seu público se guiam, será
necessário primeiramente compreendermos como eles são possíveis ainda hoje, mais de
60 anos após o fim dos regimes que os criaram. O historiador brasileiro Francisco
Carlos Teixeira da Silva aponta que desde os anos 1980, distantes dos simples
saudosismos de antigos fascistas que viram suas pretensões frustrarem-se com o fim da
Segunda Guerra Mundial, grupos de tendência fascista aparecem na Europa. Isto ocorre,
entre muitos fatores, graças aos questionamentos ao socialismo soviético em crise,
quando partidos de extrema-direita reivindicavam a revisão de sequelas adquiridas no
passado (SILVA, 2004).
Desde então, os fascismos em suas mais variadas formas tem buscado uma
reformulação de seus discursos, visando assimilar a linguagem do tempo presente. Para
tanto, os líderes políticos de extrema-direita “tornaram-se hábeis em apresentar uma
face moderada ao público em geral, ao mesmo tempo que, na esfera interna, acolhem
8
entre seus filiados pessoas que simpatizam abertamente com o fascismo” (PAXTON,
2007, p. 286). Neste caso, o fascismo ainda é possível?
Robert O. Paxton responde, por meio de exemplos como a participação do
partido Alleanza Nazionale no cenário político italiano em 1994, e da chegada de JeanMarie Le Pen em segundo lugar ao término das eleições francesas de 2002, que sim, o
fascismo ainda é possível. Mesmo que não haja uma conjuntura de crises como as que
levaram ao poder Benito Mussolini na Itália e Adolf Hitler na Alemanha (2007), o
partido Aurora Dourada ganhou expressiva força nas eleições gregas em 2012, ainda
que declaradamente alinhado ao nazismo.
No que diz respeito às reverências ao fascismo clássico, poderemos observar que
estas aparecem em forma de exemplo a ser seguido, aproveitando-se de todos os
elementos que forem possíveis para justificar sua repetição em outros tempos. Os ditos
inimigos são os mesmos: negros, judeus, homossexuais, imigrantes, comunistas, enfim,
todos aqueles percebidos pelos fascistas como “degenerados”, são expostos na hate
music como alvos a serem eliminados em nome da causa, abrindo caminho para a
existência de uma nação nacional-socialista. As músicas refletem o ponto de vista em
que a “alteridade social e individual surge, assim, como objeto central da ação do
fascismo” (SILVA, 2005, p. 149). Esta ação, enfatizada nas músicas, ganha tons vívidos
de prática da violência.
4.
Para entender os fascismos sul-americanos: a hate music como documento
4.1.“Quinta Columna” e o caso colombiano
Exemplificando o comportamento, as ideologias, o universo e as práticas
fascistas, as “músicas de ódio” nos servem como fontes importantes para uma
compreensão de como a extrema-direita idealiza suas pretensões no continente sulamericano, onde os avanços da esquerda têm sido importantes desde a primeira década
do século XXI. Antes de tudo, não devemos nos apegar ao que diferencia os
movimentos fascistas, sejam políticos ou apenas organizados por skinheads, com
aqueles originários da Europa, berço dos principais exemplos, como Alemanha e Itália.
Importante para nós é observar que tratam-se de ideologias capazes de se modificar para
se adaptar, seja onde for.
9
Na Colômbia, a organização Tercera Fuerza4 é um dos grupos nacionalsocialistas mais bem organizados na web e muito expressivo em todo país. Sua
existência é pontuada como a recuperação de um projeto antigo, iniciado na cidade de
Pereira nos anos 1950, cujo lema seria “Dios y Patria”, interrompido pela ida de muitos
dos seus idealizadores à Espanha. Atualmente, definem-se da seguinte forma:
Tercera Fuerza se converte na comunidade militante de ideias de um
setor juvenil que pretende preservar e restabelecer a essência e a
identidade do espírito do Nacional-Socialismo e hispânico em nosso
país, elevando-o como um exemplo prático do nosso socialismo. Não
se trata de proselitismo político, pois não é uma organização de
massas ou que tenha como prioridade conseguir adeptos ou
seguidores entre setores sociais diferentes, acreditamos que as
pessoas destinadas a lutar por nossa causa vagam por aí, é uma
questão de que descubram-se por si mesmos.5
Esta militância juvenil é construída por meio de acampamentos para aprender
defesa pessoal, táticas militares, para a realização de atividades físicas e debates em
torno do nacional-socialismo. Processo muito semelhante ao da juventude hitlerista do
III Reich, onde este tipo de convivência tinha por objetivo doutrinar garotos e garotas a
lutarem pela causa nazista (BARTOLETTI, 2006). Longe da organização e adesão de
seus inspiradores, a Tercera Fuerza conta também com eventos musicais onde a
presença de bandas do RAC é comum. Uma maneira de unir sua juventude pelo
nazismo em diferentes âmbitos.
O VI Rudolf Fest, marcado para ocorrer no dia 03 de março de 2012 em Bogotá,
capital da Colômbia, é a quarta edição de um tradicional festival organizado pela
Tercera Fuerza, que faz questão de exibir no cartaz de divulgação o seu nome sobre a
figura de Rudolf Hess, personagem importante entre os nazistas (Figura 1). O evento
anunciou a presença da banda canadense “Vinland Warriors”, além das colombianas
“Orgullo Nacional”, “Stukas”, “Escuadrón Dieciocho” e “Quinta Columna”. Esta última
possui uma forte ligação com a Tercera Fuerza, participando de muitos shows
organizados por ela.
4
Tercera Fuerza Nación – <http://www.tercerafuerzanacion.org/>. Último acesso em 15 de junho de
2013, às 17h15.
5
Tercera Fuerza ideário – Disponível em <http://www.tercerafuerzanacion.org/ideario.html>. Último
acesso em 15 de junho de 2013, às 17h35. Tradução nossa.
10
Figura 1: pôster do VI Rudolf Fest, em
homenagem a Rudolf Hess, conselheiro de defesa
da Alemanha nazista e pretenso sucessor de Adolf
Hitler e Hermann Göring. No topo, no nome da
organização Tercera Fuerza e seu lema: “Herança,
terra,
comunidade”
(Fonte:
http://www.tercerafuerzanacion.org/eventos.html
>. Último acesso em 21 de julho de 2012, às
17h50.
Figura 2: pôster do show em homenagem a Luis
Felipe Toquica Burbano, organizado pelo grupo
Tercera Fuerza, contando com a presença de oito
bandas que defendem estes ideais. São elas:
Quinta Columna, Skin Heads Rebels, Perpetual
Witness, May Day, Hedor, Desecrate, Carnagia e
Soul
Burner
(Fonte:
<http://www.tercerafuerzanacion.org/noticias.ht
ml>. Último acesso em 21 de julho de 2012, às
17h30.
Um destes ocorreu em homenagem a Luis Felipe Toquica Burbano, jovem de
apenas 17 anos que em 14 de março de 2008 teria sido morto por um skinhead
socialista6. Toquica era membro da Tercera Fuerza e não resistiu aos ferimentos
causados pelo espancamento e uma suposta agressão com arma branca. No dia 31 do
mesmo mês, seus “camaradas” utilizaram a música para lembrá-lo. O evento contou
com oito bandas, entre grupos de RAC e NSBM (Nacional-socialist Black Metal, ou
“Black metal nacional-socialista”). A “Quinta Columna” estava entre elas (Figura 2).
6
Medida de aseguramiento contra Skinhead por homicídio – Disponível em
<http://www.terra.com.co/actualidad/articulo/html/acu9810.htm>. Último acesso em 15 dejunho de 2013,
às 14h20.
11
Trata-se de uma banda cuja disponibilidade de material é muito escassa,
reduzindo-se a pequenas citações em blogs voltados à hate music e sua página no
MySpace7. Uma das músicas hospedadas no site é “Caos em Bogota”, ou simplesmente
“Caos”, cover da banda argentina “Comando Suicida”. A princípio nos parece apenas
uma referência ao universo skinhead, mas a conduta que evocam é passível de ser
problematizada:
Acaso no recuerdas
en el 77
con todos los skinhead
en su maximo esplendor
una mueca en su cara
buscando siempre lucha
buscando siempre accion
vuelven los skinhead
otra ves las botas
y el que se nos cruce
lo vamos a destrosar!
somos la vieja estirpe
los vamos a coger
somos la vieja estirpe
los vamos a matar8.
A referência são os skinheads do final dos anos 1970, que reaparecem ao mundo
depois de anos distantes das capas de jornais e noticiários. Neste momento,
impulsionados pelo punk, como dito anteriormente, os skinheads ganham novamente as
ruas. Há quem diga, no entanto, que estes “novos” skins distanciam-se por completo dos
considerados “originais”, cujo auge se deu nos anos 1960. Os que se colocavam como
tais por volta de 1977 são muitas vezes percebidos apenas como cópias, inspirados pelo
passado (KNIGHT, 1982).
7
Quinta Columna RAC – Disponível em <http://myspace.com/vcolumnarac/>. Último acesso em 15 de
junho de 2013, às 20h25.
8
QUINTA COLUMNA CAOS – Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=2b7bd91U3Es>.
Último acesso em 18 de julho de 2012, às 21h30. Transcrição realizada pelo autor.
12
Perceber a diferença entre os skinheads dos anos 1960 e aqueles que
reapareceram ou tornaram-se skins no final da década seguinte é fundamental. Ao
abordar casos de violência envolvendo skinheads, a imprensa reforça a igualdade entre
todos eles, ignorando a presença de movimentos de esquerda e antifascistas entre os
“carecas”. Muitos autores, ao abordarem esta subcultura, ignoram o processo de
aproximação que a extrema-direita realizou sobre ela. A participação do historiador,
munido de sua metodologia e sua crítica, é importante para apontar estas mudanças.
Os skinheads, sejam eles fascistas ou não, estão ligados à violência desde as suas
origens, graças às brigas de rua envolvendo gangues, entre as torcidas de futebol rivais
ou pela truculência tradicional de seus adeptos acentuada pela cerveja, paixão comum
entre estes. Em alguns casos, o bairrismo e algumas formas de preconceito, como a
homofobia, já eram presentes de maneira alarmante nos anos 1960 (MARSHALL,
1993), mas não conduzidos de maneira sistemática por ideologias fascistas. Quando
ressurgiram os skins, já ameaçados pela presença de partidos de extrema-direita, era
importante mostrar de que lado cada um estava.
Movimentos como o RAR (Rock against racism, ou “rock contra o racismo”) e o
SHARP (Skinheads against racial prejudice, ou “skinheads contra o preconceito
racial”) surgiram para estabelecer e enfatizar as diferenças entre os “carecas”. O
primeiro corresponde ainda à década de 1970, na raiz dos primeiros grupos de skinheads
fascistas, como uma resposta à postura adotada em cumplicidade ao National Front e o
British Movement. O segundo, surgido já nos anos 1980, agrega de maneira mais
expressiva skins ligados às raízes da subcultura, onde a música jamaicana os colocava
lado a lado com os negros, rejeitando o racismo.
A “Quinta Columna”, posicionada ao lado do Nacional-Socialismo, diz, ao
gravar esta música, que ser skinhead é colocar-se às ruas buscando luta e ação,
agredindo quando for necessário, especialmente aos que posicionarem-se em seu
caminho impedindo o progresso de suas ideias. “E ele que não nos cruzem, nós vamos
destroçar”, diz um trecho da letra. E continuam: “Somos a velha estirpe, nós vamos
pegar; somos a velha estirpe, nós vamos matar!” Estas declarações, aliadas às
preferências ideológicas do grupo, definem um comportamento intolerante contra
qualquer um que não esteja do seu lado. Ao passo em que assume parte do RAC e
dispõe-se a participar de shows promovidos por organizações nazistas, a banda explicita
suas intenções.
13
4.2. “Marcha Violenta”: pelo sangue e pela honra do Chile
O Chile é percebido como o maior reduto de neonazistas da América do Sul,
onde desde o final do século XX movimentos políticos adeptos desta ideologia ganham
força e estruturam-se, principalmente com o apoio de ideólogos como Miguel Serrano e
Alex López, tornando-se um país cuja difusão do fascismo é ampla (MOURA, 2012).
Além de movimentos políticos como os já conhecidos Patria Nueva Sociedad e Frente
Orden Nacional, durante algum tempo o Blood & Honour foi um significativo grupo
para os skinheads neonazistas.
O Blood & Honour foi fundado por Ian Stuart Donaldson (Skrewdriver) e seu
amigo Des Clarke em 1987, na Inglaterra, como uma espécie de movimento
independente, sem associações partidárias (SALAS, 2006). Trata-se de uma organização
essencialmente musical, cujas bases estão na propagação dos ideais fascistas por meio
do RAC. Assim, muitos são os shows realizados por diferentes células do grupo pelo
mundo, fundadas com o aval da matriz. No Chile, o B&H nasce em 2008 segundo
informações de seu site oficial9.
Ainda na mesma página vemos uma declaração que nos chama a atenção:
“Durante o ano realizamos distintas atividades propagandísticas também musicais,
contando atualmente com uma banda estabelecida (Marcha Violenta), e uma outra a
caminho.” (Figura 3) Apesar de ser um conjunto cujo material é também raro, é possível
identificarmos o discurso que revela propósitos e idealismos, bem como seu
envolvimento com o RAC. Suas músicas foram dispersas pela rede, sendo encontradas
apenas em compilações feitas por blogs. Na página do B&H Magallanes no YouTube é
possível encontrar este material10.
9
Blood & Honour Divisón Chile – Disponível em < http://28chile.webcindario.com/index2.html>.
Último acesso em 15 de junho de 2013, às 21h25.
10
B&H Divission Chile – Disponível em <http://www.youtube.com/user/28Magallanes?feature=watch>.
Último acesso em 15 de junho de 2013, às 22h00.
14
Figura 3: Aspecto da página inicial do site Blood & Honour Chile, onde é possível ler o
ideário da organização e suas pretensões. Em destaque, uma declaração sobre o uso da
música como forma de propaganda, envolvendo a banda Marcha Violenta (Fonte:
Entre as músicas encontradas, gravadas em videoclipes improvisados, com
<http://28chile.webcindario.com/index2.html>. Último acesso em 15 de junho de 2013,
às 21h15).
imagens
históricas da Segunda Guerra Mundial ou a logo da banda, temos uma muito
peculiar: “I Hate Commie Scum” (ou “Eu odeio a escória comunista”), cover de uma
banda australiana, a Fortress. Peculiar porque a regravação tem como base uma banda
estrangeira. Mais ainda: uma banda cuja nacionalidade poderia ser questionada pelos
fascistas sul-americanos, ao passo em que representa um país do primeiro mundo, com
interesses supostamente semelhantes aos europeus e dos Estados Unidos.
Nesta música temos o seguinte:
Don’t try to speak to me
About racial equality
Blacks and whites are not the same
Lies spread by the communists
Hand in hand with capitalists
Smash them both is my aim
I hate commie scum
I spit in the red flag
The Reds are on the street tonight
Let’s get that commie scum11
Traduzindo a letra, concluímos que o posicionamento da banda é agressivo de
muitas maneiras. Para eles, não adianta que se fale em igualdade racial, pois negros e
brancos não são semelhantes, uma clara alusão ao tradicional racismo de bandas do
RAC. Afirmam que este discurso igualitário é parte de mentiras espalhadas por
11
Transcrição do autor.
15
comunistas, que supostamente caminhariam lado a lado com capitalistas. O objetivo,
afirmam entre acordes e gritos, é esmagar a ambos. Depois, reiteram o ódio aos
comunistas, dizendo que cospem em sua bandeira vermelha, e que se os “vermelhos”
estão nas ruas eles precisam ser retirados.
Como visto na página inicial do site B&H Chile, este é “um agrupamento de
jovens brancos eurodescendentes”. Existe aí a imposição da raça branca sobre qualquer
outra, ao passo que restringem o público. Se a Marcha Violenta é colocada como banda
oficial do agrupamento, nada mais previsível do que suas convicções raciais. Ao
regravarem a música seus integrantes reforçam este pensamento, negando qualquer
semelhança entre negros e brancos. A “eurodescendência” citada também diz muito:
uma clara tentativa de ligar a América do Sul aos descobridores europeus, de quem
possuiriam traços genealógicos diretos.
Este explorado sentimento de “nós”, os brancos, e “eles”, as outras raças,
fortalecem o sentimento de pertencimento a um grupo específico, que elimina o “eu” e
privilegia o coletivo, algo bastante aproximado do que se via entre a população alemã
em meio ao domínio nazista. Este coletivo é uma agregação de indivíduos cujo ponto
em comum, além da ideologia Nacional-Socialista, é um racismo elevado ao nível de
prioridade (PIEROBON, 2012).
Ainda que na Alemanha a questão racial tenha sido mais explorada, tanto Hitler
quanto Mussolini viam no socialismo e comunismo a imagem de um inimigo. O
primeiro, percebendo a existência de muitos judeus entre os revolucionários filiados ao
comunismo, como Rosa Luxemburgo, acrescentou isto à sua lista de explicações para o
antissemitismo (FERRO, 2008).
Já na Itália, embora o Führer alemão tenha feito o mesmo, “o Partido Socialista
Italiano, fomentando greves, observando com simpatia a revolução russa de Lenin,
passa a ser sistematicamente denunciado por Mussolini, como uma força antinacional”
(KONDER, 2009, p. 65), tendo como princípio o conflito entre a nação e tudo aquilo
que fosse contrário a ela, tão característico do fascismo.
Portanto, a agressão, como revela a música, é uma opção para defender os
propósitos de seus compositores e do público que identifica-se com esta forma de
intolerância. Se você não é branco, defende uma postura política ou ideológica oposta
ou defende a igualdade independentemente da raça pode ser classificado como um
inimigo, alguém a ser eliminado.
16
Considerações finais
Na Colômbia, em 02 de junho de 2013, três jovens que trabalhavam para a
vereadora Diana Alejandra Rodriguez, do Partido Progressista, foram agredidos por um
grupo de skinheads neonazistas que teriam quase os matado, tamanha a agressividade
dos golpes proferidos12. Apesar disto, foram liberados poucos dias depois, gerando
insatisfação entre a população. No Chile, o caso mais marcante nos últimos anos é o de
Daniel Zamúdio, jovem homossexual que após ser internado pelas agressões sofridas,
incluindo suásticas talhadas em sua pele, acabou vindo a óbito em no dia 27 de maio de
2012.
Embora não possamos garantir que a hate music seja a motivadora de atos reais
de intolerância como estes, podemos afirmar que ela os legitima. Este estilo musical
propagandeia o universo dos fascismos modernos e explicita a forma como a luta para
propagá-lo deve acontecer. Trata-se de uma manifestação que tenta anular a integridade
do outro, bem como justificar atos que colocam em risco a vida de seres humanos
apenas por não serem o que fascistas entendem como ideal.
As músicas, as bandas e os demais envolvidos nesta cruzada fascista nos
oferecem indícios vívidos sobre como, em pleno século XXI, aquelas ideologias que
pensávamos terem ficado no apagar de 1945 continuam entre nós. Para isto, adquiriram
novas formas, adaptaram-se a novos discursos e ferramentas de difusão, como a música
e a Internet. Porém, não devemos nos enganar: os fascismos e o ódio intrínseco a eles
não residem apenas no canto e na web: saem deles e ganham as ruas.
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Tradução de Adriana Veloso et al. São Paulo: Peirópolis, 2009.
12
Polémica por libertad de ‘skinheads’ que golpearon a três jóvenes – Disponível em
<http://www.eltiempo.com/colombia/bogota/ARTICULO-WEB-NEW_NOTA_INTERIOR12845850.html>. Último acesso em 16 de junho de 2013, às 00h20.
17
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18
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