O controlo e a ocupação da região do Amazonas pelos Portugueses no século XVII Fernando Cabral Martins de Almeida Frequência do curso de Doutoramento em História Contemporânea na Universidade Autónoma de Lisboa em colaboração com a Universidade de Salamanca. Desde que chegaram ao Brasil, oficialmente, em 1500, na armada comandada por Pedro Alvares Cabral, os Portugueses fixaram-se preferencialmente na região compreendida entre o Pernambuco e o Rio da Prata, por diversas razões. Além das dificuldades encontradas na navegação, de fortes correntes marítimas que dificultavam as comunicações por mar entre a região do Amazonas e o Pernambuco, esta região no norte tinha um interesse económico menos atractivo. Dessa forma, só começou a efectuar-se a ocupação desse território com a fixação de colonos e a consolidação do poder do Estado, com estruturas administrativas e militares, mais intensivamente durante o século XVII. Mas, em fins do século XVI encetaram-se algumas iniciativas de dimensão relevante na conquista e ocupação efectiva da região da Amazónia. Desde a subida de Filipe II, de Espanha, ao trono de Portugal, em 1580, acentuou-se a penetração dos Portugueses no interior do território, com o desenvolvimento das capitanias do Nordeste e a sua integração no conjunto brasileiro. Aumentou o número de iniciativas de exploração na direcção da floresta, abrindo-se clareiras ao longo do curso dos rios, onde se construíam povoados. De 1586 a 1590, o capitão Frutuoso Barbosa pacificou a região da Paraíba, avançando depois para o Sergipe, por entre as tribos nativas. Ainda neste século, Pêro Coelho de Sousa assegura o controlo do Rio Grande do Norte e do Ceará. Provavelmente, o maior desafio que os Portugueses encontraram nesta região foram as investidas francesas na capitania do Maranhão. No reinado de Filipe III, de Espanha, intensificaram-se os confrontos entre este reino e os países do norte da Europa. Da mesma forma aumentaram as investidas de corsários nórdicos e tentativas de ocupação dos territórios Portugueses, que estavam sob o domínio deste monarca. Entre 1612 e 1615 os colonos Portugueses conseguiram expulsar os Franceses da região do Maranhão com o auxílio das tribos nativas. Devido à necessidade de assegurar o controlo do Norte do Brasil impunha-se a tarefa de povoar a região compreendida entre o rio Grande e o Amazonas. Por essa razão, após a expulsão dos Franceses do Maranhão organizou-se uma expedição comandada por Francisco Caldeira de Castelo Branco, com uma força de 150 soldados, com o objectivo de erguer um forte na região do Pará, de forma a abrir o caminho à exploração do Amazonas, servindo também para dar apoio a operações militares no rio Maranhão, que se encontrava a 180 léguas. Apesar das fontes bibliográficas serem pouco extensas nesta área, este é sem dúvida um tema que vale a pena ser mais bem estudado, pela importância dos acontecimentos que ocorreram nesta região, num plano estratégico mais vasto, com o jogo de influências e disputa pelo domínio do poder entre as potências europeias, a nível mundial. Além disso, permite compreender melhor a Historia do Brasil, que se tornou num dos maiores países do mundo, criado por colonos provenientes de Portugal, que sempre foi um país pequeno, a nível geográfico e demográfico, em comparação com outros do Norte da Europa. Manutenção do domínio na Foz do Amazonas pelos Portugueses durante o século XVI Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades Equilíbrio de forças entre os colonizadores portugueses, os índios e os comerciantes de outras nações europeias no século XVI Desde o início do século XVI 1, com a descoberta oficial do Brasil em 1500 por Pedro Álvares Cabral, os Portugueses foram explorando progressivamente o litoral brasileiro. As intenções iniciais dessas missões de reconhecimento assentavam em dois objectivos principais, sendo eles o estudo das características geográficas da região e a procura de matérias-primas que tivessem interesse comercial. Passada essa fase de levantamento cartográfico do litoral edificouse a feitoria de Cabo Frio em 1503, onde se manteve a exploração de pau-brasil até 1516, quando foi substituída pela região do Nordeste com árvores de melhor qualidade. De acordo com os princípios estabelecidos no Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 pelos monarcas ibéricos, as regiões a norte e a sul do continente da América do Sul encontravamse na área de influência de Castela e Aragão, por estarem a ocidente desse meridiano imaginário. Dessa forma, a parte ocidental do continente estava destinada a ser explorada e ocupada pelos espanhóis e a parte oriental, descoberta oficialmente em 1500 pertencia à coroa portuguesa. Mas, foram surgindo ocasionalmente alguns desentendimentos em relação à demarcação oficial do meridiano de Tordesilhas geograficamente, motivados por disputas territoriais e desentendimentos entre exploradores e colonos. Na segunda década de 1500 intensificou-se o envio de expedições por parte dos países ibéricos à América do Sul, no sentido de assegurarem o controlo desse continente ainda por explorar. Vários comerciantes franceses empenharam-se em organizar armadas, motivados pelos avultados lucros que esperavam ter no comércio dos produtos exóticos e do pau-brasil. Em Fevereiro de 1616 chegou ao Rio da Prata uma esquadra de três caravelas espanholas. Depois de ter feito uma exploração na zona, verificando-se um recontro armado comos ameríndios passou pela feitoria portuguesa na baía da Guanabara onde se apoderou de um carregamento de pau-brasil. Constatando-se o interesse da coroa espanhola e dos comerciantes franceses na exploração das riquezas do continente Sul-Americano torna-se possível compreender facilmente a preocupação do rei D. Manuel no sentido de promover a defesa dos territórios que lhe eram atribuídos aí pelo Tratado de Tordesilhas. Em 1516 Cristóvão Jacques recebeu a incumbência de comandar uma armada destinada a patrulhar o litoral brasileiro e coordenar a fixação de colonos no Brasil. Estando investido nas funções de governador substituiu a feitoria de Cabo Frio pela região de Pernambuco onde existia madeira de melhor qualidade. Desembarcou colonos na região e estabeleceu uma aliança com os Tabajaras. Em Dezembro de 1621 Cristóvão Jacques zarpou de Lisboa numa nova expedição com duas caravelas. Além de patrulhar o litoral brasileiro subiu o rio Paraná em busca da cordilheira dos Andes a que chamavam Serra da Prata. Conseguiram encontrar cobre, prata e vestígios de ouro. Este comandante notabilizou-se na defesa do litoral principalmente face às iniciativas dos armadores gauleses que enviavam várias expedições à procura de produtos exóticos. Cumpriu três missões de 1516 a 1519, de 1521 a 1522 e de 1527 a 1528, quando foi demitido devido ao seu comportamento prepotente e cruel de que os franceses se queixavam por via diplomática. Implantação das populações lusas e das estruturas administrativas do Estado no Nordeste Brasileiro Desde o início do reinado de D. João III2, que se prolongou de 1521 a 1557, surgiram desenvolvimentos na conjuntura internacional, que se revelaram preponderantes no equilíbrio e na condução da política externa de Portugal. Estando consolidada a implantação no comércio do Oriente D. João III concentrou a sua atenção na ocupação e colonização das duas margens do litoral do Atlântico Sul, que estavam situadas na área de influência destinada a Portugal mediante 1 Hélio VIANNA, História do Brasil, revisto e actualizado por Hernâni Donato, São Paulo, Melhoramentos, 1992, pp. 19-77. Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império LusoBrasileiro 1500-1620, Lisboa, Editorial Estampa, 1992, pp. 114-136. 2 Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., pp. 56-122. Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império Luso-Brasileiro 1500-1620 cit., pp. 114-170. Fernando Cabral Martins de Almeida 2 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades o acordo alcançado no Tratado de Tordesilhas. Os produtos exóticos, os metais e os minérios preciosos provenientes do continente sul-americano deslumbravam a Europa, ao chegarem em quantidades crescentes, despertando o interesse de comerciantes nesse negócio. Em Espanha subiu ao trono, em 1516, Carlos I, sendo eleito imperador do império RomanoGermânico em 1519, com o título de Carlos V. Este governante aproveitou o seu predomínio político a nível europeu para conseguir através da diplomacia vantagens estratégicas nas negociações com Portugal e outros países. Reclamou o direito de entrar no comércio das especiarias no extremo Oriente e a posse da soberania nas Molucas, da qual prescindiu em troca de contrapartidas financeiras. Revitalizou-se a rota terrestre das especiarias pelo Médio-Oriente provocando uma diminuição nos lucros da carreira da Índia. Apesar de ter aumentado a quantidade de corsários franceses no Atlântico Sul D. João III esforçou-se por manter boas relações com Francisco I da França de forma promover a diminuição do predomínio político de Espanha na Europa. O sistema de feitorias e capitanias dispersas revelou-se ineficaz no controlo e defesa do Brasil, perante as incursões de corsários e índios hostis à colonização portuguesa. D. João III entregou, em Dezembro de 1530, o comando de uma expedição constituída por um galeão, duas naus e duas caravelas a Martim Afonso de Sousa, entregando-lhe o título de governador e a missão de assegurar a demarcação dos territórios com padrões, fundar povoações no litoral, e fazer a defesa e reconhecimento pormenorizado da linha costeira. Os colonos levados nesta armada fundaram a povoação de São Vicente em Janeiro de 1632. Promoveu-se também a criação de gado e testes de adaptação à introdução de produtos agrícolas, de forma a tornar as populações colonizadoras autónomas e auto-subsistentes. Devido às dificuldades sentidas na defesa do litoral brasileiro o vedor da fazenda D. António de Ataíde aconselhou D. João III a entregar a particulares a tarefa da colonização dos vastos territórios brasileiros. Este procedimento libertava a coroa de pesados encargos na distribuição de meios e efectivos militares desde o Atlântico ao Índico. Em 28 de Setembro de 1532 o rei enviou uma carta ao governador Martim Afonso de Sousa, que chegou ao Brasil no início de 1533, dando conhecimento da sua decisão de dividir o litoral situado entre Pernambuco e o Rio da Prata em capitanias hereditárias. De acordo com este plano os capitães donatários ficavam encarregados de implantar povoações em zonas estratégicas com autoridade administrativa e judicial sobre tudo nos territórios que lhes fossem entregues. As intenções iniciais de englobar o Rio da Prata na esfera de jurisdição das capitanias, de 1532, alteraram-se entre 10 de Março de 1534 e 28 de Janeiro de 1536, desviando-se a área de delimitação para norte até ao Amazonas, visto que D. João III não queria entrar em conflito com Carlos V que reclamava a posse da soberania no Rio da Prata. Juridicamente as capitanias eram hereditárias, indissolúveis e inalienáveis. Dividiu-se o espaço do Brasil em quinze lotes entregues a quinze titulares. Com o passar do tempo foi-se constatando o insucesso administrativo da maioria dos capitães donatários no desenvolvimento das capitanias e na defesa face aos corsários. Na década de 40 deteriorou-se a situação estratégica de Portugal a nível internacional, com o restabelecimento da paz entre Francisco I e Carlos V. Estes monarcas passaram a direccionar os seus recursos para as suas pretensões expansionistas. A solução encontrada pelos conselheiros de D. João III para solucionar as dificuldades sentidas pelos capitães-donatários na promoção do desenvolvimento das suas capitanias no Brasil foi a criação de um governo-geral que coordenasse e auxiliasse com recursos do Estado as regiões onde fossem encontradas mais dificuldades. Entre as prerrogativas do governador-geral encontravam-se as atribuições das responsabilidades administrativa, militar, judicial e de fiscalização. Deste modo podia-se assegurar de uma forma mais rigorosa o controlo, a defesa e o povoamento dos vastos territórios que compunham o Brasil. O monarca assinou a 17 de Dezembro de 1548, em Almeirim, os regimentos que estabeleciam os poderes, as responsabilidades e as tarefas atribuídas ao seu representante no Brasil, governador-geral. Este deveria tornar públicas as ordens régias, estando incumbido de assegurar o seu cumprimento, com vastos recursos e competências. Uma das pendências que deveriam ser resolvidas pelo governador era o fomento da conversão dos nativos ao catolicismo de forma melhorar o seu relacionamento com os colonos. O Papa Júlio III concedeu, a 25 de Fevereiro de 1551, a erecção do Bispado de São Salvador da Baía, que se tornou na primeira O controlo e a ocupação da região do Amazonas pelos Portugueses no século XVII 3 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades capital do Brasil, deixando de estar esta região sob a autoridade eclesiástica do Bispado do Funchal, na ilha da Madeira. A Baía foi incorporada na administração régia mediante o pagamento de uma indemnização de 400000 reais. Tomé de Sousa foi encarregado da administração dessa capitania e do governogeral do Brasil a 7 de Janeiro de 1549, tendo zarpado de Lisboa com uma armada de oito navios a 1 de Fevereiro e tendo chegado a 29 de Março à Baía. Procedeu de imediato à fortificação da cidade e à distribuição de sesmarias pelos colonos. De entre os inúmeros assuntos que o governador teve de tratar desde o início podem-se destacar o desenvolvimento da cultura de cana sacarina no Nordeste, o descontentamento dos indígenas devido à perda dos terrenos mais férteis para os colonos e as inspecções das capitanias, promovendo a fortificação das vilas e povoações que visitava, de forma a poderem resistir a ataques corsários. O recurso à força das armas por parte dos Portugueses para a manutenção do controlo das regiões do Nordeste e do Amazonas Com a demarcação das capitanias na década de 1630 no Brasil a coroa libertou-se de encargos que até então tinha na defesa do litoral3. Contudo, os capitães-donatários demonstraram em várias ocasiões serem incapazes de desempenhar, com sucesso, a tarefa de que foram incumbidos pelo monarca de promoverem o desenvolvimento e assegurarem a defesa desses domínios. Por essa razão D. João III tomou a decisão de instituir o governo-geral em 1549, encarregando a pessoas da sua confiança a gestão dos recursos estatais que seriam usados para coordenar e fiscalizar a administração das capitanias, além de fomentar a exploração e defesa dos territórios desocupados e do interior. Um dos motivos que levou o monarca a tomar a decisão de assumir o controlo directo do Brasil foi a incapacidade dos donatários na defesa das capitanias, constatando-se uma falta de inter-ajuda entre eles. Uma das principais missões do governador era assegurar o controlo dos domínios face a ameaças externas, fazendo a promoção da coesão e reunião de esforços e recursos portugueses na defesa das vastas regiões do Brasil que igualam em extensão o continente Europeu. Desde a criação do Império Português do Oriente no início do século XVI as despesas da coroa foram aumentando progressivamente. Durante o seu reinado o rei D. Manuel despendeu volumosas quantias de dinheiro procurando prover os militares com os meios necessários para continuarem a expansão dos domínios portugueses no Oriente, que se mantiveram em contínuo crescimento durante todo o seu reinado. Porém, a economia lusitana ressentiu-se disso devido a serem muito inferiores ao custeio das armadas, exércitos e administração do ultramar os lucros positivos dos monopólios e direitos régios4. Por essa razão, tendo subido ao trono em 1521, D. João III decretou, no ano seguinte, a proibição real de se construírem mais fortalezas na Índia para se pôr, emfim, um limite à expansão do nosso domínio militar no Oriente 5. Apesar das dificuldades financeiras da fazenda real D. João III começou a interessar-se pela exploração dos vastos territórios que compunham o Brasil. Na década de 1530 abriu o caminho à colonização através da iniciativa privada, complementando-a com a concessão de forais que vinculavam os povoados e as regiões envolventes à sua autoridade directa, sem para isso precisar de dispor de investimentos de grande dimensão. Surgiram também dificuldades no Norte de África ao longo da década de 1540, tendo sido abandonadas as praças de Arzila e AlcácerSeguer devido ao aumento da pressão árabe, mantendo-se as de Ceuta, Tânger e Mazagão. Mais tarde, as pretensões expansionistas nessa região viriam a custar a Portugal a perda da Independência, na sequência do desastre militar de Alcácer-Quibir, em 1578. A região a Norte do Brasil e de Pernambuco foi dividida em cinco lotes 6. A capitania situada mais perto do Amazonas, designada de Pará, foi entregue ao historiador João de Barros e a Aires 3 Carlos SELVAGEM, Portugal Militar – Compêndio de História Militar e Naval de Portugal, “Desde as origens do Estado Portucalense até ao fim da Dinastia de Bragança”, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1931,pp. 275-341. Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., pp. 62-138. Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império Luso-Brasileiro 1500-1620 cit., pp. 116-170. 4 Carlos SELVAGEM, Portugal Militar… cit., p. 190. 5 Idem, Ibidem. 6 Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império LusoBrasileiro 1500-1620 cit.,, pp. 116-198. Carlos SELVAGEM, Portugal Militar… cit., pp. 123-138. Fernando Cabral Martins de Almeida 4 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades da Cunha. Fernão Álvares de Andrade recebeu o lote do Maranhão a Sul. Estes três fidalgos realizaram uma expedição colectiva, mostrando empenho na colonização desses territórios. Reuniram uma força de cerca de 900 homens, uma centena de cavalos e dez navios. Nessa expedição comandada por Aires da Cunha participaram dois dos filhos do historiador autor das Décadas. Apesar do interesse demonstrado pelos comandantes desta expedição esta teve pouco sucesso na intenção da implantação de povoados que permitissem assegurar o controlo dessa vasta região. Quando foi instituído o governo-geral em 1549 estas capitanias setentrionais encontravamse nível de colonização e desenvolvimento muito reduzido. Os privilégios concedidos por D. João III tinham-se revelado, por si sós, insuficientes para suscitar a colonização daquele litoral, onde a presença dos Franceses, em aliança com certas populações autóctones, se tornava cada vez mais ameaçadora 7. De entre as várias investidas de corsários franceses no Nordeste do Brasil umas das que se revelou mais prejudicial para os Portugueses, no século XVI, foi a liderada por Jacques Riffault em 1594, com futuras consequências, numa nova tentativa de fixação gaulesa em terras hoje brasileiras 8. Era uma armada de três navios, dois naufragaram no Maranhão. As tripulações instalaram-se nessa região e entraram em relações amistosas com alguns indígenas e criando um foco de resistência à colonização lusa. A fixação de núcleos populacionais no Nordeste pelos dos Portugueses revestiu-se de contornos militares, principalmente devido à resistência dos índios e dos Franceses. No essencial construíram-se os alicerces da implantação Lusa nesta região entre 1580 e 1616. O controlo da região da Paraíba tornou-se possível em 1587 com a derrota dos Franceses que estavam aí instalados e dos seus aliados petigoares. Suprimida também a resistência no Rio Grande, em 1599, essa capitania foi apropriada pela coroa. Na década seguinte aconteceu o mesmo com o Ceará. Em Novembro de 1615 os Franceses do Maranhão, derrotados, regressaram à Europa. Em Janeiro de 1616 fundou-se o forte do Presépio no Pará, um bastião Lusitano para a exploração do Amazonas. Ocupação efectiva e controlo da região do Amazonas pelos Portugueses ao longo do século XVII Princípios do direito de soberania na região norte do Brasil Desde que se lançaram à descoberta do Atlântico 9, essencialmente no século XIV, para a região de Marrocos e das Canárias, em busca de produtos que tivessem valor do ponto de vista comercial, os navegadores Portugueses, Castelhanos, Aragoneses e Franceses foram aumentando a competição e procurando apoderar-se das melhores fontes de rendimento que conseguissem encontrar. Os monarcas destes países empenharam-se diversas vezes na defesa de direitos de soberania nestas regiões próximas do continente europeu, principalmente nas ilhas, entrando em conflito que resultava em tensão nas relações diplomáticas ou em confrontos armados entre as forças expedicionárias e colonizadoras das diversas partes. Estes conflitos e disputas pelo controlo de zonas de influência continuou à medida que se foram descobrindo novas terras e explorando o Atlântico Sul. No início do século XV o monarca D. João I de Portugal começou um movimento de expansão para sul no Atlântico. Pode considerar-se a data de 1415, com a conquista de Ceuta, um ponto determinante e de começo desse empreendimento. Este soberano encontrava-se numa posição privilegiada para adoptar esta política expansionista visto que a conjuntura política interna no seu país era favorável ao lançamento de expedições externas em busca de novos mercados, terras e produtos para comerciar. Pode-se dizer que esta situação era impar em relação ao conjunto dos outros países europeus. Desde que se formou a nacionalidade em Portugal no século XII este país expandiu-se para sul consolidando a independência face a Leão e 7 Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império LusoBrasileiro 1500-1620 cit., p. 118. 8 Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., p. 128. 9 Jorge COUTO, A Construção do Brasil, Lisboa, Edições Cosmos 1997, pp. 121-182. Joaquim Veríssimo SERRÃO, História de Portugal, Lisboa, Editorial Verbo, 1978,vol. III, 1978, pp. 11-94. Fernando ALMEIDA, «O Desenvolvimento do Brasil desde a Descoberta à Independência», Actas do Colóquio Jornadas do Mar 2000 – Dos Mares de Cabral ao Oceano da Língua Portuguesa, Lisboa, Escola Naval, 2001, pp. 107-117. O controlo e a ocupação da região do Amazonas pelos Portugueses no século XVII 5 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades aumentando o seu território. A exploração do Atlântico Sul constituiu um prolongamento dessa empresa. Ao longo do século XV Portugal e Castela encontraram-se numa situação favorável do ponto de vista político e estratégico para explorar as riquezas das ilhas atlânticas e do litoral africano. Assim o fizeram, por vezes entrando em choque devido à disputa pelas áreas de influência. Desses desentendimentos resultou o acordo traduzido no Tratado de Alcáçovas de 1479, em que Portugal reconhecia a Castela o direito da posse das Canárias e das terras de Marrocos situadas até essa latitude, enquanto via ser reconhecido o direito de exploração exclusivo de todas as terras para Sul no Atlântico. Esta foi a primeira partilha do mundo em áreas de influência realizada pelos países ibéricos, fazendo uma divisão entre o norte e o sul das Canárias. Algum tempo depois, Cristóvão Colombo chegou à América ao serviço de Castela e Aragão, em 1492. Este navegador estava convencido de que tinha encontrado o caminho para a China. Desta forma pôs-se em causa o equilíbrio estratégico existente entre os países Ibéricos. Assim, começou-se a definir um novo tratado de delimitação de áreas de influência, que foi assinado em Tordesilhas em 1494. As negociações foram atribuladas, Castela era beneficiada pelas bulas papais no reconhecimento de autoridade, devido à influência que aí tinha e Portugal não prescindia das suas pretensões e dos seus interesses do ponto de vista estratégico. Os embaixadores portugueses estabeleceram um compromisso, substituindo o princípio de prioridade no descobrimento pelo de demarcações fixas, e concordaram com a delimitação de um meridiano 370 léguas a ocidente do arquipélago de Cabo Verde, ficando a parte oriental para Portugal e a parte ocidental para Castela 10. A parte lusitana alegou que esse espaço marítimo era indispensável para se fazer a navegação no Atlântico Sul, no entanto, assegurou a posse a Portugal dos vastos territórios que se viriam a tornar no Brasil. Apesar de o Tratado de Tordesilhas garantir a Portugal a posse da parte ocidental do Brasil este meridiano chegava apenas à foz do Amazonas na sua perspectiva mais optimista, sendo assim, a região da bacia deste rio encontrava-se na área de influência de Espanha. Desse modo, convêm analisar as razões porque essa região foi explorada e incluída pela soberania portuguesa. Provavelmente um dos principais motivos que proporcionaram a aceitação da União Ibérica por parte da nobreza portuguesa foi a ideia da obtenção de alguns privilégios, benefícios e riquezas provenientes da América do Sul espanhola. Com o passar do tempo, ao longo desta união política, a nobreza foi constatando as desvantagens desse consórcio, principalmente devido ao início dos ataques dos países do norte da Europa, adversários de Espanha, às possessões portuguesas, que levariam à perda da maioria do império do Oriente. Contudo, a perda dos domínios orientais revelou-se pouco funesta para Portugal, precisamente porque foi compensada no alargamento dos territórios na América do Sul, para ocidente do meridiano de Tordesilhas. A própria nobreza portuguesa foi constatando ao longo do século XVI as vantagens da exploração das riquezas do continente Sul-Americano em relação à difícil defesa das possessões e fortalezas no Índico. Provavelmente a Espanha não ficou prejudicada com estes desenvolvimentos porque também ultrapassou o meridiano de Tordesilhas no Oriente ocupando as Molucas, na área de influência Portuguesa. Ocupação da região do Maranhão na segunda década do século XVII A região do Maranhão foi apenas ocupada e controlada definitivamente pelos Portugueses na segunda década do século XVII 11. Esse estabelecimento tornou-se possível através das bases da Paraíba e de Pernambuco onde se encontravam mais solidamente instalados. Seguiram-se expedições para o interior com a intenção de pacificar os índios que se mostravam hostis. Devido a condicionalismos geográficos e marítimos era difícil manter linhas de comunicação entre o Maranhão e a Baía. Visto que a maioria das viagens de longa distância se realizavam por mar e que as correntes marítimas dominantes de Sudeste impediam a realização de navegação directa 10 Fernando ALMEIDA, «O Desenvolvimento do Brasil…» cit., p. 110. Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., pp. 170-196. Joel SERRÃO, A. H. de Oliveira MARQUES (dir.), Nova História da Expansão Portuguesa, vol. VI, O Império Luso-Brasileiro 1500-1620 cit., pp. 190-198. José Damião RODRIGUES, Artur Boavida MADEIRA, «Rivalidades Imperiais e Emigração: Os Açorianos no Maranhão e no Pará nos séculos XVII e XVIII», Anais de História de Além-Mar, vol. IV, Universidade Nova de Lisboa, 2003, pp. 247-263. 11 Fernando Cabral Martins de Almeida 6 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades entre o Maranhão e Pernambuco os governantes em Portugal decidiram criar um estado autónomo no Norte do Brasil. Quando foi nomeado governador-geral do Brasil, em Março de 1612, Gaspar de Sousa deparou com a necessidade de expulsar os Franceses do Maranhão, que colocavam em perigo a navegação nas rotas marítimas entre a Europa e o Brasil e constituíam assim uma séria ameaça ao controlo de todos os domínios Portugueses na América do Sul. Tendo sido derrotados no sul do Brasil, na Baía da Guanabara, em 1566, os Gauleses começaram a instalar-se no Nordeste, principalmente desde o último quartel do século XVI. Nessa altura foi fundada aí a cidade do Rio de Janeiro, consolidando a presença portuguesa na região. Devido às limitações encontradas na navegação para a região Norte do Brasil esta área teve um nível de desenvolvimento distinto das outras regiões para sul de Pernambuco. Por essa razão quando se começaram a estabelecer aí núcleos de colonos franceses desde a década de 1580 a reacção lusitana mostrou-se lenta. Contudo, a determinação dos governantes portugueses e a implantação considerável dos colonos em Pernambuco, acompanhada de uma política de pacificação dos índios, permitiu a realização de um avanço progressivo e consolidado das forças militares lusas, graças a um elevado conhecimento do terreno. Assim, tornou-se possível a ocupação progressiva e definitiva das regiões compreendidas entre a Paraíba e o Pará desde 1580 a 1616. Depois da ocupação do importante ponto estratégico da ilha do Maranhão, em 1615, Jerónimo de Albuquerque ficou ao comando das forças lusas na cidade de São Luís, fundada, em 1612, pela força expedicionária gaulesa derrotada. Nesta altura estava a ser dada prioridade à ocupação efectiva e controlo desta região por parte dos governantes, em 1621 foi criado o Estado do Maranhão e Grão-Pará, com capital em São Luís do Maranhão, e em 1624, por alvará de 21 de Março o Estado do Maranhão e Grão-Pará foi separado do Estado do Brasil12. Em 1615 Jorge de Lemos Bettencourt propôs-se a encaminhar dos Açores para o Pará mil pessoas de forma a constituir-se um núcleo populacional, mas na prática só conseguiu transportar cerca de metade dos efectivos. Quando esses colonos chegaram ao Maranhão, em 1618, souberam através da população local das condições inóspitas e das dificuldades que iriam encontrar no estabelecimento na região do Pará. A própria região do Maranhão carecia de gente para a constituição de povoados, pelo que se dava prioridade ao expediente de povoar essa zona comparativamente ao restante conjunto brasílico. O próprio governador do novo Estado do Maranhão tardou a ocupar o seu posto. Para o cargo foi nomeado, em 1623, Francisco Coelho de Carvalho, antigo capitão-mor da Paraíba, que no ano seguinte chegou a Pernambuco. Aí foi, entretanto, retido pelo GovernadorGeral Matias de Albuquerque, que por motivo da ocupação da cidade do Salvador, pelos Holandeses, resolveu servir-se dos soldados destinados ao Maranhão, que trazia Francisco. Somente em 1626 pôde chegar a São Luís e tomar posse do cargo 13. Este governador tinha autorização para criar capitanias hereditárias. Estando envolvido em conflitos externos, na Europa e no ultramar, dispersos por várias frentes, Filipe IV de Espanha não hesitava em entregar a particulares a responsabilidade da colonização e desenvolvimento destes domínios distantes, libertando-se desses encargos, mesmo que para isso tivesse de conceder amplos privilégios. Ao todo foram concedidas seis capitanias hereditárias no estado do Maranhão, no século XVII. Em 1636 assumiu o governo deste Estado Jácome Raimundo de Noronha, que organizou a expedição comandada pelo capitão Pedro Teixeira, através do Amazonas até ao Quito. Em 1637 foi nomeado governador Bento Maciel Parente, que viria a aclamar D. João IV em 1641, tornando efectiva a Restauração da Independência Portuguesa no Norte do Brasil, à semelhança do que aconteceu nas regiões a Sul. 12 13 José Damião RODRIGUES, Artur Boavida MADEIRA, «Rivalidades Imperiais e Emigração…» cit., p. 252. Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., p. 171. O controlo e a ocupação da região do Amazonas pelos Portugueses no século XVII 7 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades O controlo da região da bacia do Amazonas no século XVII A bacia do Amazonas é uma vasta região 14, com um relevo constituído de forma relativamente homogénea por cursos de água e florestas, devendo esse nome ao relato feito pelo Frei Gaspar de Carval que deu origem à lenda da existência, nas margens do grande rio, de mulheres guerreiras, donde resultou o nome das Amazonas para todo o seu curso 15. Apesar de os portugueses terem procurado reivindicar desde a sua chegada ao Brasil o direito à posse dos territórios compreendidos entre a Foz do Amazonas e a do Rio da Prata ocorreram ao longo do século XVI diversas tentativas de estabelecimento nesse litoral, por parte de comerciantes e mesmo de monarcas europeus, podendo-se distinguir nesse sentido exploradores Franceses, Ingleses, Holandeses e Espanhóis. Os Espanhóis fizeram várias viagens descendo os cursos dos afluentes do Amazonas, por vezes até à Foz. O rei Jaime I de Inglaterra concedeu terras a súbditos seus de forma arbitrária. No início do século XVI os Holandeses também se encontravam instalados nessa região, explorando juntamente com os indígenas madeiras, tabaco e algodão. No início da década de 1620 o capitão Luís Aranha de Vasconcelos destruiu fortificações flamengas perto da foz do rio Xingu. Nessa zona foram também ocupadas feitorias fortificadas dos ingleses. Ao mesmo tempo os militares portugueses iam construindo fortalezas que permitissem manter o controlo dessa vasta região. Os comerciantes ingleses foram vencidos definitivamente em 1632 e os holandeses em várias ocasiões em 1629, 1639 e 1646. Uma das dificuldades mais sérias que os colonos portugueses tiveram de enfrentar na Amazónia foi a hostilidade dos índios. A esse embaraço juntava-se dificuldade de circulação no terreno, constituído na maioria por floresta densa. A única forma viável para a realização de viagens era através dos cursos de água, à semelhança do que acontecia nessa altura no resto do Brasil e, em geral, no resto do mundo, devido ao desenvolvimento rudimentar dos meios de locomoção terrestres e das vias. Por outro lado, os colonos viam muitas vezes a sua liberdade de acção condicionada pelos missionários que procuravam defender os índios das suas agressões e captura ou resgate para trabalhos forçados. Os Jesuítas, Franciscanos e Carmelitas desempenharam um papel muito útil na aculturação dos Índios. Para compreender a dinâmica da expansão Lusa na Amazónia é preciso ter alguns factores em atenção, começando pelo reconhecimento da importância da implantação no Maranhão, que se foi fortalecendo ao longo do século XVII. Mas, também é preciso ter em ponderação que apesar de essa fixação nessa região só se ter intensificado no século XVII já vinha desde o início do século anterior, com tentativas de estabelecimento régias e privadas, sob a tutela dos monarcas. Outra condicionante importante que favoreceu o controlo e a ocupação da região do Maranhão e da Amazónia foi a forte presença Portuguesa que se começou a verificar na região de Pernambuco, pelo menos desde meados do século XVI, acompanhada de uma exploração do interior, pacificação e aculturação das tribos indígenas. Em termos práticos convêm ter em atenção que o mérito da ocupação do Amazonas não se encontra tanto no interesse dos Portugueses, mas sim no desinteresse dos Espanhóis, visto que esse território se encontrava na sua zona de influência e estes nunca se mostraram muito interessados ou não foram capazes de se estabelecerem aí. Para isso pode servir de explicação o facto de disporem de grandes riquezas nas regiões onde estavam instalados, constituídas essencialmente por metais preciosos, espalhados pelas regiões da América Central, da cordilheira dos Andes e pela bacia do Rio da Prata. A Amazónia era uma zona inóspita. Às lutas contra os estrangeiros, às tropas de resgate e às missões de religiosos ficamos devendo, portanto, a posse luso-brasileira da maior parte da bacia amazónica 16. Os Espanhóis estiveram um longo período sem se aventurarem no Amazonas, desde a década de 1560 até 1636, quando dois missionários de Quito desceram o rio acompanhados de seis soldados. A chegada destes franciscanos ao Maranhão, em 1637, fez com que o Governador Jácome Raimundo de Noronha resolvesse enviar uma expedição ao Amazonas, rumo a Quito, no 14 Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., pp. 175-252. Rodrigues, Madeira, Rivalidades Imperiais e Emigração: Os Açorianos no Maranhão e no Pará nos séculos XVII e XVIII, 2003, pp. 247-263. 15 Hélio VIANNA, História do Brasil… cit., p. 175. 16 Idem, Ibidem, p. 179. Fernando Cabral Martins de Almeida 8 Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades actual Equador, a fim de tomar posse, para a coroa de Portugal, da maior extensão de terras que fosse possível. Confiou o seu comando ao experimentado Pedro Teixeira, que de Cametá, no Tocatins, no mesmo ano partiu com 47 grandes canoas, 70 soldados, alguns religiosos e 1200 indígenas 17. Este acto revela o forte sentimento de identidade nacional que se podia encontrar em Portugal, nessa altura, e que viria a dar origem ao movimento da Restauração da Independência liderado pela Nobreza. Convém também ter em atenção que o monarca espanhol, Filipe IV, procurava agradar à nobreza portuguesa, provavelmente para a demover de intenções autonomistas ou independentistas. Por seu lado, os Portugueses tentavam compensar no Brasil as perdas que haviam sofrido no Oriente, resultantes dos ataques dos adversários europeus dos Espanhóis às possessões Lusas, em consequência da união politica entre os dois reinos. Esta expansão territorial lusa contrariava as anteriores disposições do Tratado de Tordesilhas, desde 1637 abandonado pelo próprio Filipe IV, ao criar, para Bento Maciel Parente, a Capitania hereditária do Cabo Norte, na região que actualmente ao Amapá 18. Entre as culturas dominantes, os Portugueses continuaram a explorar o tabaco, madeiras e algodão e introduziram outros cultivos de plantas alimentícias, aromáticas, medicinais e especiarias. Bibliografia Fontes Directório que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão em quanto Sua Majestade não mandar o contrário. Biblioteca Nacional de Lisboa, cota – H.G.34589V., monografia geral. Contribuição dos Portugueses para o conhecimento do Amazonas no Séc. XVII, por Frazão de Vasconcelos, Biblioteca Nacional, cota – H.G.18432//V., monografia geral. Memórias para a História da capitania do Maranhão 1566-1667, por Diogo de Campos Moreno, Biblioteca Nacional, cota – T.R.4837 P, monografia geral. Expedição missionária para o Maranhão do séc. XVII, por Serafim Leite, Biblioteca Nacional, cota – R.11427//2., monografia geral. Estudos ALBUQUERQUE, Luís de, direcção, in Portugal no Mundo, vol. 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