Economia de Baixo Carbono Haroldo Mattos de Lemos Presidente, Instituto Brasil PNUMA Vice-Presidente, Comitê Técnico 207 da ISO (ISO 14000) Presidente, Conselho Técnico da ABNT Presidente, Conselho Empresarial de Meio Ambiente da ACRJ Professor de Engenharia Ambiental, Escola Politécnica da UFRJ Coordenador, Curso de Pós Graduação em Gestão Ambiental da EP/UFRJ III Seminário Internacional de Frotas & Fretes Verdes Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2014 B 1768: aperfeiçoamento da máquina a vapor (James Watt), início da utilização dos combustíveis fósseis em larga escala. Máquinas e transportes movidos combustíveis fósseis (carvão petróleo*), mineral pelos e depois substituindo a força humana e animal, possibilitaram um enorme crescimento econômico e a explosão populacional. *Primeiro poço de petróleo: perfurado em 1869. M Registros de 420.000 anos do gêlo de Vostok. Os limites superior e inferior das 3 variáveis estão contidos. Fonte: Petit et al. (1999) Nature 399, Past Global Changes International Project Office. Fonte: Marcos Cataldo, palestra na ACRJ, 14/11/2014. Fonte: Marcos Cataldo, palestra na ACRJ, 14/11/2014 B Dez primeiros meses de 2014: os mais quentes já registrados no planeta desde que a temperatura global começou a ser medida em 1880 (NOAA). Há indícios de que este ano possa ficar conhecido como o mais quente desde 1880. Outubro: foi o mais quente desde 1880. Temperatura média global ficou 0,74ºC acima da média do século 20, que é de 14ºC. Secas mais prolongadas: coala pede água a ciclistas. 2013 foi o ano mais quente na Austrália. Represa Jaguari, São Paulo, Brasil Janeiro 31, 2014 © 2014 Paulo Fridman/Bloomberg via Getty Images © 2010 Sean R. Heavey Enchentes provocadas por chuvas cada vez mais intensas Noroeste do Paquistão • Agosto de 2010 © 2010 Reuters/Ho New Atenas, Grecia • Fevereiro 22, 2013 © 2013 Reuters/John Kolesidis “Estudo Econômico e Social Mundial 2009 – Promover o desenvolvimento, salvar o planeta”, publicado pelas Nações Unidas, afirma: “Mudanças climáticas: maior desafio humano das próximas décadas. Consequências mais graves: países em desenvolvimento.” Desafio atual da humanidade: desenvolver economia com baixo teor de carbono. Reformar o colocar economia a sistema a tributário: favor da sustentabilidade. Taxar mais o que se quer reduzir (poluição e uso de recursos naturais escassos) e menos o que se quer aumentar (emprego e renda). Noruega, 1994: aumentou taxa sobre emissão de CO2 fóssil e reduziu taxa sobre emprego. Anos 90: Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia aprovaram leis com uso de tributos para reduzir emissão de C fóssil. Resultado: redução anual nas emissões da ordem de 21%. PNUMA, 2011: “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável, com Baixa Emissão de C e Erradicação da Pobreza”. Investir 2% do PIB mundial (US$ 1,3 trilhão/ano) em dez setores estratégicos*. *agricultura, construção, energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transportes, manejo de resíduos e água . Mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global em subsídios que prolongam a insustentabilidade do uso de recursos (combustíveis fósseis, agricultura, água e pesca). Grande parte dessas ações contribui para intensificar os danos ambientais e ampliar a ineficiência na economia global. Pesca Subsídios bilhões/ano: de US$ capacidade 27 de pesca duas vezes maior que capacidade de reprodução dos peixes. Em 2009, as energias de origem fóssil (petróleo, carvão, gás natural) receberam dez vezes mais subsídios governamentais – US$ 557 bilhões, do que as energias renováveis (eólica, solar, biomassa) e biocombustíveis – US$ 45 bilhões*. *Estudo da Bloomberg New Energy Finance, especializada em energias limpas e mercado de carbono - Agência Estado, 9/08/2010 . Documento do Banco Mundial, 09/2014: 73 países, 11 governos regionais e mais de mil empresas apoiam a ideia de colocar um preço sobre C, para economia mais limpa e reduzir aquecimento global. Brasil não é mencionado, mas Rio de Janeiro é um dos estados que apoiam. Chile implantou reforma fiscal: taxa as emissões de CO2. Usinas termelétricas (50 megawatts ou mais): US$ 5 por tonelada de CO2 emitido. Não podem comprar de créditos de carbono para compensar emissões. México, 2014: imposto sobre venda de combustíveis fósseis. Diesel: US$ 0,12 por litro e gasolina: US$ 0,10 por litro. “No âmbito da Política Nacional sobre Mudança do Clima*, ainda não há nenhum instrumento tributário pronto para ser usado em termos de redução de emissões, tal como ocorre com outros instrumentos econômicos previstos na PNMC, por exemplo, o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. Mas a lei dá abertura para que isso ocorra no futuro, sendo necessária a regulamentação desses itens” Guarany Osório, coordenador do programa de Política e Economia Ambiental do GVces. *Lei 12.187/2009 Seminário no Senado, 2013: apresentada proposta da Cide- Carbono (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Combustíveis fósseis: R$ 3 por tonelada de CO2 (aumentaria preço da gasolina em 0,26% e diesel em 0,37%). Receita anual: R$ 1,3 bilhão, para recuperação de matas ciliares. Pecuária: desestimularia abate tardio de bovinos, taxando as emissões por cabeça de gado, em função da idade do animal, no próprio frigorífico (pecuária: 28% das emissões de GEEs no Brasil). Segundo momento: Cide-Carbono cobrada de setores que descumprissem metas de redução de emissões (dentro da Política Nacional sobre Mudança Clima). Cide atual: tem alíquota zero para a gasolina (para ajudar no controle da inflação). Proposta da Cide-Carbono: em análise na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Junho 2014: duas audiências públicas realizadas. Obrigado. Haroldo Mattos de Lemos [email protected] www.brasilpnuma.org.br