Sem t.tulo-1 - CFQ - Conselho Federal de Química

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Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
SEDE - SETOR DE AUTARQUIAS SUL - SAUS - QUADRA 05 - BLOCO I
TELS.: (0xx61) 224-0202/224-5316/224-0493 - FAX: (0xx61) 224-3277
CEP 70070-050 - BRASÍLIA - DF
e-mail: [email protected]
ANO XXX - Outubro a Dezembro / 2001
MENSAGEM DE NATAL
“Eu vos trago a boa nova de uma grande alegria para todo o povo: nasceu hoje o
Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc. 2, 10)
Estamos novamente em época de comemoração do Natal do Menino Jesus.
Este que “traz nos ombros a marca da realeza” (Is. 9, 5) e que “sustenta o
universo com o poder de sua Palavra”. (Hb. 1, 1 - 6)..., “vem a nós” e...” de Sua
Plenitude todos nós recebemos graça por graça”. (Jo. 1, 16)!..
Comemorando tão inefável Evento, em que “todos os povos serão Nele
abençoados” (Sl. 72, 71) com Suas graças especiais, justo é que de todas as
partes do mundo, elevem-se os corações em cânticos de júbilo, de louvor e
gratidão diante de tanta magnificência , de tanta magnanimidade! A Ele
devemos a honra, o respeito e o maior louvor!
“Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens por Ele amados”.
(Lc. 2, 14)
Esta Paz é o que o Presidente do Conselho Federal de Química, através
da presente Mensagem, deseja à laboriosa classe dos Profissionais da Química
e suas respectivas famílias.
Juntando-nos a toda a cristandade nas homenagens ao Menino Deus e
Sua Mãe Maria Santíssima, transcrevemos de D. Marcos Barbosa, do Conselho
Federal de Cultura e da Academia Brasileira de Letras, a sua poesia natalina:
“Árvore de Natal”
“Ave Árvore amiga, nesta noite
Ave Árvore verde de esperança
para dentro de casa transportada;
raízes de Israel , copa do mundo
Árvore de Maria, e não de Eva;
pois tiras do teu seio, o próprio Deus
Tu és dentre as demais cheia de graça.
e abres os braços para os homens todos!”
Neste início de terceiro milênio, congratulamo-nos com toda a humanidade, na comemoração da Noite
Feliz do nascimento do Príncipe da Paz e formulamos votos para que esta tão desejada e necessária Paz encha a
vida de todos nós, traduzida em bênçãos portadoras de Harmonia, Amor, Fraternidade e gratificantes realizações
no Ano Novo, para todos os
- dignos Presidentes, Diretoria, Conselheiros Federais e Regionais, e respectivos suplentes, e, funcionários do
Sistema CFQ/CRQ’s;
- Presidentes e membros da Diretoria das diversas Associações Científicas e Profissionais da Área da Química,
bem como, dos Sindicatos e Federações Nacional da Classe;
- que exercem suas atividades nas áreas de jurisdição dos CRQ’s;
- que laboram na área da Química: pesquisadores, professores, estudantes, empresários, funcionários das indústrias
e laboratórios industriais, comerciais, de controle de qualidade e de pesquisa;
- colaboradores e leitores deste Informativo;
- familiares de todos os aqui mencionados.
Feliz Natal!
Feliz Ano Novo!
Jesus Miguel Tajra Adad
Presidente do Conselho Federal de Química
MENSAGEM DE NATAL ....................................................................................................................
01
O MERCÚRIO (1ª PARTE) ................................................................................................................. 02
DECISÃO JUDICIAL ..........................................................................................................................
05
QUIMIOSSISTEMÁTICA
- UMA FRONTEIRA QUÍMICA ...................................................................
Conselho Federal de Química
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Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
O MERCÚRIO E SUAS IMPLICAÇÕES COM A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE
(1ª PARTE)
O mercúrio é um elemento metálico de número
atômico 80, massa atômica 200,59, pertencente ao
Grupo IIb da Classificação Periódica e com valência
+1 e +2.
O símbolo Hg é proveniente da palavra latina
hydrargirum, que significa prata líquida. Os efeitos
da intoxicação do mercúrio no homem são
conhecidos como hidrargirismo.
O mercúrio é um metal pesado (peso específico:
13,6 g/cm3), branco-prateado, líquido à temperatura
ambiente. Abaixo do seu ponto de fusão (-38,87ºC),
o mercúrio apresenta-se como um sólido branco e,
acima do seu ponto de ebulição (356,58ºC), é um
vapor incolor.
O mercúrio ocorre naturalmente como um
mineral, no solo e depósito glaciais. Os solos
normais contêm 20-150 ppb. Os subsolos arenosos
e argilosos de origem glacial contêm 20-100 ppb.
Uma concentração aproximada de todas as formas
do mercúrio na crosta terrestre é de 80 ppb.
O mercúrio metálico, seus vapores e a maioria
de seus compostos inorgânicos são venenos
protoplasmáticos que podem ser fatais para os
animais (naturalmente, incluindo os humanos) e
plantas.
O mercúrio é ligeiramente volátil à temperatura
ordinária, com uma pressão de vapor à 25ºC de 2 x
10-3mm. Os seus vapores são tóxicos. Apesar de
sua baixa pressão de vapor, o mercúrio metálico,
ainda assim mesmo é sensível nas leituras da sua
fase gasosa.
Dr. Roberto Hissa
Vice-Presidente do CFQ
biológico devido a sua grande resistência à
biodegrabilidade, embora não se deva descartar que
sempre existirá a possibilidade de transformação
do mercúrio inorgânico em mercúrio orgânico,
através de uma atividade microbiana, também
considerado altamente tóxico.
Com a descoberta da biometilação em 1968,
as preocupações com esses compostos obrigaram a
uma vigilância mais rigorosa envolvendo a sua
manufatura e aplicação. Acompanhando esses fatos,
equipamentos analíticos foram desenvolvidos e
capazes de detectar, identificar e analisar os
compostos e elementos em partes por bilhões (ppb).
O mercúrio e seus compostos podem ser
absorvidos:
• Por ingestão,
• Por absorção cutânea (pele) ou
• Inalação de seu vapor.
A exposição ao mercúrio e suas conseqüências
tóxicas a saúde
Os diversos fatores que podem determinar o
envenenamento humano são a quantidade e a razão
de absorção, as propriedades físico-químicas dos
compostos e a suscetibilidade individual.
O mercúrio é conhecido por seus efeitos
danosos sobre o Sistema Nervoso Central (SNC).
Como um fator de segurança, convém
considerar o mercúrio e seus compostos como um
sério risco a saúde.
Embora o mercúrio inorgânico não seja
classificado como um carcinogênico, a sua
exposição pode causar desordens neurológicas, tais
como tremores nas mãos, aumento de distúrbios na
memória, depressão, exagerada resposta ao estímulo
(eritismo), irritabilidade, e, se sua exposição ocorrer
por um período longo e em altos níveis, pode
acarretar distúrbios mentais. Em baixos níveis de
exposições, os órgãos mais objetivados pela
toxicidade induzida do mercúrio metálico são os
rins e o Sistema Nervoso Central (SNC).
Os compostos do mercúrio, se não controlados,
podem causar efeitos prejudiciais ao ambiente
Em altos níveis de exposição, podem aparecer
problemas:
A sua decomposição à luz solar é muito lenta.
Quando exposto ao ar à temperatura ordinária, se
puro, altera-se lentamente recobrindo-se de uma
película cinza de óxido mercusoso Hg2O Já, quando
aquecido até próximo ao seu ponto de ebulição,
oxida-se mais rapidamente com a formação de óxido
mercúrico vermelho HgO.
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Conselho Federal de Química
Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
• respiratórios,
• cardiovasculares e,
• gastrointestinais.
O envenenamento por mercúrio pode ocorrer:
• Na mineração e sua recuperação.
A mineração e refinação dos minérios de
mercúrio expõe os trabalhadores a uma significante
exposição ao mercúrio:
• Na manufatura e uso de seus produtos.
• De despejos industriais.
• Pela concentração na cadeia alimentar.
Quando o mercúrio polui o curso d’água, parte
dele se volatiliza na atmosfera, voltando
posteriormente ao seu estado original com as
chuvas. Uma outra fração é absorvida, direta ou
indiretamente, pelas plantas e animais aquáticos,
comprometendo-se com sua concentração as cadeias
alimentares. Com a bioconcentração do mercúrio
em altos níveis (ex.: no tecido do peixe, a
concentração do mercúrio é 10.000 a 63.000 vezes
a concentração na água associada), a ingestão do
tecido animal pelo humano é a mais significante
via de sua exposição.
Portanto, em termos potenciais de exposição
humana ao mercúrio, a sua ingestão, através de
peixes durante as refeições, é a de maior grau.
A EPA ao tomar conhecimento do acúmulo de
mercúrio no maio ambiente, interferiu nos Estados
Unidos, reforçando os regulamentos concernentes
à metéria.
Em 1970 a EPA (Environmental Protection
Agency) proibiu o uso de compostos alquílicos do
mercúrio, utilizados extensivamente como
desinfetantes de sementes e, subseqüentemente, em
1972 proibiu o uso de todos os compostos do
mercúrio na agricultura. Alguma tolerância existe
somente para os cloretos mercúrico e mercuroso
que são permitidos serem usados na turfa (torrão)
para o controle específico do fungo.
Já há algum tempo que as células de mercúrio,
utilizadas na eletrólise para a obtenção do cloro a
ser utilizado na água, foram descontinuadas nos
Estados Unidos.
Conselho Federal de Química
Uma outra fonte de exposição ao mercúrio,
considerada primária, é aquela devida ao mercúrio
ligado a materiais particulados soprados pelo vento.
Em ocupações industriais, os limites de
exposição publicados pela NIOSHI (National
Institute For Occupational Safety And Health) e pela
OSHA (Occupational Safety And Health
Adminstration) são apresentados em unidades de
miligramas por metros cúbicos.
O mercúrio pode entrar no corpo através da
pele, de aparelho gastrointestinal e pela via
respiratória. O envenenamento crônico pode se
desenvolver gradualmente sem sinais de alerta
visíveis, possibilitando as seguintes seqüelas:
• inflamação da boca e gengivas,
• salivação excessiva,
• perda de dentes,
• danos aos rins,
• tremores musculares,
• passos nervosos,
• espasmos nas extremidades,
• mudança de personalidade,
• depressão,
• irritabilidade,
• nervosismo.
Quanto a toxicidade humana, é permitido
admitir que:
• O mercúrio, e a poeira de seus compostos, é
rapidamente absorvido pela via respiratória em toda
a sua extensão.
• O mercúrio, quando ocasionalmente é sorvido por
acidente não causa dano a saúde.
• O elemento mercúrio quando derramado e
aquecido é particularmente perigoso.
• As soluções de sais de mercúrio possuem um efeito
corrosivo violento sobre a pele e membranas
mucosas, podendo causar:
♦ náuseas severas,
♦ vômitos,
♦ dor abdominal,
♦ diarréia sangüínea,
♦ danos nos rins,
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Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
♦ morte geralmente em 10 dias.
Antídoto - tem sido empregado como antídoto o
Dimercaprol,
H
H
H



HS  C  C  C  OH


H
SH
2,3 dimercaptol-propanol

(C3H8OS2)
A maioria dos compostos inorgânicos do
mercúrio tem baixa pressão de vapor, dificultando
a detectação em leituras de altas concentrações do
mercúrio vapor.
H
desenvolvido inicialmente como um agente anti-gás
na guerra.
O Dimercaprol possui efetividade em parar a
ação tóxica, conhecida como Ação de Lewisite,
sobre o sistema pyruvate oxidase no cérebro.
As causas imediatas de envenenamento
industrial por mercúrio são, freqüentemente, a
absorção e retenção de pequenas quantidades de
mercúrio metálico, vapor ou de seus compostos em
um longo período de tempo. Um envenenamento
agudo pelo mercúrio pode ser mais bem tratado por
causa do seu veneno acumulado.
O mercúrio e seus derivados
Os compostos do mercúrio podem ser
inorgânicos e orgânicos.
A forma orgânica do mercúrio (metil-mercúrio)
é muito mais tóxica do que a forma inorgânica. O
metil-mercúrio é eliminado de humanos em uma
razão tal que indica uma meia-vida de 50-60 dias.
Já os inorgânicos mercuriais têm deixado o corpo,
de acordo com um padrão de meia-vida, de 30-60
dias. As razões dessa eliminação não dependem
somente da natureza do composto, mas, também,
de sua dosagem, método e razão da entrada.
O mercúrio na forma inorgânica foi o primeiro
composto utilizado no comércio e processos
industriais.
Os sais inorgânicos do mercúrio
Após terem sido absorvidos e dissociados nos
fluidos corpóreos e no sangue, são distribuídos entre
4
o plasma-componente líquido do sangue no qual as
células - glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas encontra-se em suspensão e os eritrócitos, ou
hemácias (glóbulos vermelhos do sangue).
Compostos orgânicos do mercúrio
Os compostos orgânicos arílicos e alcoois do
mercúrio são decompostos em íons mercúricos,
ambos com comportamento similares. Já os
compostos orgânicos alquílicos do mercúrio são
considerados substancialmente mais tóxicos e
perigosos. Estes compostos quando presentes na
corrente sangüínea são encontrados principalmente
nas células do sangue e, em uma pequena porção
no plasma. A explicação provável disto é aquela
devida a maior estabilidade dos produtos alquílicos
do mercúrio como, também, das suas características
peculiares de solubilidade. Esses compostos
alquílicos têm a propriedade de afetar o Sistema
Nervoso Central (SNC) e se acumularem no cérebro.
A eliminação dos compostos alquílicos de
mercúrio do organismo é alguma coisa mais lenta
do que os orgânicos aril e alcoxis e inorgânicos.
Os compostos orgânicos mercuriais também
contribuem nas leituras do vapor-mercúrio,
possivelmente em virtude da presença de
pequeníssimas quantidades de impurezas de
mercúrio metálico.
De uma maneira geral, os compostos do
mercúrio, sejam inorgânicos, orgânicos arílicos ou
alcoxis, são considerados similares em sua
toxicidade. Já os compostos orgânicos alquílicos,
são potencialmente mais fortes e perigosos do que
esses citados.
(continua no próximo número)
Conselho Federal de Química
Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
DECISÃO JUDICIAL
EMPRESA DE PRODUTOS LÁCTEOS É OBRIGADA A INSCREVER-SE NO CRQ
É com grande satisfação que constatamos mais uma
brilhante vitória para o Sistema CFQ/CRQ’s, como
também para toda a sociedade brasileira, através
do sempre atuante e participativo Conselho
Regional de Química da IX Região, que logrou êxito
em ação juridicial, conforme sentença exarada pelo
Exmo. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca
de Toledo, Estado do Paraná, Dr. Eugênio Giongo,
decisão esta, transcrita abaixo, a partir de sua
fundamentação:
direito se apresente com todos os requisitos para
seu reconhecimento e exercício. Se depender de
comprovação posterior, não é líquido nem certo,
para fins de segurança. ((Hely Lopes Meirelles págs.
25/27 da obra retro citada).
A preliminar suscitada pelo Impettrado
condunde-se com o próprio mérito do pedido e por
isso com ela será examinada.
IMPETRANTE: INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE
PRODUTOS DE LEITE BOMBARDELLI LTDA.
A Impetrante sustenta que está inscrita
junto ao CRMV e por isso está dispensada do
registro jundo ao CRQ –IX em face da ei não obrigar
a manter registro em mais de um Conselho Regional
e porque sua atividade principal é derivada da
pecuária.
IMPETRADO: PRESIDENTE DO CONSELHO
REGIONAL DE QUÍMICA - 9ª REGIÃO
PARANÁ
Para o deslinde da controvérsia é necessário que
face à legislação que regula a matéria se estabeleça
qual a atividade básica da empresa Embargante.
II – FUNDAMENTAÇÃO
Nesse sentido dispôes o artigo 335 da
CLT in verbis:
AUTOS N.º 014/2001
MANDADO DE SEGURAÇA
MADADO DE SEGURANÇA é o meio
constitucional posto à disposição de todas pessoas
físicas ou jurídicas, órgão com capacidade
processual, ou universalidade reconhecida por lei,
para a proteção de direito individual ou coletivo,
líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por
ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça, CF, art. 5º, LXIX
E LXX; Lei 1.533/51, artigo 1º. (Hely Lopes
Meirelles in Mandado de Segurança, Malheiros
Editores, SP, 14ª edição, atualizada por Arnoldo
Wald, 1992, págs. 16/19.)
DIREITO LÍQUIDO E CERTO é o que
se apresenta manifesto na sua existência, delimitado
na sua extensão e apto a ser exercido no momento
da impretração. Por outras palavras, o direito
invocado, para ser amparável por mandado de
segurança, há de vir expresso em norma legal e
trazer em si todos os requisitos e condições de sua
aplicação ao Impetrante. Quando a lei alude a
direito líquido e certo, está exigindo que esse
Conselho Federal de Química
“ Art. 335. É obrigatória a admissão de químicos
nos seguinte tipos de indústria:
a) de fabricação de produtos químicos;
b) que mantenham laboratório de controle químico;
c) de fabricação de produtos industriais que são
obtidos por meio de reações químicas diridas, tais
como: cimento, açúcar, álcool, vidro, curtume,
massas plásticas artificiais, explosivos, derivados
de carvão ou de petrólio, refinação de óleos vegetais
ou minerais, sabão, celulose e derivados.
O artigo 27 da lei nº 2.800/56 e o art. 1º
da lei nº6.639/80 estabelecem que apenas as
empresas cuja atividade básica, seja no setor da
indústria ou na prestação de serviços a terceiros,
esteja comprometida no âmbito da Química, estão
obrigadas ao registro no Conselho Regional de
Química e à anotação de profissionais legalmente
habilitados.
Aliás, segundo alegações contidas na
inicial, é entendimento da própria impetrante que o
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Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
determina em qual Conselho Regional deve manter
registro obrigatório é aquele que detém a
competência de fiscalização sobre sua atividade
principal.
procede porque poderia facilmente ser evitado
manejando ação cautelar de sustação e protesto, logo
não há que se falar em perigo na demora que
justifique o presente writ.
E como bem lembrou o impetrante essa
verificação ou constatação depende de produção de
prova pericial o que é absolutamente inviável na
estreita via do mandado de segurança que segundo
ensinamento retro exposto exige prova préconstruida do direito da Impetrante.
Por outro lado, a legitimidade ou não da
cobrança da anuidade fiscal sem qualquer prejuízo
para a Impetrante, na hipótese de ser aforada a ação
executiva contra a Impetrante.
Diante da ausência dessa prova não se
´pode taxar de ilegal a atitude do Impetrado de
obrigar a Impetrante a registrar-se junto ao CRQIX até porque essa decisão foi tomada em regular
processo Administrativo, juntado por cópias aos
autos, onde a Impetrante teve oportunidade de
defender-se e preferiu não exercitar esse direito.
Acolhendo aquela decisão administrativa
a Impetrante requereu seu registro junto CRQ-IX
conforme se constata pelo ofício juntado às fls. 63
reconhecendo assim a legitimidade daquela decisão,
contudo posteriormente informou que fecharia o
laboratório e que já mantinha registro junto ao
CRMV conforme ofício de fls. 82.
Esse ofício não só reforça a convicção
da Impetrante da necessidade de fiscalização do
CRQ-IX ante a afirmativa de que fecharia o
laboratório como também a necessidade de perícia
para constatar se de fato a impetrante fechou seu
laboratório ou se usou desse argumento apenas para
eximir-se do registro junto ao referido Conselho.
Diante dessas considerações não se pode
afirmar que a Impetrado agiu ilegalmente ao
registrar a Impetrante e cobrar-lhe a anuidade e a
multa pelo inadimplemento.
Tampouco agiu arbitrariamente posto que
o fez a pedido da própria Impetrante conforme ofício
de fls. 13.
A alegação de que eventual protesto lhe
causaria prejuízos de difícil reparação também não
6
Diante de todas estas considerações
conclui-se de forma extreme de dúvidas que a
Impetrante não demonstrou a existência de direito
líquido e certo, ao contrário, de certa forma
reconheceu a necessidade de registro junto ao CRQIX de forma que se impôe o indeferimento do
pedido.
III – DECISÃO.
Nestas condições, atendendo ao
apreciado e tudo o mais que dos autos promana e
acolhendo parecer do Ministério Público de fls. 93/
98 hei por bem JULGAR IMPROCEDENTE o
pedido e, em conseqüência denego a ordem
impetrada.
Condeno a Impetrante ao pagamento das
custa processuais.
Deixo de arbitrar verba honorária em face
de ser indevida na espécie conforme jurisprudência
já cristalizada nas Súmulas 512 do STF e 105 do
STJ.
Na forma do artigo 11º da Lei nº 1.533/
51 dê-se ciência à Autoridade Impetrada
encaminhado-se cópia de inteiro teor desta sentença.
P.R.I.
Toledo, 23 de fevereiro de 2001.
EUGÊNIO GIONGO
Juiz de Direito
J
Conselho Federal de Química
Informativo CFQ - Outubro a Dezembro - 2001
QUIMIOSSISTEMÁTICA
UMA FRONTEIRA QUÍMICA
O ser humano, além de estar intimamente ligado
ao seu meio ambiente, tem como instinto a prática
de classificação, isto é, o processo de ordenação
em grupos hierárquicos de tudo que lhe envolve,
particularmente os vegetais e os demais animais.
Com a aceitação das teorias de Darwin os
sistemas de classificação passaram a ter como
base princípios evolutivos. Dada a dificuldade
da obtenção de fósseis de plantas, entretanto, a
morfologia dos vegetais existentes tem sido
usada como principal evidência na construção
de árvores filogenéticas, o que permite
especulações diversas e tem dificultado a
existência de um esquema evolutivo de aceitação
universal. Esses esquemas, em essência
fenéticos, são transformados em modelos
filéticos com a introdução de considerações
fitogeográficas, citogenéticas e químicas,
principalmente. A existência de uma relação entre
composição química e a afinidade de plantas foi
sentida há mais de um século (Rochelder – 1854)
e a sedimentação de uma metodologia científica
de aplicação dos caracteres químicos vem se
consolidando, a cada dia mais, graças aos
progressos atingidos pela Química, com as
facilidades impulsionadas pelos atuais métodos
de análise e determinação estrutural
(cromatografia, espectrometria de massas,
ressonância magnética nuclear, etc.) e de
computação, que conduzem a uma melhor
compreensão dos fenômenos biológicos. Não
existe, em realidade, nenhuma divisão nítida
entre caracteres morfológicos e químicos, até
porque as flores, os frutos ou quaisquer outras
expressões morfológicas resultam de interações
químicas. A vida em si é, em essência, um
fenômeno químico. Os caracteres químicos
Conselho Federal de Química
Dr. Arnaldo Felisberto Imbiriba da Rocha
Conselheiro Federal
refletem a presença/ausência de substâncias ou
classes de substâncias específicas, ou acentuadas
diferenças em suas quantidades. Quanto as
influências do meio, sabe-se que são
consideráveis no ângulo quantitativo, entretanto,
quanto a especificidade, acredita-se que seja
menos influenciada do que nos caracteres
morfológicos, uma vez que estão próximos ou
na extremidade inicial de um caminho
biossintético que se origina no gene, enquanto
que os caracteres morfológicos resultam da
interação de vários componentes químicos na
extremidade oposta. A Quimiossistemática é o
estudo científico do emprego de caracteres
químicos na investigação de problemas de
taxonomia e filogenia de plantas e animais. Sua
grande utilidade reside na orientação de
pesquisas para táxons onde é mais provável a
existência de estruturas de mesma natureza de
princípios ativos, óleos essenciais, etc.,
procurados pelas indústrias. A exploração dos
alcalóides esteroidais, por exemplo, teve como
norte mais promissor a associação do
conhecimento da ocorrência desses
fitoconstituintes no gênero Holarrenha, com a
família a qual pertence – Apocynaceae.
Os caracteres químicos dividem-se em
micromoléculas ou “produtos secundários”,
abrangendo os compostos de baixo peso
molecular (flavonóides, alcalóides, terpenóides,
etc.) e macromoléculas, de peso molecular
elevado, freqüentemente poliméricas (proteínas,
ácidos nuclêicos, etc.) O fato de, nem sempre,
similaridades ou dissimilaridades indicarem o
7
CONSELHO FEDERAL
QUÍMICA a Dezembro - 2001
Informativo
CFQDE
- Outubro
DIRETORIA
Presidente: Jesus Miguel Tajra Adad
1º Vice-Presidente: Roberto Hissa
2º Vice-Presidente: Augusto José Corrêa Gondim
1º Tesoureiro: Fuad Haddad
2º Tesoureiro: Abias Machado
1º Secretário: Newton Deléo de Barros
2º Secretário: Adauri Paulo Schmitt
CONSELHEIRO FEDERAL
REPRESENTANTE DE ESCOLA
Gil Anderi da Silva * Engenheiro Químico
(Escola Politécnica da USP)
REPRESENTANTES DOS CRQ´S
Engenheiros Químicos
Augusto José Corrêa Gondim
Dalton Rodrigues
Percy Ildefonso Spitzner Júnior
Roberto Lima Sampaio
Químicos Industriais
Arnaldo Felisberto Imbiriba da Rocha
José de Ribamar Oliveira Filho
Merílio Pinheiro Veiga
Roberto Hissa
Abias Machado
Bacharel em Química
Adauri Paulo Schmitt
Técnico Químico
Fuad Haddad
Engenheiro Industrial - Modalidade Química
Newton Deléo de Barros
SUPLENTES
Bacharéis / Licenciados em Química
Maria Inez Moutinho Andrade
Luiz Roberto Paschoal
Químicos Industriais
Luiz Pinheiro
Silvana Carvalho de Souza Calado
Renata Lilian Ribeiro Portugal
Engenheiros Químicos
Suely Abrahão Schuh Santos
Henio Normando de Souza Melo
Técnico Químico
Rafael Tadeu Acconcia
PRESIDENTES DOS CONSELHOS REGIONAIS
DE QUÍMICA
1ª Região
Adelino da Matta Ribeiro
2ª Região
----------------------3ª Região
Luiz Fernando de Oliveira Gutman
4ª Região
Olavo de Queiróz Guimarães Filho
5ª Região
Ennecyr Pilling Pinto
6ª Região
Waterloo Napoleão de Lima
7ª Região
Ana Maria Biriba de Almeida
8ª Região
Antônio Santos Souza
9ª Região
Alsedo Leprevost
10ª Região
Cláudio Sampaio Couto
11ª Região
José Ribamar Cabral Lopes
12ª Região
Wilson Botter Júnior
13ª Região
José Maximiliano Müller Netto
14ª Região
Avelino Pereira Cuvello
15ª Região
Tereza Neuma de Castro Dantas
16ª Região
Ali Veggi Atala
17ª Região
Maria de Fátima da Costa Lippo Acioli
18ª Região
8
José Ribeiro dos Santos Júnior
correto relacionamento entre táxons e as micromoléculas estarem
sujeitas aos fenômenos de paralelismo e diversificação, obriga o
quimiotaxonomista a conhecer os caminhos biossintéticos que
conduzem aos fitoconstituintes. É óbvio que constituintes análogos,
oriundos de vias biossintéticas diferentes, não tem valor como
marcadores sistemáticos. Esta dificuldade é praticamente nula com
as macromoléculas que são ou o material genético, ou os produtos
diretos dos genes. Como as informações evolutivas e taxonômicas
aumentam no sentido – micromoléculas < proteína < RNA
mensageiro < DNA – o estudo dos ácidos nuclêicos oferecerão,
em um futuro próximo, as informações fundamentais sobre
relacionamento de plantas, que irão superar a ausência de fósseis.
O nosso país, particularmente a Amazônia, vem sendo alvo dos
mais variados interesses dada as potencialidades de sua flora e
fauna, ou seja, de sua diversidade biológica e o Profissional da
Química representa, neste contexto, um dos mais relevantes papéis
que se estende desde o isolamento, identificação e síntese de novas
estruturas químicas até o equacionamento de seus processos
industriais.
J
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químicos
químico
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de Química
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