CATEDRAL D E ÉVORA

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CATEDRAL D E
ÉVORA
COMISSÂO MUNICIPAL DE TURISMO DE ÊVORA
MONUMENTO de excepcional importância e originalidade na arquitectura
medieval
portuguesa
e
o
mais
enaltecido
pela
história
no
sul
do
país, foi fundado, segundo as fontes diplomáticas tradicionais em 1186, reinando
D. Sancho I e governando a diocese D. Paio. Consagrado no ano de 1204,
teve a sua conclusão no bispado de D. Durando Paes (1267-83), muito embora
no reinado de D. Afonso IV se construíssem o claustro, o Apostolado do pórtico
e o braço meridional do cruzeiro. Os cardeais-infantes D. Afonso e D. Henrique
no séc. XVI, concluiram outras obras notáveis, como a Livraria e o Coro, este,
enobrecido com um dos mais belos cadeirados da Renascença existentes em
Portugal (1562).
A vetusta Sé andam ligados episódios de muita relevância histórica. Nela se
reuniram os gloriosos combatentes do Salado, doa Atoleiros e de Toro, aquele
evento rememorado pela lápida de 1340, o segundo pelas memórias do condestável
Nuno Alvares e o da campanha de Castela pelas efemérides de D. Afonso V e
I). João II. Figuras de algo oraram nas suas veneráveis naves: reis, arcebispos,
homens célebres.
Nos tumultos de 1384, dos seus terraços o povo do Mestre de Avíz atacou
com virotes incendiados o castelo, que estava bandeado pela Rainha D. Beatriz e,
nas naves, em 1808, a população indefesa procurou refúgio, nas horas trágicas da
invasão francesa, sob a protecção tutelar do grande Cenáculo.
A Catedral de Évora é um edifício típico da arte religiosa ducentista.
meio fortaleza, meio templo, onde as formas de arquitectura do românico e do
gótico se combinaram no período evolutivo de transição destes estilos. Se a planta
geral e distribuição de volumes pertencem ao primeiro estilo, ao gótico na sua fase
embrionária se integram as restantes características, que vão dos portais à
ornamentação, coberturas e coroamento das torres, incluindo a agulha e frestas
do zimbório, o mais notável exemplar do seu género do país. inspirado nas lanternas congéneres, mas ainda românicas, das catedrais de Salamanca, Toro e
Zamora. A fachada axial, protegida de duas poderosas torres quadradas, de
cantaria, rematadas por ameias chanfradas de uma reforma da época manuelina,
é aberta no eixo por galilé de arco quebrado com abóbada de ogivas. O pórtico,
de seis arquivoltas está decorado pelo Apostolado, de mármore, obra de escultura eborense da I.a metade do séc. XIV que, aliada ao núcleo do claustro, constitue entre nós conjunto único da sua época.
O interior, imponente e o de maiores dimensões das catedrais portuguesas,
com 70 m. de comprimento, dispõe-se em três naves de desigual altura, cruzeiro
e cabeceira de cinco capelas. A nave central, de sete tramos e trifório gótico, é
coberta por abóbada de berço quebrado, sem ogivas. Robustos pilares de secção
cruciforme. com oito colunas enfeixadas de capitéis romano-góticos do tipo francês,
imprimem impressionante majestade e solide/ ao edifício, aue numa edícula das
arcadas centrais mostra o busto do arquitecto mediévico Afonso Domingues.
De merecimento artístico-tradicional é à imagem gótica da Virgem do O’ de pedra
polícroma, encaixada em curioso altar de talha barroca de 1700, que defronta
o Anjo da Anunciação atribuido ao flamengo Olivier de Gand. Extraodinária
imponência tem o cruzeiro, iluminado por duas belas rosáceas e pela lanterna
octogonal, assente em trompas e inspirada na arte românica de Poitou (séc, XIII.
No lado Norte do transepto rasga-se a capela tumular dos Mendes de
Vasconcelos, morgados do Esporão, erigida em 1529-30, com licença real e aberta pelo mais arcáico arco triunfal da Kenascenca alentejana, de elementos platerescos.
ÉVORA
S E G U N D A
V I S I T A G U I AD A
( 1 ) P o r t i c o ( 2 ) C o r o ( 3 ) B a p t i s t é r i o ( 4 ) Al t a r d e N o s s a
Senhora do Ó (5) Torre Lanterna e Cruzeiro (6) Capela –
M o r ( 7) Ab s í d i o l o s ( 8 ) C a p e l a d o E s p o r ã o ( 9 ) S a c r i s t i a
( l 0) T e s o u r o d e Ar t e S a c r a ( 1 1 ) P o r t a d o S o l ( 1 2 ) C l a u s t r o
ASPEC TO GERAL, SUL, DA CATEDRAL DE SAN TA MARIA DE ÉVORA
A capela-mor, concebida pelo arq. alemão Ludwig e patrocinada por
D. João V (1718-46), obra de extraordinária riqueza do estilo neoclássico, é
decorada por mármores portugueses e italianos, sendo inapreciáveis as esculturas
do paduano Bellini, a pintura de Masucci (1731) e o Cristo, de Mauuel Dias,
segundo desenhos de Vieira Lusitano.
Na primitiva ábside gótica existiu um notável retábulo de pintura flamenga
da Escola de Bruges, da Vida da Virgem, de c.» 1500, que se encontra exposto
no Museu Regional.
O claustro da Sé, a mais original obra de arquitectura gótica do seu tempo,
em Portugal, foi fundado pelo bispo D. Pedro IV, que nele jaz em arca feral de
mármore esculpido, com estátua jacente (1322-40). Nesta quadra, famosa sob
todos os aspectos, se realizaram os ensaios da Escola de Polifonia da Catedral
de Évora, onde pontificaram Duarte Lobo, Manuel Mendes, Fr. Manuel Cardoso
e Diogo Dia* de Melgás.
O Museu de Arte Saora é muito rico em espécies de pintura primitiva
portuguesa, com obras de Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo e Garcia
Fernandes. Da ourivesaria e escultura são célebres a Virgem do Paraíso, tríptico
francês de marfim
(séc.
XIII),
Custódia-cálix,
gótico-manuelino,
Báculo do
Cardeal-Rei D Henrique, de prata dourada, Cálice, de ouro esmaltado com as
cenas da Paixão de Cristo, (1587) e a Cruz-relicário do Santo Lenho, revestido
de 1426 pedras preciosas e ornamentado no tempo do arcebispo D. Fr. Luis da
Silva. (C.* de 1700).
De paramentaria existem boas peça9 portuguesas, espanholas e italianas
(eécs. XV1-XVIJI).
T Ú L I O
E S P A N C A
O
U
T
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B
R
O
D
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C
M
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V
TIP. DIANA - ÉVORA
E
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