| cmyk CIDADES Cuidados na hora de escolher o que comer Na estação mais quente do ano aumenta a preocupação com a conservação dos alimentos, que tendem a se deteriorar com mais facilidade. A intoxicação alimentar acaba sendo uma doença muito comum no verão porque as pessoas comem muito em restaurantes, nas praias, nos acampamentos, nas reuniões de família. De acordo com o gastrocirurgião Vladimir Schraibman, os alimentos podem ser contaminados em qualquer momento, desde a produção até a chegada ao prato das pessoas. “Normalmente, bactérias patogênicas, toxinas, vírus ou parasitas podem agir durante os processos de manipulação, preparo e estocagem. Porém, também podem se manifestar quando os alimentos envelhecem ou o prazo de validade vence, o que os tornam impróprios para serem ingeridos”, afirma a médico. Os principais sintomas da infecção alimentar são diarreias, dores abdominais, vômitos, desidratação e, por vezes, febre, que aparecem após um período de incubação que podem durar umas horas ou vários dias, e podem prevalecer durante um período que varia entre um dia e uma semana. O tratamento de uma infecção alimentar é realizado com bastante hidratação, seja ela por via oral ou endovenosa, medicamentos para enjôo e algumas vezes antibióticos. Todo o diagnóstico e indicação de tratamento deve ser realizado pelo médico — nada de automedicação. Entre os alimentos que oferecem maior risco de causar infecção alimentar, segundo Schraibman, estão os ovos, que quando crus ou mal cozidos podem estar contaminados com a bactéria salmonella. E também os mariscos, que alojam parasitas em seu interior. “É necessário bastante cuidado ao consumir frutos do mar frescos e crus, pois o risco de contrair uma infecção por alguma bactéria ou vírus é grande. Portanto, prefira mariscos bem preparados e cozidos. O processo de congelamento e aquecimento do alimento na temperatura ideal mata os parasitas”, explica Vladimir Schraibman.(A.K) CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2012 [email protected] 9 Semana deve ser de calor intenso. VEJA COMO CUIDAR DA SAÚDE As altas temperaturas são propícias para a ocorrência de algumas doenças. Saiba como se prevenir ou tratá-las, se preciso Valquir Aureliano Amanda Kasecker Dias de calor, dias de piscina e clubes lotados na capital, mas também de cuidado redobrado com a saúde para evitar problemas O que é desidratação e insolação? A desidratação é comum em dias de altas temperaturas. É a perda de líquidos e sais minerais do corpo. O normal é perder, em média 2,5 litros de água por dia, seja pela urina, fezes, suor ou até mesmo pela respiração. Essa perda pode ser aumentada por vários fatores no verão, dentre eles o aumento da transpiração e vômitos e diarréias, provocados pela ingestão de alimentos contaminados ou mal conservados. Quando uma pessoa está desidratada, ela apresenta sede, fica muito tempo sem urinar, com a boca e mucosas secas, olhos ressecados e fundos e mais irritada. Atenção para esses sintomas. Para tratar, o soro caseiro pode ser utilizado sempre que se suspeitar de uma desidratação. Ele deve ser feito misturando uma colher de chá de açúcar e uma colher de café de sal em um litro de água. Deve-se oferecer à pessoa desidratada à vontade a cada 20 minutos e após cada evacuação no caso de diarréia. Se o caso for mais grave, recomenda-se atendimento hospitalar. Para prevenir prefira local arejado e com sombra, usar roupas leves, e ingerir constantemente líquidos. Além disso, deve-se estar atento também aos alimentos consumidos. Insolação — A insolação também é provocada pela exposição excessiva ao sol. Mas mesmo sem estar diretamente exposto ao sol, é possível ter insolação. A areia ou outros elementos podem refletir o sol e, desse jeito, aumenta a temperatura da pessoa pelo calor, não pela exposição direta ao sol. A insolação pode provocar intensa falta de ar, dor de cabeça, náuseas e tontura, temperatura do corpo elevada, pele quente, avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e até mesmo a inconsciência. Na insolação ocorre também desidratação e o individuo apresenta queimaduras que no início se manifestam por pele vermelha e ardida e quando em estágios mais avançados e graves, leva a formação de bolhas na pele. Ao primeiro sinal de insolação, é aconselhado que a pessoa procure a sombra além de se hidratar. Em casos graves de queimadura e de aumento da temperatura corporal, é necessário procurar o atendimento médico. Para prevenir a insolação, evite tomar sol entre 10 e 16 horas (11h e 17h, no horário de verão), e não se deve fazer exercícios físicos sob o sol entre esses horários. É aconselhado também tomar cerca de dois a três litros de água por dia, e aplicar protetor solar pelo menos 15 minutos antes da exposição do sol, repetindo a aplicação a cada duas horas..(A.K) No último sábado, os termômetros marcaram 34ºC em Curitiba, Segundo o Simepar, essa foi mais alta desde janeiro de 2006, quando chegou aos 34,8°C. A temperatura de 34°C é um recorde para o ano e também é um recorde para o mês de fevereiro. A previsão é que hoje os termômetros atinjam novamente a máxima de 34ºC. O verão começou no dia 21 de dezembro, mas foi a partir da semana passada que ele, parece, deu as caras de verdade, ao menos na Grande Curitiba. Foram dias seguidos com temperaturas acima dos 30ºC. Como os próximos dias não serão muito diferente, é aconselhável cuidados com a saúde. O clima mais quente proporciona condições ideais para a ocorrência de algumas doenças. Dentre as mais freqüentes no verão estão aquelas que levam a perda de líquidos, como a desidratação. Também são bastante recorrentes micoses, intoxicação alimentar e algumas doenças femininas, como cândida. Monitoramento estabelecido pela Secretaria de Estado da Saúde desde o segundo semestre do ano passado registrou aumento no número de casos de doenças diarreicas. Entre novembro e dezembro, foram registrados 1.602 casos, enquanto em julho e agosto, foram 644. Essas doenças se proliferam basicamente por falta de cuidados com a higiene das mãos. Para preveni-las, a Secretaria de Saúde do Paraná orientaa evitar compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas, talheres, copos, garrafas, latas. Principalmente, deve-se de lavar as mãos antes e depois de trocar fraldas, ao chegar da rua, andar no transporte coletivo, antes e depois de comer, beber e preparar alimentos, após ir ao banheiro, ler jornais, revistas em locais públicos, tossir ou espirrar e várias vezes durante o trabalho. O Jornal do Estado conversou com especialistas que deram dicas de como se cuidar. VEJA OUTROS PROBLEMAS OU DOENÇAS DECORRENTES DAS ALTAS TEMPERATURAS MICOSES Getty Images Existem cerca de 230 mil tipos de fungos, mas cerca de 100 deles podem causar infecções. Em condições favoráveis, como ambientes com muita umidade e calor, os fungos se reproduzem rapidamente e dão origem a um processo infeccioso que, dependendo do fungo causador, pode ser superficial ou profundo. Todo o corpo pode ser afetado pelas micoses. No verão, é mais comum o acometimento das virilhas, pés e unhas. No pé, a micose mais freqüente é o pé-de-atleta, ou frieira. Ela ocorre entre os dedos. Nas unhas a doença mais freqüente é a onicomicose. É provocada por fungos e também por outro tipo de microrganismo comum na natureza: as leveduras. Inicia-se na ponta da unha, deixando-a amarelada. Aos poucos, a unha fica espessada e com aparência feia. Segundo a dermatologista Shirlei Borelli, a cor da unha pode variar entre amarelo, verde e castanho. Sintomas – Depende da micose. Pode ser vermelhidão, coceira, mau cheiro. Nas micoses de unha nota-se uma coloração diferente. Como tratar – Cada micose tem um tratamento específico e por isso deve-se procurar um médico dermatologista. Como prevenir – Usar sapatos abertos, usar chinelos em locais públicos, como piscinas e clubes. CANDIDÍASE Divulgação A candidíase é a proliferação de um fungo chamado cândida, e que está presente normalmente no intestino de qualquer mulher. Às vezes, por uma diminuição da defesa do corpo da mulher, seja por estresse ou uso de antibióticos, por exemplo, este fungo começa a crescer de forma incontrolável e passa para dentro da vagina. No verão com o aumento das temperaturas e o uso prolongado de biquínis molhados, a cândida se fortalece e aumenta em número. Sintomas — corrimento branco, coceira, ardor vaginal, queimação ao urinar, dor durante o ato sexual. A cândida também pode afetar outras regiões do corpo, como esôfago, estômago, cordas vocais, laringe, por exemplo, e neste caso não terá nenhum dos sintomas relacionados à região vaginal. Como tratar — O tratamento é feito com antifúngicos por via oral, associado a um antifúngico na forma de creme vaginal, mediante orientação médica. Como prevenir — Veja algumas dicas: dormir sem calcinha: diminui o calor na vagina; usar calcinhas de algodão, que esquenta menos que os sintéticos; sabonetes íntimos diariamente no banho: eles ajudam a manter a flora vaginal equilibrada; evite roupas apertadas; não deixe a calcinha pendurada no banheiro: isso estimula a proliferação dos fungos na peça; manter uma dieta equilibrada dos porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro. Como prevenir — Para evitar a contaminação é importante, além de não tomar banho em lugares indevidos, evitar usar toalhas de outras pessoas e entrar em contato com quem estiver com a doença, pois ela é de fácil transmissão. CONJUNTIVITE Reprodução A conjuntivite bacteriana é a inflamação da pele transparente que recobre os olhos, chamada de conjuntiva. Ela é mais comum no verão, pois é muito fácil contraí-la ao freqüentar praias impróprias para banho e piscinas que não estejam devidamente tratadas. OTITE EXTERNA Reprodução A otite externa é a infecção do canal auditivo. É provocada pelo calor e pela umidade, que inflamam os pelos de dentro da orelha. É mais comum em quem freqüenta praia e piscina, por isso o aumento da incidência no verão. Sintomas — Quem está com conjuntivite fica com os olhos vermelhos e lacrimejantes, e há uma produção de secreção amarelada. Além disso, também são comuns fotofobia e uma sensação de que há areia dentro dos olhos. Como tratar — Lavar os olhos e fazer compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico. Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. A indicação de qualquer remédio só pode ser feita por um médico. Alguns colírios são altamente contra-indica- Sintomas — Dor intensa e perda da audição. Em alguns casos, podem aparecer secreção. Como tratar — O tratamento da otite externa inclui analgésicos. Antibióticos e antifúgicos são usados como medicação tópica. Calor local ajuda a aliviar a dor. Consulte um médico para saber qual medicamento utilizar. Como prevenir — Secar bem os ouvidos depois que sair da água; Não nadar em praias consideradas impróprias. Evitar o uso excessivo de cotonetes, pois eles tiram a cera que protege o ouvido.