Sociologia 1ª série Ensino Médio DA ILUSTRAÇÃO AO NASCIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS ILUMINISMO, LIBERALISMO, DARWINISMO SOCIAL Danilo Arnaldo Briskievicz ILUMINISMO, ILUSTRAÇÃO OU ESCLARECIMENTO Movimento filosófico que sucedeu o Renascimento, baseava-se na firme convicção da razão como fonte de conhecimento, na crítica a toda adesão obscurantista e a toda crença sem fundamentos racionais e também a incessante busca pela realização humana. ILUMINISMO E SOCIEDADE -Sociedade como organismo vivo, composto por partes interdependentes -Déspotas esclarecidos: monarcas europeus do século XVIII que associavam os ideais iluministas de amor ao progresso e ao desenvolvimento das artes e das ciências com o exercício autoritário do poder Adolph von Menzel, Voltaire na corte de Federico II de Prússia, 1850. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E RAZÃO PRÁTICA - A revolução Industrial na Inglaterra, século XVIII, consolidou o lucro como atividade desejável e eticamente correta. - A burguesia tinha, então, ideologia e tecnologia para se impor. - “Vivemos no melhor dos mundos possíveis”, disse o filósofo Leibniz. - A ideias progressistas conviviam com uma realidade bem menos otimista, que admitia a exploração, a escravidão, e até mesmo o genocídio. LIBERALISMO: A FILOSOFIA SOCIAL DOS SÉC. XVII E XVIII O liberalismo é um movimento de libertação da burguesia da monarquia e da defesa dos privilégios da nobreza. Liberalismo pode ser definido como um conjunto de princípios e teorias políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais são contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas. O pensamento liberal teve sua origem no século XVII, através dos trabalhos sobre política publicados pelo filósofo inglês John Locke. Já no século XVIII, o liberalismo econômico ganhou força com as ideias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith. LIBERALISMO: PRINCÍPIOS - Defesa da propriedade privada; - Liberdade econômica (livre mercado); - Mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação (governo limitado); - Igualdade perante a lei (estado de direito). JOHN LOCKE 1632-1704 Criticou a teoria do direito divino dos reis formulada pelo filósofo Thomas Hobbes. Para Locke, a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Embora admitisse a supremacia do Estado, Locke dizia que este deve respeitar as leis natural e civil. Defendeu a separação da Igreja do Estado e a liberdade religiosa, recebendo por estas ideias forte oposição da Igreja Católica. O poder deveria ser dividido em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com sua visão, o Poder Legislativo, por representar o povo, era o mais importante. Defensor da escravidão. Não relacionava a escravidão à raça, mas sim aos vencidos na guerra. De acordo com Locke, os inimigos e capturados na guerra poderiam ser mortos, mas como suas vidas são mantidas, devem trocar a liberdade pela escravidão. John Locke • Wrington, Inglaterra – 29 de Agosto de 1632 d.C + Wrington, Inglaterra – 1704 d.C ADAM SMITH 1723-1790 Tornou-se um dos principais teóricos do liberalismo econômico. Sua principal teoria baseava-se na ideia de que deveria haver total liberdade econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver, sem a intervenção do Estado. A livre concorrência entre os empresários regularia o mercado, provocando a queda de preços e as inovações tecnológicas necessárias para melhorar a qualidade dos produtos e aumentar o ritmo de produção. ADAM SMITH 1723-1790 As ideias de Adam Smith tiveram uma grande influência na burguesia europeia do século XVIII, pois atacavam a política econômica mercantilista promovida pelos reis absolutistas, além de contestar o regime de direitos feudais que ainda persistia em muitas regiões rurais da Europa. Nascimento 5 de junho de 1723 Kirkcaldy, Fife Morte 17 de Julho de 1790 Edimburgo O MILAGRE DA CIÊNCIA A Ilustração preparou o terreno para o surgimento das ciências sociais no século XIX. Lançou as bases da sistematização do pensamento científico. Baseou-se no otimismo em relação ao progresso científico. 2ª AULA – O ANTICLERICALISMO - Descristianização ou laicização da sociedade. - Atingiu seu apogeu no século XIX. - O anticlericalismo propugna pela separação e não interferência entre as esferas do poder religioso e do civil. O ativista anticlerical critica a ação política das instituições religiosas. ANTICLERICALISMO O anticlericalismo difere do chamado laicismo, dado implicar uma hostilidade aberta face ao mundo clerical, pelo fato de este ter influência social ou política. O laicismo apenas rejeita a influência da Igreja na esfera pública, considerando que os assuntos religiosos pertencem à esfera privada de cada indivíduo. POSITIVISMO – AUGUSTE COMTE – 17981857 As ideias de Auguste Comte, o criador do positivismo, influenciaram grandemente a formação da república no Brasil. Tanto, que o lema da bandeira brasileira, "Ordem e progresso", foi inspirado na doutrina desse filósofo francês. Auguste Comte fez seus primeiros estudos em Montpellier, sua cidade natal. Em Paris, ingressou na Escola Politécnica, mas com o fechamento temporário da escola, em 1816, voltou a Montpellier para continuar seus estudos na faculdade de medicina. Nascimento 19 de Janeiro de 1798 Montpellier, França Morte 5 de setembro de 1857 (59 anos) Paris, França POSITIVISMO No ano seguinte, voltou a estudar em Paris, mas foi expulso da Escola Politécnica, passando a realizar pequenos trabalhos para sobreviver. Ainda em 1817, tornou-se secretário do filósofo socialista Saint-Simon, que o apresentou ao mundo intelectual francês. Já imerso na elaboração da doutrina do positivismo, Comte publicou em 1822 seu "Plano de trabalhos científicos necessários para reorganizar a sociedade". Dois anos mais tarde, rompeu com Saint-Simon, pois as doutrinas dos dois eram incompatíveis. Neste período casou-se com Caroline Massin, de quem se divorciaria em 1842. POSITIVISMO Em 1826 Auguste Comte foi internado numa clínica de saúde mental, para tratar-se de problemas psiquiátricos. Em 1830 iniciou a publicação de seu "Curso de Filosofia Positiva", que seria concluída doze anos mais tarde. Em 1832, retornou à Escola Politécnica para lecionar, mas, não obtendo cátedra, saiu em 1844. Neste mesmo ano, teve um envolvimento platônico com Clotilde de Vaux, que perduraria até a morte desta, dois anos depois. Em 1848 Auguste Comte criou uma "Sociedade Positivista", que angariou grande número de seguidores. Entre 1851 e 1854, publicou os volumes do "Sistema de política positivista", cujas ideias viriam fundamentar várias correntes de pensamento político, em vários países. POSITIVISMO No Brasil, a influência do positivismo de Comte traduziu-se não só no ideário de nossos republicanos, mas nas ações políticas que acompanharam a proclamação da República. Entre elas, a separação entre igreja e Estado, o estabelecimento do casamento civil, o fim do anonimato na imprensa e a reforma educacional proposta por Benjamin Constant, um dos mais influentes positivistas brasileiros. 3ª AULA – DARWINISMO SOCIAL O darwinismo social tem origem na teoria da seleção natural de Charles Darwin, que explica a diversidade de espécies de seres vivos através do processo evolução. O sucesso da teoria da evolução motivou o surgimento de correntes nas ciências sociais baseadas na tese da sobrevivência do mais adaptado, da importância de um controle sobre a demografia humana. Não é a mais forte das espécies a que sobrevive... (Charles Robert Darwin) "Não é a mais forte das espécies a que sobrevive, nem a mais inteligente, mas, aquela que melhor responde às mudanças.” DARWINISMO SOCIAL De acordo com esse pensamento, existiriam características biológicas e sociais que determinariam que uma pessoa é superior à outra e que as pessoas que se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas. Geralmente, alguns padrões determinados como indícios de superioridade em um ser humano seriam o maior poder aquisitivo e a habilidade nas ciências humanas e exatas em detrimento das outras ciências, como a arte, por exemplo, e a raça da qual ela faz parte. DARWINISMO SOCIAL Um conjunto de pensadores atribui a fonte do darwinismo social ao próprio Darwin, que na sua obra A Origem do Homem havia aplicado a sua teoria ao mundo social. Nesta obra, Darwin ocupa-se da evolução humana e, ao fazê-lo, aplica os mesmos critérios que utiliza em A Origem das Espécies. Entretanto, foi Herbert Spencer o autor que popularizou a ideia de que grupos e sociedades evoluem através do conflito e da competição. A teoria de Darwin diz também que no mundo sobrevive o mais adaptado, por isso há a evolução; que os seres vivos evoluem para continuarem vivos, e exemplo disso seria o homem. DARWINISMO SOCIAL Influência O Darwinismo Social foi empregado para tentar explicar a pobreza pós-revolução industrial, sugerindo que os que estavam pobres eram os menos aptos (segundo interpretação da época da teoria de Darwin) e os mais ricos que evoluíram economicamente seriam os mais aptos a sobreviver, por isso os mais evoluídos. Durante o século XIX, as potências europeias também usaram o Darwinismo Social como justificativa para o Imperialismo capitalista.