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MÚSICAS DO MUNDO
28 JANEIRO 2017
Wu Wei
Wang li
wang li & wu wei © hai zhang
As Estações Harmónicas
As Estações Harmónicas
Wang Li Berimbau e Flauta Calabash
Wu Wei Sheng
The Chant of Stars / O Canto das estrelas
Overtone Dance I. Automn / Outono
Far away to Home / Regresso a casa
Overtone Dance II. Summer Wind / Vento de verão
Overtones of the Sky / Os harmónicos do céu
Sismic Echo / Onda sísmica
Sun and snow / Sol e neve
Dragon Dance / Dança do dragão
Morning Prayer / Oração da manhã
Overtone Dance III. Spring / Primavera
Overtone Dance IV. Winter heart /
Coração de inverno
Five Leaf Clover / Trevo de cinco folhas
Away / Ao longe
Wang Li
Wu Wei
Wang Li conseguiu um nível de virtuosismo
assombroso com o berimbau e a flauta
calabash, alguns dos mais antigos e humildes
instrumentos musicais. Ele usa técnicas de
canto gutural e de respiração circular em peças
e improvisos a que confere enorme mestria
e subtileza. Wang Li é natural de Qingdao,
uma cidade costeira do nordeste da China, onde
cresceu tocando kouxiang ou berimbau. Na escola
tocava em bandas influenciadas pela música
ocidental, mas depois de se ter graduado, a sua
vida tomou um rumo inesperado pois viveu
algum tempo num mosteiro, de onde saiu
com uma nova visão musical. Estudou jazz
no conservatório de Paris e interessou-se pela
improvisação. Voltando à China, viajou pela
sua região nativa, aprendendo com os músicos
locais e trazendo experiências para o seu
universo musical, altamente pessoal.
Wu Wei estudou sheng no conservatório de
Xangai e foi solista na orquestra Chinesa de
Xangai antes de estudar na Academia Hanns
Eisler de Berlim, onde agora se encontra sediado.
Para além de ganhar vários concursos de música
tradicional chinesa, venceu o Musica Vitale
Competition na Alemanha em 1996 e em 2002,
e o Global Rock Folk Prize em 2004. Em 2011
ganhou o Herald Angels Award no Festival
Internacional de Edimburgo. Tem-se
apresentado como solista em muitas orquestras
e ensembles de referência. Estreou mais de 150
obras (incluindo dez concertos para sheng
e orquestra) de compositores como John
Cage, Unsuk Chin, Toshio Hosokawa, Enjott
Schneider, Joerg Widmann, Guus Janssen, Tan
Dun, Chen Qigang, Guo Weijing e Ruo Huang.
Wu Wei é também um prolífico compositor de
música para sheng.
duração: cerca de 1h 20 min.
sem intervalo
apoio:
cedência do tapete persa
wang li & wu wei © hai zhang
Toda a música criada por Wang Li parece vir de
um mesmo lugar. Um lugar de contemplação e
serenidade que o músico chinês, radicado em Paris,
terá descoberto durante um período de reclusão de
quatro anos que passou num mosteiro em França
– a que se seguiu uma formação jazzística e o
regresso à região natal para colher os ensinamentos
dos músicos locais. Desde então, a forma como
organiza os sons do berimbau de boca e da flauta
calabash – uma flauta vertical chinesa – adquiriu
um tom meditativo de uma beleza que se diria
inatingível. O encontro de Wang Li com Wu Wei,
seu conterrâneo, residente em Berlim, ajudou a
expandir a característica singular da sua música,
de recursos amplificados pelas técnicas de
respiração circular e pelo canto gutural, através
da junção iluminada ao som do sheng, um
ancestral órgão de boca com quatro mil anos
que Wu Wei maneja com notável virtuosismo.
O duo que então formaram, e cujas originalidade
e maravilhamento musical não escaparam aos
ouvidos da editora Harmonia Mundi, encontra-se
documentado desde 2016 no surpreendente álbum
Overtones, lançado na etiqueta Latitudes. Desde
2015, a Latitutes dedica-se a registar encontros
entre a música clássica e as músicas do mundo,
contando no seu catálogo com os muito elogiados
projectos Hawniyaz do mestre iraniano Kayhan
Kalhor e Thrace do francês Jean-Guihen Queyras
(dedicado à música da região da antiga Trácia).
A ligação da musicalidade de Wang Li e Wu Wei
com a tradição chinesa é flagrante, procurando
uma sintonia particular com a natureza e uma
expressão harmonizada com sons ancestrais, mas é
toda uma cultura contemporânea que os dois criam
em palco e em estúdio. Ao transportarem os ecos
evidentes de instrumentos com uma natural carga
anciã, não deixam que as composições se enredem
numa evocação nostálgica ou museológica,
sendo a experiência de Wei enquanto solista
com formações como as Filarmónicas de Berlim
(dirigida por Kent Nagano) ou de Los Angeles (sob
a liderança de Gustavo Dudamel) essencial para
que se abram novas perspetivas num exercício de
espantosa construção por camadas. A acompanhar
os instrumentos, Wang Li e Wu Wei recorrem,
por vezes, aos sons produzidos com o próprio
corpo, criando uma distância ainda maior e
mais transcendente com a linguagem da música
tradicional chinesa. Aquilo que hoje lhes ouvimos
pertence a um tempo incerto, algures entre o
respeito pelo passado remoto e uma atração pelo
futuro e por sonoridades que contenham sempre
o dom da revelação.
PRÓXIMOS CONCERTOS
03 FEVEREIRO 2017
SEXTA 21:00 — Grande Auditório
O Milagre das Rosas
Adriana Calcanhotto
01 + 02 + 03 MARÇO 2017
QUARTA | QUINTA | SEXTA 21:00— Grande Auditório
TERÇA 21:00 — Grande Auditório
António Zambujo
canta Chico Buarque
Asif Ali Khan & Party
09 MAIO 2017
Música Sufi do Paquistão
Programa sujeito a alterações.
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