Nascentes do Cerrado no Triângulo Mineiro-MG

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
Nascentes do Cerrado no Triângulo Mineiro-MG: caracterização
física das veredas e campos de murundus
VINÍCIUS BORGES MOREIRA¹
ARCHIMEDES PEREZ FILHO²
Resumo: Na região do Triângulo Mineiro - MG as chapadas residuais são importantes unidades de
relevo, sobre as quais originam-se diferentes tipos de nascentes, cuja dinâmica configura-se como
importante área de recarga hídrica, contribuindo para a perenidade de rios e córregos que compõe as
bacias do Rio Grande e Rio Paranaíba. Estas nascentes são denominadas de veredas e campos de
murundus que estão presentes em quase toda região do Brasil central. Este trabalho se propôs a
realizar uma caracterização física destes ambientes por meio de revisão bibliográfica, assim como,
propor técnicas e metodologias recentes para contribuir nas discussões recorrentes sobre a gênese e
a importância de sua conservação, na manutenção e recarga de importantes bacias hidrográficas.
Palavras-chave: Chapadas; Nascentes do Cerrado; Triângulo Mineiro-MG.
Abstract: In the region of the Triângulo Mineiro- MG waste plateaus are important relief units, about
which originate from different types of springs, whose dynamic is configured as an important area of
water recharge, contributing to the sustainability of rivers and streams that make up the basins of the
Rio Grande and Rio Paranaiba. These springs are called paths and mounds of fields that are present
in almost all central region of Brasil. This work proposes to carry out a physical characterization of
these environments through literature review, and propose techniques and newer methods to
contribute on a recurring discussions about the genesis and the importance of their conservation,
maintenance and charge of important watersheds.
Keywords: Plateaus; springs of the Cerrado; Triângulo Mineiro-MG.
1 – Introdução
O domínio morfoclimático dos Cerrados é conhecido popularmente como a
“caixa d’água do Brasil”, por ser a região onde estão localizadas nascentes de
importantes rios e suas respectivas bacias hidrográficas, tais como, São Francisco,
Araguaia/Tocantins e Paraná. Tal atribuição pode ser comprovada pelas
características físicas deste domínio, que associadas a vegetação, reúne condições
ambientais para armazenamento e dispersão de água.
A área “core” do Cerrado brasileiro se localiza na porção central do país,
região denominado por Ab’Saber (1971), de “Domínio dos chapadões recobertos por
Cerrados e penetrados por florestas-galerias”. Maciços planálticos encontrados
nessa região podem ser estruturas complexas e ou planaltos sedimentares
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compartimentados, separados por rios que aprofundaram seu vale. O clima da
região possui duas estações bem definidas úmido/quente e seco/frio, precipitação
variando entre 1300 à 1800 mm por ano, concentrando-se no verão (Ab’Saber,
1971). Tais características, dentre outras, propiciaram a formação de geossistemas
únicos, responsáveis pela manutenção de rios e bacias hidrográficas no Cerrado.
As veredas e campos de murundus são geossistemas que ocorrem em relevo
de chapada, podendo estar associados ou não as planícies aluviais de rios e
córregos, ambientes estes, correspondente as nascentes de grande parte dos rios
mencionados anteriormente.
A região do Triângulo Mineiro – MG, está inserida neste contexto
morfoclimático, possuindo extensas chapadas sedimentares aplainadas que
possuem nascentes do tipo vereda e campos de murundus. Apesar de terem sido
profundamente alteradas pela atividade humana, estas áreas ainda conservam
características naturais, sendo passível a realização de estudos sobre seus
principais atributos físicos e relações sistêmicas.
Conhecer as características destes dois tipos de nascentes, torna-se,
fundamental para melhor compreender a dinâmica hídrica das chapadas do
Triângulo Mineiro e consequentemente do Cerrado brasileiro, que possui grande
importância no que se refere a questão hídrica no país.
2 – Caracterização física das veredas e campos de murundus
2.1 - Veredas
Os geossistemas tipo veredas foram amplamente estudados, não somente na
geografia como em diversas áreas da ciência, possuindo uma bibliografia extensa
comparada aos campos de murundus, porém nos atemos as obras de cunho
geográfico, para uma caracterização física deste ambiente.
Os autores MELO,D,R & ESPINDOLA, C, R (2006) pesquisaram sobre as
veredas do município de Buritizeiros região Noroeste de Minas Gerais, classificandoas como: Vales rasos alongados e pouco profundos de fundo plano, possuindo três
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níveis de umidade compostas por gleissolos, onde na borda é sazonalmente úmida,
na média e baixa vertente é permanentemente úmido, variando portanto, da alta
para a baixa vertente. No fundo plano ocorrem solos saturados e organossolos,
possuindo renques de buritis (Mauritia vinífera Mart; Mauritia Flexuosa) e gramíneas
higrófilas. A partir dos fundos planos das veredas inicia-se a drenagem de cursos
fluviais que podem ser acompanhados em suas margens pela veredas em fundo de
vale.
Quanto a textura dos solos LIMA (1996), descreve uma toposequência em
vereda do Ribeirão Panga região do Triângulo Mineiro, onde os solos são
superficialmente arenosos, mais de 80% de areias, com teor de silte e argila muito
baixo em todas as amostragens feitas do topo ao fundo da vereda.
As veredas são fontes de água perene no Cerrado mantendo a vazão de rios
e córregos durante o período não chuvoso, configurando-se como área de
exudação, ou seja, em contado com a água sub-superficial.
Esta definição geomorfológica de vereda é encontrada em diversos outros
autores pretéritos como MELO (1992), BARBOSA (1967), BOAVENTURA (1978,
1981), LIMA (1996), FERREIRA (2003), dentre outros. Os autores citados
pesquisaram em diferentes regiões do Cerrado, sendo, Sudeste de Goiás, Triângulo
Mineiro e Noroeste de Minas Gerais, todas regiões enquadradas no “Domínio dos
chapadões recobertos por Cerrados e penetrados por florestas-galerias” descrito por
Ab’Saber (1971). Quanto a forma e caracterização das veredas todos estes autores
são concordantes, porém existe divergentes hipóteses quanto a origem deste
geossistema.
Segundo Boaventura (1978) são necessárias a ocorrência de três atributos
básicos para a formação das veredas: sobreposição de camadas estratigráficas
diferentes, onde a superior deve ser permeável e a inferior impermeável; existência
de superfície de aplainamento; e condições de exorreísmo (nível de base local que
retarde o aprofundamento da vereda). Estas condições litológicas são encontradas
na região do Triângulo Mineiro, pois os arenitos do grupo Bauru recobrem quase
toda a região estando sobre níveis impermeáveis mais antigos, como rochas précambrianas e os derrames basálticos da formação serra geral. Camadas formadas
por concreções ferruginosas também funcionam como nível impermeabilizante,
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ocorrendo na base das veredas em toda região, realizando essa função, de acordo
com (FERREIRA, 2008).
Em obra recente, Boaventura (2007) realiza com maior detalhamento a
classificação dos tipos de veredas, propostas por ele em 1978. Segundo o autor de
acordo com a geomorfologia regional as veredas se distribuem em: veredas de
encosta, veredas de superfície aplainada, veredas de terraços e veredas
encaixadas, conforme as figuras 1,2,3. O autor também define estádios de evolução
das veredas, que avançam e atingem seu clímax de acordo com o a evolução do
relevo. Dentre os tipos de veredas apresentados somente o tipo vereda de encosta
não foi reconhecida na região do Triângulo Mineiro, podendo ser questionável esta
classificação.
Figura 1 - Vereda de superfície aplainada
Fonte: Boaventura, 2007.
Figura 2 – Vereda de encosta e vereda-várzea
Fonte: Boaventura, 2007.
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Figura 3 – Vereda-terraço e vereda encaixada
Fonte: Boaventura, 2007.
As hipóteses de origem das veredas são concentradas em duas vertentes,
primeiramente a desenvolvida por BOAVENTURA (1978) que evidencia os
processos de aplainamento e erosão do relevo como responsáveis pela formação
destes geossistemas. Segundo o autor as veredas se formaram pela interligação de
depressões fechadas (áreas mal drenadas) sobre a chapada, ocorrendo
trasbordamento e escoamento superficial das águas, durante os períodos chuvosos.
Acompanhando a inclinação da vertente e, ou, linhas estruturais, o entalhamento
fluvial ocasiona um retrabalhamento das margens e o processo de erosão remonte.
Desta forma, segundo FERREIRA (2008) origina-se o ambiente propicio para o
desenvolvimento da vegetação típica de vereda em diferentes estádios de evolução.
A segunda hipótese de origem foi desenvolvida por LIMA (1996). Segundo o
autor as veredas foram formadas a partir de processos geoquímicos e
pedogenéticos, onde ocorreram precipitações de minerais, a partir de processos
contínuos de lixiviação e hidromorfia, resultando no abatimento do relevo em
determinados locais. Posteriormente, a água acumulada nas pequenas depressões
iniciaram a escavação de vales em pequenas fraturas e lineamentos preexistentes,
dando origem as drenagens atuais. Portanto, processo de erosão fluvial, seria
secundário, em relação a formação das veredas.
As teorias sobre a origem e evolução apresentados pelos dois autores são
coerentes, porém é necessário a aplicação de técnicas mais avançadas como
datações absolutas nas coberturas superficiais (material de origem dos solos), e
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aplicar índices morfométricos nos canais fluviais para se obter conclusões precisas
sobre a evolução da paisagem nos geossistemas de veredas.
2.2 - Campos de Murundus
Os campos de murundus são geossistemas típico dos Cerrados que ocorrem
em topo de chapada. Segundo SCHINEIDER & SILVA (1991) constituem-se em
depressões rasas predominadas por microrrelevos tipo murundus, que são
montículos ou morrotes circulares e ou elípticos que variam de 0,5 à 15 metros de
diâmetro e altura entre 0,30 à 2,0 metros, em geral. Sua vegetação consiste em
gramíneas ciperáceas, sobre os murundus maiores podendo, também, ocorrer
pequenas espécies arbóreas. A presença de térmitas e cupins são comuns sobre os
murundus, o que levaram alguns autores a associar sua presença a formação
destes microrrelevos.
A dinâmica hidrológica dos campos de murundus é diferenciada em relação
as veredas, por ocorrerem grandes variações sazonais do nível d’água. No período
chuvoso parte das depressões se alagam, ficando somente o topo dos montículos
fora d’água, tornando-se uma lagoa temporária. Durante o período seco as
depressões perdem praticamente toda água acumulada, expondo os microrrelevos
denominados de murundus.
De acordo com CASTRO JUNIOR, P, R. et al (2004) que monitoraram o nível
d’água, (utilizando piezômetros) durante um ano, pode-se afirmar que a variação do
mesmo, ocorre devido a existência de dois níveis de lençol freático distintos,
separados por uma camada de argila. O primeiro nível, superficial, varia de acordo
com o período de chuvas, sendo o segundo, abastecido pelo primeiro e pelo
escoamento subsuperficial, mantendo assim, a perenidade de rios e córregos na
estação seca.
Estudos de topossequência, realizada por SCHINEIDER & SILVA (1991), na
cabeceira do córrego da Fortaleza região do Triângulo Mineiro, descreve que as
vertentes da depressão são caracterizadas por gleissolos de textura argilosa. O
fundo plano é composto por uma fina camada de deposição de matéria orgânica
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associado a organossolos O teor de argila em toda toposequência varia de 30 a
62%, características texturais bem diferentes das encontradas nas veredas citadas
anteriormente.
Alguns pesquisadores como PENTEADO-ORELLANA (1980), ARAUJO NETO
(1986), OLIVEIRA FILHO (1988) e OLIVEIRA FILHO (1990) estudaram os campos
de murundus no Brasil central, mostrando que esses geossistemas estão presentes
em várias localidades, porém se restringindo a topografias elevadas e planas.
SCHINEIDER (1996) descreve três tipos diferentes de campos de murundus
que ocorrem no Triângulo Mineiro: depressões fechadas de topo; cabeceira de
drenagem; e vertentes de vales. Para além das características gerais já descritas
anteriormente, dentre estes tipos, ocorrem mudanças no formato das depressões,
indicando possíveis estádios de evolução da paisagem. As depressões de topo
fechado são circulares ou elípticas não estando associadas a nenhum curso fluvial
superficialmente. As depressões associadas a cabeceiras de drenagem possuem
forma alongada similar a uma gota d’água, tendo conexão com o curso fluvial
superficialmente, por uma faixa linear, mais estreita, possuindo murundus
enfileirados no seu entorno. Por fim, os campos de murundus que ocorrem em
vertentes de vales margeiam em formato linear as planícies de inundação de cursos
fluviais. FERNANDES CORRÊA (1989) apud SCHINEIDER (1996) os interpreta
como áreas de ocupação mais antigas por murundus, que estão sendo destruídas
pelo entalhamento do vale fluvial.
Quanto a hipótese de origem destas feições superficiais do relevo,
SCHINEIDER (1996) aponta os processos geoquímicos como responsáveis pela
formação das depressões. Segundo a autora, tal fenômeno pode ser comprovado
pela existência de camadas carbonáticas inferiores expostas na borda da chapada
Uberlândia-Uberaba região do Triângulo Mineiro. A solubilização do calcário
presente no arenito da formação Marilia, fez com que esse material se concentrasse
em camadas inferiores, ocasionando processos de abatimento na superfície em
determinados locais da chapada, formando as depressões que posteriormente foram
ocupadas pelos murundus. RADAM BRASIL (1983) propõe outra explicação para a
ocorrência destas depressões, considerando-as como “bajadas” residuais de antiga
drenagem endorreica, formada durante um clima mais seco que o atual.
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O debate sobre a gênese dos microrrelevos murundus presentes nas
depressões também é contraditório entre vários autores. A primeira hipótese
pressupõe que os murundus foram formados através de um processo de erosão
diferencial, provocado pelo escoamento superficial, resultando em porções de relevo
elevadas e outras rebaixadas. Posteriormente as térmitas e cupins teriam se
abrigado nas porções mais elevadas fugindo da umidade presente nas porções mais
baixas (ARAÚJO NETO, 1981), formando assim os murundus.
A segunda hipótese pauta-se somente na atividade biótica em ambientes
úmidos. Segundo OLIVEIRA FILHO (1988) algumas espécies de cupins e térmitas
se adaptaram aos ambientes úmidos nas depressões e iniciaram a formação dos
murundus, posteriormente, outras espécies foram abrigando os morrotes iniciais e
os aumentando de tamanho e largura. O processo de destruição dos cupinzeiros e
termiteiros por espécies predadoras, também foi importante na configuração da atual
forma dos murundus (SCHINEIDER, 1996).
Recentemente os autores BAPTISTA, G, M, M, et al (2013), realizaram estudo
mais aprofundado sobre a origem dos murundus, reafirmando os processos de
erosão diferencial, baseando-se na mecânica dos solos, e complementando a teoria
proposta por ARAÚJO NETO (1981) revalidando tal proposta. Porém os próprios
autores apontam que são necessários estudos mais detalhados, em outras
localidades, para determinar uma lei geral sobre a formação dos microrrelevos de
murundus no Cerrado.
3 - Tecnologia como subsidio a interpretação da evolução da
paisagem
Por meio da revisão bibliográfica sobre veredas e campos de murundus,
pode-se observar que existem muitas controvérsias sobre o tema e que muitos
trabalhos ainda estão pautados somente em hipóteses desenvolvidas através da
observação em campo. Com o desenvolvimento de novas técnicas laboratoriais e de
geoprocessamento é possível chegar a resultados mais concretos validando ou não
as várias hipóteses apresentadas neste trabalho.
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A Luminescência opticamente estimulada (LOE) é uma técnica utilizada em
depósitos sedimentares quaternários, destacando-se como uma das mais utilizadas
nestes ambientes. A técnica se utiliza de princípios físicos dos minerais como
quartzo e feldspato, diferenciando-se das técnicas de datação que utiliza material
orgânico.
Segundo Guedes et al (2011) a luminescência é o fenômeno de emissão de
luz por materiais que foram expostos a radiação ionizante e posteriormente
submetidos a agentes excitantes. O período de tempo que os minerais forem
submetidos à radiação favorecerá a emissão dos elétrons que podem ter
permanecido presos por milhares de anos nos defeitos dos cristais. Portanto a
radiação solar absorvida pelo mineral enquanto estava em superfície, é conservada
quando o mesmo é recoberto por outras camadas sedimentares. Por meio de
técnicas específicas (LOE), em laboratório, é possível datar o período que essa
radiação foi absorvida e conservada pelo mineral em sub-superfície.
Por permitir datações com idades absolutas em materiais de origem
quaternária, esta técnica, torna-se fundamental para definir os estádios de evolução
de veredas e campos de murundus, pois os sedimentos depositados nas
depressões que consiste estes geossistemas podem apontar elementos importantes
sobre a evolução da paisagem.
Técnicas
morfométricas
aliadas
ao
geoprocessamento
auxiliam
a
investigação sobre tais geossistemas. As análises morformétricas fornecem
importantes informações sobre aspectos morfológicos no âmbito das bacias
hidrográficas.
Parâmetros
quantitativos
contribuem
para
elucidação
do
comportamento da drenagem, que segundo Christofoletti (1969), possibilitam a
compreensão de várias questões geomorfológicas, auxiliando na compreensão da
evolução da paisagem.
Os indicies morfométricos apontam diversas influência que podem ter alterado
o canal de drenagem e seus terraços, por consequência modificando ou originando
a dinâmica de veredas e campos de murundus. A relação declividade extensão
proposta por Hack (1973), por exemplo, é um importante índice que aponta
anomalias nos canais fluviais que podem ser resultado de ação tectônica, sendo
aperfeiçoado com a aplicação em softwares de geoprocessamento recentemente.
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Outros índices poderão complementar as teorias já propostas sobre veredas e
campos de murundus, que apontam que a drenagem se iniciou em fraturas e linhas
preferenciais na região do Triângulo Mineiro.
Estas são apenas algumas das técnicas mais recentes possíveis de serem
aplicadas, cujos resultados devem contribuir para um melhor entendimento destes
ambientes.
4 - Considerações finais
Dentre os vários geossistemas do Cerrado as veredas e campos de
murundus, talvez sejam os mais intrigantes por não possuirem um consenso sobre
sua dinâmica de formação, porém é fácil a percepção sobre sua importância para a
manutenção de importantes rios e bacias hidrográficas no País. O desaparecimento
gradual destes ambientes frente ao uso e ocupação das terras, podem provocar
danos irreparáveis a biodiversidade do Brasil central, assim como para a recarga de
importantes rios e suas respectivas bacias hidrográficas, que nascem no Cerrado e
se espacializam pelo país suprindo as necessidades básicas de milhões de pessoas.
O aprofundamento do presente estudo, contribuirá significativamente para com a
formulação de políticas públicas voltadas ao planejamento ambiental do território
brasileiro.
Partindo-se das experiências pretéritas dos autores citados neste trabalho,
novas metodologias e técnicas apontadas devem ser utilizadas para melhor
interpretar a dinâmica destes ambientes, cuja origem e evolução não é um consenso
na ciência atualmente.
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