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Eficácia da vibrocompressão como manobra de higiene brônquica em
pacientes com pneumonia: Revisão bibliográfica
Suenne Laryssa Pereira Bastos1
[email protected]
Dayane Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em fisioterapia intensiva – Faculdade Ávila
Resumo
Este trabalho tem por objetivo identificar a eficácia da manobra de vibrocompressão em
pacientes com pneumonia. A pneumonia é caracterizada por um processo inflamatório,
geralmente agudo, que compromete os alvéolos, bronquíolos e espaço intersticial
dificultando a hematose podendo estar alguns ou todos os alvéolos preenchidos com líquido e
células sanguíneas. A vibrocompressão constitui vibrações associadas a compressões
torácicas sobre o tórax ou hemitórax a ser tratado, de modo intermitente, durante a fase
expiratória. Facilitando a mobilização de secreção das vias aéreas centrais e inferiores e
fazendo a reexpansão pulmonar. Verificando assim os benefícios que a vibrocompressão tem
em pacientes com pneumonia. E através de uma revisão bibliográfica teve-se como objetivos
identificar os tipos de manobras de higiene brônquica, especificamente a manobra de
vibrocompressão e os tratamentos para a pneumonia. Mostrando assim a eficácia da
manobra de vibrocompressão em pacientes com pneumonia.
Palavras-chave: Manobras de Higiene Brônquica; Vibrocompressão; Pneumonia.
1. Introdução
A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio (O2) e dele
remover o produto do metabolismo celular, isto é o gás carbônico (CO2). Nos seres
unicelulares, as trocas gasosas ocorrem diretamente entre a célula e o meio circunjacente, por
meio da disfunção simples. Nos organismos multicelulares, por sua vez, a difusão entre o
meio externo da massa celular faz-se lentamente, em decorrência da distancia a ser percorrida
pelos gases. Associando-se s isto a alta de captação de O2 pelas células, resulta uma
inadequação de oxigenação no interior da massa celular. Há diversas adaptações na natureza
para contornar esse problema. Analisando-se diretamente os mamíferos, observou-se que os
pulmões são os órgãos encarregados de fornecer O2 ao organismo e dele retirar o excesso de
CO2. Para tanto, nos seres humanos, a superfície pulmonar encarregada das trocas gasosas é
de 70 a 100 m² (sendo esta a maior área de contato do organismo com o meio ambiente). Essa
enorme superfície fica contida no interior do tórax, distribuída por 300 milhões de alvéolos
pulmonares. Para que as trocas gasosas entre o gás alveolar e o sangue se efetuem
adequadamente, a circulação pulmonar é muito rica, sendo de apenas 0,5 μm a espessura do
tecido que separa o gás alveolar do sangue (AIRES, 1999).
As vias aéreas tem como função principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os pulmões
(alvéolos pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico em oxigênio,
assim como saída de ar rico em dióxido de carbono do aparelho respiratório, participando
assim do processo da respiração. Dividem-se em vias aéreas superiores e inferiores (CBPR,
2006).
Os músculos respiratórios são músculos esqueléticos estriados que, quando comparados com
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Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Fisioterapia Intensiva.
Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior e Mestrando em Bioética e Direito em Saúde.
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os músculos esqueléticos da periferia, apresentam as seguintes características: maior
resistência à fadiga, fluxo sanguíneo elevado, maior capacidade oxidativa e densidade capilar.
Os músculos que fazem parte da inspiração são: diafragma, intercostais, paraesternais,
escalenos, músculos acessórios (esternocleidomastóideo, trapézio, grande dorsal, peitoral
maior e elevador da espinha). E os que fazem parte da expiração são: os músculos abdominais
(reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e o transverso abdominal, sendo os mais
importantes), peitoral maior e transverso do tórax (AIRES, 1999).
Houve época em que o termo pneumonia significava, quase sempre, processo inflamatório
agudo de um lobo pulmonar, provocado pelo pneumococo – pneumonia lobar.
Posteriormente, a conceituação clínica da doença sofreu uma inevitável simplificação,
passando o termo a traduzir a inflamação aguda, de qualquer natureza, localizada no
parênquima pulmonar (TARANTINO, 2002).
A pneumonia é caracterizada por um processo inflamatório, geralmente agudo, que
compromete os alvéolos, bronquíolos e espaço intersticial dificultando a hematose podendo
estar alguns ou todos os alvéolos preenchidos com líquido e células sanguíneas (GUYTON et
al., 2002).
A pneumonia refere-se à infecção do trato respiratório inferior que primariamente envolve o
pulmão, que pode ser causada por bactérias, micobactérias, vírus, fungos, etc. Seu estudo é
essencial pela frequência que ocorre, morbidade e letalidade que causa, e pelos altos custos
envolvidos no diagnóstico e tratamento (SCHECHTER, 1998).
As técnicas fisioterapêuticas para a remoção de secreção brônquica compreendem três níveis
de atuação: (1) descolamento do muco brônquico de vias aéreas de pequenos e médios
calibres; (2) deslocamento do muco brônquico das vias aéreas de grande calibre; e (3)
eliminação do muco brônquico. Um dos tipos de manobra utilizada para remoção de secreção
brônquica é a vibrocompressão, que visa promover a modificação das propriedades físicas do
muco, com consequente diminuição da viscosidade em razão do tixotropismo (NOZAWA,
2008).
A técnica de vibrocompressão é realizada na fase expiratória, de forma constante, lenta e com
uma força moderada, que irá permitir um melhor esvaziamento pulmonar, facilitando a
mobilização das secreções das vias aéreas superiores e inferiores e melhorando assim
ventilação pulmonar (SILVA, 2011).
Visto que não há muitos trabalhos realizados na área da fisioterapia respiratória a respeito das
manobras de higiene brônquica, e principalmente sobre a manobra de vibrocompressão.
Houve o interesse de realizar est pesquisa para observar sobre os diversos tratamentos
fisioterapêuticos em determinadas doenças. Por isso, determinamos a pneumonia para a
realização da pesquisa. Já que a pneumonia é frequente, e principalmente em ambientes
hospitalares. E sabe-se que para a melhora da pneumonia deve-se realizar manobras que
manipulem e mobilizem a secreção encontrado no pulmão. E a vibrocompressão realiza
justamente essa mobilização da secreção para que se possa expectora-lá. E com isso diminuir
a quantidade de secreção e consequentemente a pneumonia. E devido a isso foi realizada esta
revisão bibliográfica para que haja uma maior informação sobre essa técnica utilizada por
fisioterapeutas e para que sirva de modelo na utilização de outros estudos relacionados ao
mesmo assunto.
Esse estudo visa mostrar a eficácia da manobra de higiene brônquica: vibrocompressão em
pessoas que possuem diagnóstico clínico de pneumonia e o que essa manobra pode
proporcionar. Tendo como objetivo geral identificar a eficácia da vibrocompressão na
pneumonia. E teve como objetivos específicos esclarecer sobre a manobra de higiene
brônquica a vibrocompressão, identificar os tratamentos para pneumonia, e mostrar sua
eficácia na pneumonia. E com isso fazer com que as manobras de higiene brônquica seja mais
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popularizada entre o meio fisioterapêutico. Já que elas são bastante usadas porém não muito
embasadas cientificamente.
2. Fundamentação Teórica
2.1. Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório
O sistema respiratório, como todos os demais sistemas do corpo humano, não tem um
funcionamento independente e isolado, mas trabalha em interação com outros órgãos e
sistemas (COSTA, 2004).
O sistema respiratório humano pode ser definido, de modo geral e sucinto, como um sistema
de vias aéreas (superiores e inferiores), unido a um par de pulmões (principal órgão da
respiração), os quais são revestidos pela pleura pulmonar e estão contidos na caixa torácica.
Funcionalmente, o sistema respiratório está ligado ao coração e interage com o sistema
circulatório no processo de trocas gasosas, provendo o organismo de oxigênio, sua função
fundamental (COSTA, 2004).
O sistema respiratório tem por finalidade oferecer ao organismo a troca de gases com ar
atmosférico, assegurando no sangue uma concentração de oxigênio (O2) necessária para as
reações metabólicas, e em contrapartida serve para a eliminação de gás carbônico (CO2).
Além dessa função, o Sistema Respiratório contribui tanto para a fonação como para a
olfação. É um conjunto de órgãos responsáveis em promover a respiração pulmonar. A
respiração consiste num processo de oxidação celular que ocorre no nível dos alvéolos
pulmonares, conhecido como hematose. Identificamos duas porções compondo o Sistema
Respiratório: (1) porção condutora e (2) porção respiratória. A porção condutora compreende:
nariz (nariz externo e cavidade nasal), faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos; e a
porção respiratória corresponde aos pulmões (ductos alveolares e alvéolos) envolvidos pela
pleura (DUARTE, 2009).
Fonte: DUARTE, 2009
Figura 1 – Porções condutoras e respiratórias.
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As vias aéreas superiores compreendem as narinas, a cavidade nasal, as coanas, o complexo
nasobucofaringolríngeo e a laringe. Nesses segmentos exstem estruturas indispensáveis para a
preparação do ar captado na atmosfera, a fim de que atinja outras estruturas mis sensíveis e
delicadas do pulmão. As vias aéreas inferiores são constituídas por um sistema tubular
denominado árvore bronquica, que tem início na traquéia, segue pelos bronquios e
bronquíolos e termina nos alvéolos. A partir dos segmentos bronquiais, as vias aéreas
inferiores penetram os pulmões, passando, portanto, a fazer parte desse órgão (COSTA,
2004).
A mecânica respiratória compreende as várias etapas que vão desde o condicionamento do ar,
os movimentos da caixa torácica, a contração do m. diafragma até a ação da prensa
abdominal. O condicionamento do ar que inspiramos ocorre dentro da cavidade nasal. É
dentro da cavidade nasal que ocorre a filtração, o aquecimento e o umedecimento do ar. A
seguir, a caixa torácica se movimenta durante a respiração, realizando dois movimentos: (1)
no movimento de alça de balde ocorre um aumento do diâmetro transverso do tórax devido à
elevação das costelas durante a inspiração; e (2) no movimento de braço de bomba ocorre um
aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax devido à elevação e à projeção anterior do
esterno durante a inspiração. Outro diâmetro que também aumenta durante a inspiração é o
diâmetro longitudinal do tórax, que ocorre devido à contração do diafragma em sentido
inferior. Na ação da prensa abdominal ocorre a contração da musculatura da parede do
abdome, o diafragma é empurrado para cima, diminuindo, assim, todos os diâmetros do tórax
durante a expiração (DUARTE, 2009) .
O principal músculo gerando pressão negativa intratorácica é o diafragma. Sua parte muscular
é periférica aderida às costelas e vértebras lombares, com uma porção central tendinosa. A
inervação é feita pelos nervos frênicos (C3 a C5); a contração do diafragma leva o músculo
em sentido crânio-caudal, empurrando o conteúdo abdominal para baixo e para fora. Outros
músculos participam da respiração: os intercostais externos, cuja contração contribui para
aumentar o diâmetro ântero-posterior do tórax (inervados pelos nervos intercostais de T1 a
T12) e os chamados músculos acessórios da respiração, cujas contrações podem contribuir um
pouco para elevar a cúpula frênica. (esternocleidomastóideos e escalenos). Esses últimos
parecem ter importância apenas em condições patológicas (crise asmática, por exemplo) e
durante exercício físico intenso. Durante um ciclo respiratório calmo, a expiração é um
processo passivo, funcionando apenas com a retração elástica dos pulmões e da parede
torácica. Quando a ventilação é aumentada, como durante exercício, a expiração torna-se um
processo ativo, com a contração dos músculos da parede abdominal e dos intercostais internos
(REGATIERE, 2010).
A renovação constante do gás alveolar é assegurada pelos movimentos do tórax. Durante a
inspiração, a capacidade torácica aumenta de volume e os pulmões se expandem para
preencher o espaço deixado. Com o aumento da capacidade pulmonar e queda da pressão no
interior do sistema, o ar ambiente é sugado para dentro dos pulmões. A inspiração é seguida
imediatamente pela expiração, que provoca diminuição do volume pulmonar e expulsão de
gás. A expiração normalmente tem uma duração correspondente a 1,3 a 1,4 vezas a da
inspiração. À expiração segue-se, normalmente sem pausa, a inspiração. Esta se faz pela
contração da musculatura inspiratória, enquanto a expiração em condições de repouso é
passiva, isto é, não há contração da musculatura expiratória. No entanto, ao longo da
expiração ocorre uma desativação paulatina da musculatura inspiratória, que contribui para
que a expulsão do gás dos pulmões seja suave. A contração dos músculos respiratórios
depende de impulsos nervosos originados dos centros respiratórios (localizados no tronco
cerebral), às vezes diretamente de áreas corticais superiores e também da medula (em resposta
a estímulos reflexos originados nos fusos musculares). O automatismo do centro respiratório
mantém o ritmo normal da respiração, que pode ser modificado por estímulos de outros locais
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do sistema nervoso, bem como por alterações químicas no sangue e/ou no líquido
cefalorraquidiano. Portanto, os movimentos respiratórios estão, até certo ponto, sob o controle
volitivo, embora normalmente se processem de forma automática, sem a participação
conciente do indivíduo. Durante certo tempo, a respiração pode ser intencionalmente
acelerada, lentificada ou mesmo interrompida. Essas modificações, entretanto, não se
manterão por longo tempo, posto que induzirão um distúrbio de hemaotase e o centro
respiratório comandará respostas compensatórias, que suplantarão os estímulos corticais
(AIRES, 1999).
De acordo com Aires (1999) os volumes pulmonares são convencionalmente divididos em
quatro volumes primários e quatro capacidades. Esses volumes e capacidades recebem
denominações próprias:
- Volume corrente: é o volume de ar que é inspirado ou expirado espontaneamente em cada
ciclo respiratórios. No repouso, o volume corrente humano oscila entre 350 a 500 ml.
- Volume de reserva inspiratória: é o volume máximo que pode ser inspirado voluntariamente
a partir do final de uma inspiração espontânea.
- Volume de reserva expiratório: é o volume máximo que pode ser expirado voluntariamente a
partir do final de uma espiração espontânea.
- Volume residual: é o volume de gás que permanece no interior dos pulmões após a expiração
máxima. Assim, este volume não pode ser medido pelo espirógrafo simples, descrito antes.
- Capacidade vital: é a quantidade de gás mobilizada entre uma inspiração e uma expiração. A
capacidade vital é a soma de três volumes primários: corrente, de reserva inspiratório e de
reserva expiratório.
- Capacidade inspiratória: é o volume máximo inspirado a partir do final de uma expiração
espontânea. Corresponde à soma dos volumes corrente e de reserva inspiratório.
- Capacidade residual funcional: é a quantidade de gás contida nos pulmões no final de uma
expiração espontânea. Corresponde à soma dos volumes de reserva expiratório e residual.
- Capacidade pulmonar total: é a quantidade de gás contida nos pulmões ao final de uma
inspiração máxima e equivale à adição dos quatro volumes primários.
2.2. Fisioterapia Respiratória
A fisioterapia esta inserida na área da saúde como uma ciência que dispõe de métodos e
técnicas direcionadas a aprimorar, conservar e restaurar as capacidades físicas de um
indivíduo. Nas diversas áreas de atuação, a fisioterapia respiratória obteve uma ampla
expressão, principalmente em pacientes submetidos a grandes intervenções cirúrgicas. A
fisioterapia não atua diretamente sobre o processo patológico, e sim no nível das limitações e
incapacidades aumentando a independência e consequentemente a capacidade respiratória
(CHAVES, 2003).
A fisioterapia respiratória é muito vasta na prática profissional e atua no tratamento de
pacientes de todas as idades com distúrbios pulmonares agudos ou crônicos. Pode ser
realizada em ambientes hospitalares, no pré e pós operatório de diversas cirurgias, em
Unidade de Terapia Intensiva, clínicas, ambulatórios, centro de assistência e reabilitação e até
mesmo na casa do paciente quando se fizer necessário. O tratamento fisioterápico a estes
pacientes se faz através de técnicas manuais e instrumentais, e tem como objetivo a remoção
de secreções das vias aéreas, reduzindo a obstrução brônquica e a resistência das vias aéreas,
facilitando as trocas gasosas e reduzindo o trabalho respiratório. A terapia de higiene
brônquica envolve o uso de técnicas não invasiva de depuração das vias aéreas destinadas a
auxiliar na mobilização e de depuração de secreções. Uma tosse ineficaz, uma produção
excessiva de muco, diminuição da ventilação ou o surgimento de roncos ou crepitações,
taquipnéia, febre ou padrão respiratório exaustivo podem indicar um quadro de retenção de
secreção e necessidade do emprego das técnicas de higiene brônquica. Nas afecções agudas,
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tem como objetivo diminuir o período da doença ou de sua repercussão funcional. Em
processos crônicos, o objetivo é retardar sua progressão ou mantê-los estacionados
(SERAFIM et al., 2006).
Segundo Ciesla (1996) a fisioterapia respiratória objetiva primordialmente, melhorar a função
respiratória por meio de outras funções como ventilação/perfusão (V/Q), distribuição e
difusão, visando promover e manter níveis adequados de oxigenação e de gás carbônico na
circulação, preservando a ventilação pulmonar.
A fisioterapia respiratória contribui para prevenir e tratar vários aspectos das desordens
respiratórias, tais como obstrução do fluxo aéreo, retenção de secreção, alterações da função
ventilatória, dispneia, melhora na performance de exercícios físicos e da qualidade de vida
(GOSSELINK, 2006).
Segundo Main et al. (2004), a fisioterapia respiratória mostra vantagem na redução da
resistência ao fluxo das vias aéreas em neonatos e crianças, mas também produz alterações
nos derivados sanguíneos gasosos após a fisioterapia. As técnicas respiratórias produzem
igualmente melhora no volume total expirado e na relação complacência/resistência, quando
comparadas à aspiração.
A fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das doenças
respiratórias utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível
ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva com o objetivo de estabelecer ou restabelecer
um padrão respiratório funcional no intuito de reduzir os gastos energéticos durante a
ventilação, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem
promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu organismo (CARVALHO,
2000).
As manobras manuais utilizadas na fisioterapia respiratória não apresentam consenso na
literatura nacional e internacional, tanto na forma de aplicação das técnicas quanto na
nomenclatura utilizada para cada manobra (SEPULVEDA, 1998). As técnicas acabam sendo
adaptadas de acordo com a preferência individual dos terapeutas, muitas vezes
descaracterizando a manobra originalmente descrita.
2.3. Manobras de Higiene Brônquica
Tem sido muito discutida a fundamentação das técnicas manuais empregadas na fisioterapia
respiratória bem como as questões relativas à diversidade terminológica que essas técnicas
adquirem, com o passar do tempo, par cada profissional da área.
Os recursos manuais da fisioterapia respiratória compõem um grupo de técnicas de exercícios
manuais específicos que visam a prevenção, no intuito de evitar a complicação de um quadro
de pneumonia instalado, à melhora ou a reabilitação de uma disfunção toracopulmonar e ao
treinamento e recondicionamento físico das condições respiratórias de um pneumopata.
Visam também ao condicionamento físico e respiratório, mas precisamente à educação de um
individuo sadio normal, como respirar corretamente, como forma de prevenção no intuito de
evitar que uma disfunção respiratória ou uma doença se instale (COSTA, 2004).
As manobras de higiene brônquica são utilizadas para mobilizar e remover as secreções nas
vias aéreas, no sentido de melhorar a função pulmonar. Entretanto, em algumas situações, a
fisioterapia respiratória pode ser lesiva ao paciente, principalmente ao paciente crítico, pois
ele pode não suportar o manuseio, mesmo pouco intensos e habituais, de uma unidade de
terapia intensiva (SPEIDEL,1978).
As manobras de fisioterapia respiratória consistem em técnicas manuais, posturais e cinéticas,
que podem ser aplicadas no doente, associando-se aos recursos do ventilador mecânico. As
manobras convencionais de desobstrução brônquica podem ser: a drenagem postural, a
percussão torácica ou tapotagem, a compressão torácica, a vibração torácica (manual e
mecânica), os exercícios respiratórios, a aspiração de secreção endotraqueal e a tosse além de
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outras menos convencionais, como a hiperinflação manual e a pressão negativa (SOARES,
2000).
Manobras cinesioterapêuticas manuais ou manobras de higiene brônquica são termos
utilizados para denotar um conjunto de técnicas fisioterapêuticas não invasivas, que têm como
principais objetivos o desprendimento e a mobilização de secreções (SCANLA et. al, 2000).
Essas manobras favorecem o desprendimento das secreções desde os segmentos broncopulmonares distais até os grandes brônquios, para uma melhor expulsão, promovendo a
limpeza das vias aéreas respiratórias e melhora da troca gasosa, além de prevenir e minimizar
complicações decorrentes das pneumopatias (SEPULVEDA, 1998). São, também, indicadas
para pacientes com volume de secreção pulmonar acima de 30mL ao dia, doença aguda com
produção de secreção, insuficiência respiratória aguda com sinais clínicos de secreção retida,
atelectasia lobar aguda e anormalidades da ventilação e perfusão (MAYER et. al, 2002).
De acordo com Costa (2004) existem diversos recursos manuais de fisioterapia respiratória,
dentre eles são: percurssões pulmonares; vibração ou vibrocompressão ou vibroterapia; tosse
assistida; estimulação da tosse. Onde serão descritos abaixo.
- Percurssões pulmonares: pode ser compreendida como qualquer manobra realizada com as
mãos, de forma ritmada e/ou compassada, sobre um instrumento ou um corpo qualquer. No
caso específico da percurssão pulmonar a mão percurssora entra em contato com a superfície
externa do tórax do paciente, proporcionando vibrações mecânicas que deverão atingir os
pulmões como uma onda de energia transmitida através da parede torácica para as vias aéreas.
O seu objetivo é desgarrar secreção pulmonar viscosa, permitindo o seu deslocamento pela
arvore brônquica e facilitando com isso, sua eliminação.
- Vibração ou Vibrocompressão ou Vibroterapia: consiste em movimentos rítmicos, rápidos e
com intensidade suficiente para causar a vibração em nível bronquial. É realizada com as
mãos espalmadas, acopladas e com certa pressão no tórax do paciente, o punho e o cotovelo
de quem aplica deverão permanecer imóveis, impulsionando os movimentos vibratórios
(“tremor energético das mãos”) com um trabalho mecânico proveniente da musculatura do
braço e do ombro, deixando os demais grupos musculares do membro superior contraídos
isometricamente e as articulações do punho e cotovelos imóveis. O seu objetivo é deslocar as
secreções pulmonares já soltas, conduzindo-as para os brônquios de maior calibre e a traqueia,
e de lá para fora do sistema respiratório.
- Tosse assistida: é chamada também de tosse cinética, que é uma ajuda terapêutica ao ato de
tossir. É realizada mediante um estimulo manual exercido sobre o tórax do paciente no
momento em que ele tenta tossir ou tosse com muita dificuldade devido à fraqueza dos
músculos abdominais ou ao alto limiar de irritabilidade das vias aéreas
- Estimulação da tosse: considerando que a maior parte dos receptores da tosse estão
localizados na traqueia, quando há diminuição dos reflexos da tosse, espera-se que qualquer
estimulo mecânico nesta região provoque a tosse. Essa manobra não é realizada com
frequência.
2.3.1 Vibrocompressão ou Vibração
A vibração é uma técnica de higiene brônquica que tem como objetivo mobilizar secreções já
livres na árvore brônquica em direção aos brônquios de maior calibre, visando à expulsão de
secreções (MAYER et al., 2002).
É uma aplicação manual com movimentos oscilatórios combinados a uma compressão
aplicados no tórax do paciente, comumente usada por fisioterapeutas com o objetivo de
remover secreções (ELKINS et al., 2004).
A compressão e oscilação aplicadas durante a vibração produzem alguns mecanismos
fisiológicos, tais como: aumento do pico expiratório; aumento expiratório do fluxo aéreo,
carregando o fluxo de muco para a orofaringe; aumento do transporte de muco pelo
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mecanismo de diminuição da viscosidade da secreção, utilizando como ideal uma frequência
entre 3-17 Hz; e a otimização do mecanismo da tosse via estimulação mecânica das vias
aéreas. A vibração é aplicada manualmente no tórax durante a expiração após uma inspiração
máxima (ELKINS et al., 2004).
O fisioterapeuta coloca suas mãos estendidas sobre a região do tórax do paciente onde há
maior acúmulo de secreções; posteriormente efetua-se uma contração isométrica de ambos os
membros superiores, sendo que o punho e o cotovelo devem permanecer fixos (MAYER et
al., 2002; COSTA, 1991). Outros autores descrevem a técnica como uma pressão intermitente
da parede torácica, sacudindo ou realizando um movimento de vai e vem das mãos, ao invés
da contração isométrica dos membros superiores (IMLE, 1988).
Em neonatos, a vibração deve ser realizada com a superfície palmar dos dedos sem pressão e
está indicada para o lactente muito pequeno, lactente portador de dreno pleural, lactente de
pele extremamente delicada e frágil ou que não tolere a percussão (COMARU, 2007).
Na grande maioria das descrições desta técnica, seja em livros ou trabalhos publicados, não se
menciona a frequência com que essa manobra deve ser realizada. Entretanto, Faling (1986)
defende que a vibração deve ser realizada com frequência de 10 a 15Hz. Segundo Mayer et al.
(2002), se a vibração for devidamente aplicada gera uma frequência de 12 a 20Hz.
Sempre que possível, a vibração deve ser realizada na fase expiratória da respiração. Todavia,
há casos em que, devido ao aumento da frequência respiratória, como ocorre em crianças, ou
quando se utilizam alguns vibradores mecânicos, não é possível atender a este requisito
(FALING, 1986).
Por ser preferencial a aplicação apenas em uma fase da respiração (expiração), e por ser
necessário o emprego de certa pressão, recomenda-se a realização da manobra observando-se
a movimentação do tórax, com a finalidade de não contrariar os movimentos do gradil costal,
pois pode ocorrer alteração da normalidade dos movimentos respiratórios.
A pressão da vibração deve ser feita no sentido craniocaudal e lateromedial, ou seja, “para
baixo e para o meio”, e com uma pressão tolerável para o paciente (COSTA, 1991).
Essa técnica pode ser unilateral ou bilateral, os movimentos vibratórios com as mãos são
conseguidos a partir de contrações isométricas dos membros superiores (MMSS) do
fisioterapeuta na parede torácica do paciente durante a expiração com uma leve pressão, é o
que torna a eliminação das secreções mais rápida e eficiente (COLBY et al., 1998).
Segundo Taniguchi et al., (2000) são várias as doenças no qual se aplicam a técnica de
vibrocompressão, como fibrose cística, pneumonias, asmáticos entre outros. Em
contrapartida, esta possui contra-indicação em casos de contusões pulmonares, osteoporose e
outros por esta técnica poder ocasionar fraturas nas costelas. Pacientes que já tiveram alguma
fratura anterior nesta região também não podem realizar a vibrocompressão (SERAFIM et al.,
2006).
2.4. Pneumonia
A pneumonia é uma condição inflamatória do tecido pulmonar que afeta todas as faixas
etárias, acarretando elevada morbidade e mortalidade. Pode ser classificada anatomicamente
como lobular, lobar e segmentar. Na pneumonia lobular ou broncopneumonia a inflamação é
disseminada de maneira irregular nos pulmões, enquanto que na lobar a inflamação também
se dissemina, mas fica contida dentro de um lobo (THOMSON et al., 2002).
A infecção do trato respiratório pode ocorrer por uma grande variedade de agentes
patogênicos, como bactérias, vírus, fungos e protozoários. Além disso, existe a pneumonia
não infecciosa, que é de origem aspirativa e que resulta da aspiração de secreções
contaminadas da orofaringe (PESSOA, 2000). Dentre os fatores predisponentes para a
infecção destacam-se o ambiente, a higiene deficitária, as aglomerações, os grupos
socioeconômico inferiores, a desnutrição, o fumo e o alcoolismo (THOMSON et al., 2002).
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As características clínicas da pneumonia dependem do microrganismo causador, da idade do
paciente e da sua condição geral. No entanto, o mal-estar, a febre e a tosse, dor pleurítica
frequente, respiração superficial, taquipnéia, taquicardia e cianose constituem sinais e
sintomas clássicos da pneumonia. Além disso, comumente coexistem sinais de consolidação
pulmonar e a radiografia a revela opacidade (WEST, 1996).
Embora sejam amplas as possibilidades etiológicas, os agentes mais frequentemente
implicados são Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, Legionella ssp.,
Chlamydia pneumoniae, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella
pneumoniae e outras bactérias Gram-negativas, Staphylococcus aureus, germes anaeróbios e
vírus. A frequência de cada um destes agentes varia na dependência da origem da infecção
(comunitária ou hospitalar), idade, uso anterior de antibióticos, condições imunológicas do
paciente, dentre outros (SCHECHTER, 1998).
A literatura também classifica as pneumonias em: comunitárias, nosocomiais, de aspiração,
atípicas e dos imunocomprometidos. As pneumonias comunitárias são aquelas adquiridas fora
do ambiente hospitalar, estando o paciente em plena atividade. Também, são chamadas de
primárias por atingirem, como doença autônoma, um pulmão previamente sadio.
As pneumonias nosocomiais são aquelas que acometem pacientes internados, portadores de
outras afecções, cirúrgicas ou não. Ocorre após período de internação hospitalar superior a 48
horas, que não estava presente no momento da admissão ao hospital, e que tem relação com a
hospitalização. Possui etiologia diferente das pneumonias comunitárias, sendo os agentes
bacterianos os mais frequentes, e, muitas vezes, infecções polimicrobianas são identificadas
(TARANTINO, 2002).
As pneumonias de aspiração são aquelas que reconhecidamente são precedidas de refluxo
gastroesofagiano. As pneumonias atípicas por muitos anos foram consideradas como
pneumonias por Mycoplasma. Porém, atualmente, tende-se a considerar como pneumonias
atípicas não só as causadas por Mycoplasma, mas todas aquelas que não se enquadrem entre
as pneumonias bacterianas clássicas, cujo padrão é pneumocócica. Iniciam-se insidiosamente
com tosse, expectoração discreta e febre moderada, muitas vezes dificultando o diagnóstico
por fugirem ao padrão tradicional da doença, tanto do ponto de vista clínico, como o
radiológico (TARANTINO, 2002).
As características clínicas das pneumonias dependem do agente etiológico, das condições
prévias do paciente e da sua resposta à agressão. O paciente refere mal estar, apresenta febre,
sintomas de VAS sugestivos de infecção viral, dor torácica, tosse seca no inicio, tosse
produtiva com secreção de coloração amarela ou esverdeada, podendo apresentar raios de
sangue, expansibilidade torácica diminuída com respiração curta e dolorosa, dispnéia, e
cianose perioral (COTRAN, 2000).
3. Metodologia
Esta revisão bibliográfica trata-se de um estudo qualitativo bibliográfico com objetivo de
explicar sobre o tema em questão através de estudos já realizados anteriormente. Para que
assim possamos ter o conhecimento e base a cerca do assunto.
Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de coleta de matérias, propriamente
dito, através dos sites SCIELO, LILACS e BIREME, utilizando as palavras-chave como
sistema respiratório, manobras de higiene brônquica, vibrocompressão, pneumonia,
fisioterapia e tratamento fisioterapêutico. Foi também efetuado, um levantamento manual de
textos de livros e de periódicos nas bibliotecas das universidades localizadas na cidade de Boa
Vista – Roraima, relacionados ao tema. Os livros, periódicos e artigos científicos foram
adotados a partir do ano de 1986 progredindo até o ano de 2012 e com a condição de que
estivessem relacionadas ao tema.
10
4. Resultados e Discussão
As técnicas de higiene brônquica são listadas como sendo aquelas capazes de mobilizar as
secreções e prover o seu deslocamento.
A vibração torácica consiste em movimentos oscilatórios rítmicos e rápidos de pequena
amplitude, exercidos sobre a parede do tórax com a intensidade suficiente para causar
vibração em nível bronquial; uma frequência ideal desejada situa-se entre 3 e 55 Hz e pode
ser aplicada de forma manual ou mecânica. O efeito positivo desta técnica baseia-se na
propriedade tixotrópica do muco, que se liquefazem quando submetido à constante agitação
(SELESTRIN, 2007).
A compressão torácica é uma técnica que consiste na compressão realizada na parede torácica
durante a fase expiratória do ciclo ventilatório de forma relativamente brusca objetivando a
formação de fluxo turbulento por aceleração do fluxo expiratório intrapulmonar, objetivando
a mobilização de secreções (SELESTRIN, 2007).
McCarren et al., (2006) utilizaram a vibração em 18 sujeitos portadores de fibrose cística,
demonstrando que o estudo forneceu subsídios de evidências fisiológicas que sugerem que em
indivíduos com fibrose cística e função pulmonar estável a vibração foi efetiva na clearence
mucociliar, devido à mobilização de secreções e aumento do fluxo expiratório, pico de fluxo
expiratório e frequência oscilatória.
No estudo de Ferreira et al. foi realizado um tratamento com objetivo de melhorar o quadro
clínico do paciente com pneumonia comunitária. A aplicação foi realizada a partir da
avaliação fisioterápica, tendo como proposta de tratamento a utilização da fisioterapia
respiratória, embasada em técnicas de desobstrução brônquica. O tratamento constou de oito
sessões e teve a duração de 30 (trinta) minutos cada sessão. O tratamento constituiu de uma
ausculta inicial; coleta de dados vitais; aplicação da reexpansão pulmonar com o objetivo de
aumentar a ventilação pulmonar, a percussão cubital com o objetivo de soltar as secreções e a
vibrocompressão com o objetivo de mobilizar as secreções, sendo para cada conduta aplicado
um tempo de sete minutos. A evolução do paciente e o registro dos resultados foram
realizados sessão por sessão, para que, no final do tratamento, os dados pudessem ser
comparados e analisados, e de acordo com os resultados, estabelecer a validade ou invalidade
do tratamento.
Ainda no estudo de Ferreira et al. verificou-se que a utilização das técnicas de fisioterapia
respiratória convencional melhorou o quadro clínico do paciente. De acordo com o quadro em
que o paciente se encontrava ao ser admitido houve uma melhora significativa durante os dias
que se seguiram ao tratamento. Primeiramente o paciente apresentava tosse seca e a ausculta
pulmonar consistia em diminuição da ventilação em bases pulmonares com crepitações
expiratórias basais. Durante as sessões realizadas houve o desgarramento da secreção
acarretando em tosse produtiva e melhora da ventilação basal. A secreção foi deglutida pelo
paciente fazendo a higiene brônquica.
No trabalho realizado por Farencena et al. (2006) foi traçada uma relação das técnicas
realizadas para atuação da pneumonia. Em relação às técnicas de higiene brônquica, em 79%
dos usuários aplicou-se vibrocompressão, a vibração foi registrada em 77% dos atendimentos,
aceleração do fluxo expiratório (AFE) em 60%, drenagem postural em 22,5%, tapotagem em
19%, huffing em 10,5% e o flutter foi empregado no tratamento de 3,5% dos idosos. Acreditase que esses recursos fisioterapêuticos tenham sido bastante utilizados devido aos seus reais
benefícios. Segundo Sarmento (2005) essas manobras objetivam promover o aumento do
fluxo expiratório, auxiliando no deslocamento da secreção. Em estudo realizado por Martins
et al. (2005), observou-se aumento do volume expectorado após a realização de técnicas de
higiene brônquica como drenagem postural, tapotagem, aceleração do fluxo expiratório e o
uso do aparelho flutter.
11
Segundo o autor supracitado, ele concluiu que as técnicas de fisioterapia respiratória aplicadas
pelos acadêmicos no tratamento de usuários idosos internados com pneumonia foram aquelas
preconizadas pela literatura, sendo que as mais utilizadas para higiene brônquica foram
vibrocompressão (79%) e vibração (77%) e para reexpansão pulmonar foram estímulo
diafragmático (62%) e compressão-descompressão (38%).
No estudo de Mendes (2011) foram realizada pesquisas que eram levadas pra laboratórios
para verificar a quantidade de secreção após a realização da técnica. A vibrocompressão
proporcionou aumento na quantidade de secreção traqueal para a análise laboratorial. Em 27
(54%) coletas de aspirado sem vibrocompressão foram insuficientes e em 17 (34%) coletas de
aspirado após a vibrocomressão, não houve quantidade de secreção suficiente para análise.
Em 23 (46%) de coletas sem a vibrocompressão houve quantidade de secreção suficiente para
a realização da análise laboratorial e em 33 (66%) coletas de aspirado após realização de
vibrocompressão houve quantidade suficiente de secreção para a análise laboratorial. Pode-se
observar, que em 46% das coletas sem vibrocompressão houve quantidade de secreção
suficiente para análise laboratorial e em pouco mais da metade (56%), não houve quantidade
de secreção suficiente.
Foi observado neste estudo de Guaresi (2002): que 50% dos pacientes internados por
pneumonia receberam tratamento fisioterapêutico dos estagiários de fisioterapia da UNISUL,
41% não receberam tratamento fisioterapêutico, e 9% receberam tratamento fisioterapêutico
dos profissionais do HNSC. Cerca de 50% pacientes internados por pneumonia foram
atendidos pelos estagiários de fisioterapia da UNISUL, as técnicas mais utilizadas para a
realização destes atendimentos foram a vibrocompressão, o temp lento, a compressão
descompressão, o apoio íleo-costal (RTA) e o alongamento da musculatura acessória.
A vibrocompressão foi à técnica mais utilizada em todas as faixas etárias, e o temp lento foi a
segunda técnica mais utilizada em todas as faixas etárias, sendo que apenas a terceira técnica
houve distinção por idade onde, o apoio íleo-costal foi a terceira mais utilizada de 30 dias e 2
anos de idade, a compressão descompressão foi a terceira técnica mais utilizada de 2 a 6 anos
de idade e o alongamento da musculatura acessória foi a terceira técnica mais utilizada de 6 a
14 anos. A vibrocompressão atingiu 100% de utilização entre 6 e 13 anos de idade, 84,21%
entre 2 e 6 anos de idade e 83,78% entre 30 dias e 2 anos de idade, embora os números
diminuam juntamente com a distribuição de idade, esta técnica não possui contra indicação, à
aplicação em crianças lactentes e pré escolares, devido sua constituição óssea que nesta fase
de desenvolvimento possui quantidade cartilaginosa considerável (GUARESI, 2002).
Ao analisar o impacto da fisioterapia respiratória em pacientes pediátricos com os sinais e
sintomas da pneumonia, quanto à prevenção de reincidiva, à diminuição da mortalidade e à
redução do tempo de internação hospitalar, utilizando 10 pacientes submetidos ao tratamento
fisioterapêutico por 30 minutos, uma vez ao dia, utilizando manobras de vibração e
compressão-descompressão associadas às posturas de drenagem para descolar secreção,
verificou que a fisioterapia respiratória reduziu a frequência cardíaca, a frequência respiratória
e a quantidade de roncos e crepitações apresentados na ausculta respiratória, minimizando a
necessidade da utilização de ventilação mecânica (SANTOS et al., 2009).
5. Conclusão
As técnicas manuais na fisioterapia respiratória são amplamente empregadas nos distúrbios
respiratórios, principalmente nos casos de acúmulo de secreção. No entanto, faz-se primordial
a avaliação crítica dos pacientes para identificação das características de cada doença, de
modo que se possa proporcionar tratamento adequado e eficaz a cada indivíduo.
Apesar da fisioterapia respiratória utilizar diversas técnicas manuais com intuito de diminuir a
secreção pulmonar as manobras de higiene brônquica, principalmente a vibrocompressão, não
possuem muitos relatos científicos atualizados, porém os que foram encontrados, relatam ter
12
um bom resultado e afirmam que a sua utilização se torna eficaz em distúrbios respiratórios,
principalmente na pneumonia.
Essa revisão bibliográfica mostrou que se faz necessária a realização de estudos com maior
rigor metodológico, com o objetivo de definir a maneira mais adequada para a utilização e
aplicação da técnica de vibrocompressão ou vibração, como foi encontrado, realizando uma
avaliação específica, proporcionando consequente efetividade no tratamento das afecções
pulmonares, principalmente nos casos de pneumonias. E mesmo dessa forma, pode-se
concluir que o fisioterapeuta que utiliza as manobras de higiene brônquica, especificamente a
vibrocompressão, tem um resultado positivo na melhora do estado geral do paciente.
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