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GABINETES MILITARES
Traçando os rumos da Segunda Guerra Mundial
NOVEMBRO DE 2015
COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE – XV CM MUNDI
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SUMÁRIO
1. Carta de Apresentação........................................................................3
2. Introdução...........................................................................................4
3. Histórico da Questão...........................................................................5
3.1 Totalitarismo.................................................................................5
3.2 Raízes do Conflito.........................................................................9
3.3 Formação do Eixo.......................................................................14
3.4 Invasão e Anexação da Áustria...................................................17
3.5 Acordo de Munique....................................................................18
3.6 Questão da Tchecoslováquia.......................................................20
3.7 Pacto Ribbentrop-Molotov..........................................................21
3.8 Invasão da Polônia......................................................................23
3.9 Conquista da França....................................................................25
3.10 Operação Leão Marinho..........................................................29
4. Contexto atual...................................................................................31
4.1 Operação Barbarossa...................................................................31
5. Representações..................................................................................34
6.Referências Bibliográficas .................................................................42
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1. CARTA DE APRESENTAÇÃO
Senhores delegados,
É com imensa alegria e satisfação que lhes damos as boas-vindas aos Gabinetes
militares da XV CM Mundi. Entre os vários projetos que por nos foram pensados, o
comitê temático da Segunda Guerra Mundial foi o mais atrativo, e, apesar de haver
inúmeras dificuldades na elaboração de um comitê tão impar quanto o que estão prestes
a participar, o entusiasmo nos moveu até a elaboração final deste documento. Estes
Gabinetes são frutos de grande cooperação entre diversos escalões do Sistema Colégio
Militar e para nós, diretores, suas execuções são a realização de um sonho. Esperamos
que os senhores desfrutem do momento tanto quanto iremos desfrutar e que se
empenhem ao máximo para que tenhamos uma excelente simulação.
Nos Gabinetes, os senhores Chefes de Estado, Ministros e Oficiais Generais terão a
missão de tomar por seus países as decisões que os guiarão nesse período de incertezas.
É necessário ter em mente que qualquer despacho emitido pelos gabinetes influenciará
os rumos da guerra e, provavelmente, os rumos da história conhecida. Por isso, é
fundamental que ordens bem pensadas, mas de rápida expedição sejam elaboradas e,
para isso, a cooperação entre as nações e membros do comitê é amplamente estimulada.
Lembrem-se de que o futuro da humanidade está depositado nas mãos dos senhores.
O guia de estudos deste comitê será dividido em duas partes que necessitam de sua
completa atenção, pois cada uma delas contém conhecimentos imprescindíveis para o
andamento dos gabinetes. A primeira parte consiste em uma introdução geral ao assunto
e será comum aos dois gabinetes. A segunda parte será composta por documentos
secretos, que por nós serão chamados de dossiês. Os dossiês são compostos por
informações militares de caráter sigiloso, que, caso sejam interceptadas por centros de
comando rivais, comprometerão as ações do Gabinete e colocarão em risco a vida dos
senhores.
Devido ao fato de os dois Gabinetes ocorrerem em datas sincrônicas, deve-se estar
alerta não só às informações deste guia, mas também aos acontecimentos noticiados
pela mídia internacional nas datas do evento. Lembrem-se: sabotagem, espionagem e
retaliações são preocupações que devem sempre ser visadas pelos participantes, afinal,
estamos em guerra.
Desejamos a todos sorte, pois ela pode ser o fator decisivo entre a vitória e a derrota
de suas nações. Esperamos também que estejam nos melhores dias de suas carreiras
diplomáticas e militares para que este comitê possa transcender a todas as nossas
expectativas. Ademais, bons estudos.
Cordialmente,
Diretores.
“Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.” Sócrates.
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2. INTRODUÇÃO
No dia 22 de junho de 1941, a Alemanha Nazista, reforçada por nações signatárias
do Pacto Triparte, dá inicio à ofensiva conhecida como Operação Barbarossa, após
romper com o Pacto Ribbentrop-Molotov e declarar guerra à sua antiga e devota aliada,
a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Dentro desse contexto, Stalin se vê forçado a organizar a contraofensiva soviética e
se junta ao bloco conhecido como “Os Aliados”, dando assim novos contornos para as
alianças militares vigentes. Tendo em vista a escassez de recursos ocasionada pelo
bloqueio estabelecido no continente europeu, a situação na qual se encontram as forças
aliadas não é favorável, mas os auxílios obtidos junto aos Estados Unidos da América
dão condições para as tropas se manterem firmes na guerra.
No Front ocidental, grandes bombardeios são realizados pela Luftwaffe em território
britânico. A Royal Navy, auxiliada pela persistente Royal Air Force, que apesar das
baixas sofridas ainda se encontra em condições de guerrear, mantém o exército nazista
estacionado fora da ilha britânica. Rumores do planejamento de uma operação anfíbia
para desembarque na Grã Bretanha circulam na mídia internacional. A Espanha e
Portugal mantêm-se neutros no conflito.
Enquanto isso, no Front Oriental, a Wehrmacht avança com moral elevado após a
tomada de Kiev, capital ucraniana, e agora, segundo informações não confirmadas,
ruma em direção a Moscou, Leningrado e Stalingrado, para desarticular o exército
soviético e conquistar posições defensáveis para alojamento durante o rigoroso inverno
russo.
Sob o comando de Rommel, o Afrika Korps avança no Front norte africano, onde
domina um território que vai de El Agheila até Salum, mas encontram dificuldades para
quebrar a resistência em Trobuk, sede do maior porto da região, dominado por forças
britânicas. Concomitantemente, as tropas do Reino Unido e da França Livre se
reorganizam para formar o Oitavo Exército, a leste de Salum.
É nesse clima de hostilidade que têm inicio as nossas reuniões, no dia 9 de setembro
de 1941. O encontro, de um lado, dos comandantes das forças aliadas e, do outro, dos
comandantes das tropas do eixo deve nortear os rumos da guerra, visando sempre a
melhor alternativa para cada nação pertencente aos blocos, seja ela uma alternativa
bélica ou uma alternativa diplomática.
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3. HISTÓRICO DA QUESTÃO
3.1 Totalitarismo
Muitos regimes político-sociais vigoraram desde os tempos em que o ser
humano organizou-se em comunidades. A partir de um sistema organizacional no qual a
sociedade era tutelada e regida pela figura de um ente que se elevava frente aos demais,
fazendo valer a ordem e as regras de convivência, várias atribuições e conceitos foram
incorporados ao que hoje denominamos Estado. Desde o modelo grego denominado
“demo kratos” - termo que originou o vocábulo democracia - até as concepções
políticas de Hobbes, Maquiavel e Jean Jacques Rousseau temos o processo de
construção de uma instituição fundamentada de acordo com as concepções morais e o
senso comum dos indivíduos a ela submetidos. A transgressão dessas concepções gera
malefícios à vida em comunidade e o individuo transgressor responde perante os demais
em nome da manutenção da estrutura que foi comumente construída.
Ao longo do tempo, podemos destacar alguns conceitos notórios que serviram
como base na construção e formação do Estado como instituição político-social. A
noção de Aristóteles sobre o funcionamento da estrutura política na Grécia perpetuou
por séculos e ainda hoje é uma referência sociológica; afinal, ele deixou evidentes os
elementos principais do Estado moderno, da moral e da política. De seu pensamento
podemos extrair a ideia de que a política leva em conta os aspectos práticos da vida em
sociedade, levando em conta a natureza dos homens; que para ele é imutável - as coisas
como são e não como deveriam estar - ; e a moral se ocupa de como as coisas deveriam
ser. Em “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel destaca a política da moral na formação do
Estado, empregando pela primeira vez o termo “status”. Porém, ele deixa de lado a
moral aristotélica e inaugura a moral cidadã, a do homem que constrói o Estado,
evidenciando o aspecto da relação dos homens como politicamente organizados e
deixando de lado a ideia de moral da alma do indivíduo.
Quando Rousseau afirmou que “o primeiro sentimento do homem foi o da sua
existência; o primeiro cuidado, o da sua conservação.”, ele levantou outro aspecto da
natureza política do ser humano: a ideia de que a convivência em grupo conservaria sua
existência. Outros pensadores fizeram jus a esse aspecto, a começar por Alessandro
Gropalli, um pensador à frente de sua época, que afirmou: “O Estado é a pessoa jurídica
soberana, constituída de um povo organizado em um território, sob o comando de um
poder supremo e para fins de defesa, ordem, bem-estar e progresso social”. Max Weber
assemelha-se a Gropalli no que diz respeito à relação intrínseca entre poder e Estado,
utilizando termos como “força” e “comando” em seu conceito. Por sua vez, quando
Thomas Hobbes, em “O Leviatã”, disserta sobre o contratualismo, ele defende que a
existência do Estado está no consentimento de abdicar à liberdade e vontade individual
em nome de sua própria segurança.
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A partir desses modelos a estrutura social e os modelos organizacionais de
sociedade foram evoluindo, bem como as correntes de pensamento e visões políticas,
gerando diferentes conceitos a respeito das mesmas palavras. Poder, governo, justiça,
direito e até mesmo o próprio conceito de sociedade foram diversas vezes questionados
e remodelados durante a derradeira trajetória de formação do que denominamos Estado
tal qual é feito na atualidade. Partindo do Estado Nacional Absolutista podemos
perceber nitidamente essa evolução e características evidenciadas pelos conceitos de
Maquiavel. Ali houve um rompimento com o sistema feudal e houve a centralização do
poder, unidade territorial por meio de uma forte estrutura e autonomia. Com a queda do
Estado Moderno com cunho absolutista a partir do Século XVIII, surge o modelo do
Estado Liberal de Direito (ELD), influenciado pelos pensadores Hobbes, Locke e
Rousseau e consolidado através da Revolução Gloriosa na Inglaterra e da Revolução
Francesa no restante da Europa.
Por sua vez, o arquétipo do ELD sofreu críticas por parte da escola de Frankfurt
e assim surgiu o Estado Social de Direito, cujos pressupostos teóricos e ideológicos
foram o Iluminismo, o Racionalismo e o Liberalismo Político, sendo o último embasado
no “pressuposto político de que o os seres humanos têm por natureza certos direitos
fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à felicidade. Cabe ao Estado
respeitar, e não invadir esses direitos. Ou seja, o liberalismo é uma doutrina que limita
tanto os poderes quanto as funções do Estado; os Estados teriam os poderes públicos
regulados por normas gerais e seriam subordinados às leis”, assim como ditou Bernardo
Chrispim Baron¹. Esse modelo constitui um dos mais simplórios da contemporaneidade
e apresenta o Estado organizado burocrática e politicamente segundo o modelo proposto
por Montesquieu, no qual houve uma sistematização e ampliação da divisão de
competências antes proposta por Locke. O tão conhecido “sistema de freios e
contrapesos” ditava uma harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
de que cada um possuía autonomia, sendo que o exercício dessa autonomia era
controlado pelos outros poderes.
Essa divisão proposta por Montesquieu é utilizada ainda hoje, e juntamente com
os conceitos de Estado Democrático de Direito e Estado de Bem Estar Social
fundamenta os regimes sociopolíticos que vigoram na atualidade. Os rumos da história e
a forma como os diversos Estados Soberanos mantinham relações propuseram algumas
alterações nesse padrão de burocratização do Estado. Movidos por ideais políticos
radicais e por um extremo desejo de domínio absoluto do poder e da máquina estatal,
alguns grandes líderes romperam com o modelo de Estado tal qual propunham os
filósofos e sociólogos modernos e contemporâneos, ascendendo ao poder e invertendo
os valores do liberalismo.
Além de um desejo repulsivo pelo domínio, o que levou à ascensão dos regimes
totalitaristas foi o fracasso do modelo estatal sócio jurídico e a fragilidade na qual se
encontrava a estrutura do Estado nos territórios onde o totalitarismo vigorou após a
Primeira Grande Guerra. Isso permitiu que os líderes desses regimes surgissem como
grandes heróis que reergueriam a pátria e devolveriam o orgulho ao seu povo, a partir de
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um sentimento de revanchismo em relação aos opressores. Apontando os judeus como
principais culpados pela desgraça do povo alemão e exaltando o sentimento antissemita
na sociedade alemã da época, Adolf Hitler emergiu como um promissor líder e
conquistou os votos da classe média alemã nas eleições de setembro de 1930, classe esta
que teve grande parte da renda comprometida pela inflação e pela grande depressão, que
aumentou significativamente os índices de desemprego. Nos quatro primeiros anos de
seu governo, o número de alemães desempregados caiu de seis milhões para 900 mil, o
PIB cresceu 102% e a renda per capita dobrou. Ele também aumentou
significativamente o lucro das empresas alemãs e controlou a hiperinflação que assolava
o país.
Comparando a postura do Estado sob um regime totalitarista à lógica de
liberalismo político proposta no modelo do Estado Social de Direito, podemos enxergar
uma nítida contraversão, uma vez que a autoridade governamental invade e sufoca os
direitos e liberdades individuais do cidadão, não havendo limites para o poderio do
Estado e nem designação moralmente explícita de suas funções, sendo que ao invés de
se submeter às leis o Estado é quem dita as normas. O surgimento desse conceito
ocorreu entre as décadas de 1920 e 1930, sendo um preceito inicialmente formulado por
um notório jornalista e político italiano opositor ao regime fascista, denominado
Giovanni Amendola. Ele apontou o regime implementado na Itália por Benito
Mussolini como “fundamentalmente diferente das ditaduras convencionais”. Porém o
termo “totalitarismo” desenvolveu certa notoriedade após a publicação de uma das
obras sociológicas mais marcantes até os dias de hoje: “As Origens do Totalitarismo”,
por Hannah Arendt. O fato de ela ser uma alemã judia que fora perseguida pelo regime
nazista agregou ainda mais valor à sua obra.
As principais e mais marcantes características do regime totalitário eram a
mobilização da máquina estatal para a manutenção do poder nas mãos de um único
indivíduo e a disseminação massiva da ideologia dominante. Assim sendo, os
governantes passaram a exercer uma ampla influência sobre todos os aspectos da
estrutura do Estado e da vida dos governados. Aí está arraigado o Totalitarismo:
nenhum tipo de oposição política era tolerada e a vida política era regida por um único
partido. No regime totalitário todo e qualquer cidadão estaria sujeito à ideologia política
incorporada pelo Estado. Aqueles que não se submetiam a essa ideologia eram tidos
como inimigos do Estado, que não poupou esforços para punir rigorosamente os que
adotavam qualquer outro tipo de vertente ideológica. A expressão mais famosa dita por
Mussolini “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado” resume bem
seu regime.
Podemos identificar na propagação e manutenção do Estado Totalitário o
seguinte jargão publicitário: “A propaganda é a alma do negócio”. De fato o que muito
corroborou para a construção da imagem de ditadores como Hitler, Mussolini e até
mesmo Joseph Stalin foi a publicidade em seu mais obscuro aspecto: o convencimento
de que uma inversão de valores e a desconsideração da moral eram necessárias para que
grandes feitos fossem alcançados pelas nações que estavam sendo reerguidas. Na Itália
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e na Alemanha, o sistema educacional passou por uma ampla reforma, desde cedo as
crianças eram doutrinadas na ideologia do Estado e aprendiam a superestimar as figuras
de seus líderes. No Reich foi implementado o Ministério da Propaganda, que geria todo
o conteúdo midiático e cultural disseminado no território alemão e dessa forma garantia
a propagação dos ideais que sustentaram o totalitarismo na Alemanha: antissemitismo,
idolatria à figura de Hitler e a necessidade de expansão territorial, visando a construção
de um vasto império e retomada do poderio militar e político na Europa.
A própria Hannah Arendt aponta em sua obra a ideologia e sua propagação com
elementos essenciais do regime totalitarista, mas ela foi além e procurou reescrever a
história desse regime, de forma a identificar outros fatores primordiais para seu
desenvolvimento. É nesse ponto que podemos enumerar a violência e o poderio militar
empregado por parte do Estado contra a população - de forma a garantir absolutamente
a dominação - como formas de garantir que a ideologia dominante prevalecesse,
inibindo o pensamento individual. A violência foi empregada de forma tão intensa e
ampla que é tida como um complemento da propaganda, já que o terror também é uma
forma de convencimento eficaz. Ela se difere da propaganda porque, enquanto essa é
voltada para elementos externos ao regime, o pânico era instaurado dentre os que já
estavam subjulgados ideologicamente; de forma que eles nunca questionassem a
inversão de valores que fora implementada pelo regime totalitário.
Apontamos como o regime totalitário se instaurou na Itália e na Alemanha, mas
não podemos deixar de lado as manobras políticas executadas por Joseph Stalin,
enquanto governante da União Soviética, para se manter no poder e reerguer sua nação
após as crises política e econômica que resultaram da Revolução de 1917. Inicialmente
ele procurou centralizar toda a estrutura política em torno de si, perseguindo e matando
possíveis adversários políticos que outrora foram aliados. Ao criar uma poderosa
estrutura militar e de policiamento que era subordinada somente a ele, deportou seus
inimigos sob o pretexto de traição, procurando simultaneamente cultivar o culto à sua
personalidade como arma ideológica.
A propaganda de Stalin foi implementada de uma forma diferente, ele não se
limitou a exaltar somente seus feitos, mas também deteriorar os que haviam sido heróis
na revolução. Chegou, inclusive, a utilizar o assassinato de um aliado político tido com
seu provável sucessor para dar início a uma série de perseguições arbitrárias,
alcançando até mesmo os oficiais das forças armadas. Aqueles que eram apontados
como ameaça aos interesses do Estado e os que realmente tramavam contra o líder
soviético não foram poupados e mais uma vez o governo empregou o aparato estatal
para atingir um fim que interessava somente à figura do líder. Com os opositores
políticos mortos e a população faminta, não era necessário um grande esforço para se
manter no poder.
A partir desses aspectos, pudemos enumerar as características do regime
totalitário e, de fato, comprovar que houve uma inversão do modelo proposto pelo
Estado Social de Direito. Essa inversão teve como consequências um fortalecimento da
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idoneidade de reerguer as nações subjulgadas através das condições impostas pelo
Tratado de Versalhes e, no o caso do totalitarismo soviético, um controle rigoroso da
máquina estatal permitiu a Stalin um ressurgimento da nação bolchevique como um
grandioso e vasto império.
3.2 Raízes do Conflito
Em 1929, o sistema de segurança contra a Alemanha, idealizado pelo tratado de
Versalhes, estava ainda completo. A marinha alemã desaparecera, a ameaça colonial
alemã estava superada e, nas questões econômicas, os britânicos se ocupavam mais de
recuperar a Alemanha do que de mantê-la em ruínas. A Alemanha fora desarmada, a
Renânia desmilitarizada, os vencedores ostensivamente unidos. Os chefes militares
receberam indícios de que não precisavam prever nenhuma guerra importante pelo
menos dentro de dez anos, e tal instrumentação foi anualmente renovada até 1933. O
sistema era reforçado pela autoridade da Liga das Nações. Sete anos depois, tudo isso
desaparecera sem um único golpe; a ordem internacional foi abalada inicialmente pelo
colapso da estabilidade econômica da grande depressão que começou em outubro de
1929 (Taylor, 1961, Adaptado).
Na Conferência para o Desarmamento, em Genebra, os britânicos tinham o
propósito de transformar os métodos de desarmamento em favor de sua segurança,
enquanto os franceses esperavam que, com o apoio britânico, pudesse atrair para os
esforços os Estados Unidos da América - membro da conferência de desarmamento,
embora não participasse da Liga das Nações -, fato que não se concretizou pela postura
isolacionista adotada após as eleições norte-americanas de novembro de 1932.
O governo alemão, transferido de Heinrich Brüning para Franz Von Papen, estava
mais fraco e impopular do que nunca e, portanto, ainda mais ansioso por obter
popularidade através de questões internacionais. As reparações, estabelecidas pelo
tratado de Versalhes, já não eram motivo de descontentamento, e o desarmamento
unilateral da Alemanha tomara o lugar delas. Os alemães abandonaram a Conferência
para o Desarmamento em um protesto dramático, sendo atraídos de volta com a
promessa de “igualdade de situação dentro de um sistema de segurança”.
A promessa não impressionou o povo alemão, o que lhes importava eram a pobreza
e o desemprego em massa, e consideravam o desarmamento como um despistar
governamental, o que realmente era. Os estadistas fizeram o possível para ajudar Papen,
mas não lhes havia ocorrido que pudesse existir qualquer sério perigo alemão; em 1932
receavam o colapso da Alemanha, não de sua força. Como poderia qualquer observador
supor que um país com sete milhões de desempregados, sem reservas-ouro e com um
comércio exterior em decadência pudesse subitamente tornar-se uma grande potência
militar? A experiência moderna ensinava que o poder desaparecia com a riqueza, e em
1932 a Alemanha parecia realmente muito pobre. (Taylor, 1961)
Esses cálculos sofreram uma reviravolta em 30 de janeiro de 1933, quando Adolf
Hitler tornou-se Chanceler, acontecimento esse que não foi uma tomada de poder,
apesar da pretensão nacional-socialista nesse sentido. Hitler foi nomeado Chanceler
pelo presidente Hindemburg, de forma rigorosamente constitucional e por motivos
solidamente democráticos. Foi nomeado porque ele e seus aliados nacionalistas podiam
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garantir a maioria na Reichstag e com isso encerrar os quatro anos anômalos de governo
por decretos presidenciais. Não se esperava que Hitler fizesse modificações
revolucionárias nos assuntos internos ou externos, mas que fosse um chefe apenas no
nome, fato que também não se concretizou. Adolf rompeu os laços que deviam prendêlo e gradualmente galgou ao posto de ditador todo-poderoso do estado alemão. Ele
modificou a maioria das coisas na Alemanha. Decretou leis, transformou a economia e
as finanças alemãs, desafiou as Igrejas, aboliu os Estados separados e fez da Alemanha,
pela primeira vez, um país unido.
Sua política externa foi a de seus predecessores e de quase todos os alemães.
Também Hitler queria libertar a Alemanha das restrições do tratado de paz, restaurar um
grande exército alemão e fazer da Alemanha a maior potência da Europa, com suas
condições naturais. Seu objetivo era a modificação, a derrubada da ordem europeia
existente e para isso fazia uso de sua inigualável capacidade de transformar palavras em
ações, mas sempre aguardando a oportunidade correta. A Alemanha tinha agora um
governo forte, e esse governo faria dela novamente uma potência militar.
Com o êxito dos nazistas nas eleições parlamentares de 1930, cresceu na França o
temor de uma retomada do militarismo alemão. Pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha
fora obrigada a entregar aos vencedores da guerra seus submarinos e navios, proibida de
manter aviação militar e marinha de guerra e o exército fora limitado a 100 mil homens.
Os nazistas, porém, insistiam no direito de rearmar o país, já que outras nações
envolvidas na guerra não haviam reduzido seu poderio militar. (Gerstenberg, 2010)
Os franceses e os britânicos supunham haver muito mais tempo, a Alemanha estava
praticamente desarmada quando Hitler subiu ao poder. Não tinha tanques, aviões,
canhões pesados, reservistas treinados. Ser-lhe-iam necessários dez anos, segundo
experiência normal, para tornar-se potência militar e por isso a situação era,
aparentemente, sustentável.
Em 14 de outubro de 1933, Hitler ordenou aos delegados alemães que deixassem a
Conferência de Desarmamento, em Genebra, e retirou seu país da Liga das Nações. Foi
usado como pretexto o fato de que a Alemanha já estava desarmada, enquanto outros
países se recusavam a desarmar. A decisão causou espanto aos ministros alemães, mas,
ao notar que nenhuma medida havia sido tomada em retaliação à Alemanha, Hitler
declarou aos seus subordinados: “As medidas ameaçadoras contra a Alemanha não se
consubstanciaram, nem devem ser mais esperadas... O momento crítico já passou”.
O futuro rearmamento germânico era visto com bons olhos por algumas das mais
influentes nações ocidentais, como Itália e Inglaterra, pelo fato de que a Alemanha, sob
comando do Adolf Hitler, representa um escudo contra o avanço da revolução
comunista na Europa e alçava o Chanceler ao cargo de defensor da civilização
capitalista europeia.
Ao longo da década de 1920, a Alemanha vinha, tecnicamente, mantendo os termos
do Tratado de Versalhes, mas, na realidade, eles haviam sido quebrados em matéria de
formação de pessoal. Por meio de acordos com a União Soviética, a Alemanha fazia
uso das brechas presentes no documento. Não tinha sido declarado no acordo que a
Alemanha não poderia treinar tripulação em um submarino estrangeiro ou que os pilotos
para a força aérea alemã fossem proibidos de treinar em aviões civis. Portanto, em papel
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Hitler herdou um corpo militar fraco, mas este não foi, na realidade, o caso. No entanto,
Hitler sabia que publicamente a Alemanha nazista ainda era vista na Europa como
cumpridora dos termos de Versalhes, ele estava determinado a romper abertamente estes
termos e reafirmar o direito da Alemanha para controlar suas próprias forças armadas.
Em 1933, Hitler ordenou a seus generais do exército para se preparar para triplicar o
tamanho do exército de 300.000 homens. Ele ordenou que o Ministério da Aeronáutica
planejasse a construção de 1.000 aviões de guerra. Edifícios militares, como quartéis,
foram construídos. Durante dois anos, o contingente militar alemão expandiu-se em
segredo. Mas em 1935, para testar a determinação da Grã-Bretanha e da França de
enfrentá-lo em uma questão importante de princípio, Hitler anunciou publicamente em
março de 1935 que ele estava rearmando a Alemanha apesar da proibição do
rearmamento alemão no Tratado de Versalhes.
Os governos britânico e francês eram obcecados, neste momento, pela manutenção
da paz a qualquer custo e, essencialmente, não fizeram nada. A Grã-Bretanha ainda
estava se recuperando da depressão que devastou sua economia e não podia pagar um
conflito. O francês preferiu uma política de defesa contra uma potencial ameaça alemã e
passou a construir a grande Linha Maginot - uma série de grandes fortalezas na fronteira
francesa e alemã. No mais, Grã-Bretanha, França e Itália realizaram a conferência de
Stresa, que emitiu um protesto contra a política de rearmamento de Hitler.
O Acordo Naval Anglo-Alemão deu a entender que a Inglaterra apoiava o
rompimento dos termos estabelecidos em Versalhes. O acordo naval permitiu à
Alemanha ter um terço da tonelagem da frota de superfície da Marinha britânica, a
maior do mundo neste momento, e uma tonelagem igual de submarinos. Este evento
marcou o início do que viria a ser chamado de apaziguamento.
O sucesso da estratégia de Hitler em desprezar os principais termos do Tratado de
Versalhes ocasionou comemorações em toda a Alemanha e aumentou visivelmente a
popularidade de Hitler entre o povo alemão. O fracasso da Grã-Bretanha e da França em
resistir ao desrespeito do tratado impulsionou Adolf em sua determinação inabalável
para estender as fronteiras da Alemanha para criar o Lebensraum (espaço vital) para a
Alemanha.
Os alemães haviam notado o fracasso das grandes potências europeias em coibir
Benito Mussolini quando este lançou o exército italiano sobre a Abissínia, em 1935. A
Abissínia era uma velha ambição italiana e palco de sua derrota catastrófica em Adova,
1896. Hitler observou com interesse o enfraquecimento das relações entre a GrãBretanha, França e Itália, causado pela ofensiva contra um país indefeso.
Em outubro de 1935, tropas italianas estacionadas na Eritréia e na Somália Italiana
invadem a Abissínia sem declaração de guerra. Mesmo o uso, por parte dos italianos, de
armas químicas e os bombardeios constantes sobre tribos rudimentarmente armadas,
além de outras ações que violaram as normas internacionais, não foi suficiente para
mudar a abordagem passiva da Liga das Nações em relação ao conflito.
Mussolini enviou Badoglio, chefe do Estado Maior, com a ordens para acabar logo
com a guerra, e teve suas ordens obedecidas. Dizia-se que os exércitos da Abissínia
haviam sido minados pelo uso do gás, mas tais exércitos eram mais uma aparência do
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que uma realidade. Dentro de pouco desmoronaram; A 1º de maio, o Imperador Hailé
Selassié deixava a Abissínia. Uma semana mais tarde, Mussolini proclamava a fundação
de um novo império romano.
Foi o golpe mortal na Liga das Nações e no país africano. Cinquenta e duas nações
haviam se reunido para resistir à agressão, e tudo o que conseguiram foi que Hailé
Selassié perdesse todo seu país em favor da Itália. Japão e Alemanhã já haviam deixado
Genebra, a Itália os seguia em 1937. A Liga continuou existindo, mas para isso teve que
fechar os olhos ao que ocorria a sua volta.
Hitler observava o conflito interessado, receando que uma Liga das Nações vitoriosa
pudesse ser usada, depois, contra a Alemanha, e, ao mesmo tempo, ansioso para
introduzir uma desavença entre a Itália e seus dois antigos companheiros da frente única
Stresa. Hitler, em seguida, começou a arquitetar a aliança entre a Itália fascista e
Alemanha nazista. Em meio a essa desavença, Hitler encontrou o momento perfeito para
a execução de seu ambicioso plano de ocupação na região desmilitarizada da Renânia.
Em 1935, os planos de Hitler para fortalecer a Alemanha e minar o Tratado de
Versalhes tiveram um impulso quando a região de Sarre, de língua alemã, votou para se
reunir com a Alemanha. Uma região, importante para a produção de carvão, que já
havia sido removida do controle alemão como um termo de Versalhes para enfraquecer
Alemanha industrialmente. Em 1935, reintroduziu o recrutamento de homens para as
forças armadas. No mesmo ano, ele revelou que havia construído uma força aérea.
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Em março de 1936, Hitler tomou o que para ele era uma grande aposta: ele ordenou
que suas tropas devessem abertamente reentrar na Renânia, quebrando assim os termos
de Versalhes mais uma vez. Apenas uma força simbólica de três batalhões alemães
realmente entrou na Renânia e estavam sob ordens estritas para se retirarem de uma só
vez se os franceses respondessem a esta violação do tratado com a força militar. Os
generais alemães sabiam que o exército francês era muito maior e que poderia esmagar
suas tropas. Isso não ocorreu. Mais de 32 mil soldados e policiais armados cruzaram
para a Renânia.
"Se a França tivesse então marchado sobre a Renânia, teríamos de nos retirar com o
rabo entre as pernas". – Hitler
Em seguida à anexação, Hitler à ofereceu França e à Grã-Bretanha um pacto de 25
anos de não-agressão e alegou que ‘'Alemanha não tinha demandas territoriais para
fazer na Europa ".
A França continuou a reforçar a Linha Maginot, em uma tentativa de se proteger
contra futuras agressões alemãs. A aliança da França com a Grã-Bretanha tornou-se
tensa devido à recusa da Grã-Bretanha a levantar-se para a Alemanha. E alianças
francesas com países da Europa Oriental foram comprometidos pela França estar
concentrada exclusivamente na defesa contra uma possível agressão alemã.
13
3.3 Formação do Eixo
A reocupação alemã da Renânia marca o fim dos sistemas de segurança
organizados depois da I Guerra Mundial. A Liga das Nações era uma sombra. A
Alemanhã podia rearmar-se livre de quaisquer restrições do tratado. Todo Estado
soberano passou a confiar, para sua segurança, na força das armas, na diplomacia e
principalmente nas alianças. Os antigos vencedores não tinham vantagens e os antigos
derrotados, nenhuma desvantagem. A “anarquia internacional” foi reestabelecida.
A guerra civil espanhola proporcionou a oportunidade para a união entre Alemanhã
e Itália. Em julho de 1936, os rebeldes fascistas liderados pelo General Franco pegaram
em armas contra o governo espanhol, e Mussolini interveio em apoio aos rebeldes com
as tropas, aviões e armas. Como uma demonstração de solidariedade com a Itália
fascista, Hitler também interveio na guerra civil espanhola do lado dos rebeldes
fascistas. Alemanha favoreceu os rebeldes com aviões, tanques, técnicos, as tropas da
Legião Condor e uma unidade da Força Aérea que ganhou infâmia por obliteração na
cidade espanhola de Guernica e seus habitantes civis. Com a ajuda da Alemanha e da
Itália, General Franco foi capaz de estabelecer uma ditadura fascista na Espanha.
Hitler seguiu sua intervenção na guerra civil espanhola com um caloroso convite ao
ministro das Relações Exteriores italiano para vir a Berlim, onde em 21 de outubro de
1936 a Alemanha e a Itália assinaram uma aliança formal que veio a ser conhecida
como o Eixo Roma-Berlim. Esta aliança continha um protocolo que visava fazer a
Alemanha e Itália seguirem uma política externa comum. Depois disso, a Alemanha e
seus parceiros na agressão militar seria conhecido como as potências do Eixo.
Em 1936, o Japão tinha estabelecido uma longa história de agressão no Médio-Ásia
e tinha se retirado da Liga das Nações. O Governo Imperial viu a União Soviética como
a principal ameaça para as conquistas do Japão no continente da Ásia. Com a expansão
territorial no continente asiático em mente, o Japão começou a procurar aliados que
estavam confortáveis com a agressão militar e propensos a apoiar o Japão no caso de
um confronto militar com a União Soviética. Hitler teve o prazer de atender o Japão e,
em 25 de Novembro de 1936, o Japão e a Alemanha assinaram o Pacto Anti-Comintern.
O propósito ostensivo do Pacto Anti-Comintern era conter a propagação do
comunismo, mas continha um protocolo secreto que exigiu que ambas as parte
salvaguardassem os seus interesses comuns, se a Alemanha ou o Japão fossem atacados
pela União Soviética. Com um sonho secreto de invadir e conquistar a União Soviética,
Hitler viu este pacto como um meio para amarrar recursos militares russos consideráveis
no leste asiático. A Itália aderiu ao Pacto em 1937.
No dia 27 de setembro de 1940, as potências do Eixo Alemanha, Itália, Japão e
tornar-se aliadas com a assinatura do Pacto Tripartite, em Berlim. O Pacto previa
assistência mútua no caso de qualquer dos signatários sofrer ataque de qualquer nação
que já não estivesse envolvida na guerra. A formalização desta aliança foi voltada
diretamente para manter neutros os Estados Unidos da América.
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O Pacto Tripartite entre o Japão, Alemanha e Itália, 1940.
“Os Governos do Japão, Alemanha e Itália consideram como pré-requisito de uma
paz duradoura que todas as nações do mundo devem receber o espaço a que tem
direito”. Eles, por isso, decidiram ficar e cooperar uns com os outros em seus esforços
nas regiões da Europa e da Grande Ásia Oriental. Ao fazer isso, ele é o seu propósito
primordial para estabelecer e manter uma nova ordem das coisas, calculado para
promover a prosperidade mútua e do bem-estar dos povos interessados. É, além disso, o
desejo dos três governos em alargar a cooperação dos países em outras esferas do
mundo e estão inclinados a dirigir os seus esforços ao longo de linhas semelhantes à sua
própria, com a finalidade de realizar seu objetivo final, a paz mundial. Assim, os
governos do Japão, Alemanha e Itália acordaram o seguinte:
ARTIGO 1. Japão reconhece e respeita a liderança da Alemanha e da Itália no
estabelecimento de uma nova ordem na Europa.
ARTIGO 2. Alemanha e Itália reconhecem e respeitam a liderança do Japão no
estabelecimento de uma nova ordem na Grande Ásia Oriental.
ARTIGO 3. Japão, Alemanha e Itália acordam em cooperar com os esforços citados
nas linhas acima. Eles ainda se comprometem a ajudar uns aos outros de forma política,
econômica e militar, isso é, se uma das potências contratantes for atacada por um Poder
no presente não envolvido na guerra europeia ou no conflito nipo-chinês.
ARTIGO 4. Tendo em vista a implementação do presente pacto, as comissões
técnicas conjuntas, a serem indicados pelos respectivos governos do Japão, Alemanha e
Itália, se reunirão sem demora.
ARTIGO 5. Japão, Alemanha e Itália afirmam que o acordo acima afeta em nada o
status político existente atualmente entre cada um dos três Poderes contratantes e Rússia
Soviética.
ARTIGO 6. O presente pacto entrará em vigor imediatamente após a sua assinatura
e permanecerá em vigor 10 anos a partir da data em que se torne eficaz. “No devido
tempo, antes do término do referido prazo, as Altas Partes Contratantes, a pedido de
qualquer um deles, devem entrar em negociações para a sua renovação.”
Em julho de 1940, apenas algumas semanas após a derrota da França, Hitler decidiu
que a Alemanha nazista iria atacar a União Soviética na primavera seguinte. A fim de
garantir matérias-primas, dos direitos de trânsito para tropas alemãs, a Alemanha
começou a persuadir e pressionar os estados do sudeste europeu a aderir ao Eixo.
Alemanha nazista ofereceu ajuda econômica para a Eslováquia e proteção militar e
território soviético para a Romênia, enquanto alerta que o recente apoio alemão à
Hungria para anexação de húngaros naa Checoslováquia e território romeno pode ser
alterado para o benefício da Eslováquia e Romênia. (USHMM, 2014)
Após a abertura da frente de Italo-grega em 28 de outubro de 1940, a pressão alemã
sobre a Hungria e os Estados balcânicos se intensificou. Na esperança de receber
tratamento econômico especial, consciente do apoio alemão para a anexação do restante
15
da Transilvânia, a Hungria aderiu ao Eixo em 20 de Novembro de 1940. Eles esperavam
que o apoio para a invasão alemã na União Soviética e as entregas de petróleo
constantes iria destruir a ameaça soviética, o retorno de suas províncias anexadas pela
União Soviética em junho de 1940. Tanto política, quanto economicamente dependente
da Alemanha para a sua existência como um Estado "independente", a Eslováquia
seguiu o exemplo em 24 de novembro. (USHMM Adaptado, 2014)
Bulgária, cujos líderes estavam relutantes em se envolver em uma guerra com a
União Soviética e Iugoslávia, que era nominalmente um aliado da Grécia, se
encontravam num impasse, resistindo à pressão alemã. Depois que os alemães
ofereceram o território grego da Trácia e isentou-a de participação na invasão da União
Soviética, a Bulgária aderiu ao Eixo em primeiro de Março de 1941. (USHMM
Adaptado, 2014)
Quando os alemães concordaram com a neutralidade da Iugoslava na guerra contra
a Grécia, sem exigir direitos de trânsito para as tropas do Eixo, a Iugoslávia,
relutantemente, se juntou ao Eixo em 25 de março de 1941. Dois dias depois, oficiais
militares sérvios derrubaram o governo que tinha assinado o Pacto Tripartite. Após a
invasão e o posterior desmembramento da Iugoslávia, o recém-criado e Estado
Independente da Croácia juntou-se ao Eixo em quinze de junho de 1941. (USHMM
Adaptado, 2014)
Em 26 de junho de 1941, quatro dias após a invasão do Eixo da União Soviética, a
Finlândia, buscando recuperar o território perdido durante a Guerra de Inverno 19391940, entrou na guerra contra a URSS como um "cobeligerante." A Finlândia nunca
assinou o Pacto Tripartite. (USHMM Adaptado, 2014)
16
3.4 Invasão e anexação da Austria
A avaliação de Hitler era de que o território da Alemanha não era suficiente para
suportar a população agrícola que existia na Alemanha em 1933. Cientistas alemães
concluíram que, a fim de conseguir qualquer coisa como a auto-suficiência, a Alemanha
teria que adicionar 17-20 milhões de acres em terras agrícolas ao seu território. Hitler
argumentou que a única maneira de sair desta situação seria a obtenção do Lebensraum
(espaço vital) para o povo alemão. Isso, na verdade, tinha sido a principal meta da
Alemanha na Primeira Guerra Mundial, o que eles tinham a intenção de ser uma guerra
limitada para abrir expansão no Oriente. A estratégia aliada para subjugar Alemanha na
primeira guerra parecia confirmar esta conclusão. Durante a guerra, o bloqueio britânico
e francês à Alemanha resultou em uma epidemia de desnutrição crônica na Alemanha e
na Áustria, que foi amplamente acusada de matar pelo menos 600.000 pessoas.
O novo chanceler austríaco, Schuschnigg, buscou preservar o país da invasão alemã,
tentando não dar a Hitler uma desculpa para a agressão. Ele tentou cooperar com Hitler,
tanto quanto possível. Schuschnigg assinou o Acordo germano-austríaco de 1936. Esse
pacto reconheceu a independência do país, mas o preço era de que a política externa da
Áustria tinha que ser coerente com a da Alemanha. O acordo também permitiu que
nazistas ocupassem cargos oficiais na Áustria. Schuschnigg esperava que isso iria
apaziguar Hitler. Ele estava errado. (USHMM Adaptado, 2014)
A posição de Schuschnigg foi prejudicada em 1936, quando Hitler e Mussolini
formalizaram o Eixo Roma-Berlim durante a sua participação conjunta na Guerra Civil
espanhola (1936-39). Com a Alemanha e Itália agora aliados firmes, Áustria havia
perdido a proteção da Itália e era vulnerável a ataques alemães. (BBC,2014)
Em novembro de 1937, Hitler disse aos chefes de suas forças armadas que pretendia
invadir e anexar a Áustria e Tchecoslováquia. Os Comandantes das Forças Armadas e
do Exército advertiram Hitler de que a Alemanha não podia invadir a Tchecoslováquia
sem atrair o aliado desse país, a França, para o conflito, e que a Alemanha iria perder
essa guerra, especialmente se a Grã-Bretanha apoiasse a França. Quando os chefes do
exército recusaram-se a retirar sua oposição aos seus planos de guerra, Hitler, ex-cabo
do exército, forçou sua renúncia e assumiu o papel de Comandante das Forças Armadas.
Em 1938, Schuschnigg visitou Hitler em seu retiro de verão em Berchtesgaden,
perto da fronteira com a Áustria. Hitler exigiu que fossem dados postos-chave do
governo na Áustria a apoiadores do Fuher. Seyss-Inquart foi feito ministro do Interior.
Os nazistas austríacos receberam ordens para criar tantos problemas e destruição
quanto possível, a fim de exercer pressão sobre Schuschnigg. Assim Hitler poderia
alegar que a lei e a ordem austríaca tinham sido quebrados e poderia justificar a marcha
das tropas alemãs em Viena para restaurar a paz.
Em 9 de março de 1938, em um ato desesperado, Schuschnigg anunciou um
referendo em que o povo austríaco iria decidir por si mesmos se eles queriam ser uma
parte da Alemanha de Hitler. Hitler ficou furioso. Se os austríacos votassem contra a
anexação da Alemanha, a desculpa para a invasão seria arruinada. Antes que o
plebiscito pudesse ter lugar, no entanto, Schuschnigg cedeu à pressão de Hitler e
renunciou em 11 de março. Em seu discurso de renúncia, sob coerção dos nazistas, ele
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defendeu que as forças austríacas não resistissem a um "avanço" do alemão no país.
(BBC,2014)
Depois de um período prolongado de estagnação econômica, ditadura política e
intensa propaganda nazista dentro Áustria, as tropas alemãs entraram no país em 12 de
março de 1938. Eles receberam o apoio entusiástico da maioria da população. A Áustria
foi incorporada à Alemanha no dia seguinte. Em abril, esta anexação alemã foi
retroativamente aprovada em um plebiscito que foi manipulado para indicar que cerca
de 90 por cento do povo austríaco queria a união com a Alemanha. Nem judeus nem
ciganos foram autorizados a votar no plebiscito. (USHMM Adaptado, 2014)
3.5 Acordo de Munique
Firmado pelas então potencias europeias, excluindo apenas a União Soviética e a
Tchecoslováquia, o Acordo de Munique foi estabelecido em 29 de setembro de 1938.
Este autorizava a Alemanha Nazista a anexar o território dos Sudetos, porções da
Tchecoslováquia que se encontravam ao longo da fronteira germânica e possuíam
majoritariamente população alemã. A justificativa usada pelos alemães era de que o
governo checo discriminava o povo dos sudetos. Hitler acabara de anexar a Áustria à
sua nação e conseguir apoio para aderir parte da Tchecoslováquia foi o início de sua
estratégia para conquistar o país.
Os Sudetos abrigavam a maior parte da defesa fronteiriça da Tchecoslováquia,
sendo assim uma região estratégica; além disso, muitos bancos e indústrias do país
estavam situados lá. Portanto, o governo tchecoslovaco valorizava muito essa porção de
seu território e esperava que a França e o Reino Unido adotassem uma postura de apoio
ao país. Entretanto isso não ocorreu, pois os países acabaram cedendo às exigências de
Hitler. A Tchecoslováquia considerou-se traída por esses países, uma vez que nem
mesmo foi convidada para a conferência que decidiu os rumos de seu território,
chamado o Acordo de Munique de Ditadura de Munique e Traição de Munique.
A situação era complexa, pois a Alemanha, após recuperar-se da miséria causada
pelos problemas econômicos que surgiram depois da derrota na Primeira Guerra, vinha
investindo pesado em seu exército e artefatos de guerra; ademais, as humilhantes
cláusulas do Tratado de Versalhes despertaram um sentimento de vingança forte no
país, que finalmente unido e guiado pelo destemido Adolf Hitler, representava grande
ameaça ao Estado que o desafiasse. Hitler dizia que suas exigências e posturas
almejavam apenas criar uma “Alemanha melhor”, fatores que o levaram a grande
popularidade e aceitação pelo povo alemão.
O pedido da Alemanha não poderia ser ignorado. Deste modo, as negociações
tiveram início em Agosto de 1938; o Reino Unido e a França, numa luta constante para
evitar a guerra, concordaram com a exigência de Adolf Hitler de obter os sudetos, desde
que este não reivindicasse nenhum outro território europeu. Chamberlain, Primeiro
Ministro Britânico, ansiava que estas concessões feitas à Alemanha a incentivassem a
tornar-se um país forte e pacífico na Europa. Todavia, o tratado é hoje considerado uma
falha tentativa de apaziguamento com relação à nação germânica. O pacto foi assinado
pelo então primeiro ministro Neville Chamberlain, do Reino Unido, pelo primeiroministro Édouard Daladier, da França, Adolf Hitler, da Alemanha e Benito Mussolini,
da Itália.
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Ao retornar para Londres, Chamberlain, ainda no aeroporto, declarou: “Nós, o
Führer e Chanceler alemão o primeiro-ministro britânico fizemos uma reunião adicional
hoje e acordamos e reconhecemos que a questão das relações anglo-germânicas é
fundamental para os nossos países e para a Europa. Nós consideramos o acordo
assinado ontem à noite e o Acordo Naval anglo-germânico como símbolos do desejo de
ambos os povos jamais irem novamente para guerra entre si.”.
A data reportada no pacto para a evacuação dos Sudetos foi o dia 1 de Outubro de
1938. A ocupação alemã dos quatro distritos especificados ocorreria em etapas entre os
dias 1 e 7 de Outubro. Os demais territórios cuja população era, em sua maior parte, de
origem alemã, que não iriam para domínio de Hitler, deviam receber assistência de uma
comissão internacional composta por delegados da França, Alemanha, Reino Unido,
Itália e da Tchecoslováquia. Esta comissão administraria as eleições nos territórios em
disputa. Portanto, se as reivindicações das minorias húngaras e polacas na
Tchecoslováquia não fossem atendidas em três meses, seria realizada uma nova
conferência.
O tratado também previa, entre outros detalhes, que o governo tchecoslovaco teria,
num prazo de um mês, a contar da data do acordo, que retirar as forças militares e a
polícia de qualquer território dos Sudetos, e o governo tchecoslovaco deveria no mesmo
período anistiar e libertar os prisioneiros dos Sudetos alemães que estivessem presos por
razões políticas. Estabelecia ainda direito de opção nos territórios transferidos deixando
a cargo da comissão germano-tchecoslovaca ditar os detalhes da opção, considerando
formas para facilitar a transferência da população.
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3.6 Questão da Tchecoslováquia
Em troca de uma simples promessa de paz - que não seria cumprida - Hitler
conquistou facilmente a região dos Sudetos, fato que já enfraqueceu substancialmente a
Tchecoslováquia. Como se não fosse o bastante, não importava as concessões que o
governo tcheco tentava fazer para apaziguar a situação, pois conquistar o resto da
Tchecoslováquia era a próxima ambição do Fuhrer Hitler em março de 1938.
Para tornar real seu objetivo, Hitler já preparava militarmente a Alemanha, além de
planejar intrigas para tirar a força do inimigo. Dessa vez, tentava dividir a
Tchecoslováquia a partir do interior, financiando movimentos de independência de
vários grupos nacionalistas, para assim, desunir a nação. Tentando reverter o quadro e
trazer estabilidade para seu país, em março de 1939, o presidente da Tchecoslováquia,
Emil Hácha, começou a reprimir os movimentos desses grupos, e a Alemanha
vislumbrou nesse um ótimo período para agir.
Hitler forçou o governo tchecoslovaco central a conceder independência à
Eslováquia, o que tornaria o Estado Tcheco “ainda mais completamente à nossa mercê”,
comentou Hermann Goering, um líder militar nazista. Eslováquia de fato declarou sua
independência, na verdade, completa dependência da Alemanha. Além dela, a
Alemanha forçou também a Ruthenia, região da Europa central que corresponde aos
atuais territórios da Ucrânia, a proclamar a sua independência.
Em 15 de março de 1939, durante uma reunião com o presidente tcheco Emil Hacha
- um homem considerado fraco, e possivelmente até mesmo senil - Hitler exigiu que
Hacha concedesse passagem livre para tropas alemãs nas fronteiras Tchecas. Caso
contrário, ameaçou um bombardeio contra Praga, capital do país. Devido à imensa
pressão, o presidente da Tchecoslováquia acabou cedendo. Nesse mesmo dia, as tropas
alemãs adentraram a Boémia e a Morávia. As duas províncias não ofereceram
resistência e, por decreto de Hitler, rapidamente fez-se um protetorado da Alemanha.
No final da tarde, Adolf Hitler, o Führer, fez uma entrada triunfal em Praga. Nessa data
a Tchecoslováquia deixou de ser uma república soberana.
A porção ocidental da Tchecoslováquia, Morávia e Boémia tornaram-se um
protetorado alemão, considerados territórios “autônomos” administrados pelos nazistas,
enquanto a porção oriental foi dividida entre as recém-proclamadas Eslováquia e
Hungria; até a Polônia conseguiu tomar um pequeno pedaço de território.
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Tchecos e eslovacos, embora considerados de classes inferiores à alemã, na filosofia
nazista, foram considerados candidatos a algo como “serem germanizados”. Judeus na
antiga Tchecoslováquia , no entanto, sofreram o mesmo destino que os judeus de outros
países ocupados pela Alemanha, sendo que quase todos os judeus eram incapazes de
fugir do país, logo, a maioria foi deportada para campos de concentração ou guetos e
apenas alguns milhares sobreviveram na clandestinidade.
A economia da Tchecoslováquia foi explorada imediatamente após a ocupação
germânica e, como Alemanha mantinha artificialmente uma taxa de câmbio favorável
com a moeda da Tchecoslováquia, levava bens de consumo em grande quantidade para
o país. A próspera indústria de armamentos tchecoslovaca pré-guerra permaneceu em
operação após a ocupação alemã, no entanto, evidentemente que sob supervisão alemã,
para abastecer o Exército da Alemanha com tanques, armas de pequeno porte e armas
de campo. Com o prosseguimento da guerra, as indústrias alemãs foram pressionadas
cada vez mais. Para aliviar isso, estima-se que 350.000 tchecoslovacos foram enviados à
Alemanha para servir como trabalhadores forçados, servindo ao lado de trabalhadores
forçados de outras nacionalidades.
3.7 Pacto Ribbentrop-Molotov
Assinado no dia 23 de Agosto de 1939, o Pacto Ribbentrop-Molotov; que leva este
nome por causa do então Ministro Exterior da Alemanha, Joachim Von Ribbentrop e
por causa do também ex-ministro Exterior, no entanto da URSS, Vyacheslav Molotov,
foi um termo de não agressão assinado por Alemanha e União Soviética que, de uma
maneira geral, acertava que as duas nações se manteriam belicamente afastadas e que a
paz entre elas seria mantida por, no mínimo, mais dez anos.
Contudo esse pacto abrangia determinadas informações que só seriam de
conhecimento geral quando a parte mais sombria do plano oculto inserido no acordo
entre a Alemanha Nazista e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas entrou em
ação: o mundo assistiu, horrorizado, o território polonês ser estraçalhado e dividido
pelos dois regimes totalitários; Finlândia, Lituânia, Letônia, Estônia e Bessarábia ainda
se tornariam áreas de influência da Alemanha e/ou da URSS. Ficou estabelecido
também que nenhuma das nações favoreceria os inimigos da outra e nem invadiria os
seus respectivos territórios; além do que, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à
Finlândia e a URSS não interviria numa invasão nazista à Polônia. As duas invasões
realmente vieram a ocorrer ainda no ano de 1939.
“Embora ideologicamente bastante separadas e cultivando uma profunda
animosidade, as nações combinaram secretamente invadir a Polônia e dividi-la entre si.
Quando veio a público, o pacto aturdiu muitos líderes europeus. Era o equivalente, em
nossa época, a um acordo secreto assinado por Israel e seus vizinhos muçulmanos para
declarar guerra a um inimigo inesperado e dividir seu território.” (BLAINEY, 2008, p.
136-137)’’.
Num contexto pós Primeira Guerra Mundial, extremamente conturbado, tanto para
Alemanha quanto para a União Soviética, os líderes das duas nações se viam obrigados
a ceder a diversas pressões de outras grandes potencias que não haviam saído da
Primeira Grande Guerra como derrotadas. Claro exemplo disso foi a assinatura do
Tratado de Rapallo no ano de 1922; nesse tratado os dois países renunciavam às
21
reivindicações territoriais e financeiras contra os demais países participantes da Primeira
Guerra Mundial considerados vitoriosos.
O Partido Nazista vinha em feroz ascensão no amanhecer da década de 30, isso fazia
com que as desavenças entre a URSS e a Alemanha aumentassem, já que os soviéticos e
os oriundos de outros países eslavos foram considerados, pela ideologia racial nazista,
“sub-humanos”, além dos líderes nazistas terem declarado que os eslavos na União
Soviética estavam a ser governados pelo que denominaram "judeus bolcheviques”.
Após a assinatura do Acordo de Munique, tratado assinado pela maioria das
potências europeias e que declarava a anexação de parte do território da
Tchecoslováquia, a URSS começou a se questionar se conseguiria evitar ser o próximo
passo da expansão de Hitler.
Apesar de todos estes fatores levarem a pensar que a URSS e a Alemanha Nazista
jamais pudessem se tornar aliadas alguns fatores nos provam que a aliança entre as duas
nações se fazia necessária. Por parte da Alemanha deve-se levar em consideração que
uma aliança com o Reino Unido seria impossível. Um bloqueio advindo da Marinha
Britânica era esperado caso houvesse uma guerra, gerando uma escassez de matériaprima extremamente danosa para a nação germânica. Era preciso então intensificar as
relações com a União Soviética para que continuasse sendo possível a obtenção de
matérias primas. Após o firmamento do acordo de Munique, os alemães passaram a
carecer ainda mais de abastecimento militar, enquanto a implementação do terceiro
plano quinzenal na URSS tornava essenciais investimentos pesados na área de indústria
e de equipamentos industriais.
No parlamento de Berlim, Hitler pronunciou as seguintes palavras:
"Os senhores sabem que a Rússia e a Alemanha são governadas por duas doutrinas
diferentes. Mas, no momento em que a União Soviética não pensa em exportar a sua
doutrina, eu não vejo mais motivo que nos impeça de uma tomada de posição. Por isso
decidimos firmar um pacto que exclui o uso de todo tipo de violência entre nós por todo
o futuro".
Vale ressaltar que Hitler não disse uma palavra sequer sobre o que foi assinado de
fato entre Alemanha e União Soviética durante seu discurso no Reichstag, já que o
Pacto também conhecido como “Hitler-Stalin” não tratava apenas da parte oficial (e
também superficial) que versava sobre o comprometimento das duas nações em manter
a paz entre si e em não apoiar os inimigos alheios.
Antes de listar os principais motivos pelos quais URSS e Alemanha firmaram o
acordo em questão, é de suma importância ressaltar a insatisfação, que era tanto alemã
quanto soviética, com relação às consequências da Primeira Guerra Mundial. URSS e
Alemanha ainda se sentiam donas de certos territórios europeus e no ano da assinatura
do pacto, esses dois Estados estavam bem dispostos a reconquistar os territórios que
julgavam pertencentes a suas respectivas nações, nem que fosse a força.
Quanto às principais causas alemãs para o firmamento do acordo é notório o enorme
receio germânico de abrir duas frentes de batalha, o que seria recorrer no mesmo erro
cometido na Primeira Grande Guerra, e ter que dividir suas forças para combater. Por
22
isso era necessário manter o inimigo soviético fora de cena por um período ao passo que
era necessário manter as relações comerciais para não perder os vínculos que
garantiriam a obtenção de matérias primas.
A respeito das possíveis causas levadas em consideração por Stalin para ratificar o
tratado também pode ser citada uma espécie de receio. Stalin temia que não pudesse
fazer frente à Alemanha de Hitler caso essa deslocasse a totalidade de suas forças contra
a União Soviética. Apesar do espírito guerreiro e do contingente incrivelmente alto, as
forças armadas soviéticas tinham apenas derrotas no século anterior e não se adequavam
ao tipo de guerra que os alemães poderiam impor. Além do mais a URSS ainda
necessitava de investimentos em tecnologia para a edificação do plano de gestão
conhecido como estruturação quinzenal. Com o firmamento do pacto, os soviéticos
tiveram mais tempo para se reorganizar belicamente, sem contar a adição de tecnologia
alemã. O tratado possuía importância vital para ambas as nações.
A execução do protocolo adicional secreto, que acertava uma divisão política da
Polônia e da Finlândia e prometia a Bessarábia e os Estados bálticos à URSS, se iniciou
já no mês de maio, em 1939. Hitler disse a seus comandantes militares que já não seria
mais possível alcançar novos êxitos sem que sangue fosse derramado. Isso significava
que o caminho para a guerra havia sido escolhido. Faltando pouco mais de uma semana
para o início do ataque alemão à Polônia falava-se em “reorganização políticoterritorial” do Estado Polonês e de uma suposta invasão por parte das tropas da
Wehrmacht.
O Pacto Ribbentrop-Molotov perduraria até o dia 22 de junho de 1941, quando as
forças armadas alemãs, sem aviso prévio, iniciaram uma verdadeira luta de titãs ao
invadir a União Soviética, colocando em prática a Operação Barbarossa.
“Diferentemente das aparências, acredita-se que Hitler e Stalin foram políticos e
negociaram bem de acordo com suas necessidades — e certamente sabiam que, cedo ou
tarde, iriam guerrear entre si. Mas, por tempo, os dentes de aço dos gigantes rosnavam
pela Polônia, a protegida dos anglo-franceses”. (BEZERRA, Eudes)
3.8 Invasão da Polônia
Evento que marcou o início da Segunda Guerra Mundial, a invasão da Polônia,
também conhecida como “Operação Fall Weiss”, ocorreu no dia 1º de Setembro de
1939 e foi realizada pela Alemanha Nazista. Durante certo tempo que antecedeu a
invasão propriamente dita, os alemães já reivindicavam a anexação da Cidade Livre de
Danzig e do chamado corredor polonês, ambos os territórios perdidos pela Alemanha na
Primeira Grande Guerra.
A invasão da Polônia não começou repentinamente nas primeiras horas do dia 1° de
Setembro. Muito antes do início da invasão Hitler já havia iniciado o processo de
expansão e dominação bem debaixo dos olhos das grandes potencias ocidentais.
Contrariando muito do que havia sido estabelecido no Tratado de Versalhes, a
Alemanha reiniciou, em 1935, a produção de armamentos e neste mesmo ano
reestabeleceu o serviço militar obrigatório. Foi neste ano que o país de Hitler começou a
se aproximar da Itália fascista de Benito Mussolini e do Japão. Além disso, a Alemanha,
23
já em 1936, anexou a zona desmilitarizada da Renânia ao seu território e promoveu a
remilitarização da área. As potências ocidentais, apesar de temerem a ameaça nazista,
deixaram que o crescimento alemão ocorresse, acreditando que isso seria um entrave ao
avanço do comunismo soviético. Ao se expandir para o leste, a Alemanha enxergava
muito mais do que apenas territórios, as matérias-primas da Romênia, do Cáucaso, da
Ucrânia e da Sibéria enchiam os olhos dos nazistas comandados por Hitler.
Negociando previamente com o governo austríaco, a Alemanha conseguiu, em
1938, anexar a seus territórios a Áustria. Entrando em acordo com França e Inglaterra
através do Acordo de Munique a Alemanha também incorporou, no ano de 1938, o
território dos Sudetos, antes pertencente à Tchecoslováquia. Posteriormente, Hitler viria
a ordenar a ocupação do que restou da Tchecoslováquia. Já em 1939, seria firmado o
Pacto Ribbentrop-Molotov (vide informações supracitadas) junto à URSS. As portas
para que ocorresse uma invasão na Polônia estavam escancaradas.
A definição das fronteiras ao leste do país não havia agradado à Alemanha desde
quando fora imposta, no Tratado de Versalhes. A perda dos seus territórios ultramarinos
incomodava a Alemanha, mas nada era tão incomodo para os alemães quanto a perda do
território que ficou conhecido como “corredor polonês” (faixa estreita de terra que
separava a Alemanha da Prússia) e a perda da cidade portuária de Danzig, que havia se
tornado a Cidade Livre de Danzig (atual Gdansk), tendo sido estabelecida em 1920.
Vale ressaltar que as relações entre Alemanha e Polônia nunca foram das melhores,
muito pelo contrario, os dois países sempre mantiveram rixas e relações bem tensas,
isso desde a República que havia sido estabelecida na Alemanha ao término da Primeira
Grande Guerra.
Levando em consideração todos esses antecedentes, percebe-se que a justificativa
oficial dada pela Alemanha para invadir a Polônia não passou de um simples pretexto
para que a “Campanha de Setembro” fosse executada.
Alegando provocações polonesas (no caso um suposto ataque polonês a uma estação
de rádio alemã), o governo alemão iniciou a invasão à Polônia na Madrugada do
primeiro dia do mês de Setembro em 1939. As melhores unidades do exército alemão
foram utilizadas nessa batalha. Fazendo uso da nova tática da Guerra Relâmpago
(Blitzkrieg), de um contingente absurdamente maior que o polonês e de tecnologias
assombrosamente superiores às polacas, os alemães conseguiram vencer a resistência
polonesa com facilidade.
Apesar de resistir heroica e bravamente, as forças polonesas eram frágeis e em
poucas semanas a porção ocidental da Polônia havia sido conquistada. A Porção oriental
viria a ser atacada alguns dias depois, porém, o ataque seria efetuado pela URSS,
concretizando a parte oculta do pacto firmado por ministros de Hitler e Stalin alguns
meses antes (vide tópico 1.7).
Os poloneses tinham duas opções de efetuar sua defesa: espalhar suas forças pela
fronteira e recuar aos poucos até atingir o rio Vístula ou então estabelecer já no rio
Vístula a linha defensiva. Tendo optado pela primeira opção, os poloneses foram
rapidamente cercados pelo Exército Alemão, Wehrmacht, e não apresentaram nenhum
entrave na invasão nazista.
24
Essa invasão foi um excelente teste para as forças alemãs, que puderam corrigir os
erros e aprimorar a técnica de Guerra-Relâmpago, Blitzkrieg, que ainda seria
amplamente aplicada durante o desenrolar da Guerra que viria a se iniciar menos de três
dias depois.
A Segunda Guerra Mundial começava a se desenhar; como resposta aos ataques
alemães, Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália, Canadá e França declararam guerra à
Alemanha no dia 3 de Setembro de 1939. Na prática isso não surtiu efeito imediato, já
que nada além de aumentar gastos bélicos e mobilizar soldados foi feito. A Inglaterra
também tentou ocupar a Noruega para impedir o ataque das forças de Hitler nesse país,
mas isso não adiantou absolutamente nada, já que a Alemanha ocupou a Dinamarca e a
Noruega em Abril de 1940. A Alemanha Nazista iniciava sua expansão para o ocidente
vagarosa e inteligentemente.
3.9 Conquista da França
A França e seu exército significavam uma grande barreira para uma invasão alemã
às outras nações europeias. Os britânicos e os franceses previam que o exército nazista
atacaria utilizando estratégias de guerra semelhantes às utilizadas em 1914-1918,
durante a Primeira Guerra Mundial.
Em 1914, a França havia sofrido enormes baixas. Desta vez, planejava-se
permanecer na defensiva da Europa Ocidental, enquanto estivessem sendo mobilizadas
suas forças militares e bases industriais, para assim lutar uma verdadeira guerra. Eles
planejavam tomar a ofensiva dois ou três anos após o início das hostilidades.
A "Linha Maginot" foi construída para substituir as trincheiras brutas, nas quais
grandes batalhas na Primeira Guerra foram travadas. Ela consistia em uma série de
25
sofisticadas fortificações concebidas para proteger a fronteira da França com a
Alemanha. Apesar de ser um ponto crucial na estratégia de defesa francesa, a linha só
cobria inteiramente a fronteira franco-belga.
Hitler estava ansioso para dar seguimento à sua vitória sobre a Polônia em 1939,
atacando no oeste, mas o mau tempo forçou o adiamento da ofensiva. Em janeiro de
1940, um avião alemão caiu em um ponto neutro na Bélgica com uma cópia das ordens
de ataque à França. O Fuhrer foi forçado a repensar, acreditando que o plano estava
comprometido, então se virou para os conselhos do general Erich Von Manstein, que
defendeu uma campanha ousada. Com sabedoria, Manstein reconheceu que a Linha
Maginot seria muito resistente a um ataque direto da Alemanha. E, ao contrário desse
plano, o general propôs um ataque secundário através da Holanda e Bélgica, deixando o
golpe principal contra a França para ser lançado um pouco mais tarde através das
Ardenas. Esta era uma área montanhosa e densamente florestada na fronteira germanobelga-francesa, onde seria improvável que os aliados esperassem um ataque. O plano de
ataque era baseado nas técnicas - e dependia muito - do efeito surpresa da blitzkrieg
(guerra relâmpago).
Os alemães tinham menos tanques que os aliados, cerca de 2500 contra 3500; no
entanto os tanques alemães eram os Panzers - de qualidade superior ao dos aliados -,
além disso, as formações alemãs deixavam as forças de cavalaria blindada concentradas,
enquanto a dos aliados eram dispersadas.
O plano de Manstein previa que essas divisões Panzer desenvolveriam uma função
semi-independente, atacando à frente do corpo principal do exército, para perturbar e
desorientar os Aliados. Este foi um plano muito arriscado - muito mais ambicioso do
que a estratégia utilizada na Polônia - tendo sido rejeitado pelos generais alemães de
mentalidade mais conservadora. Hitler, no entanto, embora não sem algumas dúvidas,
deu a sua aprovação.
26
O ataque começou em 10 de maio de 1940. Durante os primeiros dias do ataque, os
alemães fizeram um progresso lento em direção a Bruxelas e Haia, devido à contra
ofensiva das forças holandesas. Em resposta, em 14 de maio, a força aérea alemã, a
Luftwaffe, desencadeou um bombardeio maciço no centro de Roterdã, mesmo enquanto
as negociações de rendição com os Países Baixos estavam em andamento. Embora
tenham sido feitos esforços para cancelar o ataque no último minuto, apenas alguns dos
pilotos alemães entenderam a mensagem, então parte do ataque foi realizado. Mais de
800 civis foram mortos, e os Países Baixos se renderam naquele dia.
O plano britânico e francês para defender a Bélgica foi tomar uma posição em uma
linha de fortes entre as cidades de Antuérpia e Liege, colocando em operação um plano
para avançar para o Rio Dyle - os aliados movimentaram suas melhores forças. Os
alemães tomaram a iniciativa, capturando primeiramente o território chave da Bélgica, a
fortaleza de Eban Emael. Sem saber que esses fortes já haviam sido capturados por
unidades de paraquedistas alemães na primeira noite da invasão, os exércitos britânicos
e franceses viram-se sob ataque em 13 de maio ao mesmo tempo, a segunda, inesperada
ofensiva alemã para o sul surgiu a partir das Floresta das Ardenas, perto de Sedan, no
rio Meuse. Ao longo dos próximos dias, em uma batalha feroz, os Panzers atravessaram
o rio Meuse, apesar de uma resistência surpreendentemente dura dos tanques de
segunda classe - defensores franceses - e os ataques quase suicidas por aviões aliados.
Os principais exércitos aliados ficaram presos entre as duas forças alemãs, nem
capazes de proteger Paris, nem fortes para parar os alemães no avanço para o Canal
Inglês, pois, com a maior parte das forças aliadas lutando na Bélgica, havia pouco que
pudesse ser feito para parar as forças alemãs, ainda mais com as linhas de abastecimento
aliadas cortadas. Então, quando as tropas alemãs moviam-se para o sul entre as forças
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francesas e britânicas, os Aliados foram divididos e, assim, foi enfraquecida ainda mais
a defesa aliada da Bélgica. A velocidade do avanço alemão e a brutalidade dos ataques
aéreos lhes deram uma enorme vantagem psicológica. O exército belga se rendeu em 28
de maio, deixando um buraco no flanco britânico das forças aliadas.
Ao mesmo tempo em que o principal exército francês estava preso entre os dois
exércitos alemães, a Força Expedicionária Britânica (BEF) era empurrada para a costa,
perto do porto francês de Dunkerque. Com a BEF encurralada entre as forças alemãs e o
mar e com pouca esperança de se reunir com as forças francesas, o governo britânico
decidiu que a Força Expedicionária deveria ser evacuada. As pontas de lança alemã
chegaram ao Canal Inglês em 20 de maio. O então General Lorde Gort, comandante da
Força Expedicionária Britânica, em 23 de Maio tomou a decisão da evacuação na
chamada Operação Dínamo que começou em 27 de maio de 1940. Gastou-se uma
semana inteira para realizar, com mais de 800 embarcações marítimas civis e militares.
Ao todo, 338.000 tropas aliadas saíram de Dunkerque e retornaram, através do Canal
Inglês, para solo britânico. A façanha foi heroica, sendo feita sob bombardeio quase
constante dos Luftwaffe. Os franceses, não surpreendentemente, consideraram isso
como uma traição, mas a decisão de Gort salvou a BEF.
Com os britânicos fora do caminho, os alemães começaram seu ataque final contra a
França. A segunda parte da estratégia começou em cinco de junho, com os alemães
atacando o sul do Rio Somme. Apesar da valentia das tropas francesas, os alemães
destruíram as forças aliadas no campo em pouco tempo. Em sete de junho, os tanques
alemães tinham passado através das principais frentes ao longo do rio Somme e da
Linha Maginot, movendo-se para cada vez mais perto de seu objetivo, Paris.
28
No dia 9 de junho, os alemães lançaram uma grande ofensiva em direção a Paris.
Durante este tempo, os britânicos vigorosamente encorajaram a França a resistir a todo
custo. O novo primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, voou para Paris para
oferecer o seu encorajamento pessoal. Ao mesmo tempo, porém, o governo britânico
negou os pedidos franceses por assistência militar, querendo conservar a força para
própria defesa da Grã-Bretanha em um futuro próximo.
Por esta altura, o tamanho do exército francês tinha sido reduzido em cerca de
metade, e o líder francês tornou-se resignado a uma rendição inevitável. Em 13 de junho
Paris foi declarada uma cidade aberta, pois o governo francês havia fugido para o
Bordeaux. As primeiras tropas alemãs entraram na capital francesa em 14 de junho,
pouco mais de um mês após o início da campanha.
A BEF foi enviada para a Normandia, apenas para o Estado ser evacuado quase que
imediatamente. A Marinha Real realizava evacuações de portos ao longo da costa
francesa. Enquanto isso, os Panzers vitoriosos seguiram em diferentes direções por toda
a França, eliminando os bolsões de resistência, cruzando o rio Loire, no oeste, em 17 de
junho, e alcançando a fronteira com a Suíça, alguns dias depois.
O fim veio com a rendição da França em 22 de junho. Hitler insistiu em assinar o
documento de capitulação no mesmo vagão de trem usado quando a Alemanha se
rendeu em 1918. A humilhação da França estava completa.
3.10 Operação Leão Marinho
Após conquistar a França, Hitler foi saudado como grande estrategista militar. A
Alemanha acreditava que a guerra estava ganha, mas os britânicos se recusavam a abrir
negociações de paz. Há rumores históricos, bem embasados, diga-se de passagem, de
que a fuga de meio milhão de britânicos e franceses em Dunquerque foi uma estratégia
política de Hitler para tentar uma paz negociada com a Inglaterra e que só não foi
colocada em prática graças à disposição do Primeiro Ministro Churchill de inquirir o
povo britânico a não ceder a qualquer tipo de negociação. O passo seguinte foi se
concentrar na guerra contra a Inglaterra e avançar em direção ao mediterrâneo. Os
alemães pretendiam invadir a Inglaterra pelo sul, atravessando o canal da Mancha, em
uma operação batizada de “Leão Marinho”, que ficou a cargo do Grande Almirante
Erich Raeder, comandante da Kriegsmarine, a marinha de guerra alemã.
A força de invasão iria contar com aproximadamente 67 mil homens, entre tropas de
desembarque e paraquedistas. Os treinamentos foram iniciados no segundo semestre de
1940 no porto de Boulogne. A ação dependia da Luftwaffe para neutralizar as defesas
aéreas britânicas. A Luftwaffe dispunha de quase três mil aviões, entra bombardeiros e
caças, com destaque para o caça Messerschmitt.
O plano, para ser levado a cabo, estipulava como prioridade a eliminação da força
da Marinha Real e da RAF, a destruição das defesas costeiras da Inglaterra e a
prevenção contra submarinos quando da travessia do canal pelas tropas alemãs e previa,
como consequência disso, um desembarque de 67.000 homens a ser realizado a partir de
Dover, a localidade inglesa mais próxima à França, embora as tropas também tivessem
planos de desembarcar em vários outros pontos das ilhas britânicas: no sul da Inglaterra,
na Escócia e no sul da Irlanda, apoiados por tropas paraquedistas.
29
Isto colocado, a responsabilidade pelo sucesso da invasão ficava colocada nos ombros
da Kriegsmarine de Raeder - pessimista e contrário à invasão por acreditar na
desproporção entre meios e objetivos - e da Luftwaffe do Reichsmarschall Hermann
Goering - que jurava que sua Força Aérea varreria a RAF do mapa.
A força aérea britânica, Royal Air Force (RAF), dispunha de menos aviões, embora
a produção de caças tenha se multiplicado entre 1940 e 1941. As batalhas aéreas
travadas entre os alemães e os britânicos durante o verão de 1940, em que a corajosa
defesa dos céus das Ilhas, feita pela numericamente inferior RAF, impediu o decisivo
domínio aéreo da Luftwaffe, causou a decisão de Goering de trocar os bombardeios
técnicos sobre instalações de defesa e fábricas de armamento por bombardeios de terror
sobre alvos civis, o que, apesar da causar um grande número de mortes, incêndios e
destruição nas maiores cidades britânicas, aliviou a capacidade de produção da indústria
de guerra de Sua Majestade. No início do ataque alemão, a Inglaterra foi flagelada por
bombardeios quase diários, cujos alvos deixaram de ser militares e se concentraram em
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Londres. Hitler calculava que, em poucas semanas, os ingleses não teriam como deter a
invasão alemã. Dessa vez, porém, ele estava enganado.
A capacidade de resistência inglesa foi extraordinária. No ar, os caças britânicos
provocaram pesadas perdas à Luftwaffe. No solo, ouve enorme mobilização da
população civil, insuflada pelos discursos diários de Churchill. Em 25 de agosto de
1940, aconteceu o que parecia impossível, em represália aos ataques alemães, os
ingleses bombardearam Berlim.
Graças à incapacidade da Luftwaffe de conseguir a superioridade aérea, a Operação
teve seu primeiro adiamento para outubro e posteriormente para o verão de 1941,
quando o foco da guerra mudou para a Operação Barbarossa. Com as atenções de Adolf
Hitler voltadas para a invasão da Rússia e a Operação Barbarossa, a invasão deixou de
ser o foco principal do esforço de guerra alemão. Apesar do adiamento, ele acreditava
que a Grã-Bretanha pediria a paz após o esmagamento da URSS pelas tropas nazistas,
ao se sentir completamente isolada e sem ajuda na Europa.
Sabe-se que havia uma Lista, que acompanharia as tropas de ocupação da URSS,
com os nomes de personalidades que deveriam ser presas e mortas, no caso de uma
ocupação plena dos alemães. Essa lista continha nomes de pessoas como Churchill,
Chamberlain, Bernard Shaw, Noël Pierce Coward, entre outros.
4. CONTEXTO ATUAL
4.1 Operação Barbarrosa
No dia 22 de junho de 1941, rompendo com o pacto Ribbentrop-Molotov, a
Alemanha nazista invade a União Soviética, dando início, assim, à Operação
Barbarossa. Tendo recebido esse nome devido ao imperador Frederico Barbarossa do
Sacro Império Romano Germânico, tal ação, em sua teoria e sua pratica, foi
influenciada por fatores anteriores, como esperado. Do lado russo, o Exército Vermelho
havia passado por uma fase turbulenta, quando perdeu muitos de seus generais pelo
Grande Expurgo na década de 1930, tendo prejudicados sua eficiência e seu
desempenho em batalha. Entre os nazista havia um positivismo com relação à
efetivação do planejamento da operação, haja vista que relatórios recebidos
comentavam sobre o mal preparo e a fraqueza do exército inimigo (evidências que
vieram da Guerra de Inverno, na Finlândia). Além dos cerca de três milhões de tropas
terrestres, os nazistas também contavam com o apoio de romenos, croatas, húngaros,
eslovacos, italianos e finlandeses.
Através da diretiva nº 21, Hitler autoriza, em 18 de dezembro de 1940, a realização
da Operação Barbarossa para, inicialmente, o dia 15 de maio de 1941. Nesse documento
ele também determinava como objetivo da campanha uma derrota rápida da União
Soviética, que deveria ter sua conclusão antes mesmo do fim da guerra contra a
Inglaterra. Outra meta traçada era o alcance da chamada Linha A-A, uma linha
imaginária traçada do porto da cidade de Arkhangelsk no Mar Branco até o da cidade de
Astrakhan no Mar Cáspio. De acordo com a Wehrmacht, grande parte dos recursos
militares soviéticos, além dos mantimentos e da maior concentração populacional, se
encontravam a oeste dessa linha e, sabendo- se que uma operação que conquistasse toda
a União Soviética de vez seria impossibilitada pelas dimensões geográficas, a Linha AA foi determinada como um objetivo militar.
31
No dia 22 de junho, as forças soviéticas foram surpreendidas pela invasão alemã, a
qual Stalin se recusou a acreditar que viria apesar de todas as evidências a que teve
acesso. Com isso, a Luftwaffe rapidamente se firmou e pôde fornecer ajuda para as
tropas infantes passarem pela linha de frente russa. Ao final do primeiro dia, certas
unidades já haviam avançado cerca de 80 quilômetros.
Contudo, não se demorou a perceber que os nazistas haviam subestimado os
recursos russos e sua capacidade de suportar grandes perdas. Com Stalin proibindo seus
generais de recuar, as forças soviéticas sofreram muitas baixas, sendo destruídas ou
feitas prisioneiras. Assim sendo, os alemães começam a falhar em sua meta de infligir
uma ágil derrota aos soviéticos.
Nos primeiros dias que se seguiram a invasão, os embates se deram nas regiões
fronteiriças (como as Batalhas de Brody e de Byalistok-Minsk), com a supremacia
alemã se mantendo e, portanto, garantindo o avanço de suas tropas. A ação tramada pela
Oberkommando Des Heeres (OKH) e seu “General staff” dividia os grupos de exército
em três: do norte, do sul e do centro.
O grupo de exército do norte deveria seguir pelos países bálticos e tomar
Leningrado. Porém perto de Raseiniai eles se depararam com tropas da União Soviética,
e, após dias de combate, os alemães praticamente minam a força inimiga, mas
receberam ordens de se manter no local esperando a infantaria devido à escassez de
suprimentos. O tempo em que o grupo não avançou deu a chance aos soviéticos de
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construir uma defesa ao redor de Leningrado, mas a situação deles também era
complicada, já que levantes contra a URSS ocorriam na Lituânia e na Estônia.
O grupo do centro devia avançar até Moscou. Todavia, encontrou barreiras em seu
progresso ao chegar à região de Bialystok e de Minsk, culminando em uma batalha
vencida por eles, que, assim, cercaram as forças do Exército Vermelho ao redor da
capital da República Socialista Soviética da Bielorrússia, Minsk. Após, o grupo
conseguiu seguir até Smolensk, que abria o caminho até Moscou. Contudo, lá
encontram outra batalha. Conquistaram novamente a vitória, mas essa veio com muitas
perdas a Wehrmacht.
Já o do sul iria seguir em direção à Ucrânia visando suas reservas econômicas e a
tomada de Kiev antes de continuar para o Cáucaso rico em petróleo. Distante de Kiev
alguns quilômetros, esse grupo de exército encara a Batalha de Uman, uma tentativa dos
soviéticos de impedir a chegada a Kiev, que se releva frustrada, pois as suas forças são,
por fim, cercadas.
Nesse momento, Hitler decide protelar a conquista de Moscou e dividir o grupo
de exército do centro em dois, buscando reforçar os outros grupos que, em sua visão,
tinham de finalizar seus objetivos mais rapidamente. Assim, o do sul recebeu reforços
para a Batalha de Kiev e o do norte ganhou apoio para conquistar Leningrado. Na
diretiva nº21 de Hitler, já havia sido também especificado o apoio finlandês na
conquista dessa cidade.
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Assim, é nesse cenário caótico que em oito de setembro de 1941, a última estrada
de acesso a Leningrado é fechada e o cerco à cidade é estabelecido.
5. Representações
5.1 Gabinete do Eixo
Alemanha
Adolf Hitler - Nascido na Áustria em 1889, Adolf Hitler subiu ao poder na política
alemã como líder do Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães Nacional, também
conhecido como o Partido Nazista. Hitler é o Füher da Alemanha a desde 1933 e
governa com poderes ditatoriais. Na reunião do Gabinete do Eixo será um dos
responsáveis pela moderação dos debates.
Hermann Göring - Goering foi um dos maiores políticos da Alemanha nazista e
um confidente próximo de Hitler. Desconfiava dos rivais, Goering nunca teve uma
relação harmoniosa com Himmler, Hess e Goebbels, que ele via como candidatados ao
seu posto. A associação de Göring com Hitler o ajudou a subir ao poder ao lado do
Führer e, em 1935, ele assumiu o comando da Luftwaffe. Em 1939, Hitler declarou
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Göring seu sucessor. No ano seguinte, ele concedeu a Göring o ranking especial do
marechal do Reich.
Erich Raeder - Raeder começou sua carreira violando os termos do pós - Primeira
Guerra Mundial, Tratado de Versalhes, defendendo a construção de submarinos em
1928 para reforçar a marinha alemã. Ele foi feito Grande Almirante durante a Segunda
Guerra Mundial e ganhou fama ao executar a invasão da Noruega e Dinamarca.
Walther Von Brauchitsch - Sua carreira militar começou quando ele foi contratado
para o prussiano Corpo dos Guardas, em março de 1900. Depois que Hitler chegou ao
poder, o exército alemão foi rapidamente expandido e, como resultado, Von Brauchitsch
tornou-se chefe do Distrito Militar da Prússia Oriental, comandando o Grupo de
Comando Quatro, em Leipzig. Em 1938, Hitler promoveu-o a Generaloberst e nomeouo comandante -em- chefe do Exército.
Heynrich Himmler - Depois que os nazistas chegaram ao poder na Alemanha, em
1933, Himmler tornou-se presidente da polícia de Munique e chefe da polícia política na
Baviera. Após invasão da Polônia pela Alemanha, Himmler recebeu o comando total
das partes anexas do país. Dentro de um ano, mais de um milhão de poloneses e
300.000 judeus foram substituído por colonos alemães. Em junho de 1941, quando a
Alemanha invadiu a União Soviética, Himmler controlava não só a polícia, mas a
administração política dos territórios ocupados e, através de seu controle da URSS, o
sistema de campo de concentração.
Joseph Goebbels - Ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels ficou marcado
pelo seu ódio a judeus e comunistas, sua admiração pela figura de Hitler e seu fanatismo
pelo poder. No ministério, controla a imprensa, o rádio, o teatro, os filmes, a literatura, a
música e também as belas artes. O objetivo de sua propaganda na mídia é criar
esperanças, citando paralelos históricos e fazendo outras comparações, conjurando leis
de história pretensamente imutáveis ou, como último recurso, referindo-se a algumas
armas secretas.
Bulgária
Tsar Boris III - Nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, a Bulgária foi
neutra, mas grupos poderosos no país oscilaram sua política para com a Alemanha. Em
1941, Boris relutantemente se aliou às Potências do Eixo, na tentativa de recuperar a
Macedônia da Grécia e da Iugoslávia, que tinha sido adquirida pela Bulgária na
Primeira Guerra Balcânica e perdida novamente na Segunda. No entanto, apesar dessa
aliança frouxa, Boris não parece estar disposto a prestar cooperação total e
incondicional à Alemanha.
Theodosi Petrov Daskalov – Antigo comandante do quarto corpo de exército,
Daskalov é o mais importante General de Infantaria búlgaro e por isso ocupa o cargo de
Ministro da Guerra. Nos conselhos, este General fala livremente em nome do Exército
Nacional e serve como conselheiro militar de seu Chefe de Estado.
Dimitir Ayryanov - Dimitir é o General comandante das Forças Aéreas do Reino
Búlgaro. Chegou ao cargo após ocupar as posições de comandante da Quarta Divisão da
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Força Aérea e sub-secretário do Estado para Forças Aéreas. É um Major General desde
1940.
Boyder Vasil - Vasil é o comandante do Quinto Corpo de Exército da Bulgária,
anteriormente Comandante-em-chefe das Forças Aéreas Búlgaras foi transferido para o
comando da Força Exedicionária de seu país, atuando também como conselheiro militar
no Alto Comando de Guerra.
Finlândia (Cobeligerante)
Risto Ryti - Ryti começou sua carreira como um político no campo da economia e
como uma figura política de fundo durante o período entre guerras. Ele fez uma ampla
gama de contatos internacionais no âmbito da Liga das Nações. Ryti serviu como
primeiro-ministro durante a Guerra de Inverno e no período de paz que se seguiu.
Atualmente, ele é o presidente finlandês e a ele foram delegados os poderes de chefe de
governo durante a Guerra de Continuação.
Emil Mannerheim - Comandante-em-chefe das Forças Armadas Finladesas,
participou ativamente dos acontecimentos da Guerra de Inverno, onde teve sua fama
aumentada no exterior. As potências estrangeiras, como a Alemanha, o consultam
frequentemente em questões políticas. Sob seu comando e com a continuação da guerra,
o exército finlandês reocupou o território que a Finlândia tinha perdido através do
tratado de paz da Guerra de Inverno e a maioria do leste da Karelia.
Hjalmar Fridolf Siilasvuo - Hjalmar Fridolf Siilasvuo é um general finlandês que
liderou tropas na Guerra de Inverno e durante a continuação da guerra continua no
Estado Maior das Forças Armadas de seu país. Ele também viu a ação como voluntário
finlandês lutando do lado alemão na Primeira Guerra Mundial. Atualmente comanda o
Terceiro Corpo de Exército, atuando na região norte do fronte oriental.
Karl Lennart Oesch - É um dos principais generais da Finlândia durante a Segunda
Guerra Mundial. Ele realizou uma série de atribuições no Estado Maior e nos comandos
de frontes. Oesch tem uma reputação de ser capaz de lidar com situações difíceis, um
traço que Mannerheim tem utilizado plenamente para o comando do Segundo Corpo de
Exército.
Itália
Benito Mussolini - Nascido em 1883 em Dovia di Predappio, Forlì, Itália, Benito
Mussolini era um fervoroso socialista na juventude, seguindo os passos políticos de seu
pai. Foi expulso pelo partido por seu apoio à Primeira Guerra Mundial. Em 1919, ele
criou o partido fascista, que, futuramente, o fez ditador, mantendo para si todo o poder
na Itália.
Arthuro Riccardi - Riccardi é almirante italiano que serviu como o Ministério da
Marinha e diretor-geral de pessoal. Quando sucedeu o Almirante Domenico Cavagnari
como chefe de gabinete da Marinha Real Italiana, em 11 de dezembro de 1940, tornou-
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se de fato comandante dos Ministérios existentes para a aviação de guerra e as forças
navais.
Ugo Cavallero - Cavallero foi o delegado italiano enviado à Conferência de
Genebra sobre o Desarmamento. Foi reconvocado para o serviço em novembro de 1937,
promovido a general do Corpo de Exército e enviado para a África Oriental, onde em
janeiro de 1938 assumiu o cargo de comandante das tropas. Em 5 de dezembro de 1940,
ele foi nomeado Chefe do Estado Maior Geral. Também assumiu o comando das tropas
na Albânia, indo no local, no final de janeiro de 1941, para deter o avanço dos gregos.
Ele retornou a Roma, onde obteve os poderes do Estado-Maior Conjunto das três Forças
Armadas.
Ettore Bastico - O Marechal italiano Ettore foi o comandante da Divisão Militar
Territorial Bologna, a partir de onde trilhou seu caminho para assumir o Comando do
Terceiro Corpo de Exército. Futuramente foi chamado de volta para a Líbia, em junho
de 1941, onde assumiu o Alto Comando das Forças Armadas no norte da África.
Japão
Hirohito - Pouco tempo após a indução de Hirohito como imperador, o Japão se
encontrava em um estado de agitação. Enquanto o seu reinado vê uma incrível
quantidade de turbulência política, ele permanece um homem gentil, que possui
influência sobre as Forças Armadas e sua política. O imperador também participará da
reunião na função de moderador.
Hideki Tojo - Tojo é um proeminente militar japonês que foi nomeado, em 1937,
chefe do Estado Maior do Exército Kwantung na Manchúria, China. Voltando à sua
terra natal, Tojo assumiu o cargo de vice-ministro da guerra e rapidamente assumiu a
liderança no controle dos militares na política externa japonesa, defendendo a assinatura
do Pacto Tripartite com a Alemanha e a Itália, em 1940. Em julho de 1940, foi feito
Ministro da Guerra, posição que ocupa atualmente.
Fumimaro Konoe - Kanoe é o atual Primeiro-Ministro japonês e responde
internacionalmente como Chefe de Governo do Japão. Assumiu o mandato em junho de
1940 e, a partir desse momento, montou seu gabinete com a missão de liderar o Japão
nesse período tormentoso. Dentro de seu governo trava uma batalha ideológica
insessante com o Ministro da Guerra.
Isoroku Yamamoto - Yamamoto ocupou vários cargos importantes na Marinha
Imperial Japonesa e se comprometeu em muitas das suas mudanças e reorganizações.
Atualmente ele é o Comandante-em-chefe da Esquadra Combinada. Depois da
promoção a almirante, Yamamoto foi nomeado diretor do Departamento de Aeronáutica
da Marinha. Suas idéias moldadas nos Estados Unidos determinaram a revolução na
tecnologia militar que o país vem passando.
Hajime Sugiyama - É um Marechal de campo que serve como Chefe do Estado
Maior Geral do Exército Imperial Japonês e temporariamente como Ministro da Guerra
no Exército Imperial Jjaponês durante a Segunda Guerra Mundial. Como Ministro da
Guerra, em 1937, ele foi um dos principais arquitetos da Segunda Guerra Sino-
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Japonesa. Como Chefe do Exército, ele é um dos principais defensores da expansão
para o Sudeste da Ásia e da guerra preventiva contra os Estados Unidos.
Romênia
Ion Antonescu - Antonescu é um Marechal romeno e estadista que se tornou
ditador do governo pró-alemão durante a Segunda Guerra Mundial. A ditadura de
Antonescu não é baseada em um partido político de massas ou uma nova ideologia.
Programa de Antonescu é simples: manter a ordem dentro da Romênia e segurança para
suas fronteiras.
Petre Dunitescu - Em 25 de março de 1941, Tenente-General Petre Dumitrescu
assumiu o 3º Exército, que ele continua a comandar durante a Guerra Anti-soviética. Na
presente campanha, o seu exército reocupou Bucovina do Norte e, em seguida,
atravessou o rio Dniester enquanto os combates ainda estão acontecendo na Bessarábia.
Constantin Constantinescus - Constantin Constantinescu-Claps é um comandante
militar romeno na Segunda Guerra Mundial. Ele participou na Primeira Guerra Mundial
e a Segunda Guerra Mundial, subindo na hierarquia do Exército romeno. Atualmente ele
é membro do Estado Maior do Exército Romeno e atua como consultor militar quando
o assunto é aviação militar.
Nicolae Ciuperca - O tenente-general Nicolae Ciuperca foi nomeado comandante
do 4º Exército, em 2 de junho de 1940, enquanto Marechal Antonescu e seu EstadoMaior favoreceram taticas de assalto geral, em múltiplas direções. Atualmente sua
companhia atua na região de Odessa e aguarda ordens do gabinete militar para retomar
as ações de guerra.
5.2 Gabinete Aliado
China
Chiang Kai-shek - Serviu no Exército japonês; colaborou com Sun Yat Sen na
criação do Exército Nacionalista Chinês após a declaração da República em 1911. Fez
treinamento no Exército Vermelho. Sucedeu Sun Yat Sen, após a sua morte, na
liderança do Kuomintang, conduzindo-o para a direita e desencadeando a guerra civil
contra o Partido Comunista. Atualmente, a luta contra os japoneses promoveu uma
tênue aliança com o Partido Comunista.
He Yingqin - Yingqin é um dos mais famosos generais chineses de todos os
tempos. No primeiro dia da invasão, ele estava supervisionando um esforço de
reorganização militar na província de Sichuan, na China Central. Correndo de volta para
Nanjing, Yingqin foi feito comandante da Quarta Área de Guerra logo em sua chegada.
Entre outubro 1940 e início de 1941, ele minou os esforços comunistas em se infiltrar o
exército chinês.
Chen Cheng- Chen Cheng é um líder político, militar chinês, e um dos principais
comandantes do Exército Nacional Revolucionário durante a Segunda Guerra SinoJaponesa. Conhecido como “Pequeno Generalíssimo”, atua como comandante do
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Décimo Primeiro Exército e é membro do Estado Maior do Exército Nacional
Revolucionário.
Comunistas Chineses
Mao Zedong - Incapaz de lutar uma guerra em duas frentes, Chiang estendeu a mão
para os comunistas para uma trégua e apoio. Durante este tempo, Mao estabeleceu-se
como um líder militar e, com a ajuda de forças aliadas, lutou contra os japoneses no
comando do Contingente Comunista.
Peng Dehuai - Peng era um comandante militar sob um líder local e mais tarde sob
Chiang Kai-shek, mas rompeu com ele em 1927, quando Chiang tentou livrar o Partido
Nacionalista (Kuomintang) de elementos de esquerda. Em 1928, Peng se tornou um
comunista e apartir de então se tornou um dos notáveis comandantes militares desse
grupo.
Zhu De - Zhu De é um general chinês, anteriormente senhor da guerra, político,
revolucionário, e um dos pioneiros do Partido Comunista Chinês, um dos maiores
líderes militares da China e fundador do Exército Comunista Chinês. Assim como Mao,
aliou-se ao Kuomintang para combater a invasão japonesa.
França Livre
Charles de Gaulle - É um general e político francês. Um dos principais
comandantes aliados na Segunda Guerra Mundial a frente do exército da França Livre.
Depois da Primeira Guerra Mundial, Charles de Gaulle foi nomeado para o Conselho
Supremo de Guerra e para o Conselho de Defesa Nacional. De Gaulle fugiu para a
Inglaterra, de onde alimentou a resistência francesa e formou um governo no exílio.
Georges Albert Julien Catroux - Catroux é um general do Exército Francês e
diplomata que serviu na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial. Ele
escolheu se juntar a de Gaulle, que é até agora líder do movimento França Livre.
Famoso general, Catroux era um dos oficiais mais graduado do Exército Francês, por
isso foi o comandante-em-chefe das Forças Francesas Livres.
Émile Henry Muselier - Muselier é um almirante francês que lidera as Forças
Navais Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1 de julho de 1940, o
General de Gaulle nomeou Muselier Comandante das Forças Navais Francesas Livres e,
provisoriamente, Comandante da Força Aérea; esses papéis foram posteriormente
confirmados em 1941 com a criação do Conselho Nacional.
Martial Henri Valin - Valin é um general militar da Força Aérea Francesa.
Designado para a missão militar no Rio de Janeiro, ele reuniu a França Livre, mas não
pode chegar ao Reino Unido até o início de 1941. Substituindo o vice-almirante
Muselier, começou a treinar FAFL e em junho de 1940 foi nomeado por de Gaulle
Comandante da Força Aérea da França Livre.
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Reino Unido
Winston Churchill - Apontado em 10 de maio de 1940 pelo rei George VI para o
cargo Primeiro-ministro e Ministro da Defesa, Churchill é um famoso estadista inglês.
Além da função de líder da Inglaterra, Churchill assumirá também a moderação do
Gabinete de Guerra Aliado.
Anthony Eden - Eden é uma peça chave da diplomacia inglesa e, atualmente, ocupa
o cargo de Ministro das Relações Exteriores, indicado, curiosamente, por Churchill, um
manifesto opositor à política de apaziguamento promovida por Eden e outros membros
do governo inglês.
Dudley Pound - Almirante da frota, Pound é um oficial da Marinha Real. Ele serviu
na Primeira Guerra Mundial como um comandante de navio de guerra, tomando parte
na batalha da Jutlândia com notável sucesso, contribuindo para o afundamento do
cruzador alemão Wiesbaden. Ele serve como Primeiro Lorde do Mar, o chefe
profissional da Marinha Real.
Sir John Dill - Marechal de Campo, Sir John Greer Dill é um comandante britânico
que serviu durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Em maio 1940, foi
promovido para o comando do Estado-Maior Imperial, sendo assim cabeça do Exército
Britânico.
Charles Portal - Charles Frederick Algernon Portal é um oficial da Força Aérea
Real. Na Primeira Guerra Mundial, ele era um piloto, então um comandante de vôo e,
em seguida, um comandante do Esquadrão de Bombardeiros Leves no Fronte Oeste. Em
julho de 1940, foi nomeado cavaleiro e em outubro de 1940, ele foi promovido a
Marechal Chefe do Ar e tornou-se chefe do Estado-Maior da RAF.
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
Josef Stalin - Joseph Stalin é ditador da União Soviética e líder do Partido
Comunista. Sucedeu Lênin no comando e, desde então, não tem dado espaço para o
aparecimento de nenhum rival. Como as nuvens da guerra aumentou na Europa em
1939, Stalin fez um movimento aparentemente brilhante, a assinatura de um pacto de
não agressão com Adolf Hitler e a Alemanha Nazista. Mas o pacto foi quebrado e agora
este líder deve conduzir seu país à vitória custe o que custar.
Vyacheslav Molotov - Molotov foi um político nomeado como Presidente do
Conselho dos Comissários do Povo (isto é, o primeiro-ministro) da União Soviética.
Ficou no cargo por mais de uma década. Este estadista soviético é o segundo em
comando no regime de Stalin e, como Ministro das Relações Exteriores, serve como
diplomata soviético chefe na Segunda Guerra Mundial.
Boris Mikhailovitch Shaposhnikov - Shaposhnikov é um dos poucos comandantes
do Exército Vermelho com treinamento militar formal e, em 1925, foi nomeado
comandante da região militar de Leningrado. De 1928 a 1932, ele comandou a região
militar de Moscou; em seguida, a região militar Privolzhsk. Em 1937, ele foi nomeado
Chefe do Estado Maior Geral. Em 1940, foi nomeado marechal da União Soviética.
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Pavel Fedorovich Zhigarev - Zhigarev se juntou ao Exército Vermelho em 1919.
Ele se envolveu com a aviação em 1925. Em 1937-38 ele comandou um grupo de
pilotos voluntários soviéticos na China. Zhigarev foi promovido ao posto de tenentegeneral em 04 de junho de 1940. Em abril de 1941, Zhigarev foi nomeado comandante
das forças aéreas soviéticas.
Nikolay Gerasimovich Kuznetsov - Com a idade de 15 anos, Nikolai Kuznetsov
Gerasimovich participou da Revolução: em 1919, ele atuou na Flotilha Naval Soviética.
Durante um período de 12 anos ocupou altos cargos no serviço. Em 28 de abril de 1939
ele foi nomeado Comissário do Povo (Ministro) da Marinha, antes de fazer 35 anos.
Estados Unidos da América (Observador)
Franklin Delano Roosevelt - Roosevelt é o 32º presidente dos EUA. Durante a
Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos vêm se mantendo a parte das hostilidades,
embora continuem a dar apoio moral à Inglaterra. Roosevelt encontrou-se secretamente
com o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em agosto de 1941 e os dois
líderes concordaram em trabalhar juntos se os Estados Unidos fossem forçados a entrar
na guerra.
Dwight D. Eisenhower - General altamente renomado no Exército Americano,
Eisenhower ainda não participou ativamente da Segunda Guerra Mundial. Devido a sua
vasta experiência militar, foi indicado para acompanhar a delegação norte-americana
inicialmente como consultor militar.
Douglas MacArthur - Douglas MacArthur é um comandante militar norteamericano, formado na Academia Militar de West Point em 1903. Durante a Primeira
Guerra Mundial lutou na França, tendo sido considerado um dos maiores heróis do
Corpo Expedicionário do Exército Norte Americano e tendo recebido várias das mais
altas condecorações Norte Americanas e Francesas. Em 1930 foi o Chefe do Estado
Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, saindo do exército em 1937. Com o
advento da Segunda Guerra Mundial, MacArthur foi chamado de volta para o serviço.
George Marshall - É um general dos Estados Unidos, combatente da Primeira
Guerra Mundial. Durante a Primeira Guerra Mundial planificou treinos e operações
diversas. Em 1917 foi colocado na França, onde se ocupou da planificação das
operações da Primeira Divisão de Infantaria. Em 1939, Franklin Delano Roosevelt
tornou-o Chefe do Estado-Maior do Departamento de Guerra.
Ernest King - Antes da guerra, a carreira de King na Marinha sofreu uma grande
mudança. Como reconhecimento de seu talento, Ernest foi nomeado Comandante-emChefe da Frota do Atlântico. Em fevereiro de 1941, King recebeu outra promoção, desta
vez para o almirante. Nos dias que antecederam a reunião do gabinete ele se tornou
Comandante-em-Chefe da frota dos Estados Unidos.
Henry L. Stimson - Lewis atuou como Secretário de Estado no Gabinete do
presidente Herbert Hoover de 28 de março de 1929 até quatro de março de 1933.
Posteriormente, Stimson se aposentou, mas foi reconvocado para servir o Governo dos
Estados Unidos pelo presidente Franklin Roosevelt, que o nomeou Secretário da Guerra,
em 1940.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1961.
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