Analise das teorias sobre a homossexualidade: psicológico x biológico Déborah Goulart Silveira1 Rafael da Silva Cezar1 Bianca Salazar Guizzo2 Há inúmeros campos teóricos possíveis para abordar a temática da homossexualidade. Aqui, optamos por dar ênfase aos campos biológico e psicológico. Embora tenhamos optado por fazer uma abordagem a partir desses campos, é inegável que a temática da homossexualidade é envolta em vários tabus. A pesquisa por nós desenvolvida surgiu da necessidade de obter mais informações sobre o assunto, já que ainda é pouco trabalhado na formação de docentes, mesmo que hoje em inúmeros documentos oficiais se proponha que temáticas que envolvam distintas formas de ser, de viver e de se comportar, ainda há uma dificuldade em lidar com isso em instituições escolares. Uma das tarefas dessas instituições seria a diminuição dos preconceitos, trazendo de forma dinâmica para seus alunos conhecimentos que vão além de uma sexualidade heteronormativa que ainda é apresentada não só nas escolas como nos meios de comunicação como a única possibilidade de se viver a sexualidade. O trabalho que ora apresentamos decorre de pesquisas bibliográficas oriundas de artigos, revistas, periódicos e livros que tratam da temática da sexualidade. Ao analisar o que encontramos nessas distintas fontes, observamos que é dada ênfase aos aspectos genéticos, evolutivos, comportamentais. Dentro da visão psicológica, salientam-se as teorias de Freud sobre estudos da sexualidade, dá-se ênfase a questões relacionadas ao complexo de Édipo e ao complexo de castração. Atreladas a essas teorias, podem ser discutidas e pensadas algumas questões de gênero que a cada dia são mais fortemente vinculadas não só a aspectos biológicos, como também sociais e culturais. Nos materiais que se pautam em um viés biológico, com frequência afirmase que o comportamento homossexual pode ser justificado pela genética ou pela própria natureza. Para justificar essa possibilidade, muitos textos salientam que esse tipo de comportamento já foi registrado em todas as espécies animais em que a sexualidade foi investigada ou observada. Constatam-se várias teorias evolutivas e 1 2 Acadêmica do Curso de Psicologia – ULBRA/Canoas. Professora orientadora. Anais da IV Mostra Integrada de Iniciação Científica – CNEC Osório Ano 4 – N° 4 – Vol. 4 – JUN/2013 69 genéticas que são mencionadas a fim de justificar aspectos como proteção da prole, hierarquia e socialização, proteção grupal, vantagens heterozigóticas, a genética do cromossomo X, onde homossexuais aumentariam o sucesso reprodutivo, pavimentariam boa convivência, seleção genética de características benéficas. Por fim, comparando os estudos de modelos animais com humanos, o comportamento homossexual muitas vezes é visto como um subproduto do prazer, mas a exclusividade é um produto social. Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja complexo, é regido por interações semelhantes, além de que a homossexualidade humana é uma tarefa complicada à medida que se acrescentam os efeitos do preconceito. Por razões como essa, é que seria importante articular conhecimentos de diferentes áreas para problematizar e discutir a questão da homossexualidade buscando sustentar a perspectiva da livre orientação sexual, enquanto direito fundamental. Para isso, seria necessário que a educação escolar se voltasse para o respeito às distintas formas de se vivenciar a sexualidade oportunizando uma educação integral, solidária e sexualmente feliz a todos. Anais da IV Mostra Integrada de Iniciação Científica – CNEC Osório Ano 4 – N° 4 – Vol. 4 – JUN/2013 70