MITO E FILOSOFIA Muitas vezes, acreditamos em algumas

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MITO E FILOSOFIA
Muitas vezes, acreditamos em algumas coisas e não sabemos bem por quê. Em outras
palavras, acreditamos, sem questionar, naquilo em
que todos acreditam.
Você é capaz de identificar se já teve (ou tem) alguma dessas crenças?
Quem as ensinou? Essas crenças tinham (ou têm) alguma finalidade,
ou seja, elas faziam (ou fazem) você agir de determinada forma?
Mas o que é exatamente um mito?
Origens do Mito
Todas as culturas — inclusive a grega — criaram seus mitos, associando a origem do mundo, os
fenômenos da Natureza e os grandes acontecimentos da vida à atuação de forças exteriores à
realidade concreta. O mito se originou do medo e do espanto do homem diante de uma
Natureza potencialmente hostil. Por isso, mais do que para explicar o mundo, o mito serviu
para acalmar a ansiedade humana em relação aos mistérios da criação.
Características do Mito
Ao contrário da Filosofia, que se funda na racionalidade, o mito se baseia, sobretudo, na
intuição, e incorpora ao mesmo tempo imaginação e emotividade.
Vejamos um exemplo de mito proveniente do Egito Antigo:
Osíris
Osíris foi um antigo governante egípcio, filho de Geb (deus da terra) e Nut (deusa do céu). Ele
ensinou aos homens a agricultura e a domesticação dos animais. Seu irmão Set, governante do
deserto e invejoso da prosperidade e riqueza das terras de Osíris, planejou seu assassinato:
ofereceu a ele um jantar, no qual o presenteou com um rico sarcófago, e, auxiliado por setenta
e dois conspiradores, acabou trancando Osíris no caixão, jogando-o no rio Nilo, de onde foi
parar no mar. Ísis, irmã e mulher de Osíris, saiu em busca de seu amado. Encontrou- o em
Biblos, porto do mar Mediterrâneo, e resgatou seu corpo, levando- o de volta ao Egito.
Quando Set soube do retorno do corpo de Osíris, ordenou sua apreensão e esquartejamento
em catorze pedaços, que foram espalhados por todo o Egito. Ísis, mais uma vez, saiu em busca
dos restos de Osíris e acabou por juntá-los, o que tornou possível sua ressurreição. Ísis e Osíris
se uniram e tiveram um filho, Hórus, que derrubou Set e tornou-se governante de todo o
Egito. Osíris passou a governar
o mundo dos mortos.
Algumas características dessa narrativa permitem sua identificação como um mito. Em
primeiro lugar, o fato narrado ocorreu em um tempo passado indeterminado, em que deuses
habitavam a terra, ou seja, em um tempo fundamentalmente diferente do nosso. Em segundo
lugar, a narrativa mítica baseia-se na imaginação e na capacidade humana de construir
símbolos; por isso quase sempre assume um caráter de exagero e de inverossimilhança em
relação à realidade concreta. Finalmente, o mito está ligado aos fenômenos da natureza: assim
como houve a ressurreição de Osíris, haverá a “ressurreição” da terra a cada ano, em razão do
regime de cheias do rio Nilo. Assim, o culto religioso a Osíris era também a
festa da colheita. O fenômeno da cheia do rio é explicado, ainda que metaforicamente, como
fruto de iniciativas e intrigas dos deuses.
A Filosofia, ao contrário do mito, aborda coisas que ocorrem em um tempo conhecido e
possível, bem como sua permanência e mudança. Ao mesmo tempo, não admite o
incompreensível, buscando sempre explicações racionais, ao alcance de qualquer indivíduo.
Dessa forma, explica a natureza dentro dessa mesma perspectiva: racional e acessível.
Adaptado material didático anglo – filosofia.
Professora Ana Paula Martinez Gonçalves.
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