Os mistérios de Osíris - Agência de Notícias Brasil

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Agência de Notícias Brasil-Árabe - SP
07/12/2015 - 07:00
Os mistérios de Osíris
Exposição no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, revela os segredos submersos do
Egito Antigo. Mostra reúne objetos encontrados em cidades engolidas pelas águas e
vai até 31 de janeiro.
Alexandre Rocha
Paris – A terra cedeu no Delta do Nilo e parte dos
tesouros do Egito Antigo foi parar no fundo do
Mediterrâneo. Séculos a mercê de fenômenos naturais,
incluindo terremotos, fez com que grandes monumentos
de Alexandria, por exemplo, fossem reclamados pelas
águas. Mais do que isso, cidades inteiras submergiram.
A arqueologia submarina, porém, permitiu a
recuperação de um número considerável de artefatos e
trouxe à tona fragmentos pouco conhecidos da história
egípcia.
É deste mundo submerso que trata a exposição Osíris,
mistérios submersos do Egito, em cartaz até 31 de
janeiro no Instituto do Mundo Árabe (IMA), em Paris, na
França, que reúne descobertas feitas pela equipe do
arqueólogo francês Franck Goddio, também comissário
da mostra, além de objetos de museus do Cairo e de
Alexandria.
Alexandre Rocha
Estátua colossal do deus Hapy
encontrada no fundo do mar
A exposição gira em torno do culto ao deus Osíris e
compreende principalmente o final do período faraônico os séculos de dominação grega e
romana.
Boa parte das peças foi retirada das ruínas das cidades de Thonis-Heracleion e Canopus,
engolidas pelas águas a partir do século 07 D.C., na Baía de Aboukir, próxima a Alexandria.
Nestes dois locais era celebrada a cerimônia dos Mistérios de Osíris, durante 21 dias, todos os
anos.
Alexandre Rocha
A mostra conta como era feita esta celebração e a grande
importância que ela tinha para o povo local, tanto que
continuou sendo praticada séculos após o declínio dos
faraós.
A lenda de Osíris é um dos mitos fundadores do Egito
Antigo. Filho do Céu e da Terra, e rei entre os homens, o
deus foi morto por seu irmão, Seth, teve o corpo
desmembrado em 14 partes, que foram espalhadas pelo
Egito. Ísis, sua mulher e irmã, reuniu as partes,
reconstituiu o corpo e, com a ajuda de sua irmã,
Nephthys, e do deus chacal Anúbis, executou o ritual da
mumificação.
Osíris de bronze com olho de ouro
Osíris vence a morte, ressuscita e dá à humanidade a
promessa de vida eterna, transformando-se em soberano
do além. O deus é considerado a primeira múmia e desta
maneira é representado nos entalhes e estátuas. Fruto da
união póstuma entre Osíris e Ísis, Hórus torna-se o rei
legítimo do Egito.
A cerimônia dos Mistérios de Osíris ocorria por todo o Egito e, no caso dos artefatos da
exposição, terminava com uma longa procissão pelo Nilo que transportava a imagem do deus
do templo de Amon, em Thonis-Heracleion, ao seu santuário, em Canopus. As ruínas das duas
cidades foram descobertas em 1998 pelo Instituto Europeu de Arqueologia Submarina,
presidido por Franck Goddio.
A exposição traça também paralelos da lenda de Osíris
com outras religiões da antiguidade, especialmente as
crenças gregas e romanas, e destaca a influência que a
mitologia egípcia teve na cultura dos povos que
ocuparam o país após o fim do período faraônico.
Entre os artefatos encontrados no fundo do mar,
destaque para estátua colossal da fertilidade,
representada por uma figura andrógina masculina
identificada como o deus Hapy; a Estela de ThonisHeracleion, uma placa de granito coberta por
hieróglifos, que na verdade é um documento
alfandegário emitido pelo faraó Nactanebo I (380-362
A.C.); estatuetas de Osíris, Ísis amamentando e Hórus
criança; e imagens de Serápis, deus que simboliza o
sincretismo religioso no Egito greco-romano, pois
representa a união entre Osíris e o touro Ápis, venerado
por gregos e romanos.
Alexandre Rocha
Serápis: sincretismo religioso
De museus egípcios, vale prestar atenção na estatueta mumificada de Osíris dentro de um
sarcófago, feita de lodo e grãos germinados, uma das imagens utilizadas nas cerimônias
anuais; a escultura do deus deitado com Ísis em forma de ave sobre sua região genital; a
estátua O Despertar de Osíris, que representa o deus no momento da ressurreição; a estátua da
deusa Thoueris, com cabeça de hipopótamo e patas de leão; e a escultura em tamanho natural
do touro Ápis, encontrada no Serapeum de Alexandria.
A decoração da mostra remete a um ambiente submerso, e além dos artefatos, há vídeos e fotos
das explorações subaquáticas.
Serviço
Osíris, mistérios submersos do Egito
Até 31 de janeiro de 2016
De terça a quinta-feira das 10 às 19 horas, sexta das 10 às 21h30, sábado e domingo das 10 às
20 horas. Fecha às segundas
Ingresso: 15,5 euros. Ver outras opções no site da exposição
Local: Institut du Monde Arabe, 1 Rue des Fossés-Saint-Bernard, Place Mohammed V, Paris,
França
Tel. : +33 1 4051-3838
Site : http://www.exposition-osiris.com
Mais informações
Instituto do Mundo Árabe : http://www.imarabe.org/
Franck Goddio: http://www.franckgoddio.org/
http://www.anba.com.br/
www.inovsi.com.br
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