Matéria orgânica do solo em sistemas de manejo na cultura de

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Salão de Convenções da UFLA
09 a 12 de maio de 2017
“Interfaces, desafios e inovações”
Divisão: USO E MANEJO DO SOLO
Comissão: Manejo e conservação do solo e da água
Matéria orgânica do solo em sistemas de manejo na cultura de Oliveira (Olea europaea)
Danielle V. Guimarães1, Adnane Beniaich1, Marx L. N. Silva1, Fábio A. P. Avalos1, Jéssica G.
Contins1, Rafael Pio1
1
UniversidadeFederal de Lavras, Lavras - MG, Brasil,[email protected]
A qualidade do solo depende de um conjunto de atributos físicos, químicos e biológicos do meio,
refletindo a capacidade do solo em exercer sua funcionalidade no presente e garantir a mesma no
futuro, mantendo assim uma estreita relação com a sustentabilidade dos sistemas. Várias são as formas
de avaliação da qualidade do solo, podendo envolver um ou vários indicadores de qualidade. Neste
sentido, a matéria orgânica do solo (MOS) tem destaque como indicador por estar diretamente
relacionada com diversos processos físicos, biológicos e químicos do solo, sobretudo quando são
avaliados componentes da MOS que são mais sensíveis a curto prazo às práticas do manejo, a exemplo
das frações particuladas e complexadas. O conhecimento do impacto das culturas no meio é primordial
para o planejamento de práticas que visam preservar a qualidade do solo. A olivicultura no Brasil está
em expansão e as pesquisas que a envolvem atentam apenas para a produção e manejo, com pouco
conhecimento quanto ao impacto desta cultura na qualidade do solo. Neste contexto, o presente estudo
teve como objetivo avaliar a dinâmica da MOS e seus compartimentos físicos, além de determinar o
índice de manejo de Carbono (IMC) em solo cultivado com Oliveira (Olea europaea). O experimento
foi realizado no pomar da Universidade Federal de Lavras, localizada no município de Lavras, sul de
Minas Gerais, a classificação climática do local é Cwb, com precipitação e temperatura anual média
de 1.411 mm e 19,3 ºC, respectivamente. O solo foi classificado como Cambissolo Háplico, e os
tratamentos avaliados foram: Oliveira com solo descoberto, Oliveira com vegetação espontânea e mata
nativa, com três pontos coletados aleatoriamente em cada tratamento e três repetições para cada
tratamento, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm. O Carbono Orgânico Total (COT) do
solo foi determinado pelo método de oxidação via úmida com aquecimento externo. As frações físicas
da MOS foram separadas pelo fracionamento físico granulométrico, obtendo-se a matéria orgânica
particulada (MOP) e a associada aos minerais (MOM), e a determinação do carbono de cada fração
seguiu a mesma metodologia do COT. O índice de manejo de carbono (IMC) foi obtido por meio da
multiplicação do índice de estoque de C (relação entre o COT da área cultivada e COT da área de mata
nativa), e o índice de labilidade (relação entre a labilidade de cada área e a labilidade da área de mata)
x 100. As médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott (5 % de probabilidade) no programa
estatístico Sisvar. O COT do solo na área cultivada com oliveira foi 10,06, 8,06, 5,27 e 4,48 g kg-1 nas
profundidades 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm, respectivamente, enquanto no tratamento Oliveira
+vegetação espontânea os valores foram 10,34, 8,93, 6,30 e 5,18 g kg-1 e no solo sob mata nativa
18,57, 10,22, 8,39, 4,51 g kg-1 para as mesmas profundidades. Houve um decréscimo significativo de
carbono nas camadas subsuperficiais em relação à superfície do solo e a mata apresentou maior valor
de COT na profundidade 0-5 cm. A relação entre MOP/MOM foi 17 % e 26 % menor na mata quando
comparada ao tratamento com Oliveira e Oliveira+vegetação espontânea, respectivamente, o que
ocorreu devido ao maior valor de MOM na área de mata (15,03 g kg-1) em relação as demais (9,7 e
10,4 g kg-1 para Oliveira e Oliveira+vegetação espontânea, respectivamente), refletindo assim o efeito
da dinâmica de decomposição da MOS na mata nativa, que pode ter favorecido a decomposição da
MOP e aumento da MOM. Quanto ao IMC, deve-se considerar que a mata é usada como área de
referência (IMC= 100). O sistema Oliveira+vegetação espontânea apresentou IMC elevado (IMC =
103), devido à presença de cobertura vegetal na superfície do solo que reduz os processos erosivos e
favorece o aporte de MOS, sendo este um sistema conservacionista, enquanto na área com Oliveira o
IMC foi de 82. Observa-se que a prática conservacionista adotada foi eficiente na preservação da
qualidade do solo quando considerada a MOS como indicador de qualidade.
Palavras-chave: qualidade do solo; plantas de cobertura; carbono.
Agradecimentos: DCS, UFLA, Capes, FAPEMIG, CNPq.
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