RELATÓRIO DE PROJETO DE PESQUISA Nome do Projeto: Avaliação dos Hábitos alimentares em pré-escolares, de 5 a 7 anos, do conselho comunitário JARDIM ELDORADO, Município de Palhoça – SC Protocolo: Nome do(a) Proponente ou Orientador(a): Valnei Carlos Denardin Nome do(a) Bolsista: Danisa Virmond Campus/Unidade: Pedra Branca Data do Relatório: 15;09/2008 Tipo do Projeto: ( ) PUIC Disciplina 1. ( ) PUIC Continuado (x) PUIC Individual Introdução As conseqüências negativas de uma alimentação inadequada estão muito bem documentadas e as principais são: obesidade, aumento da pressão arterial, colesterol elevado, diabetes, doenças cardiovasculares, desnutrição, deficiência de ferro, etc. (STURMER, 2004). É necessário investigar a importância de cada uma dessas causas determinantes do problema nutricional de uma comunidade e assim estabelecer prioridades, a fim de que os programas preventivos da desnutrição infantil e de promoção da saúde em geral atendam às necessidades reais da população. O conhecimento da disponibilidade dos recursos locais, especialmente no que se refere aos alimentos oferecidos e os padrões culturais constituem aspectos preponderantes para a solução do problema da alimentação. (MAZZILLI, 1974). Desta forma investigou-se os hábitos alimentares em pré-escolares de 5 a 7 anos, da rede pública municipal do bairro Jardim Eldorado, Palhoça – SC, como forma de assegurar o crescimento saudável de crianças. Entretanto, destacou-se no desenvolvimento da pesquisa, a importância efetiva da atenção básica à saúde com o apoio de profissionais que estudam nutrição, pesquisam e praticam cotidianamente a vigilância alimentar e nutricional e a assistência dietética e dietoterápica de indivíduos e populações. Conforme Santiago (2007), os hábitos alimentares são resultados de diversos fatores relacionados com as condições de vida da família e o ambiente, dentre os quais, se encontram o nível sócio-econômico, cultural, fatores climáticos e geográficos, meio urbano ou rural, preferências, tamanho do grupo familiar, disponibilidade e palatabilidade dos alimentos. A alimentação, portanto, é importante não somente para satisfazer as necessidades nutricionais da criança, mas deve ser vista também, como um fator educacional na promoção da mastigação, da deglutição e do contato com novos sabores. As formas de aprendizagem da criança na alimentação se dão por exposição repetida e apresentação de alimentos desconhecidos. (DEVICENZI, 2004). A nutrição adequada na infância deve abranger todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento da criança. Porém, vários fatores determinam os seus hábitos alimentares, tais como a mídia, com uma oferta muito grande de alimentos industrializados, os hábitos desenvolvidos pelos seus familiares e a forma como a instituição escolar (merendeiras e professores), atuam neste processo. Considera-se o crescimento um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos melhores indicadores de saúde da criança, refletindo as suas condições de vida no passado e no presente. (ROMANI e LIRA, 2004). Cita, ainda, o autor, que as maiores velocidades de crescimento do peso e comprimento ocorrem nos primeiros dois anos de vida e na adolescência. As curvas de crescimento infantil, no entanto, variam muito devido à complexidade de fatores associados ao seu comportamento, que abrangem não somente fatores endógenos, compreendendo determinantes biológicas, genéticas e étnicas, como também, fatores exógenos, tais como as condições nutricionais, culturais, ambientais e sociais. Uma alimentação adequada, em qualquer idade, assegura o crescimento e o desenvolvimento fisiológico, manutenção da saúde e do bemestar do indivíduo. Quando se trata de crianças, o valor de uma dieta equilibrada torna-se muito maior, porque elas se encontram em fase de crescimento, desenvolvimento e formação da personalidade e de seus hábitos alimentares (ALVES, 2006; ALBIERO, 2006). A complexidade de questões envolvidas no crescimento infantil, seja quanto a quantidades adequadas de alimentos, seja quanto a questões comportamentais e, até mesmo quanto a questões sócio-econômicas, específicas de cada localidade e diferente entre países, faz com que exista a necessidade de atualizar e adequar o conhecimento sobre o assunto. (VALLE et al, 2004). Silva e Silva (apud ZÖLLNER e FISBERG, 2006) dizem que as creches desempenham papel fundamental nas condições de saúde das crianças que as freqüentam, uma vez que podem associar-se à educação, o cuidado básico de saúde, à alimentação e a higiene. Os estudos destes autores, demonstram que há uma associação positiva entre a permanência das crianças em creches e seu estado nutricional, constatando diminuição dos déficits de peso e estatura, principalmente entre as crianças com maior tempo de permanência. Mas pode haver também alguns aspectos negativos em relação à saúde das crianças que freqüentam creches, pois esses ambientes podem constituir-se em fator de risco, tanto para o aumento da freqüência de episódios de doenças infectocontagiosas, quanto para contração de doenças de maior gravidade que podem comprometer seu estado nutricional. (BENÍCIO, et al., 2000; BARROS, 1999 apud ZÖLLNER e FISBERG, 2006). Apesar dos aspectos negativos, deve-se levar em conta que esses efeitos podem ser minimizados com medidas preventivas apropriadas e que a utilização das creches por crianças em condições sócio-econômicas menos favorecidas, pode ser considerada uma das estratégias para que os países subdesenvolvidos possam garantir o crescimento e desenvolvimento das mesmas. As creches em áreas mais pobres podem ser utilizadas para realização de intervenções, a fim de promover a melhoria das condições de saúde e nutrição. (ZÖLLNER; FISBERG, 2006). 2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral Avaliar a qualidade da alimentação e o perfil nutricional de crianças préescolares da rede pública municipal do bairro Jardim Eldorado, do município de Palhoça. 2.2 Objetivos Específicos Analisar hábitos alimentares de pré-escolares( crianças de 5 a 7 anos), da rede pública municipal do bairro Jardim Eldorado, do município de Palhoça. Conhecer o perfil nutricional das crianças. Verificar a qualidade da alimentação oferecida na escola. Efetuar revisão bibliográfica sobre a ingesta adequada de nutrientes para crianças de 5 a 7 anos. Divulgar os resultados do trabalho na comunidade escolar (pais, professores, cozinheiras) e nos diversos âmbitos acadêmicos e sociais. 2. Material e Métodos 2.1 Caracterização da pesquisa De acordo com Souza et al (2007), a metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência, capacidade pessoal e sua sensibilidade). Em sentido genérico, método em pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. Esses procedimentos se aproximam dos seguidos pelo método científico que consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las com base nas relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes. (RICHARDSON, 1999, p. 70). A pesquisa de caráter qualitativo, responde a questões muito particulares e se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, como propõem Souza et al, (2007, p. 21). A pesquisa qualitativa é aquela que estuda os temas no seu cenário natural, buscando interpretá-los em termos do seu significado assumido pelos indivíduos investigados. Para isso, ela utiliza uma abordagem que procura preservar a complexidade do comportamento humano. (OLIVEIRA, 2004 apud GREENHALGH, TAYLOR, 1997). Platon (1980) e Glaizer (1992) salientam que os dados qualitativos são aqueles que: Fazem descrições detalhadas de fenômenos, comportamentos. Utilizam citações diretas de pessoas sobre suas experiências. Analisam trechos de documentos, registros, correspondências. Fazem gravações ou transcrições de entrevistas e discursos. Procuram dados com maior riqueza de detalhes e profundidade. Valorizam as interações entre indivíduos, grupos e organizações. Pode-se dizer, também, que esta pesquisa é caracterizada como um estudo de caso que, segundo Rauen (2002, p. 210), “[...] é uma análise profunda e exaustiva de um ou de poucos objetos, de modo a permitir o seu amplo e detalhado conhecimento.” O autor cita, ainda que estudos de casos possuem características que visam a descoberta, enfatizam a interpretação em contexto, buscam retratar a realidade completa e profunda e entre outras adversidades, usa uma variada fonte de informação. “O estudo de caso, como outras estratégias de pesquisa, representa uma maneira de investigar um tópico empírico seguindo-se um conjunto de procedimentos pré-especificados.” (YIN, 2005, p.36). Como um estudo de caso, portanto procurou-se retratar o cotidiano da Creche analisada em termos de avaliação das preferências alimentares e estado nutricional de crianças, implementando elementos para uma melhor compreensão do tema abordado, através de uma abordagem de saúde coletiva. Trata-se, também, de uma pesquisa social empírica, concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou resolução de um problema coletivo, ou seja, como uma pesquisa-ação, onde ocorre o envolvimento cooperativo entre a pesquisadora e os participantes (crianças) da situação/problema, definição de uma ação a ser desenvolvida, identificação de seus agentes, objetivos e obstáculos, além de experimentação em situação real: variáveis não são isoláveis; ação interfere no que está sendo observado. (BELDA apud THIOLLENT, 1986). 2.2 Etapas da pesquisa O público-alvo desta pesquisa são 11 crianças de 5 a 7 anos que freqüentam a Creche do Conselho Comunitário Jardim Eldorado no município de Palhoça, integrantes de uma comunidade de baixa renda. Nesta comunidade, visualiza-se a ausência de um profissional qualificado (nutricionista), que possa fazer o acompanhamento nutricional das crianças, bem como a falta de acesso da população como um todo a informações referentes à alimentação. Tendo em vista a importância desse assunto, é que se propõe este estudo de caso, justificado através do desenvolvimento de um projeto que avalie e contribua para a educação nutricional das crianças atendidas, contribuindo com o seu crescimento saudável. Para levantamento de dados, foram realizadas intervenções e observações semanais, a fim de avaliar a variedade alimentar e quantidade consumida pelas crianças. Para saber as preferências alimentares das crianças e avaliar o estado nutricional, foram coletados dados antropométricos com o auxílio de fita métrica e balança, para posterior classificação usando os gráficos do World Health Organization (WHO). As crianças estudadas fazem parte da turma pré-escolar e através de um inquérito alimentar (APÊNDICE A), encaminhado aos pais e responsáveis, procurou-se diagnosticar as práticas alimentares dos alunos em suas residências. De acordo com os alimentos disponíveis no cardápio diário, e dos resultados do estudo iniciou-se um processo de educação nutricional a fim de estimular as crianças a consumirem alimentos saudáveis em suas refeições, enfatizando a importância da nutrição de uma forma lúdica. Em seguida, procurou-se dar o retorno da pesquisa para os pais através das professoras. 3. Resultados: A merenda escolar oferecida na creche é 100% adquirida pela entidade, que se mantém por recursos próprios e doações da comunidade. A Prefeitura Municipal de Palhoça não contribui com esta escola e o Programa Mesa Brasil doa cerca de 10% de alimentos consumidos mensalmente. O cardápio realizado na creche é composto por vários grupos de alimentos, mas como relata a merendeira da Creche “neste local não se segue um cardápio diário, as refeições são elaboradas de acordo com a disponibilidade de alimentos em estoque, fazendo com que a alimentação das crianças fique repetitiva”. Na creche as refeições oferecidas são: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Dentro da análise, outro ponto limitante da pesquisa se dá pelo fato de que o cardápio proposto prevê a presença de uma refeição ao final da tarde, sendo que a instituição não possui recursos para isso, oferecendo apenas um lanche. Baseando-se nas refeições oferecidas, constatou-se, que por ser cardápio sem qualquer elaboração nutricional, as ofertas são deficientes em porções e gêneros. Um dado alarmante que toma como base no crescimento infantil, são as fontes de cálcio e Vitamina D, que são oferecidas as crianças em pequena quantidade. Fontes de ferro e zinco também são deficientes no cardápio. Pode-se visualizar a grande quantidade de alimentos industrializados e a pouca oferta de frutas. Dando continuidade a pesquisa constatou-se que o consumo alimentar das crianças, baseia-se primeiramente num cardápio monótono e repetitivo sobre a responsabilidade das merendeiras, sendo os alimentos oferecidos, classificados por dia da semana. A observação se deu por 7 dias alternados, levando em consideração a quantidade consumida pelas crianças e o valor nutricional dos alimentos oferecidos, analisou-se os nutrientes que possuem um papel fundamental no desenvolvimento de crianças de 5 a 7 anos. Toda a referência da pesquisa foi preconizada pelo PNAE que atende às escolas públicas municipais, às mantidas por entidades filantrópicas e às da rede estadual, quando expressamente delegadas pelas Secretarias Estaduais de Educação, repassando R$ 0,22 por aluno/dia, e tem como meta garantir no mínimo 15% das necessidades nutricionais dos alunos de creche, pré-escola e ensino fundamental. (FNDE, 2008). Considerando os resultados, pode-se afirmar que a monotonia a qual está vinculada a alimentação oferecida na Creche do Conselho Comunitário Brejarú está diretamente ligada ao repasse deficiente da merenda escolar e a falta de suporte nutricional do local. A merenda analisada apresentou, ainda, um grande déficit na oferta de nutrientes específicos e diretamente ligados ao desenvolvimento das crianças, como Ferro, cálcio, zinco e vitamina D, que ficaram muito abaixo do valor esperado, mesmo sendo a escala de 15% do valor diário recomendado. Em contra partida, analisou-se antropometricamente as crianças, afim de avaliar quais as possíveis repercussões quando ligados a ingestão diária de merenda escolar nos níveis energéticos apresentados, pois de acordo com Vitolo (2003), o diagnóstico do estado nutricional, considera-se com base nas adequações de peso à estatura, de estatura/idade e fatores dietéticos que precedem os exames laboratoriais para diagnóstico de deficiências nutricionais. Quadro 8: Classificação das crianças do Conselho Comunitário de Forquilhinhas CRIANÇA PESO IDADE PERCENTIL CLASSIFICAÇÃO (Kg) A/ Fem 17 6 anos e 2 3 - 15 meses Eutrofia B/ Masc 23,8 3 50 - 85 Eutrofia 5 anos e 11 15 - 50 Eutrofia 6 anos e meses C/ Masc 20,1 meses D/ Masc 23,8 6 anos 50 - 85 Eutrofia F/ Masc 21,1 4 anos e 5 85 - 97 Eutrofia meses G/Masc 22,2 4 anos e 11 85 - 97 Eutrofia meses H/ Masc 21,2 5 anos e 11 50 - 85 Eutrofia meses I/ Masc 19,8 5 anos 50 - 85 Eutrofia J/ Masc 20,7 5 anos e 7 50 - 85 Eutrofia meses K/ Masc 18,5 5 anos e 10 15 - 50 Eutrofia meses Fonte: VIRMOND, 2008 O quadro acima mostra que 100% das crianças estudadas apresentam peso elevado para a idade, estando dentro da normalidade. O diagnóstico Nutricional foi realizado com base nos ponto de corte de peso por idade para crianças menores de 10 anos, sobre o qual se utilizou os gráficos da WHO (World Health Organization, 2006). No levantamento de dados, a adequação de nutrientes também foi levada em consideração, após a análise dos inquéritos alimentares (APÊNDICE A) encaminhados aos pais. A proposta foi elaborada afim de avaliar os hábitos alimentares e os alimentos oferecidos as crianças em casa, pois, conforme Fisberg et al (2005), o desenvolvimento de ferramentas que permitem avaliar a ingestão alimentar de maneira fidedigna tem merecido destaque nas pesquisas dos profissionais da área da saúde e nutrição. Na análise feita aos questionários constatou-se os seguintes resultados: Dos questionários aplicados (57,14%) responderam que os filhos quando estão em casa fazem as seguintes refeições: café da manhã, almoço, lanche e jantar; (14,28%) responderam que seus filhos realizam café da manhã e jantar; (14,28%) realizam além das refeições outros lanches nos intervalos; e (14,28%) não oferecem jantar ou outro lanche para seus filhos a noite, como pode-se observar no gráfico abaixo. 60 50 40 30 20 10 0 Refeições dia Gráfico 1 – Refeições por dia Fonte: Virmond, 2008 Outro dado relatado foi que 100% das crianças alimentam-se em casa e na escola. Não tendo outros locais como opção. Este dado foi considerado, para analisar como estaria o suporte nutricional de complementação aos valores diários recomendados de nutrientes para a faixa etária. Na pesquisa com os pais, levou-se em consideração também os alimentos preferenciais das crianças e quais os mais consumidos. A análise teve como base a ingestão diária proposta pela pirâmide alimentar, já que os pais não quantificaram os alimentos listados, ficando a análise diretamente ligada aos grupos alimentares. Figura: 02 Pirâmide de alimentos para crianças de 2 a 6 anos Fonte: (NUTROCLÍNICA s.d.) Conforme propõe Elias (s.d.), as crianças devem se alimentar de acordo com: Grupo 1 cereais, massas, pães, raízes e tubérculos A base da pirâmide é composta de carboidratos. Para que a criança tenha a ingestão adequada de energia, é preciso que sua alimentação diária seja composta de seis porções de alimentos desse grupo. Grupo 2 legumes e vegetais folhosos A criança deve comer pelo menos três porções desses alimentos por dia. Sopas, pastéis ou tortas de legumes ajudam a aumentar o número de alimentos desse grupo no dia-dia da criança. Deve-se alternar o uso de legumes com vegetais folhosos. Por exemplo, um dia ofereça abobrinha e, no outro, couve, ora cozidos, ora crus. Grupo 3 frutas É conveniente que a criança coma três porções de frutas diferentes diariamente. Caso fruta in natura não sejam apreciadas, salada de frutas e sorvete caseiros são boas opções. Para estimular o consumo de frutas, deixar as frutas à vista, levar a criança ao supermercado e pedir a ela que ajude a escolher as frutas, fazer salada de frutas e colocar pequena porção de leite condensado, cremes ou sorvetes. Grupo 4 carnes, ovos, nozes e leguminosas A criança deve comer de duas a três porções desse grupo diariamente. Deve-se incluir um pedaço pequeno de carne no almoço e no jantar, que pode ser substituído por ovos, frango, peru ou peixe. E adicionar uma leguminosa ( feijão, soja, grão-de-bico, lentilha ou ervilha) no almoço ou no jantar. Grupo 5 leite, iogurte e queijo Dois a três copos diariamente (500 a 750 ml) são suficientes. Podem ser simplesmente bebidos ou usados em diversas preparações, como sopas, purês, sorvetes, gelatina. Grupo 6 Gorduras e açúcar Deve-se ter moderação com gorduras e açúcares. Recomenda-se 3 colheres (chá) de óleo vegetal em cada preparação e açúcar um dose diária de dois gramas por quilo de peso. Vitaminas e Minerais Além disso, temos as vitaminas e os minerais que são de extrema importância no complemento da alimentação. Veja abaixo as principais vitaminas e minerais, presentes nos alimentos e saiba qual o benefício que ela trás à saude de crianças. Vitamina A: Essa vitamina participa intensamente do crescimento e, além disso, aumenta a resistência contra doenças infecciosas. A criança de 4 a 6 anos necessita 500 microgramas de vitamina A ao dia. Encontra-se no leite integral, cenoura, abóbora, espinafre, vegetais verdes escuros, manga ou mamão ou laranja ou abacaxi ou tangerina; Vitamina C: É importante para regular o funcionamento do organismo, protegêlo de doenças infecciosas e melhora absorção de ferro. Até os 10 anos de idade para se atingir as recomendações é necessário a ingestão de ½ copo de suco de laranja ou um copo de suco de goiaba ou seis morangos ou suco de acerola; Cálcio: Importante para a formação dos ossos, para se atingir as recomendações de cálcio até os 10 anos é necessário a ingestão de três copos de leite ou iogurte (750ml). Outra opção é tomar dois copos de leite ou iogurte e incluir duas fatias de queijo; Ferro: O ferro previne a anemia, doença muito comum na infância. Até os 10 anos, a criança precisa de 10mg/dia de ferro: dois pedaços de carne e três colheres de sopa de leguminosas (feijão, lentilha ou ervilha) e ainda vegetais folhosos verdes, como o espinafre ou outra opção é o fígado de qualquer animal. Os alimentos enriquecidos com ferro como leite e cereais, podem ser boas opções. Para melhor absorção de ferro, consumir com as refeições alimentos ricos em vitamina C. De acordo ainda com a observação realizada, pode-se perceber que a alimentação oferecida às crianças tanto no âmbito escolar quanto em casa, parece responder ao proposto por Vitolo (2003), que indica dar intervalos de 2 a 3 horas entre a ingestão de qualquer alimento e o das principais refeições. A autora indica ainda que as crianças devem receber pequenas quantidades de alimentos devendo a dieta ser fracionadas; os lanches e guloseimas devem ser contabilizadas dentro das 6 refeições propostas; o leite e outros produtos lácteos não devem substituir as grandes refeições, dando sempre preferência à presença de frutas, verduras e legumes; as refeições devem ser servidas sem a presença de líquidos que devem ser oferecidos ao final da alimentação. Para contemplar todos os itens constantes em uma alimentação balanceada é necessário fazer um planejamento, da mesma forma de se propor um cardápio. Nesse contexto, é importante que o cardápio oferecido a criança tanto na escola quanto em casa, siga um planejamento adequado. Ao iniciar-se um trabalho para a elaboração de um cardápio, não é suficiente a simples escolha de pratos, pois são inúmeros os fatores que irão determinar quais os alimentos adequados. (TEICHMANN, 1987). Estes fatores estão diretamente ligados a quantidade e variedade dos alimentos oferecidos, garantindo um aporte nutricional que irá assegurar um crescimento saudável. Com base nisso, é importante que os pais e responsáveis fiquem atentos para conseguir atingir os hábitos alimentares saudáveis e oferecer bons exemplos as crianças, garantindo a complementação do aporte nutricional recomendado, pois os resultados da pesquisa mostram que as crianças que se alimentarem somente na Creche estarão diretamente ligadas ao risco nutricional. Como as crianças da educação infantil são tradicionalmente consideradas um público alvo de estratégias com foco na promoção da saúde, salientado-se, assim, a atribuição de educador do nutricionista, foi proposto algumas formas de interação, baseado-se nos temas estudados, através de atividades lúdicas ligadas a formação de hábitos alimentares saudáveis, na busca de amenizar os danos de uma alimentação deficiente e orientar para a procura de alimentos saudáveis. Com isso, buscou-se a intervenção através da educação nutricional através da ludicidade, pois como diz Maluf (2007), as atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis a vida. Possibilitar estes exercícios, é assegurar a sobrevivência de sonhos e promover a construção de conhecimentos vinculados ao prazer de viver e aprender de uma forma natural, divertida e agradável. Pensando nisso, é que foram realizadas no Conselho Comunitário, oficinas educativas de nutrição com as crianças. A primeira atividade foi a apresentação de jogos educativosas, com o objetivo de que elas identificassem os alimentos e expusessem ao grupo as suas preferências. Neste momento procurou-se explicitar sobre a importância destes alimentos e seu grande valor nutricional. Outra atividade realizada foi a confecção de uma máscara em formato de tomate a qual foi proposta em papel colchê e giz de cera para tratar do tema. No momento de confecção do material informativo (APENDICE C), foi realizado uma orientação sobre a importância de se alimentar de verduras e legumes, assim como o consumo do tomate, este momento deu-se com o auxílio da música “Tomatinho Vermelho”, (WAD, 2008), ensinada as crianças. Procurou-se repassar informações de fácil entendimento, seguindo uma linguagem apropriada para a idade. As máscaras confeccionadas pelos alunos, foram entregues para que pudessem ser exploradas por elas. Nos horários de intervalo, momento direcionado ao lazer, as crianças saiam para o pátio da creche, e este espaço de tempo muitas vezes foi utilizado para o desenvolvimento de brincadeiras com cunho nutricional, onde procurou-se incentivar o consumo de frutas legumes e verduras. Todo o trabalho de intervenção nutricional com as crianças foi realizado na busca de atingir os objetivos do estudo, contudo, no decorrer deste trabalho foi possível propor hábitos e práticas alimentares adequadas, além de avaliar as preferências alimentares e o estado nutricional das crianças da Creche do Conselho Comunitário do Brejaru. 4. Conclusões O desenvolvimento deste projeto se deu baseado no objetivo de avaliar o estado nutricional das crianças da Creche do Conselho Comunitário Jardim Eldorado, propondo hábitos e práticas alimentares adequadas, através de educação nutricional como forma de contribuir para o crescimento e desenvolvimento saudável. A primeira meta alcançada, foi o levantamento do estado nutricional das crianças, para conhecimento da realidade atual do local. Para aprofundar os conhecimentos a respeito do tema estudado, fez-se um levantamento bibliográfico juntamente com a avaliação dos alimentos oferecidos na merenda escolar. Com este trabalho desenvolvido na Creche, pode-se observar a urgente necessidade de implantação de educação nutricional, como uma das formas na formação de hábitos alimentares saudáveis. Juntamente com esta prática, deve haver um comprometimento e uma avaliação por parte da equipe de merendeiras, afim de variar a alimentação oferecida e aceitar novas receitas propostas. Toda a nutrição infantil é influenciada pelo meio em que a criança está inserida e, desta forma, é necessário que todo alimento oferecido á criança inserida na educação infantil deva ser da maneira mais saudável e divertida possível, lembrando que muitos alimentos oferecidos na Creche são industrializados. É preciso considerar, também, que nos primeiros anos de vida são estabelecidas as práticas alimentares que irão repercutir na vida adulta, demonstrando então toda a necessidade da inclusão nutricional correta para uma criança. Através de atividades lúdicas realizadas, foi possível visualizar os benefícios da recreação como alternativa educacional, proporcionando esta forma de ensino como um trabalho alternativo referente à alimentação. Estas atividades foram um trabalho paralelo que proporcionaram um momento em que se pode demonstrar o conhecimento adquirido em relação aos alimentos e nutrição, além de trocar informações com o público atendido. O contato com as crianças, proporcionou alegria, já que foi possível analisar a simplicidade com que encaram a vida, fazendo valer a pena todo o empenho dedicado ao trabalho durante a realização do Estágio. O ponto limitante da pesquisa, foi a quantidade de crianças autorizadas pelos familiares a participarem da pesquisa. A creche possui cerca de 100 alunos e somente 10% das crianças serviram como base para a coleta de dados. Pode-se concluir que o trabalho de pesquisa realizado, foi de grande valia para o público atingido, devendo ter continuidade pela verificação da grande importância sobre educação nutricional e formação de hábitos saudáveis, como auxílio no bem-estar físico e social, levando com certeza a formação de adultos mais saudáveis e com menos riscos a doenças referentes à má alimentação. Desta forma, é imprescindível a presença do profissional nutricionista nos âmbitos escolares, já que ele está diretamente ligado a alimentação, responsabilizandose pela boa alimentação das crianças, garantindo um cardápio variado de nutrientes essenciais para saúde, e desempenhando um papel fundamental na sociedade. 5. Referências ALTMAN, Mirian. O Brincar. Disponível em: <http://www.miriamaltman.psc.br/brincar.htm>. Acesso em: 20 abr. 2008. ANVISA. Resolução: RDC nº 40, de 8 de fevereiro de 2002. 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