Razões que justificam o Tratado Global do Comércio de Armas Factos e números relativos a nove casos estudados Lista dos 10 maiores exportadores de armas no mundo em valores de 2006: Países Estados-Unidos Grã-Bretanha Federação Russa Israel França Alemanha Itália Suécia Países-Baixos Espanha Valores em Dólares (EUA) 43,737m 8,657m 6,460m 4,870m 4,034m 1,462m 1,218m 1,418m 1.015m 1,061m Fonte: Amnistia Internacional/Transmars A ordem da lista foi baseada nos valores de exportação de 2005-2007, segundo relatórios oficiais de cada País na lista pela entrega de todos os equipamentos militares e serviços. Mais de 1.000 pessoas são mortas todos os dias pelas armas. 8 milhões de armas de pequeno porte e armas ligeiras são produzidas por ano. Entre 1/3 e 3/4 de todas as violações graves de Direitos Humanos relatados pela Amnistia Internacional envolve o uso de armas de pequeno ou armas ligeiras. 85 % dos assassinatos relatados pela Amnistia Internacional envolvem o uso de armas de pequeno porte e armas ligeiras. Cada ano, pelo menos um terço de milhão de pessoas são mortas com armas convencionais e muitas mais são feridas, abusadas e deslocadas à força e despojadas em resultado de conflitos armados. 118 Estados reconheceram através de declarações conjuntas públicas que a transferência de armas convencionais e armas de pequeno porte não devem ocorrer em casos onde existe um risco substancial de contribuírem para sérias violações de Direitos Humanos e violação do Direito Internacional Humanitário. Até à data apenas 40 Estados (incluindo os EUA e RU) criaram Leis e Regulamentações para o controlo do comércio e intermediação de armas - incluindo ou excluindo serviços financeiros e de transporte e provisões extraterritoriais. Em Dezembro de 2006, 153 Estados vota favoravelmente em prol de um Tratado de Comércio de Armas enquanto os Estados Unidos rejeitaram a proposta. Colômbia Pelo menos 1.400 civis foram mortos nos conflitos em 2007. De acordo com os dados alfandegários das Nações Unidas, Comtrade, a Colômbia importou equipamentos, no valor de mais de 40 milhões de dólares, sob a categoria “armamento militar” em 2006. Os principais fornecedores foram os Estados Unidos no valor de $26.436.462; África do Sul $10.228.363; Israel no valor de $88.711.630 e França no valor de $2.323.161 A Colômbia também importou grandes quantidades de outros tipos de armas. De acordo com os dados das Nações Unidas: sob a categoria de “revólveres e pistolas” um total de 1.5 milhões de dólares e sob a categoria de “armas não militares” um total de 4.1 milhões de dólares. O país de origem de algumas destas armas de pequeno porte e armas ligeiras confiscadas pelas autoridades colombianas entre 2005-06 aos paramilitares e grupos rebeldes incluem o Brasil, Bulgária, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e Venezuela. Myanmar A China tem sido o principal fornecedor de armas às forças do Myanmar, seguido da Índia, Sérvia, Rússia, Ucrânia e outros países. Fornecimento contínuo de armas ao Myanmar tem contribuído para agravamento da situação de Direitos Humanos já por si grave. A repressão dos civis e monges decorreu entre 25 e 29 de Setembro de 2007 pelas forças de segurança usando camiões militares, bastões, gás lacrimogéneo, balas de borracha, lança-granadas, espingardas, e munições de armas de pequeno porte. Desde 6 de Dezembro de 2007, 450 camiões chineses FAW chegaram à fronteira entre China e Myanmar em Juili e Jehong, fotografias posteriores mostraram que os camiões FAW foram utilizados na repressão Em 2006, a Sérvia reportou exportações no valor de 8.377.800.00 milhões de dólares em armamento para uso no Myanmar que compreendiam: “conjuntos de morteiros, aparelhos de integração e tanques”. Somália Apesar do embargo imposto pelas Nações Unidas em 1992, os abusos dos Direitos Humanos e as graves violações do Direito Internacional Humanitário foram cometidos por todas as partes envolvidas no conflito na Somália, que continuam a utilizar uma variedade de armas de pequeno porte, e um grande número de armas e munições convencionais. Cerca de 6.000 civis foram mortos em combates na capital Mogadíscio, e no sul e centro da Somália em 2007, e mais de 600.000 Civis Somalis foram deslocados internamente e à volta de Mogadíscio. Etiópia e Eritreia desempenharam um papel chave no fornecimento de armas as milícias somalis. O grupo de observadores das Nações Unidas relatou três entregas de armamento à União dos Tribunais Islâmicos nos finais de Julho de 2006 usando aviões IIIYUSHIN 76. Uma entrega foi feita por uma companhia da Eritreia. Informação: Etiópia tem importado armamento pesado tais como tanques e outros veículos armados da Rússia no valor de 12 milhões de dólares e da China por 3 milhões de dólares em 2006. No caso de 2005 o valor das importações foi de 3 milhões de dólares da Coreia do Norte e 1 milhão de dólares da República Checa. A Etiópia também importou armamento militar da China, no valor de 11.5 milhões de dólares em 2006 e 1.2 milhões de dólares de Israel em 2005. Por conseguinte, entre 2005 e 2006,a Etiópia adquiriu uma grande variedade de armas de pequeno porte, armas ligeiras e peças, a maior parte proveniente da Coreia do Norte, China e Rússia. Sudão e Chade Como resultado do ataque indiscriminado contra civis e a contínua violação dos Direitos Humanos em Darfur, particularmente pelas forças governamentais e pelos grupos paramilitares, cerca de 280.000 pessoas foram deslocadas durante 2007. O número estimado de mortos no Darfur situa-se nos 200.000 desde o início do conflito em 2003. A Amnistia Internacional tem recebido relatos recentes da entrada no Darfur de carregamentos de aviões militares e armas de pequeno porte. Em finais de Dezembro de 2007 e inícios de Janeiro 2008 aviões de carga Antonov 12 e Iiyushin 76 foram vistos em muitas ocasiões a voar para a capital do Darfur ocidental, El Geneina vindos de Cartum violando claramente o embargo as armas imposto pelas Nações Unidas. Em Janeiro de 2008, a Amnistia Internacional recebeu outro relatório em que dizia que as armas começaram a ser distribuídas para a milícia em El Geneina. Aviões de guerra sudaneses e alegadamente Fantans chineses também foram vistos a sobrevoar El Geneina. Apesar do embargo às armas pelas Nações Unidas a todas as partes do conflito, acordado em Março de 2005, os fornecimentos têm continuado. A Federação Russa e a República Popular da China têm sido só principais fornecedores das armas as forças armadas sudanesas, junto com o Irão e o Egipto prontos para o comércio. Iraque Após a invasão de 2003 para derrubar Saddam Hussein, existiriam cerca de 15 milhões de armas de pequeno porte e armas ligeiras circulando no seio de uma população de 25 milhões. O povo iraquiano está a sofrer graves violações e abusos de Direitos Humanos que tem aumentado devido a uma das maiores taxas de possessão de armas por pessoas no mundo. Desde a invasão o Iraque tem contratos com os Estados Unidos e parceiros para importação de pelo menos 1.000.00 de armas de infantaria e pistolas com munições. A contínua proliferação e ausência de regras no comércio de armas de pequeno porte e a falta de respeito Direito Internacional Humano, incluindo o treino das forças do estado, tem contribuído de uma forma significativa para a violência. Amnistia Internacional identificou 47 contratos realizados no âmbito di Departamentos de Defesa dos Estados Unidos entre 2003 a 2007 para o fornecimento de armas de pequeno porte, armas ligeiras e outros equipamentos para as forças da segurança iraquianas representando pelo menos 115 ordens de entrega para o Iraque num total de aproximadamente 217 milhões de dólares. O governo britânico forneceu diversos equipamentos militares e de segurança para os serviços de segurança iraquianos entre Novembro de 2004 e Abril de 2006, incluindo: 6.500 espingardas Ak-47, 11.966 pistolas 9mm, 2.009 armas de fogo ligeiras e médias, 438 lança granadas, 5.3 milhões cartucho de guerra de 7.62 mm, 25.058 coletes de protecção, e 79 jipes blindados. Apesar do fluxo e proliferação massiva das armas, os militares dos Estados Unidos e aliados têm afirmado que muitos dos fornecimento de armas envolvendo o apoio dos Estados Unidos continua por esclarecer e que muitos dos carregamentos têm sido desviados e aprendido por indivíduos, milícias e grupos armados que cometem graves violações de Direitos Humanos Falta de formação adequada às forças de segurança iraquianas, em conjunto com um pronto fornecimento de armas fazem parte da grave situação humanitária no Iraque Costa de Marfim Sérias violações de Direitos Humanos tais como a execução extra-judicial de dezenas de civis por parte das forças de segurança na sequência de uma manifestação não autorizada e dos ataques aéreos na região de Bouake que mataram civis e soldados franceses, conduziram ao embargo de armas à Costa de Marfim A maioria dos exportadores de armas para a Costa de Marfim em 2003-2004 incluíam a Bielorrússia (veículos blindados de origem russa), Bulgária (aviões de combate Mig-23, helicópteros de ataque Mi –24, e canhões 120mm), Roménia (helicópteros de ataque Puma) e a Ucrânia (veículos blindados) Amnistia Internacional obteve uma lista de compras de armas que a empresa togolesa, Darkwood, tencionava comprar para o governo da Costa do Marfim. A lista inclui 5.000 espingardas Ak-47, 200 armas de fogo ligeiras PKM, 200 lança-foguetes, 100 canhões 82mm, 2.000 cartuchos de guerra RPG-7, 2 aviões de combate Su-25, 2 aviões de carga Antonov-12, 6 veículos blindados BTR-80, 13 veículos blindados BRDM-2, 6 lança-foguetes BM-21, 5 milhões de cartuchos de guerras AK-47, e 7.000 mísseis projéctil Guatemala Os dados policiais indicam que um total de 5.781 pessoas foi mortas em 2007, 5.885 em 2006, 5.338 em 2005, e 4.346 em 2004. Estimativas indicam que na Guatemala são mortas aproximadamente 44 pessoas por 100.000 habitantes por ano. As condenações por homicídio são extremamente baixas. Existem 1.8 milhões de armas de fogo na Guatemala, 90 por cento não são registadas. (estimativa) Violência contra as mulheres tem uma taxa muito elevada na Guatemala: em 2007, pelo menos 590 mulheres forma assassinadas de acordo com a polícia e muitos dos corpos apresentavam sinais de abuso sexual e de outras formas de tortura. Um trabalho conduzido pelo Provedor para os Direitos Humanos mostra que em todos os casos de homicídios, 80 % de homens e 69 % de mulheres são assassinados com armas de fogo. Cinco dos principais exportadores de “pistolas e revólveres” para a Guatemala entre 2004-2006 são a República Checa, Coreia do Sul, Argentina, Eslováquia, e Alemanha. Guiné Em Janeiro e Fevereiro de 2007 em Conakry, as forças de segurança dispararam contra manifestantes, causando muitas mortes, incluindo crianças. Em Agosto de 2003, a companhia sul-africana, Alvis OMC, uma filial da companhia britânica Alvis e agora filial da companhia britânica BAE Systems, assinaram um contrato milionário para fornecer ao Ministério da Segurança Interna da República da Guiné: dez veículos blindados “Mamba Mk3” veículos 4x4 à prova de minas entregues de imediato pela África do Sul Fotografias e documentários feitos em Conakry nos dias 20 e 22 de Janeiro de 2007 mostram o uso pelas forças de segurança de veículos Mamba e outros pela cidade. Entregas de armas à Guiné durante 2003-2006 (à parte dos veículos blindados de África do Sul) incluem carregamentos vindos de França, Portugal, Senegal, Espanha e Turquia Uganda A tentativa do exército ugandês de combater a proliferação de armas de pequeno porte entre grupos pastorais tem-se caracterizado pelo uso excessivo de força. Algumas das munições recolhidas pelos pastores Turkana em Outubro de 2006, após um ataque na região ugandesa de Loteere feito por helicópteros da Força de Defesa Popular Ugandesa(UPDP) inclui rockets de 80mm S-8 russos e munições de canhão 23x115mm. Estas armas são produzidas em Novosibirsk, na Rússia em 1985 e são consistentes com aquelas usadas nos helicópteros de ataques russos MI-24 Hind pelo UPDF. Três helicópteros de ataque MI-24PN foram entregues pela companhia russa Rostvertol em 2004 ao Uganda.