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A Crise da República e as Guerras Civis
A
expansão Romana gerou uma série de problemas sociais
na cidade. A grande massa camponesa, convocada para o
serviço militar, perdera suas terras. Os chefes militares
ganharam prestígio por seu papel nas conquistas. Isso como foi
visto anteriormente fez com que surgissem generais dispostos a
planejar campanhas e dar início a guerras com o intuito de tirar
proveito político das vitórias e ganhar popularidade e poder. Porém
novos territórios foram sendo anexados. As pessoas que
enriqueciam com as guerras ficaram conhecidas como os “homens
novos”.
A velha ordem se desintegrava. O número de salteadores
aumentava e atacava vários pontos da República. Os soldados
afastados do exército por mutilações ou idade avançada ficavam
desamparados. Como não havia ajuda para os necessitados a crise
aumentou. A terra continuou excessivamente concentrada. A
tentativa de reforma social infelizmente não conseguiu resolver
esse problema. A crise aumentou. A República se esvaziou e, no
fim do século I a.C., foi proclamado o Império.
A Reforma dos Graco
Após a grande expansão romana, começou em Roma uma
série de agitações políticas que levaram à guerra civil e a graves
crises internas. No espaço de tempo que compreende os anos 133
e 123 a.C., aconteceram as “Revoltas dos Gracos”. Dois irmãos,
que foram eleitos para o cargo de tribunos da plebe, tentaram
promover algumas reformas.
Pequenos proprietários abandonavam as suas terras, depois
de sofrerem a concorrência dos latifúndios explorados por escravos.
Nas cidades, uma grande massa de cidadãos romanos (livres, mas
pobres) sofria graves penúrias econômicas, não conseguiam
emprego, pois a maioria das vagas era ocupada por escravos.
“As feras que vagam pelos bosques da Itália – disse num
discurso – têm suas tocas: os que lutam e morrem pela Itália só
participam do ar e da luz e mais nada; sem teto e sem casas,
andam errantes com seus filhos e mulheres. Os chefes, nas batalhas,
exortam os soldados a lutarem pelos seus altares e túmulos. É
falso: porque um grande número de romanos não tem altar, nem
pátria, nem túmulo dos seus maiores. Lutam e morrem pela riqueza
e pelo conforto alheios. Diz-se que são os senhores de toda a
terra, mas não possuem sequer um pedaço de chão”. (Plutarco,
Vida de Tibério Graco)
Dez anos após a morte de Tibério, seu irmão Caio Graco atingiu
o tribunato (123a.C.). Com programa semelhante ao do irmão, Caio
obteve o apoio das classes populares e dos “cavaleiros” (plebeus
enriquecidos); estes tinham atritos com a aristocracia, que lhes
negava certas aspirações políticas e econômicas. Caio obteve a
aprovação da lei “frumetária” (distribuição de trigo a preços baixos)
e de uma lei que criava colônias na Itália e nas províncias, com o
objetivo de diminuir as tensões sociais. Mas, quando tentou
conceder aos aliados itálicos o direito de cidadania, seu prestígio
popular decaiu. Em 121a.C., os aristocratas organizaram um tumulto
popular, durante o qual morreram Caio e 250 dos seus partidários.
Logo após, mais de 3 mil foram condenados à morte e decapitados.
Depois desse episódio, a vida política de Roma ficou muita
agitada. Surgiram dois grupos políticos que passaram à ofensiva:
O Partido Popular ou Democrático, formado por homens novos e
desempregados, que apoiavam a proposta de Reforma Agrária; e o
Partido Aristocrático ou Senatorial (“optimates”, os melhores),
conservador, oposto às reformas, composto por grandes
proprietários e claro apoiado pelo Senado. Diante da crise os
militares se tornaram cada vez mais populares enquanto o poder
do Senado ia aos poucos sendo reduzido.
Os Governos de Mário e Sila
Tibério Graco – de ilustre família patrícia – ao ser eleito tribuno
em 133 a.C., visava dar aos pobres de Roma acesso à posse da terra
e com essa medida combater a pobreza ao mesmo tempo em que
aumentava a produção e desconcentrava a propriedade. Desta
forma reabilitava o pequeno proprietário de terra que era a base do
recrutamento militar. Apresentou então o projeto de Lei Agrária
(Lex Agrária): o Estado tomaria as ager publicus, que os
latifundiários tinham ocupado sem autorização alguma, e as
distribuiria entre os pobres, em pequenos lotes. Quem tivesse mais
de 310 acres de terra deveria transferir o excedente para o Estado
para este promover a partilha. Tibério defendeu eloqüentemente,
nos comícios, o seu projeto.
Alarmada com o tom revolucionário de Tibério, a nobreza
opôs-se a ele por todos os meios. A lei agrária foi aprovada, mas a
oligarquia vingou-se mais tarde. Tibério candidatou-se à reeleição.
No dia do sufrágio, os nobres provocaram um tumulto popular e
assassinaram Tibério. Durante os anos seguintes, a oligarquia
abusou do poder e conseguiu, anular todos os efeitos da reforma
agrária.
Observe o trecho do discurso de Tibério Graco transcrito
abaixo:
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Alguns anos após a morte de Caio Graco, a Assembléia
Popular pressionou para que o líder do Partido Popular, o “homem
novo” Mário, fosse nomeado general e combatesse por Roma.
Em 107 a.C., Mário – cidadão de origem humilde – foi eleito
cônsul e designado para a campanha militar contra a Numídia. Mário
organizou um exército formado por proletários e obteve uma série
de vitórias. Anos mais tarde, apoiado pelas classes populares e
pelos soldados proletários, tornou-se o chefe de Roma. Em seu
governo realizou reformas que favoreceram a classe popular; como
pagar salários aos soldados, provocando a entrada de um grande
número de pobres no exército. Os soldados ao fim do serviço militar
recebiam terras.Participar do exército passou a ser uma profissão.
Diminuiu os privilégios da aristocracia. Nesse momento, o partido
popular adquiriu um caráter abertamente revolucionário.
De 91a.C. a 88 a.C. travou-se a chamada “guerra social” –
Roma conta os itálicos – na qual se destacou Sila, ardente partidário
da aristocracia senatorial. Novas tentativas do partido popular,
apoiada por Mário, foram esmagadas por Sila. Apesar de
numericamente superiores, os membros do Partido Popular foram
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A Crise da República e as Guerras Civis
derrotados e muitos adeptos foram
mortos. Mário e os sobreviventes
foram exilados na África. Sila se tornou
ditador (83 a. C-79 a. C) e realizou
enérgica reforma política. Deu ao
Senado enormes poderes: aboliu as leis
de Caio Graco; tirou à Assembléia e
aos tribunos quase toda autoridade.
Conseguiu abafar, desta forma, a
agitação revolucionária.
Contudo as revoltas não
Cabeça de Sila
cessaram. Ocorreram novas revoltas
populares e, além disso, tivemos na região da Campânia (73-71
a.C.), uma das maiores revoltas de escravos da história romana
liderados por Espártaco, um gladiador da Trácia que já havia militado
no exército romano. Em trono dele reuniram-se cerca de 120 mil
homens, cujo principal objetivo era obter melhores condições de
vida e privilégios destinados apenas aos homens livres além de
deixar a Itália e regressar às suas regiões de origem. Para Rubim
Aquino, “mesmo nas grandes rebeliões de escravos, os revoltados
não possuíam uma nítida consciência de classe: pretendiam adquirir
a liberdade individual, e não a supressão da ordem escravista”.
Primeiro Triunvirato
Sila morreu em 78 a.C. O partido popular renasceu
imediatamente e dispôs-se a lutar pela reconquista dos antigos
direitos. O general Pompeu e o riquíssimo Crasso, antigo oficiais
de Sila, puseram-se à frente dessas reivindicações. Apoiados pelo
partido popular, forma eleitos cônsules no ano 70 a.C. Em pouco
tempo desfizeram o poderio da oligarquia senatorial. Enquanto isso,
um jovem político – Júlio César – destacava-se pelo seu poder
oratório e de 58 a.C. a 51 a.C., conquistou a Gália. No ano 60,
Pompeu, Crasso e César formaram o primeiro triunvirato (três no
poder).
Uma vez reunidos o prestígio popular de César, a base militar
de Pompeu e o poderio financeiro de Crasso, a aliança logo
apresentou excelentes resultados. Cada um passou a administrar
uma parte do grande domínio romano: Pompeu ficou com Roma,
Crasso foi para o Oriente e César ficou com o governo das Gálias.
Embora houvesse coincidência de interesses no acordo dos
triúnviros, sempre reinou a desconfiança entre eles, fato que dava
a união um caráter precário. Além disso, não havia qualquer
reconhecimento oficial ao Triunvirato, que contava com a oposição
dos principais representantes da oligarquia senatorial.
Crasso morreu numa campanha no Oriente. Júlio César,
ambicioso e já com grande popularidade em Roma, ganhou a
desconfiança do Senado romano, que passou a apoiar Pompeu.
Mas César marchou sobre Roma e dominou as tropas de Pompeu,
que fugiu para o Egito, onde foi assassinado.
A Ditadura de César
Derrotadas as últimas tropas de Pompeu, tornou-se Caio Júlio
César o chefe supremo do mundo romano. Em 46 (depois da batalha
de Tapso) foi nomeado ditador por 10 anos e depois recebeu o
título de ditador perpétuo. Além disso, fez com que lhes fossem
atribuídos alguns dos mais importantes cargos políticos: cônsul,
tribuno, censor e sumo pontífice. Embora sem ostentar o título, foi
um verdadeiro imperador. Assim concentrou em suas mãos poderes
para realizar o seu programa de reformas.
César queria corrigir os males mais graves do regime. Desejava
construir uma grande nação. E foi ele, realmente, quem lançou os
alicerces do vasto Império Romano. Tudo isso, é bom destacar, foi
realizado em curto prazo, com extraordinária rapidez. Seu governo
efetivo em Roma foi muito breve: um ano apenas.
César não suprimiu a assembléia, nem as magistraturas
republicanas. Respeitou as formas aparentes do governo romano.
Na realidade, porém, implantou uma autêntica monarquia,
concentrando em suas mãos toda a autoridade. Todavia, não se
arrogou o título de rei, pelo qual os romanos tinham profunda e
tradicional aversão. E quando Marco Antônio, um dos seus
auxiliares, ofereceu-lhe publicamente a coroa, César rejeitou-a.
Reformas de César:
ΠDistribuiu trigo e dinheiro aos soldados, mas combateu o
parasitismo. Investigou as irregularidades na distribuição dos
celeiros públicos e reduziu o número de recebedores para menos
de 50%. Os que viviam às custas do Estado, passaram de 300.000
para 150.000;
• Concedeu a cidadania romana a muitos habitantes de
províncias cargos importantes, em Roma;
Ž Reduziu o Senado a conselho consultivo, aumentou-lhe o
número para 900, e fez com que muitos habitantes das províncias
fossem eleitos senadores;
• Reprimiu os abusos dos publicanos (cobradores de
impostos), que tanto desprestigiavam a dominação romana;
• Obrigou todos os latifundiários da Itália a empregarem,
entre os seus trabalhadores, pelo menos 1/3 de homens livres. Isto
significou mais trabalho para os desempregados – e uma prudente
reação contra o incessante incremento da escravidão;
‘ Distribuiu terras aos plebeus, inclusive aos seus soldados
veteranos desengajados;
’ Empreendeu grandes obras públicas (oferecendo, assim,
A divisão das províncias romanas entre César, Pompeu e Crasso.
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A Crise da República e as Guerras Civis
trabalho aos desempregados);
“ Fundou colônias agrícolas, nas quais procurou introduzir,
quanto possível, o progresso e os espairecimentos existentes em
Roma: termas, piscinas, redes de esgotos, etc. Assim prosperaram,
longe de Roma, centenas de povoações, que se tornaram centros de
difusão de cultura e foram, ao mesmo tempo, vanguardas militares
que reforçavam a segurança do Império.
Com essas reformas, César contrariou os interesses da nobreza
senatorial, dos cavaleiros enriquecidos pela inescrupulosa cobrança
de impostos e até de alguns líderes populares. Seus opositores
uniram-se em uma conspiração chefiada por Marco Júnio Bruto e
Caio Cássio, terminando por assassinar César em 44 a.C.
Segundo Triunvirato
Com a morte de César, ocorreu uma grande revolta popular,
acontecimento político que foi muito explorado por Marco Antonio,
um dos fortes generais de Júlio César, que juntamente com Lépido
e Otávio, organizou o II Triunvirato. Isso após promoverem a
eliminação dos opositores de Júlio César. Marco Antônio tornouse senhor do Egito e do Oriente, Lépido foi para o norte da África
e Otávio tornou-se senhor do Ocidente (Europa, incluindo a Itália).
Ocorreu uma luta aberta entre os triúnviros, Lépido foi forçado
a abandonar a vida política e os dois outros entraram em choque.
Marco Antônio, apaixonado por Cleópatra (rainha do Egito) fez um
testamento que a incluía como herdeira de territórios romanos.
O Senado romano autorizou Otávio a declarar guerra a Marco
Antônio e Cleópatra. Na batalha naval de Actium (Ácio), Otávio
venceu as frotas de Antônio e Cleópatra, tornando-se o chefe
supremo do Estado Romano. Terminava a República romana , tinha
início o Império.
A divisão das províncias romanas entre Antônio, Otávio e Lépido.
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