A Cultura Anapolina (Música e Literatura)

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ISSN 2179-5212
A Cultura Anapolina (Música e Literatura)
Paulo Nunes Batista1
Acervo da ULA
Membros da ULA no lançamento do CD Versos e Canções (2004)
O
Professor e poeta Polonial incumbiu-me de escrever, em menos de duas
laudas, sobre a cultura anapolina, especialmente nas áreas de música e literatura. Ciente de nossas limitações, nós aceitamos a incumbência, esperando
contar com a complacência dos que nos lerem. Para melhor conhecimento do
assunto, é indispensável recorrer a livros como: “História de Anápolis”, de
Humberto Crispim Borges; “Anápolis, sua vida, seu povo”, de Haydée Jayme
Ferreira; “Letras Anapolinas” e “Jornalistas, poetas e escritores de Anápolis”, de Mário Ribeiro Martins; “Anápolis em tempo de poesia” (antologia),
originada do 1º Concurso de Poesias Modernas, de cuja Comissão Julgadora
fizeram parte Ursulino Leão, Maria Ivone Corrêa Dias e o autor destas linhas,
e, “Anápolis em tempo de música”, de auto- ria também nossa e de Jarbas de
Oliveira, com a colaboração, na parte de fotografias e das partituras musicais, da
cantora Adriana Moreno. Ainda os apontamentos de João Luiz de Oliveira são
valiosos, para uma melhor compreensão do passado musical da cidade.
Na música, englobando maestros, compositores, instrumentistas, cantores
e cantoras, há nomes dignos de destaque. Mesmo arriscando-me a insatisfazer
alguém, vamos a eles: Maestros: Antônio Branco, Ditinho, Fernando, Livino Alcântara e Sisenando, entre outros. Compositores: Bebeto da Manola, Bené Silva, Bicinha, Bil do Cavaco, “Dr” do Pandeiro, Fernando Bacada, Hermogênia
Eleutério, João Miranda, Sisenando Jayme, Loirinho, Nane Costa, Narceu de
Almeida, Nico do Violão, Nuna, Odilon, Otacílio Ferreira, Prof. Marinho, Saulino, Sinhozinho, Zé Benedito e Zé Borges, sem falar de outros nomes, dig- nos
de nota. Instrumentistas: Didi, Dito Sanfoneiro, Divino Rodovalho, Fernandinho do Pandeiro, Frazão, Herozé, Jarbinha, Jandi Batista, João Almeida, João
Pipoca, Joaquim Duro, Levi Tabaqueiro, Loester, Mané do Tacho, Mão de Seda,
Nego da Gaita, Nego Suave, Negrinho Alfaiate, Orcalino, Pedruca, Petróleo,
Plínio do Cavaco, Poderoso, Prof. Aparecido, Prof. Bocomino, Quin da Clarineta, Sampaio, Seu Moço, Sidonal, Silva do Banco, Silvio Alemi, Tião do Cavaco, Vicente Cassi- miro, Zé Rebeca, Edgar da Clarineta, Zezinho do Violão,
Dona Djanira, Reinaldo Reis e vários outros, que aí estão batendo, dedilhando
Curiosidades
1.Você sabia que entre as décadas de vinte
e quarenta, Anápolis teve pelo menos sete
grupos de Jazz (o Jazz Furupa, o Jazz Club,
Jazz Orlando Motta, O Botafogo Jazz,
Americano Jazz, o Jazz do Jandy e o Jazz
Band) e seis bandas musicais (a Banda
Municipal de 1926, a Banda Municipal de
1928, a Orquestra do Grupo X, a Banda
de Música de 1932 do maestro Antônio
Branco, a Banda de Música União Infantil
e a Filarmônica Municipal Joaquim de
Ascenção Ferreira, sob a regência de Max
Melazzo)? Ainda na música, podemos
registrar uma grande quantidade de
maestros, compositores musicais, cantoras
e cantores que construíram uma cultura rica
em Anápolis e que precisa ser resgatada.
2. No auge do cinema anapolino entre as
décadas de sessenta e setenta, as sessões
eram lotadas. Em alguns finais de semana,
as quatro grandes salas chegavam a ter um
público de até 20 mil pessoas, movimentando
as tardes e as noites anapolinas, formando
uma cultura local. Era o momento em que
rapazes emoças se conheciam, namoravam,
chegando até ao casamento. A queda do
cinema matou a noite na região central da
cidade. São essas algumas das memórias
do médico Ivan Roriz, hoje com 80 anos de
idade e um dos proprietários dos cinemas
da época, falando pesaroso desse declínio,
pois o cinema era um bem cultural e uma
forma de conhecimento, já que os filmes
contavam histórias, provocavam debates
sobre temas polêmicos, socializavam as
pessoas, dando vida noturna à cidade. Em
entrevista ele afirma que “tinha restaurante
que funcionava a noite toda”. Você sabia
disso?
Indicação de leitura
O livro Anápolis em Tempo de Música,
escrito por Jarbas de Oliveira e Paulo
Nunes Batista, foi publicado em 1993 em
projeto idealizado e produzido por Adriana
Moreno. O livro faz um balanço da História
da Música em Anápolis, desde a formação
do Arraial, no século XIX, até a década de
sessenta do século XX
Naquele tempo
26.07.1924 - A Lei nº 175 isenta o Cine Bruno, o primeiro de Anápolis, do pagamento de impostos;
1926 - O Intendente municipal instituiu a primeira banda de música da cidade;
1929 - Inaugurado o Cinema Goianás;
15.10.1956 - Pela Lei nº 129, foi criada a Escola de Música de Anápolis;
17.06.1961 - Criada a Banda Lira de Prata de Santana;
14.07.1979 - Realizada a I Mostra de Teatro de Anápolis.
24.06.2000 - Fundada a União Literária Anapolina(ULA), tendo como primeiro
presidente o escritor Jarbas de Oliveira.
Acervo do Museu Histórico de Anápolis
Paulo Nunes Batista - Escritor Paraibano Radicado em Anápolis
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ou soprando instrumentos sonoros. Cantores: Cristóvão, Henrique Moneró, Hermes Rubens, Irene Santos, Nildes Fonseca,
Ronaldo Jaime, Talvanny, Tedy Jones, Zé Boa Noite, Campeão,
Américo Caetano, Jerominho, Eraldo e Adriana Moreno, além
de diversos outros e outras. Muitos desses músicos morreram.
Quanto à literatura, na verdade, vem se arrastando a passo
de tartaruga, em Anápolis. Quais os poetas e trovadores de valor, nesses quase cem anos de cidade? Talvez Arlindo Costa,
no passado. Com certeza, Ursulino Leão, Paulo Rosa, Italino
Peruffo, Iron Junqueira, Bernardo Rodrigues, Moacyr Salles, Paulo Jaime, Zalmino Zimmermann, Jarbas de Oliveira,
Haydée Jayme e poucos mais. Alguns brilharam depois de mudar para Goiânia. Alcimar Fernandes Pereira, Eugenio San-
tana, Adahyl de Amorim, Antonio de Deus, Aprygio Nogueira,
Ercília Macedo, Humberto Crispim Borges, Jarbas de Oliveira, João e José Asmar, Maura Helena, José Xavier de Almeida,
Mário Ribeiro Martins, Olímpio Ferreira e Waldomiro Bitencourt, valem ser mencionados.
Há outros nomes, mas seria estender muito estas ligeiras
considerações sobre a cultura anapolina.
Existiu a Academia Anapolina de Letras e Artes, que morreu de desprezo. Existe agora a União Literária Anapolina
(ULA), dirigida por Dª Loló e Natalina Fernandes, que estão aí,
fazendo o que podem.
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