XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável EPE0528 ECO-EDIFÍCIO VOLTADO PARA ABRIGO DE VITIMAS DE CATÁSTROFES AMBIENTAIS ANDRÉA CAMARA RODRIGUES [email protected] ARQUITETURA E URBANISMO INTEGRAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) REINALDO JOSE GERASI CABRAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ RESUMO Hoje, cerca de 84% da população brasileira vive nas cidades, segundo o censo de 2010. Historicamente o processo de urbanização no Brasil começou a dar sinais de avanço no inicio do século passado, sobretudo a partir da década de 50, com as novas políticas que incentivavam a modernização e industrialização dos centros urbanos. O resultado foi um crescimento populacional urbano maior do que as próprias cidades poderiam suportar, desencadeando problemas de ordem econômica, social e ambiental. A falha no cumprimento das leis que normatizam o planejamento urbano, como plano diretor, produziram cidades cada vez mais inchadas, com baixa infraestrutura, habitação em áreas inadequadas e negligencia na proteção dos recursos ambientais. Tais problemas só aumentam a vulnerabilidade da população mediante aos efeitos gerados pelas catástrofes ambientais, que se intensificaram nas últimas décadas em decorrência das mudanças climáticas. Frequentemente, as mídias nos trazem os fatos pertinentes dessas mudanças. No Brasil, devido ao clima tropical, a população sofre todos os anos com as chuvas intensas seguidas de inundações, enchentes e deslizamentos como visto no município de São Luiz do Paraitinga, há dois anos (Janeiro de 2010). Ocorreu que após alguns dias de chuva o rio subiu cerca de 9m, cobrindo completamente a área urbana no município desalojando quase toda população. Situações como essas poderiam ser evitadas com o cumprimento da Lei Federal n.º 6.766/79 que regulamenta o parcelamento do solo. A vulnerabilidade das cidades brasileiras obrigam as pessoas que vivem em áreas de risco a recorrer a abrigos emergências, após um evento como uma forte chuva. Na maioria dos casos esses abrigos são organizados de maneira improvisada em escolas, quadras esportivas e igrejas, amontoando pessoas e oferecendo o mínimo de dignidade a esses indivíduos. Dessa forma é proposto um novo modelo de abrigo emergencial, reformulando os conceitos empregados frequentemente, visando essencialmente à segurança e a preservação da dignidade das vitimas. Uma situação de emergência, inevitavelmente, promove desespero, conflitos e traumas aos indivíduos afetados, exigindo dessa forma, que os abrigos forneçam também condições necessárias para amenizar tais problemas. O modelo consiste em um projeto piloto implantado na cidade de São Luiz do Paraitinga, com capacidade para quinhentas pessoas, sendo este um edifício multifuncional voltado para esportes, eventos, cultura e educação, entretanto apto a acolher pessoas afetadas por desastres ambientais no município e áreas vizinhas quando necessário. Para garantir a segurança das vitimas foi essencial escolher uma área livre dos riscos que as inundações do Rio Paraitinga trazem ao município, onde o Relatório de Vistoria Técnica realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnologias - IPT, realizado após o incidente, foi usado como base para o entendimento da topografia da região. Entretanto era essencial que além de segurança essa área tivesse fácil acesso e fornecesse a infraestrutura básica necessária, dentre elas fonte de água potável e saneamento básico. A área escolhida está próxima à malha urbana do município, com acesso pela Rodovia Oswaldo Cruz, reunindo condições necessárias ao projeto. O edifício possui aproximadamente 4.000m² de área construída. Sua tipologia construtiva consiste em uma grande cobertura de até 24m de altura feita de estrutura metálica com revestimento de painéis de polli-brick. Esses painéis provêm de uma tecnologia nova no mercado construtivo que visa conceitos de sustentabilidade através da utilização de pets como matéria prima. Essa cobertura fornece áreas livres para acomodar os diferentes usos além dos módulos de 16m² necessários para a instalação de até quatro pessoas em caso de situação de emergência. Embora o modelo piloto de abrigo emergencial seja uma solução provisória para o problema das áreas de ricos nos centros urbanos, ele se mostra uma solução imediata de grande utilidade para assegurar vidas humanas.