A IMPORTÂNCIA DOS PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES NA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO NEONATAL (UTIN). Anialcy Barbosa Faria1, Ana Carolina Oliveira Santos2, s2. RESUMO As infecções hospitalares em recém-nascidos constituem um sério problema em UTIN. O objetivo do estudo é identificar os fatores de risco pelo não uso dos procedimentos adequados de enfermagem; incentivar a educação permanente dos profissionais de saúde e descrever os procedimentos que minimizam a propagação da infecção hospitalar. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica em consulta à base de dados LILACS e BDENF, acessado pela BIREME e consulta direta das obras na íntegra na biblioteca da Escola de Enfermagem Ana Nery e UNIPLI, situadas no Estado do Rio de Janeiro. Observa-se que existe uma grande dicotomia entre o que é preconizado e o que é realizado. Conclui-se que é de suma importância o comprometimento dos profissionais de saúde através da educação permanente e da adesão das normas de rotinas preconizadas, proporcionando uma assistência adequada e qualificada aos RN. Descritores: Infecção em UTI Neonatal, Procedimentos, Prevenção Descritores: Infecção em UTI Neonatal, Procedimentos, Prevenção. ----------------------------------------------------------------------------------------------------1- Doutora em Enfermagem em Emergência, Professora e Orientadora da disciplina TCC da UNIPLI. 2-Graduandos de Enfermagem da Unipli. ABSTRACT: The importance of procedures for the prevention of nursing unit for treatment infections in neonatal intensive (UTIN). The hospital infections in newborns is a grave problem in UTIN. The aim is to identify the risk factors for non use of procedures for nursing properly, encourage continuing education and describe the procedures that minimize the spread of infection in the hospital. The literature search was conducted in consultation with the database LILACS and BDENF, accessed by BIREME and direct consultation of the works in full in the library of the School of Nursing Anna Nery and UNIPLI, located in the state of Rio de Janeiro. It was observed that there is a great dichotomy between what is recommended and what is done. In conclusion it is crucially important the commitment of health professionals through continuing education and adherence of standards and recommended practices provided adequate assistance and qualified for this to be as fragile and defenceless that is central to the care of nurses the newborns. Keywords: Infections in UTI Neonatal, Procedures, Prevention. 1. INTRODUÇÃO 1.1. O problema de pesquisa. As infecções hospitalares em recém-nascidos constituem um sério problema em UTIN, pois a sua incidência varia conforme o nível de assistência dos profissionais envolvidos nos cuidados técnicos desses pacientes. A alta incidência de infecção em recém-nascidos incluem a imaturidade do sistema imunológico, hospitalização prolongada e o uso de processos invasivos, como ventilação mecânica e acesso venoso para o suporte do paciente na UTIN, sendo que a dificuldade na adesão dos profissionais de saúde em relação aos procedimentos de enfermagem também influenciam a incidência dos processos infecciosos. Tendo em vista o exposto, surgiu o interesse em conhecer de perto essas dificuldades a partir da elucidação do seguinte problema: qual a importância dos procedimentos de enfermagem na prevenção de infecções na UTIN? a abordagem propicia, a discussão relacionada à infecção hospitalar que se entende como qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação, ou mesmo após a alta. A maioria das infecções hospitalares é provocada por bactérias de baixa virulência, que constituem a microflora humana. Destaca-se que essas bactérias infectam o hospedeiro apenas na ocorrência de uma depressão significativa de seus mecanismos de defesa local ou sistêmica, causada pela doença básica ou pela agressão, diagnóstico e terapêutica1. O controle das infecções hospitalares nos dias atuais é considerado um importante indicador, para que um serviço em uma instituição seja considerado de qualidade. A prática desse controle representa, no entanto, um desafio para toda equipe de saúde, especialmente nos cenários de cuidados aos pacientes de maior complexidade e/ou submetidos a terapias invasivas e agressoras como a hemodiálise, o centro cirúrgico e as terapias intensivas2. As UTIN caracterizam-se por concentrarem pacientes com necessidades de cuidados freqüentes, monitorização, muitas vezes invasivos, dos sistemas fisiológicos vitais e que demandam utilização de suporte avançado de vida com todo o aparato tecnológico que a saúde tem propiciado. Se por um lado, atualmente proporcionamos a sobrevivência, temos nestas unidades todos os ingredientes predisponentes à aquisição de infecções hospitalares3. A importância da vigilância e do adequado controle de infecção em terapia intensiva extrapolam o contexto físico destas unidades, devido à longa permanência na mesma dos pacientes egressos de UTIN, muitas das vezes, infectados ou duramente colonizados por germes multirresistentes, funcionando como reservatório de patógenos problemáticos, caso não se instituam as devidas medidas de isolamento3. Desse modo, a profilaxia envolve a prevenção da ocorrência de doenças, por meio da utilização de medidas protetoras em contraste com o termo prevenção. Portanto, profilaxia denota intervenção ativa, de modo que é preferível educar os profissionais para evitar a infecção hospitalar.4 Dessa forma, em que as infecções são responsáveis por um índice bem significante de mortalidade e morbidade dos recém-nascidos. Os fatores contribuintes são: uma deficiência no sistema imunológico, associado com procedimentos invasivos que são feitos na UTIN. Desse modo, o objeto da nossa pesquisa consiste nos procedimentos para prevenir as infecções na UTIN, tendo como foco a atuação da equipe de enfermagem. Nos recém-nascidos os sinais e sintomas de infecção são sutis e rápidos, sendo bem importante uma equipe treinada e atenta a estas mudanças que prenunciam a infecção. A prevenção e controle das infecções, em uma UTIN, dependerão de ações conjuntas entre todas as equipes profissionais, para que resultados favoráveis sejam obtidos2. A equipe de enfermagem responde por grande parte dos mecanismos de prevenção, seja em atividades administrativas quando supervisiona e faz treinamento de pessoal, seja nos cuidados prestados aos recém-nascidos. Verifica-se, então, que para a prevenção da infecção hospitalar na UTIN, alguns cuidados devem ser notados quanto ao ambiente do pessoal para manutenção de equipamentos e o recém nascido5. Por oportuno, destaca-se que o cuidado de enfermagem, em relação ao RN deve ser individualizado, atendendo às necessidades específicas deles, que receberão cuidados humanos e tecnológicos. Hoje, o enfermeiro graduado se volta o estudo e à pesquisa, procura de medidas que combatem a infecção na UTIN. Validar, testar diagnósticos e condutas de enfermagem, na busca da qualidade da assistência prestada6; e no aprimoramento do serviço de enfermagem, promovendo a educação permanente da equipe que está sob sua liderança. Treinar a equipe de enfermagem em procedimentos técnicos, com o fim de prevenir infecções, é orientá-la para obtenção de uma única meta: o cuidar, que deve ser direcionado, individual e integral. O assunto possui grande relevância no contexto atual, pois clara é a importância da intervenção da enfermagem na promoção, prevenção das infecções e avaliação detalhada dos pacientes e condutas com finalidade de recuperação. 1.2. Justificativa. Nos bancos acadêmicos, enfoca-se que o profissional enfermeiro esteve e sempre estará presente em todas as comissões de controle de infecção hospitalar. Também o enfermeiro é o responsável pela maior equipe de profissionais que atua na UTIN, que representa no mínimo 50% dos profissionais presentes no âmbito hospitalar. Desta forma, o controle e prevenção da infecção hospitalar estão ligados diretamente à equipe de enfermagem Partindo dessas orientações, deparou-se, no estágio profissional, com uma situação que revela uma incidência de pacientes acometidos por infecções. Dai surgiu o interesse pelo estudo. 1.3. Objetivos. - Identificar os fatores de risco pelo não uso dos procedimentos de enfermagem e, consequentemente, a veiculação de processos de infecção hospitalar nas UTIN; - Incentivar a Educação Permanente como meio de controle das infecções em UTIN; - Descrever os procedimentos que minimizam a propagação da infecção hospitalar na UTIN; - Contribuir para a discussão sobre a relevância das ações de promoção e prevenção a infecções em UTIN, implementadas pelo enfermeiro, abordando a linha de pesquisa profissional/acadêmica. METODOLOGIA DO ESTUDO Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa em que o elemento chave e a fonte principal são o ambiente natural em que a interpretação, e a atribuição desses elementos são significativos7. Este estudo também se caracteriza como descritivo, pois se objetiva a descrição das características de certa população ou fenômeno estabelecendo relações variáveis entre os fatores envolvidos no estudo7. Esse levantamento bibliográfico realizou-se no período dos últimos quatorze anos entre 1994 e 2008, por isso, esse estudo pretende descrever “com exatidão” os fatos e fenômenos de determinada realidade. Podemos afirmar que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente, por livros e artigos científicos, além de textos divulgados por meios magnéticos e eletrônicos, procurando explicar um problema, a partir de referenciais teóricos publicados, tendo a intenção de recolher os conhecimentos acerca do tema, constituindo-se no processo básico para os estudos monográficos7, 8. A pesquisa bibliográfica foi realizada em consulta à base de dados LILACS e BDENF, acessado pela BIREME. Foram utilizando como descritores: Infecção em UTI Neonatal, Procedimentos, Prevenção, onde obtivemos 560 trabalhos científicos. Realizamos a consulta direta das obras na íntegra, na biblioteca da Escola de Enfermagem Ana Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ e UNIPLI, situadas nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Ao selecionar a bibliografia potencial, pela leitura dos resumos na íntegra, após refinamento dos descritores, descartaram-se os artigos científicos que não responderam ao problema abordado na pesquisa; por conseguinte, realizamos a pré-leitura de todo o material, com a consequentemente a leitura seletiva9, A partir dos artigos coletados para originar este estudo foi possível alguns resultados importantes quanto aos objetivos da pesquisa. Foram selecionados 30 artigos. sendo 17 artigos de revisões bibliográficas,10 livros, 02 dissertações e 01monografia. Entretando, foram identificadas algumas categorias que embazaram a análise e consequentemente a discussão dos resultados. 2. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 3.1. A Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal: Fatores de Risco que Propiciam a Propagação das Infecções. A UTIN é um ambiente hospitalar onde são realizados técnicas e procedimentos de última geração, ricos em tecnologia. Os neonatos convivem com inúmeras terapias que são estressantes, agressivas e dolorosas, provenientes dos avanços tecnológicos da assistência, interferindo no equilíbrio fisiológico e emocional, com reflexos negativos diretos nos cuidados. Ela possui respiradores, incubadoras e todos os equipamentos médicos necessários para atender pacientes recém-nascidos prematuros, recém-nascidos que apresentam problemas congênitos ou de pós-parto, que irão propiciar condições para que se enfrentem os distúrbios que colocam em risco a vida dos bebês de alto risco. A Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal é composta por profissionais multidisciplinares, como médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, dentre outros e como em toda organização, sua eficácia depende que esses profissionais se comuniquem, colaborem, e estejam flexíveis à mudanças, proporcionando desta maneira, um atendimento de qualidade ao paciente. Sendo assim, o enfermeiro é responsável por assegurar o cumprimento das regras e dos procedimentos, para que seja ministrado um tratamento de qualidade. Logo, as regras devem cobrir minimamente a admissão à unidade, práticas gerais de segurança, protocolos de emergência, visita de parentes e irmãos, controle de infecção, administração de medicamentos, e práticas de tratamentos de rotina na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal10. É necessária também, a criação de um espaço físico ideal para o recém-nascido e a manutenção da tecnologia, ou seja, os produtos e equipamentos constantemente se modificam para atender aos avanços biomédicos. A permanência em uma UTIN propicia ao bebê em um ambiente inóspito e frio, assim procedimentos clínicos invasivos e dolorosos são constantes nessa rotina, inclusive: estresse, dor, ruídos e luz intensa contínua, que podem propiciar o surgimento de infecções. Desse modo, há precauções e padrões de práticas que buscam a prevenção e a redução de infecções neonatais na UTIN, que serão abordados ao longo desse estudo10. O espaço entre os leitos é um detalhe importante, pois precisa haver uma distância razoável entre as incubadoras/berços aquecidos, não somente para facilitar a circulação dos profissionais, bem como o acesso dos mesmos ao leito de cada paciente para a realização de procedimentos e cuidados e principalmente a evolução do processo infeccioso2,11, a portaria 3432, em 12 de agosto de 1998, do Ministério da Saúde, o espaço físico individual por leito na UTIN é de 6m2 entre os leitos e paredes, evitando a proliferação de microorganismos na unidade4. O ambiente da UTIN é insalubre, onde a falta de treinamento e precaução dos profissionais que trabalham neste setor pode resultar em transmissão de doenças infectocontagiosas11. Muitas vezes ocorrem nos serviços de saúde procedimentos realizados inadequadamente em relação aos cuidados com o processo infeccioso. Cabe ao profissional de enfermagem executar seus procedimentos com rigor asséptico sendo apropriado para a prática, materiais adequados para a preparação de medicamentos e administrá-los de forma correta, uma boa esterilização de materiais, roupas apropriadas para a UTIN, treinamento para toda a equipe multidisciplinar e também para os acompanhantes, e, principalmente, a lavagem das mãos de forma correta, assim favorecendo a redução do índice de complicações no quadro clínico do paciente, objetivando uma evolução clínica positiva e a redução da mortalidade. O trabalho na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal envolve uma apreensão diária e todo aspecto emocional está relacionado ao alto nível de estresse, muitas vezes, sendo visível. Por isso, a comunicação entre a própria equipe torna-se um grande desafio. Todavia, é esta que permitirá que o processo flua, por isso deve-se ter uma atitude aberta, honesta, com uma comunicação direta. Desse modo, a equipe será capaz de modelar seu comportamento e chegará a um consenso. Outro desafio, para toda a equipe, refere-se ao tratamento do paciente e da família durante a hospitalização da criança criticamente doente. Além de lidar com as necessidades médicas da criança, a equipe da UTIN também deve confrontar os problemas sociais que existem na comunidade11. Portanto, os procedimentos executados segundo determina a semiologia, a adequação do espaço físico, o número limitado de pacientes, e a educação permanente voltada para a equipe de enfermagem, são fatores que reduzem a propagação de infecções na UTIN, influenciando positivamente na evolução clínica, dos recémnascidos internados sob nossos cuidados. 3.2. A Teoria como Formadora de Opinião nos Profissionais que Atuam na UTIN: O que é Preconizado. Atualmente, o controle das infecções hospitalares, deve ser implementado mediante a retomada de práticas simples, mas que são relegadas a um plano secundário, como a lavagem das mãos, a utilização correta das medidas de precaução e isolamento, a conscientização da equipe de saúde sobre essas medidas aliadas à orientação aos acompanhantes do pequeno paciente2,12,13,14. A adesão dos profissionais de saúde às normas e rotinas preconizadas na UTIN, é de fundamental importância para a redução do índice do processo infeccioso em recémnascidos. Um dos procedimentos mais importantes é o da lavagem das mãos. A lavagem das mãos visa à remoção da flora transitória, células descamativas, suor, oleosidade da pele e ainda, quando associada a um anti-séptico, promove a diminuição da flora residente2,15. Este é o principal cuidado que deve ser sempre implementado, ressaltando que o uso de luvas não substitui a lavagem de mãos, que devem ser realizadas antes e após a retirada das mesmas2,14,16,17,18. Devemos realizar a lavagem das mãos sempre que entrar ou sair do setor, antes ou após examinar os pacientes, na manipulação de medicamentos, sempre que entrar em contato com materiais que foram usados em pacientes, após manuseio de equipamentos que estejam em contato com secreções ou fluidos corporais e antes e após procedimentos invasivos, ou seja, em qualquer procedimento realizado no neonato. A técnica correta de lavagem das mãos é a seguinte: * Friccionar as mãos com água e sabão líquido ou solução anti-séptica degermante, por aproximadamente 15 segundos, pelas diferentes faces, espaços interdigitais e unhas. * Proceder à lavagem de antebraço. * Enxaguar com água corrente. *Enxugar em papel toalha. * Em procedimentos cirúrgicos, deve-se lavar as mãos com solução anti-séptica degermante durante cinco minutos, enxugando-as com compressa estéril2. Apesar da importância epidemiológica da higienização das mãos, na prevenção da infecção hospitalar, a adesão a essa medida tem se constituído em um dos maiores desafios para as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar que, dentre outros aspectos, envolve os recursos humanos nos estabelecimentos de saúde, seu preparo e sua conscientização19. Frequentemente as infecções hospitalares são associadas à baixa adesão dos profissionais de saúde à higienização da mãos20. Cabe ao profissional enfermeiro, como integrante permanente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e líder/supervisor da equipe de enfermagem, ser um ferrenho defensor da prática constante da higienização das mãos. A maioria das infecções de origem exógena pode ser prevenida por meio da higienização das mãos, entretanto é a baixa adesão dessa prática nos estabelecimentos de Assistência de Saúde, que põe em risco todo o processo de prevenção e controle de infecções em UTIN. Os recém-nascidos possuem características que favorecem o desenvolvimento de infecções relacionadas com a maior gravidade dos processos infecciosos10. Outras medidas fazem parte da base teórica que possibilita a inibição de propagação de infecção nas UTIN. São elas: as medidas de precaução e isolamento. A uniformização de práticas adotadas pela equipe de saúde, em toda instituição hospitalar, é a melhor estratégia no combate as infecções hospitalares. Assim, envolver toda equipe de saúde na elaboração e definição de normas e protocolos para adesão dos profissionais a estas, tem se mostrado uma estratégia eficiente tornando-os coresponsáveis pela mesma10,16,17,19. As precauções-padrão constituem-se em práticas para proteger os pacientes e profissionais de saúde da exposição aos fluídos biológicos, que são considerados as principais fontes de contaminação e transmissão de doenças. Dessa forma, representam importante medida de prevenção da transmissão de infecções hospitalares11. As principais medidas de precaução são: - Triagem médica e de enfermagem adequada no momento da admissão do paciente na UTIN; - Esclarecimentos e treinamentos sobre procedimentos invasivos aos profissionais de saúde; - Enfatizar o uso de equipamentos de proteção individual; - Atenção ao gerenciamento de resíduos em serviços de saúde; - Utilização das normas de biossegurança; - Racionalização no uso dos antibióticos; -Classificação das precauções/isolamento padrão e baseadas na transmissão, sendo divididas em: 1-Precaução de contato (Herpes Simples, Rubéola, colonizado por microorganismo multirresistente, processo infeccioso tranferido de outros setores); 2-Precaução aérea (Varicela, Herpes Zoster disseminado ou localizado em imunossuprimido); 3-Precaução por gotículas (doença invasiva Meningococo); 4-Precaução padrão (desacompanhado da mãe- isolamento, para nascidos fora do hospital). As principais medidas de isolamento são: - Incubadora de parede dupla, 1% do número de nascimentos/mês; - Aparelho de fototerapia, 0,5% dos nascimentos/mês; -Ante-sala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de preferência acionada pelos pés ou cotovelos e com pressão negativa; -10% dos leitos de isolamento deverão ser leitos de cuidados intensivos. Os leitos intensivos, sempre que possível, deverão estar em box próprio, isolado dos demais. - Medidas aliadas à orientação a equipe e aos acompanhantes. Existem também outras medidas de precaução no controle das infecções, é a orientação a equipe de enfermagem e aos acompanhantes, pois a participação dos pais e familiares nos cuidados ao filho hospitalizado, não só para o estabelecimento do vínculo mãe-filho, mas também, para a redução do estresse causado pela hospitalização e no preparo ao cuidado à saúde no domicílio.2,3 A aceitação da presença e da participação dos pais no cuidado ocorreu de forma diversa na história da pediatria. A equipe do hospital rejeitava a presença dos pais e familiares durante a internação devido ao perigo de transmissão de doenças. A criança era assistida por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, às vezes por outros profissionais, com restrição de visitas e da permanência de um acompanhante19, já que o enfermeiro é o responsável em promover a adaptação do RN ao meio externo, dando total assistência, e enfatizando a conscientização de que quanto mais cedo forem identificados os fatores de risco ao neonato, melhores serão as condições de serem ajudados. A maioria dos hospitais restrigem e controlam a visita de pais/família aos recémnascidos internados e principalmente a permanência da mãe, devido à execução de procedimentos invasivos e outros cuidados realizados no paciente1. O enfermeiro e sua equipe devem educar e orientar os pais acerca da rotina do setor, como a lavagem das mãos, o uso de aventais, esclarecer sobre o estado geral do seu filho e equipamentos usados pela criança e procedimentos executados, e também, estimular o encontro entre pais e bebês, mas ao mesmo tempo, deve respeitar a individualidade de cada um e sua forma de reagir frente ao filho doente. Os pais precisam sentir-se apoiados para fazer a aproximação com o filho, quando estiverem preparados5. A presença da mãe na UTIN é fundamental, pois se reconhece a importância de sua permanência na atenção ao processo saúde-doença da criança4,20. A relação entre pais, enfermeiros e criança, deve ser baseada em estratégias que combatam o estresse familiar, que é uma resposta inevitável a situação de hospitalização do neonato20, ele não pode ser evitado, mas atenuado. O maior aliado da equipe de saúde, no trato ao neonato, é o acompanhante. Esta pessoa é aquela que permanece ao lado do neonato por 24h, afim de prestar-lhe as devidas orientações de cuidados ao neonato, não é um dever e sim uma obrigação do enfermeiro que atua na UTIN12,21,22. Entretanto, as ações das medidas aliadas à orientação de toda a equipe de saúde e aos acompanhantes sobre a importância dos procedimentos de enfermagem na prevenção de infecções na UTIN, são imprescindíveis no controle das infecções. Porém, a implementação de práticas não abrange somente o aprimoramento gerencial e técnico institucional, mas as políticas da instituição hospitalar, que visem criar um novo modelo de atenção no trato ao neonato quando internado na UTIN23. 3.3. A Prática Profissional na UTIN: O Distanciamento do que é Preconizado e o que é Executado. As infecções hospitalares aumentam o tempo de internação, a necessidade de métodos diagnósticos de apoio entre outros, incluindo os gastos com antibióticos. Entretanto, não se trata apenas de reduzir custos e sim, reduzir danos aos pacientes, pois uma infecção hospitalar pode ser bastante traumática ou até mesmo fatal22,24. Os profissionais não conseguem aplicar o que é preconizado pelas regras de prevenção de infecções entre elas a lavagem das mãos, por diversas razões: falta de tempo, excesso de paciente, de materiais e de condições adequadas22. Desta forma, o efeito em uma troca de curativo, banho no leito são percebidos de imediato no paciente no momento em que são realizados, porém o efeito da lavagem das mãos não é percebido no paciente no momento em que é realizada. Todavia, se reflete – embora não de forma instantânea – nos agravos das situações de saúde dos pacientes que são revertidos em índices de infecção hospitalar. A prevenção de infecções em RN envolve um conjunto de ações destinadas a prevenir e controlar infecções adquiridas por estes pacientes, diminuindo sua morbidade16. Outros meios de precaução é a utilização de equipamentos adequados. O enfermeiro precisa conhecer quais são as falhas de conduta e os motivos que levam a sua equipe a não adesão das medidas de controle de infecção, conscientizando cada funcionário e, mostrando a sua importância para que a infecção seja controlada dentro da UTIN, elaborando o processo de educação permanente, pois facilitará a análise de sua postura diante das medidas com o objetivo de se evitar infecções24, e os motivos pelos quais a enfermagem não adere aos conhecimentos oferecidos por este processo. O enfermeiro da UTIN deve atuar no incentivo à equipe de enfermagem a utilização de equipamentos de proteção individual e supervisionar o trabalho de sua equipe, evitando a contaminação entre pacientes e funcionários (infecção cruzada), objetivando a diminuição do uso de antibióticos24. Com relação aos pais, o ideal é o preparo inicial da mãe ou pai, ao chegar ao ambiente hospitalar, especialmente em relação ao quadro clínico e aparência de seu filho, que, na maioria das vezes, não corresponde ao que foi idealizado no período gestacional25,26. O enfermeiro deve orientar aos pais usando uma linguagem clara e objetiva em relação aos procedimentos realizados, rotinas da UTIN, esclarecimentos da patologia com seus sinais e sintomas, visando minimizar o impacto visual dos pais perante seu filho para adaptá-los as circunstâncias vivenciadas27. A educação permanente não é apenas voltada para a equipe de enfermagem, mas também deve ser direcionada aos pais do recém-nascido. A realidade que hoje norteia a relação entre enfermeiro/pais/cuidado, é de extrema dificuldade por parte dos enfermeiros, na facilitação da participação dos pais, pois este profissional tem a “incubência” institucional de ser aquele que é o chefe e senhor do cuidado a ser oferecido ao recém-nascido20,25,28,29. Enfim, o enfermeiro deve conscientizar a sua equipe, a adesão das normas e rotinas preconizadas na UTIN, com o intuito de minimizar a incidência do processo infeccioso em recém-nascidos30. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A UTIN é um ambiente em que se considera prioridade, ou seja, o fator mais importante, o controle e a prevenção de infecção hospitalar em recém-nascidos. Os fatores de risco devem ser identificados objetivando a redução dos veículos do processo infeccioso na UTIN. São eles: a não adesão dos profissionais de saúde às normas e rotinas, preconizadas na unidade, a superlotação de neonatos, o espaço físico inadequado e a não manutenção dos equipamentos e insumos do setor. O controle das infecções hospitalares na unidade são implementadas por práticas simples, como a lavagem das mãos, a utilização de medidas de precaução e isolamento e a adesão às normas e rotinas preconizadas pelo Ministério da Saúde nesta unidade, mas infelizmente a equipe de enfermagem não consegue aplicar o que é preconizado pelas regras de prevenção de infecções, como as práticas citadas anteriormente, devido a diversas razões: a falta de tempo, o excesso de paciente, de materiais e condições inadequadas; o que não é justificado. A prevenção de infecções em recém-nascidos envolve um conjunto de ações destinadas a prevenir e controlar infecções adquiridas pelos mesmos, reduzindo a morbimortalidade. Por este motivo, o enfermeiro precisa conhecer as falhas na conduta e os motivos pelos quais levam a sua equipe a não aderir às medidas preventivas de controle de infecção, por isso, o enfermeiro deve elaborar o processo de educação permanente para conscientizar os seus profissionais da importância da adesão dessas medidas preventivas do processo infeccioso nesses pacientes. A presença dos pais na UTIN é fundamental, e a sua participação nos cuidados ao seu filho estabelece o vínculo mãe-filho, reduzindo o estresse causado pela hospitalização e no preparo ao cuidado à saúde do bebê no domicílio. O enfermeiro deve esclarecer de forma simples, clara e objetiva diante de qualquer procedimento executado no seu filho. Enfim, almeja-se com essa pesquisa a prevenção e o controle do processo infeccioso em recém-nascido, reduzindo este índice na UTIN, obtendo maior comprometimento dos profissionais de saúde através da educação permanente e a adesão às normas e rotinas preconizadas, proporcionando uma assistência adequada e qualificada a este ser tão frágil e indefeso, que é o centro dos cuidados do enfermeiro. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Schmitz EMR. A enfermagem em pediatria e puericultura. São Paulo: Atheneu; 2005. 2. Silva LD. Cuidados ao paciente crítico. 2ª ed. Rio de Janeiro: Cultura médica; 2003. 3. Oliveira AC. Infecções hospitalares. S.A: Guanabara Koogan; 2003. 4. Ministério da Saúde. Manuais Técnicos. Prevenção e controle de infecção hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 5. Kamada I; Rocha SMM. Assistência de enfermagem em unidade de internação neonatal: medidas para prevenção de infecções hospitalares. Revista Latino-am. Enfermagem. Ribeirão Preto.1997; n.1(v.5) p 37-48. 6. Triviños ANS. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas; 2006. 7. Cervo AL, Bervian PA. Metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: ABDR (PrenticeHall); 2002. 8. Minayo MCS, Deslandes SF, Neto OC, Gomes R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes; 1994. 10. Scochi CGS, Riul MJS, Garcia CFD, Barradas LS, Pileggi SO. Cuidado individualizado ao pequeno prematuro: o ambiente sensorial em Unidade de Terapia Neonatal. Acta Paul. Enferm; 2001. 11. Pavão AS, Giuntini PD. O Conhecimento da Equipe de Enfermagem sobre Medidas de Controle de Infecção Hospitalar. Rev. Atual Enferm. 2006. 12. Veronesi. Tratado de infectologia. 3ª ed.. São Paulo: Atheneu; 2005. 13. Sibut MRS. O processo educativo na assistência de enfermagem ao recém-nascido de risco. Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2003. 14. Simsen CD, Crossetti MGO. Significado do cuidado em UTI Neonatal na visão de cuidadores de enfermagem. Rev Gauch Enferm; 2004. 15. Neves ZCPD, Tipple AFV, Souza ACS, Pereira MC, Ferreira LR. Higienização das mãos: o impacto de estratégias de incentivo à adesão entre profissionais de saúde de uma unidade de terapia intensiva neonatal. Rev latinoam enferm; 2006. 16. Portter PA, Perry AG. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. 17. Ramos ITB, Carneiro M. Prevenção de infecção em unidade de terapia intensiva neonatal: aspectos relevantes. Rev med Hosp Sao Vicente de Paulo; 2000;11 (26):047-49. 18. Lucas EAJCF. A prevenção e controle das infecções hospitalares na terapia intensiva neonatal: propostas governamentais, institucionais e estratégias adotadas pelos profissionais de saúde. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem Anna Nery; 2001. 19. Belei RA, Cavassin ED, Perales LR, Soares PGP, Monge NJ, Marteli AL. Uso obrigatório de luvas para banho de neonatos e o controle da disseminação do estafilococos coagulasi negativa (ECN) multirresistente na UTI-Neonatal de um hospital escola público. Arq Ciência saúde UNIPAR; 2003; 7(1):39-41. 20. Tipple AFV, Pereira MS, Hayashida M, Moriya TM, Souza ACS. O ensaio do controle de infecção: um ensaio teórico-prático. Rev. Latino-am Enfermagem. 2003. 21. Richtmann R. Cadeia epidemiológica a infecção neonatal. Em: Associação Paulista de Estudos E Controle de Infecção Hospitalar em Neonatologia. São Paulo. 2002. 22. Bowlby J. Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo (SP): Martins Fontes; 1995. 23. Ministério da Saúde (BR). Atenção humanizada ao RN de baixo peso: método canguru. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2001. 24.Santos AEV. Riscos de infecções hospitalares na unidade de terapia intensiva neonatal: a enfermagem e os procedimentos invasivos pelo estudo do cateterismo umbilical. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem Anna Nery; 2000. 25. Collet N, Rocha SMM. Relação entre pais e enfermeiros no cuidado à criança hospitalizada: um ensaio crítico. Rev. de Enferm. Esc. Anna Nery; 2000. 26. Oliveira BRGD, Lopes TA, Viera CS, Collet N. O processo de trabalho da equipe de enfermagem na UTI Neonatal e o cuidar humanizado. Texto & contexto enferm; 2006. 27. Frota MA, Campos ACS, Pimentel ZB, Esteche CMGCE. O recém-nascido em uma unidade de internação neonatal: crenças e sentimentos maternos. Rev. Cogitare Enferm. 2007. 28. Martini AC, Dallagnol CM. Por que lavar ou não as mãos? Rev. Enferm. Gaúcha. 2005. 29. Siton M, Santos G, Ferreira L, Silva T, Pereira C. A visão da Equipe de Enfermagem a respeito da importância das ações de educação continuada para a prevenção e controle de infecção hospitalar. Artigo. 2007. 30. Avery GB, Fletcher MA, Macdonald Mg. Neonatologia: Fisiopatologia e tratamento do recém nascido, 4 ed. Rio de Janeiro: Medsi; 1999.