UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
ARTE E APRENDIZAGEM
Por: MÔNICA AOKI FURTADO PIMENTA
Orientador: Prof. Fabiane Muniz da Silva
Tutora: Prof. Narcisa Castilho Melo
RIO DE JANEIRO
2014
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
ARTE E APRENDIZAGEM
Apresentação
Instituto
a
de
Vez
monografia
do
Mestre
ao
–
Universidade Cândido Mendes como
requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Arte em
Educação e Saúde.
Por: Mônica Aoki Furtado Pimenta
AGRADECIMENTOS
• Às professoras Fabiane Muniz e Narcisa Melo, por terem me orientado
neste trabalho;
• Aos meus pais, que sempre me incentivaram e estiveram ao meu lado;
• Às minhas irmãs maravilhosas e meu sobrinho que sempre me deram
total apoio e carinho;
• Ao meu marido querido, meu grande amor, pela sua paciência,
sugestões e apoio;
• A todos os artistas, que alegram o mundo;
• Às crianças, que transformam rabiscos em obras-primas.
Dedico esta monografia ao meu
marido, Alex, meu grande amor e
incentivador.
Precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças
Pablo Picasso
RESUMO
Este trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica sobre os benefícios do
trabalho das manifestações artísticas para a aprendizagem. O processo de
aprendizagem não é o mesmo para todas as crianças e seu comprometimento
podem ter causas variadas. O trabalho com música, artes visuais, teatro e
dança podem trazer benefícios para o aprendizado de crianças com ou sem
dificuldades de aprendizagem, além daquelas com necessidades educacionais
especiais. Uma integração mútua das atividades artísticas às atividades
escolares pode contribuir para um aprendizado significativo. A arte, quando
trabalhada nas escolas desde cedo, estimulam importantes áreas como a
percepção, criatividade, expressão, comunicação dentre outras, auxiliando no
processo de aprendizagem. A arte possibilita um contato profundo com a
consciência e o interior, aflorando os conteúdos internos do ser humano. O
trabalho é concluído abordando as diferentes áreas que são estimuladas
através da arte e indica a necessidade de maiores investigações sobre o
assunto.
Palavras-chave: aprendizagem; escola; artes.
METODOLOGIA
Este trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica sobre os benefícios do
trabalho das manifestações artísticas para a aprendizagem de crianças em
idade pré-escolar, escolar e aquelas com necessidades educacionais
especiais. Os principais autores e teóricos utilizados para a realização desta
pesquisa foram Topczewski (2000) e Koehler, Pinho & Leite (2013).
Topczewski defende que a aprendizagem é fundamental para o ser humano,
pois é por meio dela que modificamos nosso comportamento social e
intelectual. O distúrbio de aprendizagem escolar pode interferir ou impedir a
criança de evoluir adequadamente em seu aprendizado. Koehler, Pinho & Leite
referem que a criança exterioriza seus sentimentos por meio da arte, e as
atividades artísticas são instrumentos que podem facilitar a aprendizagem
desde a educação infantil. O trabalho com arte pode ser um instrumento
importante para crianças com problemas no aprendizado.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 9
I. AS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS TRABALHADAS NA ESCOLA
1.1 Música -------------------------------------------------------------------------------------- 12
1.2 Dança --------------------------------------------------------------------------------------- 14
1.3 Teatro --------------------------------------------------------------------------------------- 15
1.4 Artes visuais ------------------------------------------------------------------------------- 17
II. APRENDIZAGEM E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM ---------------------- 18
III. BENEFÍCIOS DA ARTE PARA A APRENDIZAGEM --------------------------- 25
3.1 As crianças com necessidades especiais ----------------------------------------- 30
CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 34
BIBLIOGRAFIA -------------------------------------------------------------------------------- 36
INTRODUÇÃO
A aprendizagem é um meio de se obter conhecimentos e acontece em vários
momentos da vida. O ser humano nasce com capacidade para o aprendizado,
que se define a medida que este se insere em seu meio social. A
aprendizagem pode garantir ao indivíduo ascensão em seu meio profissional.
A arte é um fenômeno comum a todas as culturas, desde os tempos mais
remotos. Toda arte se dá através de formas, que podem ser estáticas, como o
desenho, a pintura e a escultura, e também dinâmicas, como a dança e a
música. Tais formas permitem a expressão de sentimentos (Duarte Júnior,
1991).
O capítulo 1 expõe algumas manifestações artísticas que podem ser
trabalhadas nas escolas. A prática destas manifestações de forma planejada e
organizada por toda a equipe escolar poderá motivar os alunos e facilitar o
processo de aprendizagem.
O trabalho artístico no cotidiano escolar pode ser benéfico para crianças com e
sem dificuldades no aprendizado. Estudos mostram, por exemplo, que a
música estimula áreas do cérebro referentes à memória, atenção, ritmo e
outros, que contribuem efetivamente para a aprendizagem.
As diversas manifestações artísticas, como a dança, música, artes visuais e
teatro propiciam melhoras no desempenho escolar, na socialização e aumenta
a possibilidade de expressão, tornando-as tão importante tanto no contexto
escolar quanto na rotina clínica, como nos consultórios de psicopedagogia,
psicologia e fonoaudiologia. Nas escolas podem ser efetivamente trabalhadas
para beneficiar o processo de aprendizagem.
O segundo capítulo aborda as dificuldades e os distúrbios de aprendizagem,
tão frequentes nas unidades escolares e discutidos por profissionais da saúde
e da educação. Além dos distúrbios orgânicos, que afetam o bom desempenho
das crianças nas atividades de leitura, escrita e cálculos, estão as dificuldades,
que se encontram na grande maioria. Mudanças no mundo ocorreram ao longo
dos anos e a escola precisa se tornar grande motivadora do aprendizado.
Investimentos em educação, capacitação constante para os professores e
famílias mais presentes no contexto escolar também estão dentre os desafios
da escola atual.
Para Topczewski (2000) o aprendizado é uma atividade primária do ser
humano e move o individuo em direção ao desenvolvimento intelectual, criativo
e produtivo. Cruz (2001) ressalta que muitos fatores estão envolvidos nos
processos de aprendizagem, que se caracterizam como um dos maiores
problemas que a educação e a saúde lidam. Freire (2009) considera o ensino
das artes nas escolas essencial para a formação completa e emancipadora do
ser humano.
Estudiosos explicam que existem muitas crianças com problemas no
aprendizado, que devem ser avaliadas, diagnosticadas e tratadas o mais
precocemente possível, a fim de não acarretar problemas emocionais e evasão
escolar. Muitos problemas referentes ao aprendizado também são transitórios e
influenciados pelo meio em que a criança vive, por isso, uma boa avaliação de
profissionais da saúde e da educação é de extrema importância.
O capítulo 3 mostra os benefícios da arte para a aprendizagem, até mesmo
para crianças com necessidades educativas especiais. Manifestações artísticas
como pintura, teatro, música, dança e outras, podem facilitar o processo de
aprendizagem, estimulando o potencial criativo, afetividade, percepção,
sensibilidade, imaginação e integração social.
Sans (1994) refere que a arte fornece uma rica interpretação da relação dos
indivíduos entre si e o mundo. Ela é resultado da ação do homem e seu meio.
Tentar ensiná-la é prever o futuro do pensamento da sociedade.
Acampora e Acampora (2011) ressaltam a relevância do trabalho em
arteterapia nas escolas com crianças e jovens com dificuldade no aprendizado.
Este trabalho consiste em auxiliar o indivíduo, através das diferentes formas de
arte, serem capazes de externalizar seus conflitos e dificuldades.
A arte é capaz de transformar, interagir, socializar, acalmar e sensibilizar. Além
disso, ela pode ser importante para a aprendizagem das crianças em idade
pré-escolar, escolar e com necessidades educacionais especiais, dando-lhes
melhor qualidade de vida e funcionalidade em seu aprendizado.
I. AS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS TRABALHADAS NA ESCOLA
A arte nasce a partir da ação do homem, fazendo parte de sua criação, e é
construída no meio social. A natureza da criança é lidar com o mundo de forma
lúdica, por isso gosta tanto de brincar e desenhar. Por isso, este lúdico precisa
ser estimulado. Buber (apud Sans, 1994) diz que todos os indivíduos estão
dotados elementarmente das forças fundamentais das artes, do talento para o
desenho ou senso musical, e estas forças precisam ser desenvolvidas.
Para Cavalcanti (1995) as crianças do Brasil têm acesso a diferentes
expressões artísticas através de várias fontes de informação. Porém,
infelizmente, a fonte menos usual tem sido a escola. Em muitas escolas
brasileiras, a arte é compreendida como atividade e não como disciplina.
Duarte Júnior (1991) levanta o seguinte questionamento: as aulas de arte na
escola não estariam deixadas em segundo plano dentre as disciplinas ditas
mais “sérias”? As emoções ficam muitas vezes fora da sala de aula, onde os
intervalos e as aulas de arte são os únicos momentos que são permitidos aos
alunos expor suas expressões emocionais. Uma educação voltada para as
artes contribui efetivamente para o desenvolvimento intelectual.
Para Colagrande (2010) o educador precisa estar preparado para trabalhar
com arte, despertando a sua própria energia criativa para estimular a criança
no ato de criar. Porém, muitos educadores possui grande dificuldade em
desenvolver um bom trabalho nesta área, por falta de capacitação ou até
mesmo de recursos.
As crianças, desde a educação infantil, realizam de forma lúdica seus
desenhos, pinturas e modelagens com prazer, descobrindo novas formas e
significações, figurando seu imaginário (Richter, 2003).
O trabalho com arte nas escolas exigem necessidades específicas em cada
fase do desenvolvimento. Com crianças de zero a três anos, a necessidade é
sensorial, com um ambiente seguro, confortável e agradável. As crianças de
três a seis anos já manifestam suas sensações através das pinturas, colagens
e rabiscos. De sete a dez anos começam a elaborar seus desenhos com
profundidade por meio de técnicas simples (Colagrande, 2010).
A inserção de trabalhos voltados para a arte desde cedo nas escolas poderia
propiciar maior motivação aos alunos, além de facilitar a apreensão dos
conteúdos. O gosto pelas artes deve ser desenvolvido desde muito cedo, ainda
na educação infantil. Esta não pode ser considerada apenas como uma
atividade recreativa ou de lazer. Importante também seria continuar até as
séries mais avançadas. Arte também tem sua história e sua linguagem, sendo
um importante e essencial trabalho educativo.
1.1 Música
O aparelho auditivo capta os sons ambientais e permite ao indivíduo
transformar as informações acústicas em mensagens significativas. Para que
ocorra o processamento da informação, os sons devem ser detectados e
interpretados. A música é a interpretação de sons complexos, com a
combinação de sons simultâneos e sucessivos, com ordem, equilíbrio e tempo
(Lemos, Escalda &Eugênio, 2012).
Gomes e Simões (2007) explicam que a experiência musical desenvolvem os
sentidos nas crianças e que estas possuem capacidades para perceber os
sons desde o quinto mês da vida intrauterina. Apontam que autores defendem
que a audição influencia em muito o movimento, a linguagem e a
aprendizagem, e que a capacidade de a criança escutar e perceber os sons
emitidos por ela mesma por meio de seu aparato fonador, a faz se concentrar
em sua língua materna e moldar a sua própria linguagem.
O primeiro contato do bebê com o mundo exterior, ainda dentro da barriga
materna, se dá por meio de sons. Desde o nascimento a criança usa sons
para se expressar e se comunicar. Experiências musicais, como cantar, tocar,
escutar, criar sons e dançar envolve o corpo, os movimentos, percepções,
emoções, interações sociais e cognição (Perez, 2012).
A música melhora o desenvolvimento cerebral, amplia a compreensão dos
conceitos matemáticos e aumenta as capacidades motoras, de memorização e
imaginação. Através da música os alunos aprendem também o valor do
trabalho em equipe e proporciona um importante modo de expressão pessoal
(Oeiras, 2014).
A música é um fator ambiental importante para o desenvolvimento das
habilidades motoras, auditivas, linguísticas, cognitivas, visuais e outras.
Estudos apontam relação positiva entre a prática musical e o desenvolvimento
global infantil (Lemos, Escalda & Eugênio, 2012).
Chiarelli & Barreto (2005) salientam a importância da música na educação, não
apenas como experiência estética, mas como facilitadora para a aprendizagem.
As atividades de musicalização permitem que a criança melhore o
conhecimento de si mesma, desenvolve noção de esquema corporal e ajuda na
comunicação com os demais.
Queen, Bernardino & Costa (2013) afirmam que especialistas defendem o
ensino de música nas escolas, pois esta trabalha a coordenação motora, o
senso rítmico e melódico.
A música desenvolve a motricidade, a cognição, criatividade e afetividade. A
criança desenvolve seu pensamento musical, sua capacidade de ouvir e
discriminar as estruturas sonoras (Gomes e Simões, 2007).
As experiências rítmicas e musicais favorecem nas crianças a acuidade
auditiva e ao cantar e imitar sons ela estabelece relações com o ambiente.
Fazer gestos, dançar, bater palmas e pés permite que a criança desenvolva o
senso rítmico e a coordenação motora, fatores importantes para a aquisição da
leitura e escrita (Chiarelli & Barreto, 2005).
Pesquisas mostram que, se o indivíduo cresce num ambiente musical, aguça
seu potencial auditivo para a música, desenvolve suas habilidades auditivas e
facilita o desenvolvimento da linguagem e dos mecanismos cognitivos (Lemos,
Escalda & Eugênio, 2012).
Atividades de musicalização e canto trazem benefícios para a aprendizagem. O
canto ajuda na socialização, na aprendizagem de conceitos, memorização e
expressão de emoções (Chiarelli & Barreto, 2005).
Perez (2012) aponta que estudos internacionais indicam que habilidades de
percepção musical estão relacionadas a habilidades de leitura, como por
exemplo, a transformação das letras em sons.
Num trabalho desenvolvido por Carvalho (2014) mostra que a música ensina,
emociona e proporciona um aprendizado com alegria. O som estimula a
audição, a fala e a linguagem. Acuidade auditiva, atenção, concentração,
coordenação motora, esquema corporal, iniciativa, lateralidade, memória,
noção espacial e temporal, respiração e ritmo são algumas habilidades e
potencialidades desenvolvidas por meio da música.
Souza (2013) explica que a música pode acalmar a criança com dificuldades
para aprender, além de ensiná-las sobre som, tom e ritmo. A letra da música
pode aumentar o seu vocabulário e as lições que incorporam conteúdos
acadêmicos podem facilitar o aprendizado.
Chiarelli & Barreto (2005) reforçam a importância do papel da música na
educação, contribuindo para deixar o ambiente escolar mais alegre e calmo,
podendo ser usada como um recurso no aprendizado de diversas disciplinas.
Atividades com música desenvolvem aspectos físicos, mentais, sociais e
emocionais, sendo um agente facilitador do processo educacional.
A música promove na criança o desenvolvimento afetivo, amplia a atividade
cerebral, integra socialmente o indivíduo e melhora o desempenho escolar
(BRÉSCIA apud CHIARELLI & BARRETO, 2005).
1.2 Dança
A dança, linguagem do corpo, muitas vezes é mais adequada do que a
linguagem verbal para informar sobre as atitudes e emoções de uma pessoa. A
dança é a força de relação com o mundo exterior (Cintra, 2002).
O movimento é de vital importância para o desenvolvimento da criança,
relacionado ao seu crescimento, desenvolvimento e funções mentais. Teorias e
experiências confirmam a importância de se promover experiências motoras
para estimular o desenvolvimento mental da criança (Nanni, 1995).
Araújo (2005) explica que dançar é uma das formas práticas mais divertidas e
adequadas para ensinar todo o potencial expressivo do corpo. Na escola, o
trabalho pode ser desenvolvido com turmas de todas as idades, envolvendo as
aulas de artes e educação física.
Cintra (2002) refere que a dança é um recurso para novas aprendizagens e
ajuda a contribuir para o desenvolvimento global. A autora considera um
equívoco a dança ser conceituada como uma atividade unicamente artística,
pois na verdade ela também pode ser conceituada enquanto recurso para o
desenvolvimento humano.
A dança pode ser um incentivo ao trabalho de refinamento e controle das
habilidades motoras. Nos indivíduos disléxicos podem melhorar a noção de
compreensão direcional (Souza, 2013).
As atividades da dança devem respaldar nas crianças amplas respostas
perceptivas e motoras, propiciando aptidões necessárias à realização de sua
vida acadêmica. Essas atividades perceptomotoras integradas a um currículo
de dança podem ser enriquecedoras para melhorar, incentivar e nortear a
aprendizagem de um modo geral (Nanni, 1995).
A dança estimula a coordenação motora, melhora os movimentos, o ritmo e o
equilíbrio. A sutileza, a organização, o estímulo à atenção e o poder de
observação podem influenciar de maneira positiva nas atividades escolares
(Frank, 2014).
1.3 Teatro
O teatro pode ser utilizado como uma grande ferramenta pedagógica. A
linguagem teatral ajuda os alunos no controle da timidez, no desenvolvimento
do trabalho em grupo e aumenta o interesse por textos e autores variados
(Araújo, 2004).
O teatro na escola pode aumentar a autoestima, melhorar o relacionamento
com os outros e a convivência em grupo, desenvolver a consciência corporal e
a coordenação motora (Chan, 2014).
A natureza do teatro é interdisciplinar, as atividades propostas têm como
objetivo ampliar o universo de conhecimento e a visão crítica do aluno. O teatro
revela uma parte da realidade ou do sonho. Às vezes ácido, muitas vezes
doce. Faz pensar, rir e chorar. Reflete, recria e revive o exercício da vida
(Cavalieri, 1997).
Dolci (2005) aponta que o teatro na educação é um espaço a ser conquistado.
Embora existam educadores que acreditam na importância deste para o
aprendizado, muitas escolas ainda não dão o devido valor a esta atividade
artística. O teatro é um importante recurso pedagógico, que propicia integração
entre os sujeitos de forma criativa, produtiva e participativa.
A criança desde pequena dramatiza, pois realiza a associação da realidade
com a fantasia, e com frequência, identifica-se com o personagem. Na
educação infantil, o professor pode propor a criação de uma dramatização a
partir de uma história contada, em que a criança será a autora dos diálogos, da
expressão corporal, da música e da criação dos personagens (Roberto, 2014).
Na dramatização o indivíduo experimenta diferentes papéis e promove a
criação de histórias, personagens e figuras (Ortiz, 2005).
As peças de teatro podem ajudar no conteúdo acadêmico, além de estimular a
criatividade e a memória (Souza, 2013).
Chan (2014) enfatiza ainda que o teatro não é apenas para crianças
desenvoltas e desinibidas, ele serve para todas as crianças. Elas passam toda
a infância representando, principalmente nas brincadeiras de faz de conta. A
prática teatral contribui para o desenvolvimento e formação a personalidade da
criança. O autoconhecimento e a autoconfiança também são promovidos com o
teatro, além de melhorar a percepção de mundo.
1.4. Artes visuais
O trabalho com artes visuais é muito importante no que se refere ao respeito
das peculiaridades, aos esquemas de conhecimento próprio a cada faixa de
idade e nível de desenvolvimento. As crianças quando chegam à escola
gostam de pintar, usar massa de modelar, areia, terra, pedras e desenhos. Por
meio destas atividades lúdicas a criança consegue se exprimir e usar sua
criatividade (Lemes, 2014).
A criança possui um acentuado senso de observação sobre tudo o que
acontece ao seu redor. Quando ela desenha, reflete em sua interpretação
gráfica o seu conhecimento, interesse, sentimento e gosto sobre as coisas
(Sans, 1994).
A pintura é uma técnica que usa pigmentos líquidos para colorir uma tela, papel
ou parede, atribuindo tons e texturas. Lima (2012) ressalta que, com a pintura,
as crianças descobrem um mundo cheio de cores, formas, linhas e sentimentos
e imaginação.
Caiado (2014) explica que o desenho tem importância fundamental na
formação do conhecimento. Ao entrar em contato com cores, formas, tamanhos
e símbolos, a criança desenvolve a sua capacidade de se expressar e atuar
com o mundo.
A criança tem grande interesse em manipular e explorar materiais diversos
como caixas vazias, tampinhas, sementes e sucatas. Desenhar para ela é tão
natural quanto brincar. Brincar e desenhar são atividades importantes que a
envolvem por inteiro e a fazem viver intensamente esses momentos, criando e
recriando a realidade. Ela age com espontaneidade, numa curiosidade que
deriva da sua própria ação. (Sans,1994).
Sans (1994) menciona também que desenhar com espontaneidade faz parte
da natureza da criança e o motivo principal que a impulsiona a brincar e a
desenhar é o prazer e a alegria que essas atividades lhe proporcionam.
Lemes (2014) aponta que atividades de artes visuais instigam a criatividade,
desenvolvem a coordenação motora e estimulam os sentidos, principalmente o
tátil. Experimentar diferentes texturas e materiais exprime a visão de mundo da
criança.
A reação das crianças com a pintura é envolvente, elas enxergam as obras de
maneira nova e direta. As atividades artísticas podem leva-los a explorar e
desenvolver suas habilidades e talentos criativos (Pitamic, 2012).
A criança quando desenha coloca um sentimento imediato a respeito do que
transpõe graficamente, ao interpretar o que observa, ao criar ou ao relembrar
cenas. O desenho é resultado da observação sensível do real aliado à
capacidade de imaginar e projetar significados (Sans, 1994).
O professor deve sempre estimular as produções artísticas das crianças e
oferecer
materiais
diversificados.
Se
não
forem
oferecidos
suportes
necessários, a criança poderá bloquear a sua criatividade (Caiado, 2014).
As mãos dizem muito na aprendizagem das crianças, pois é por meio delas
que estas mostram suas atitudes, vontades, pensamentos e a forma como
observam o mundo. A criança em contato com diferentes materiais e texturas é
capaz de manipular, modificar, construir e criar (Lemes, 2014).
Pitamic (2012) ressalta que cada cor carrega um conjunto de humores e
emoções. Quando estão colocadas uma perto da outra criam uma
dramaticidade e um dinamismo emocional.
A pintura é benéfica porque auxilia na autoestima, incentiva a criatividade,
desenvolve a habilidade de resolver problemas, organiza as ideias, torna a
comunicação mais eficaz e favorece a expressão de sentimentos (Lima, 2012).
II. APRENDIZAGEM E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
A aprendizagem é uma tarefa primária e fundamental do ser humano, levando
este ao desenvolvimento intelectual, criativo e produtivo. Aprender significa
perceber, conhecer, compreender e reter as informações, modificando o
comportamento social e intelectual dos indivíduos, sendo a aprendizagem
escolar um dos meios fundamentais para a ascensão profissional e social
(Topczewski, 2000).
Fatores emocionais, neurobiológicos, relacionais e ambientais estão envolvidos
no processo de aprendizagem. O sujeito aprende por meio da interação das
estruturas mentais e o meio ambiente. O professor é capaz de mediar as
construções de aprendizagem e promover mudanças (Hamze,2013). Segundo
Freire (1996), ensinar não é transferir conhecimento, e sim criar possibilidades
para a sua própria produção ou construção (FREIRE apud SILVA, 2009).
Sousa (2011) explica que a aprendizagem é capaz de modificar a estrutura
física cerebral, estabelecendo novas conexões de acordo com as mais
diferentes situações de aprendizagem.
Duarte Júnior (1991) explica que na aprendizagem há abstração de significado,
de que apenas o ser humano é capaz. A mente humana é seletiva, retém
apenas o que considera necessário e relevante para o seu dia a dia. Por isso,
uma matéria decorada de prova pode não ficar retida na memória. É preciso
que os conceitos estejam atrelados às experiências dos indivíduos.
Para o mesmo autor, a escola prepara os alunos para um trabalho mecânico e
parcializado, transmitindo conhecimentos desvinculados das experiências de
vida, constituindo muito mais um adestramento que um aprendizado.
O comprometimento na aprendizagem possuem etiologias variadas como o
comprometimento na função intelectual, alterações comportamentais, distúrbios
emocionais, inadequação pedagógica, inadaptação ao método de ensino,
inadequação familiar, dificuldades específicas no aprendizado, doenças
orgânicas agudas ou crônicas e disfunções do sistema nervoso central
(Topczewski, 2000).
Mc Shane e Dockrell (2000) confirmam também que as dificuldades de
aprendizagem possuem causas diversas. Uma delas é a criança apresentar
uma dificuldade cognitiva particular, tornando a aprendizagem de certas
habilidades difícil. Porém, a maioria destas dificuldades advém de problemas
educacionais e ambientais, que não estão relacionadas às habilidades
cognitivas das crianças.
No processo de aprendizagem estão envolvidos processos neurobiológicos,
que devem ser contextualizados no meio educacional. O professor precisa
compreender a diversidade cerebral e as dimensões cognitivas, motoras,
afetivas e sociais envolvidas na aprendizagem. O educador deve ampliar sua
prática educativa por meio de estratégias que permitirão que os alunos com
dificuldades no aprendizado não se sintam somente “inclusas”, mas, sobretudo,
“aceitas” (Sousa, 2011).
Capellini (2004) refere que em nossa realidade educacional existe um grande
número de crianças com dificuldades de aprendizagem e que não conseguem
acompanhar as atividades de leitura e escrita adequadamente. Os transtornos
de aprendizagem
apresentam
em
seu espectro fatores genéticos e
neurológicos como desencadeantes e fatores pedagógicos, psicológicos,
socioeconômicos e culturais como agravantes.
Monteiro (2004) explica que, com a democratização do ensino, a escola
apresentou dificuldades em lidar com as diversidades e viu-se num leque de
conflitos pedagógicos, econômicos e familiares.
Cruz (2001) menciona que estatísticas apuradas pela secretaria de saúde de
são Paulo em 1992 mostravam que escolares com problemas no aprendizado
eram a maior clientela dos consultórios médicos nas instituições públicas de
saúde. Esta clientela também é a maior demanda nos consultórios de
neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos.
Por detrás do atraso escolar existe uma multiplicidade de fatores internos e
externos. Esta queixa é a principal procura pelos serviços especializados de
psicologia,
muitas
vezes
associados
com
problemas
emocionais
e
comportamentais (Jacob e Loureiro, 1996).
Sordi-Ichikawa (2010) salienta que distúrbio e dificuldade de aprendizagem não
são sinônimos. Sousa (2011) também diferencia dificuldades de aprendizagem
e distúrbios de aprendizagem. As dificuldades geralmente são transitórias e
podem surgir na escola, na família, problemas socioculturais, problemas
emocionais e outros.
O distúrbio do aprendizado escolar interfere ou impede a evolução adequada
do aprendizado da criança em idade escolar, nas habilidades escritas, leitura e
matemática (Topczewski, 2000).
Os distúrbios de aprendizagem são intrínsecos ao indivíduo, ocorrendo em
crianças com inteligência média ou acima da média. Estes distúrbios não são
causados por falta de oportunidade educacional, como troca de escolas, faltas
constantes às aulas, falhas no ensino e outros (Sousa, 2011). A mesma autora
ressalva ainda que distúrbio de aprendizagem também não é deficiência
intelectual, autismo, distúrbio emocional, transtorno do déficit de atenção,
deficiência auditiva ou visual.
Sordi- Ichikawa (2010) refere que autores diversos explicam que dificuldade de
aprendizagem envolvem questões como o conteúdo pedagógico, ao professor,
aos métodos de ensino e ambiente físico e social da escola, já o distúrbio é
uma disfunção intrínseca da criança, relacionada a fatores neurológicos.
Smith (2001) explica que o desenvolvimento individual das crianças é
influenciado pela família, escola e comunidade. Muitas vezes, é o ambiente da
criança que determina a gravidade do impacto da dificuldade. Modificações em
casa e no programa educacional podem fazer grandes diferenças no progresso
educacional das crianças.
Topczewski (2000) define ainda a dislexia, caracterizada como uma dificuldade
relacionada à aquisição e ao desenvolvimento da leitura, inesperada para a
idade e para as condições da criança, comprometendo além da leitura, a
escrita e a soletração.
O diagnóstico da dislexia deve ser realizado por exclusão e com extremo
cuidado por uma equipe multidisciplinar. Nos últimos tempos, houve um
aumento no número de escolares com problemas de aprendizagem devido a
falhas no processo de alfabetização (CAPELLINI apud SORDI- ICHIKAWA,
2010).
Sordi- Ichikawa (2010) aponta sinais de alerta para se detectar crianças de
risco para a dislexia e os distúrbios de aprendizagem ainda na pré-escola,
como a desatenção, atraso de linguagem, dificuldade no aprendizado de rimas
e canções, déficit na coordenação motora e baixo interesse por materiais
impressos.
A autora menciona também os fatores de risco no ensino básico como
desatenção, dificuldades com rimas, dificuldade na realização de cópias,
dificuldade na coordenação motora fina e grossa, confusão entre direita e
esquerda, vocabulário pobre, dificuldade na matemática, troca de letras na
escrita, dificuldades em decorar sequencias e outros.
Navas e Santos (2002) ressaltam também o transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH), onde as crianças possuem problemas persistentes na
atenção, impulsividade e hiperatividade, mais frequentes e severos que os
tipicamente observados em crianças de mesma faixa etária e nível de
desenvolvimento. Este transtorno pode implicar também em distúrbios na
leitura, pois requer considerável quantidade de atenção para a seleção de
informações relevantes.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelam que cerca de 60% das
crianças americanas apresentam alguma dificuldade no processo de aquisição
da leitura e da escrita, sendo considerado o problema de saúde pública, e não
somente uma questão educacional (LYON apud NAVAS E SANTOS, 2002).
As dificuldades de aprendizagem são representadas por determinados
aspectos frequentes como hiperatividade, problemas psicomotores, problemas
gerais de orientação, labilidade emocional, desordem de atenção, memória e
raciocínio, impulsividade, problemas de audição e fala (Koehler, Pinho & Leite,
2013).
Navas e Santos (2002) apontam fatores relacionados aos distúrbios de leitura e
escrita. A história familiar é um fator de risco, indicando que a criança poderá
ter maior probabilidade de desenvolver o distúrbio. Alguns estudos mostram
fatores neurobiológicos, como por exemplo, que existem diferenças em
algumas regiões cerebrais de pessoas com e sem o distúrbio.
As autoras ressaltam também que déficits no processamento fonológico, no
processamento visual, no processamento da linguagem, no processamento
auditivo e aspectos psicoemocionais também devem ser considerados no
diagnóstico e tratamento dos distúrbios de leitura e escrita.
Cada indivíduo possui um ritmo próprio e um estilo ou modalidade diferenciado
de aprendizagem, que deve ser respeitado em sua particularidade. (Sousa,
2011).
O processo de aprendizagem não é o mesmo para todas as crianças, e o seu
fracasso ou sucesso depende também de fatores individuais (Navas e Santos,
2002).
Muitos profissionais estão envolvidos quando o assunto é fracasso escolar,
como professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, neurologistas,
psiquiatras,
fonoaudiólogos,
oftalmologistas
e
otorrinolaringologistas
(Topczewski, 2000).
O autor salienta ainda que o professor ocupa um papel de destaque quando o
assunto é aprendizagem. Ele é visto pelos alunos como uma figura importante,
pois é um intermediário que auxilia a criança na aquisição e desenvolvimento
de seus conhecimentos. Há professores que são inábeis para lidar com
crianças com ou sem dificuldades no aprendizado, interferindo negativamente
no estado emocional e no desempenho escolar do aluno.
Sousa (2011) ressalta que é fundamental para a prevenção dos problemas de
aprendizado cuidar do desenvolvimento do cérebro da criança, como: boa
assistência pré-natal, parto bem assistido, alimentação e sono adequados,
afetividade, estimulação por meio de brincadeiras, apoio, incentivo e
acompanhamento no aprendizado escolar.
Um importante assunto a ser debatido é a qualidade do ensino nas escolas
brasileiras. Menezes (2011) aborda que o Brasil continua a fracassar neste
aspecto, embora os avanços fossem inegáveis nas duas últimas décadas.
O processo de aprendizagem é influenciado pela qualidade de ensino
oferecido, o papel social da escola na vida dos indivíduos e preparo dos
professores (Jacob e Loureiro, 1996).
Zorzi (2006) afirma que os verdadeiros distúrbios de aprendizagem são
minoria, somente entre 10 a 15% do total de crianças com problemas de
aprendizagem apresentam distúrbios orgânicos.
Ao se considerar a realidade educacional brasileira um diagnóstico por
exclusão de problemas de aprendizagem pode falhar, principalmente se o
escolar for de um nível socioeconômico desfavorável. Em 2003, dados do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) demonstraram fraco
desempenho dos alunos brasileiros em leitura (Sordi- Ichikawa, 2010).
O sociólogo Pedro Demo (2013) afirma que o índice de desenvolvimento
humano (IDH) no Brasil é um dos mais baixos da América Latina, e que um dos
desafios mais importantes é o investimento no professor. O sistema de ensino
também precisa ser revisto, pois tem muito adestramento e treinamento, e não
aprendizado. Este sistema é feito para dar aulas e não para o aluno aprender.
Demo refere também que aprendizagem é algo mais centrado no aluno e que
este consegue um bom aprendizado quando o professor também aprende bem.
A escola deve adequar-se para criar programas, métodos e um ambiente onde
o aluno tenha prazer em aprender. É importante que o respeito à diversidade e
ao ritmo de cada indivíduo seja respeitado e avaliado para o replanejamento
das ações educativas. A escola ainda valoriza conteúdos que não possuem a
menor relação com a vivência dos alunos e não parte de seus interesses para
que o conhecimento se torne significativo (Monteiro, 2004).
Monteiro (2004) enfatiza ainda que é preciso incentivar a criatividade dos
alunos, cuja motivação seria proveniente do interesse intrínseco de aprender, e
ainda estimular a curiosidade natural dos mesmos.
Gadotti (1996) refere que o espaço escolar precisa ser um local democrático,
dialógico e capaz de fazer fluir a criatividade e a emoção (GADOTTI apud
SILVA, 2009).
Cruz (2001) ressalta que a escola ainda é uma instituição com paradigmas
tradicionais. A educação deve estimular a criatividade das crianças,
aumentando suas possibilidades de expressão. Com o passar dos anos, as
atividades artísticas e expressivas vão diminuindo e as que são mantidas são
estereotipadas.
Nascimento (2012) propõe uma reflexão acerca da contribuição da arte para
uma aprendizagem significativa, promovendo uma recíproca integração das
atividades artísticas às demais atividades escolares. Freitas (2009) refere que a
arte por meio de suas formas de expressão tem sido um recurso importante e o
contato dos alunos com a arte desperta o artista que tem em cada um.
Souza (2013) refere que a arte pode ajudar crianças com dificuldades de
aprendizagem, a ganharem confiança em si mesmas e em suas habilidades.
Os problemas de aprendizagem parecem interferir no desempenho escolar dos
educandos, levando ao fracasso escolar. O trabalho com arte pode ser um
recurso importante para estimular a criatividade, atenção, autoestima e
autoconfiança. Para Ortiz (2005) a arte é uma expressão que o indivíduo se
volta para o seu interior, tendo contato com a sua consciência de forma
profunda e mantendo a ligação com todo o universo. O contato com o fazer
artístico afloram os conteúdos internos do ser humano.
III. BENEFÍCIOS DA ARTE PARA A APRENDIZAGEM
Segundo Zimmermann (2010) a arte é uma oportunidade de a criança
desenvolver suas habilidades criativas a partir de estímulos visuais.
Durante anos a arte nas escolas se resumiu a atividades repetitivas, mecânicas
e pouco motivadoras, sendo desvalorizada na grade curricular. Nos tempos
atuais essa realidade vem se modificando aos poucos, mesclando a produção,
a reflexão e a apreciação de obras artísticas. É importante que os alunos não
conheçam somente as manifestações culturais da sociedade, mas que usem a
imaginação e a criatividade. Nos PCNs (Parâmetros curriculares nacionais) são
contempladas as quatro linguagens: dança, artes visuais, teatro e música.
Esses parâmetros defendem que é papel da escola “ensinar a produção
histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de
imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em
intenções próprias” (Santomauro, 2009).
Um grande desafio atualmente nas escolas são as crianças com dificuldades
no processo de aprendizagem. Santomauro (2009) afirma que a arte
desenvolve a aprendizagem.
Capellini (2004) ressalta que, durante o processo de alfabetização, algumas
crianças possuem melhor desempenho que outras de mesma idade e
escolaridade, ocorrendo as dificuldades escolares, causadas ou não por
disfunções neuropsicológicas. Estas dificuldades escolares podem levar ao
fracasso ou até mesmo à evasão escolar. Funções neuropsicológicas como
lateralidade,
ritmo,
esquema
corporal
e
noção
temporoespacial
são
necessárias para o processamento da linguagem oral e escrita.
O trabalho com arte pode melhorar a autoestima e os problemas de
comportamento nas crianças com dificuldades de aprendizagem. O desenho, a
pintura e a dança podem estimular suas habilidades motoras. Na dança, a
noção de compreensão direcional pode ajudar crianças com dislexia. A música
pode ajudar na melhora da linguagem oral e na ampliação do vocabulário. O
teatro ajuda na integração social, no trabalho em equipe e estimula as
expressões criativas (Souza, 2013).
A arte é uma maneira de se expressar os estímulos perceptivos, que possui
aspectos cognitivos como motivação e solução de problemas. A música, a
pintura, a modelagem e a expressão corporal podem ser capazes de ativar
hemisférios cerebrais direito e esquerdo, além de estimular corpo, alma e
mente (Ortiz, 2005).
A criança exterioriza seus conflitos, suas alegrias e sua personalidade através
dos desenhos, da pintura, da dramatização, das histórias espontâneas, jogos
entre outros. Ela utiliza a arte como forma de expressão que pode ser feita
tanto de forma verbal, como não verbal (Koehler, Pinho & Leite, 2013).
Nas crianças com dificuldades para aprender o trabalho com a arte pode
melhorar também a sua autoconfiança. A apreciação artística melhora a
construção da autoestima e o desempenho acadêmico (Souza, 2013).
Ortiz (2005) exemplifica alguns materiais de arte e seus objetivos. O trabalho
com guache trabalha a percepção visual, coordenação motora fina,
lateralidade, estrutura espacial e temporal e a pintura a dedo livre trabalha a
coordenação motora fina e a óculo-manual.
Permitir que as crianças criem arte livremente desenvolve a curiosidade e a
expressão intelectual. A construção da autoestima em crianças com
dificuldades para aprender é muito importante para melhorar suas capacidades
acadêmicas (Souza, 2013).
As atividades artísticas são instrumentos que podem facilitar a aprendizagem e
ser uma ferramenta importante em crianças com problemas no aprendizado.
Estas atividades podem alterar o comportamento das crianças, desenvolvendo
a sensibilidade, expressão de sentimentos, imaginação e criatividade (Koehler,
Pinho & Leite, 2013).
Indivíduos com TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade)
podem apresentar baixa autoestima e ter baixo desempenho escolar, e o
universo simbólico aflorado pelas produções artísticas pode melhorar a sua
qualidade de vida. A lateralidade e a coordenação motora, por exemplo,
trabalhados nas artes podem melhorar a atenção e a aprendizagem (Ortiz,
2005).
O educador possui a tarefa essencial de oferecer oportunidades para que a
criança possa se expressar livremente através da arte, pois assim esta percebe
melhor o seu mundo e suas próprias capacidades. É importante a inserção da
arte como facilitador da aprendizagem desde a educação infantil (Koehler,
Pinho & Leite, 2013).
A música pode ser um meio para o desenvolvimento da inteligência e
integração do ser, contribuindo também para a aprendizagem. Auxilia na
percepção, estimula a memória, as habilidades linguísticas e lógicomatemáticas (Chiarelli & Barreto, 2005).
Perez (2012) comenta que, num estudo realizado na Unifesp, São Paulo, visa
verificar quais os efeitos do aprendizado musical em crianças com dificuldades
de leitura. Estudos internacionais indicam que a habilidade musical pode
auxiliar a leitura.
A Música é capaz de promover e estimular a boa comunicação. A escola
precisa de uma comunicação saudável para que a aprendizagem aconteça
com sucesso. O senso rítmico propicia um aumento da atenção e da
concentração, auxiliando na aprendizagem (Carvalho, 2014).
O estudo de Barbosa (2010) aponta a importância da educação musical para o
desenvolvimento aural dos indivíduos, bem como a criatividade, coordenação
motora, socialização e os processos mentais de aprendizagem. A autora ainda
afirma que estudos apontam a música como auxiliar no desenvolvimento
cognitivo, motor, psicológico e social, sendo um excelente instrumento auxiliar
no tratamento de indivíduos com dificuldades de aprendizagem.
A dança possibilita uma formação corporal global, ampliando as capacidades
sociais, afetivas, motoras e cognitivas.
No ambiente escolar, ela também
busca o desenvolvimento das capacidades motoras, imaginativas e criativas.
Na medida em que favorece a criatividade, pode trazer contribuições para a
aprendizagem (Fernandes, 2009).
A dança e a psicomotricidade podem contribuir para o processo de ensinoaprendizagem. Fernandes (2011) salienta que a maioria das crianças com
problemas no aprendizado tem dificuldades na percepção espacial, na
lateralidade, na leitura, na escrita e na matemática. Para que então o
aprendizado seja satisfatório, é importante um trabalho de educação
psicomotora. Exercícios que envolvem a linguagem, esquema corporal, relação
espaço-temporal, coordenação viso-motora e equilíbrio podem ajudar na
escrita, leitura e cálculo.
Cavasin (2003) defende que a dança sendo trabalhada num contexto
interdisciplinar pode ser realizada nos diferentes níveis escolares e desenvolve
habilidades motoras e cognitivas, além de resgatar valores culturais. Neste
propósito interdisciplinar, o professor pode incluir diversas áreas do
conhecimento, como por exemplo, a região geográfica de onde surgiram as
coreografias (geografia), número de movimentos utilizados e as formas
geométricas formadas com os movimentos (matemática), criação de textos
(Português), a estrutura corporal e a energia usada nos movimentos (Ciências)
e outras.
Já o teatro desenvolve a oralidade, os gestos, a linguagem musical e corporal
(Araújo, 2004).
Chan (2014) relata que o teatro melhora o desempenho escolar, pois a
capacidade de concentração e o frequente exercício de memorização podem
auxiliar nas provas escolares. O contato com a literatura melhora o vocabulário,
a escrita e a interpretação de textos.
Para Dolci (2005) o teatro ajuda no desenvolvimento e na promoção da
aprendizagem, onde o aluno libera suas potencialidades, expressando suas
emoções, aflições e sensações. É uma atividade artística que explora todas as
formas de comunicação humana do educando, melhora sua autoimagem,
aumenta o senso de responsabilidade e os fazem aprender com a diversidade.
Como o teatro é uma arte multidisciplinar, ou seja, envolve literatura, artes
plásticas, música e outras artes, explora a criatividade e o raciocínio para a
solução de problemas. Por isso, habilidades cognitivas como memória e
raciocínio são efetivamente trabalhadas (Chan, 2014).
No trabalho com artes visuais o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a
percepção, a intuição e a cognição devem ser trabalhados integralmente,
favorecendo o desenvolvimento das capacidades criativas das crianças
(Lemes, 2014).
A pintura traz muitos benefícios para as crianças, pois estimula a concentração,
a comunicação, a criatividade, a sensibilidade e a expressão. A pintura a dedo,
por exemplo, melhora o sentido do tato, desenvolve imaginação, criatividade e
a coordenação (Lima, 2012).
O desenho e a pintura melhoram as habilidades motoras da criança com
dificuldade de aprendizagem, além da ajuda também nos conceitos
matemáticos como linhas, limites, relações espaciais, tamanho, contrastes,
formas e figuras (Souza, 2013).
Maluf, Zanella e Pagnez (2006) explicam a forte relação da consciência
fonológica, que é a habilidade de identificar e manipular as unidades
linguísticas sonoras, com a aquisição da linguagem escrita.
Vários estudos afirmam que o treinamento musical pode melhorar as
habilidades de consciência fonológica, memória de trabalho e leitura-escrita.
Canto e brincadeiras de ritmo possuem um efeito positivo nas habilidades
fonológicas e na soletração. Por este motivo, o ensino musical no ensino
fundamental é de grande importância (Andrade e Capellini, 2014).
Um indivíduo, quando é capaz de expressar-se através das artes, participa de
modo mais efetivo de seu contexto sociocultural, transformando o seu
desenvolvimento em um constante processo de aprendizagem e de
reconstrução de suas formas de expressão, exercendo assim a sua cidadania
(COSTA apud VIEIRA, 2007).
3.1 As crianças com necessidades especiais
Até meados do século XX as pessoas com alguma deficiência sempre tiveram
sua imagem vinculada à incapacidade, doença ou alguma limitação. Não havia
um olhar social, voltado para as capacidades e possibilidades destas pessoas.
Com as duas guerras mundiais e com o avanço tecnológico, ocorrem
mudanças na estrutura organizacional da sociedade, e as pessoas com
deficiência passaram enfim a serem vistas como cidadãs (Sanches, 2010).
Durante muito tempo as escolas trataram as crianças com necessidades
especiais como incapazes, necessitando de tratamento médico e não de
ensino. Em 1948, essa ideia começou a se modificar com a declaração
Universal de direitos humanos, garantindo a todos o direito à educação
(Heidrich, 2009).
Reily (2010) salienta que foi a partir dos anos 90, com a declaração de
Salamanca, que deflagrou o movimento de inclusão escolar, reconhecendo o
direito de todas as crianças com deficiência no sistema regular de ensino. A
partir do movimento de inclusão, todos passam a conviver com crianças com
necessidades especiais, abrindo múltiplas oportunidades de aprendizado, não
somente para os alunos, mas também para os professores.
Topczewski (2000) salienta que o retardo mental não é um fator que impede o
aprendizado escolar, mas os progressos podem ser limitados e dependerão do
grau de comprometimento intelectual do educando. Para estes alunos são
necessários recursos diferenciados e especializados para que tenham o melhor
rendimento possível.
Para Heidrich (2009) estudos comprovam que as crianças não aprendem no
mesmo ritmo nem da mesma maneira. Flexibilizar o espaço, o tempo, os
recursos e o conteúdo é o caminho para a aprendizagem. Para se trabalhar
com crianças especiais é preciso de flexibilização, direcionando um
planejamento para cada estudante.
Pesquisas apontam que o processo de inclusão destes alunos ainda é lento.
Muitas vezes, a escola coloca todos os alunos num mesmo patamar de
aprendizagem, gerando problemas neste processo. Inclusão não é igualdade, e
sim equidade. Equidade é reconhecer o direito de cada indivíduo (Sanches,
2010).
Com o movimento da inclusão, professores de arte vão percebendo a
necessidade de dar atenção especial para o atendimento das especificidades
de cada aluno, nos campos da linguagem, motricidade, mobilidade, acesso ao
conhecimento e produções artísticas (Reily, 2010).
A autora aponta também que professores concebem o ensino das artes como
matérias mais fáceis e de menor importância acadêmica, oferecendo aos
alunos com necessidades especiais tarefas repetitivas e que pouco contribui
para um resultado criativo e estético.
Cintra (2002) assinala que, se a dança é uma atividade valiosa no
desenvolvimento das crianças em geral, no caso das crianças especiais, essa
atividade é ainda mais importante. Os exercícios provenientes do dançar
facilitam a percepção do espaço, a sensação do próprio corpo e confere maior
habilidade motora ampla. O contato corporal e as atividades motoras
proporcionadas pelas experiências adquiridas na dança levam a criança a
sentir-se, perceber e explorar melhor o seu ambiente.
Chiarelli & Barreto (2005) ressaltam que atividades com música contribuem
para a inclusão de crianças com necessidades especiais, auxiliando na
realização e controle de movimentos, na organização do pensamento e na
comunicação e cooperação. Por ter um caráter lúdico e de livre expressão,
contribui ainda para o envolvimento social.
Reily (1993) assegura que o uso das artes plásticas é um meio relevante de
exprimir a criatividade, através da liberdade de escolher, manipular e explorar.
O importante é que o processo artístico da criança seja uma expressão do seu
mundo psicológico e não uma tentativa de imitar o modelo do que é “normal”.
A autora aborda também que muitas crianças com necessidades especiais
possuem, muitas vezes, problemas na comunicação. Sendo assim, a arte,
como meio de comunicação não verbal, pode ser também uma alternativa dela
se expressar.
Monroe
(2010)
afirma
que
existem
poucos
professores
no
Brasil
desenvolvendo trabalhos de arte com crianças que possuem algum grau de
deficiência auditiva. Estas crianças estão mais habituadas a gesticular e
perceber as emoções nos outros, por isso apresentam bom desempenho no
teatro.
As atividades musicais associadas às outras artes podem aumentar a
autoestima e facilitar a integração social das crianças com síndrome de Down
(Carvalho, 2014).
O trabalho com arte é capaz de transformar o indivíduo com necessidades
educacionais especiais como um ser humano socialmente ativo, com
autoestima positiva e função social determinada. A arte incentiva as
potencialidades possibilitando o desenvolvimento da imaginação, criatividade e
habilidades (COSTA apud VIEIRA, 2007).
Alguns programas, métodos e materiais específicos, muitas vezes adaptados
individualmente, podem auxiliar essas crianças a vencer cada etapa de seu
desenvolvimento. O trabalho com as artes proporciona inúmeras experiências
necessárias para propiciar este desenvolvimento. Materiais e instrumentos
variados permitem que as crianças percebam as características destes objetos
e materiais, sentindo e experimentando cores, formas, texturas e espaços,
descobrindo semelhanças e contrastes, ritmos e equilíbrio (Reily, 1993).
Sanches (2010) aponta que os profissionais que trabalham com crianças
especiais possuem um papel importante no conjunto que movimenta todo o
sistema educacional. O professor deve estar devidamente capacitado para
receber estes alunos e o sistema de ensino deverá se adequar as suas
diferentes necessidades, com o objetivo de construir uma escola de qualidade
para todos.
A arte contemporânea possui uma abundância de estilos, formas, práticas,
linguagens e tecnologias. A arte de hoje é uma mistura de sentimentos,
estranheza, rejeição e interpretações dúbias. Existem propostas artísticas para
serem tocadas, cheiradas ou ouvidas, envolvendo o intelecto e as emoções.
Por todas estas diversidades e estímulos, a arte é um caminho possível dentro
da educação inclusiva (Freitas, 2007).
A inclusão representa de fato uma modificação na mente e nos valores para a
escola e para a sociedade como um todo (MITTLER, apud SANCHES, 2010).
Colagrande (2010) relata que a arte contribui para uma sociedade melhor, pois
é capaz de desenvolver a sensibilidade, a ética, a concentração, a criatividade
e a sensibilidade.
CONCLUSÃO
A aprendizagem significa obter e utilizar os conhecimentos quando necessário,
tendo como seu ponto alto a escolaridade. Uma criança que nasce num
ambiente rico em experiências e que possui oportunidade educacional
satisfatória, com certeza terá um bom desempenho no processo de
aprendizagem.
Aprender é muito mais que decodificar os sons das letras. A escola deve ser
um espaço onde a criança aprende não somente os códigos gráficos, como
interpretá-los e compreendê-los, mas também um espaço de socialização e
estimulação de todo seu potencial criativo.
Muitos estudiosos são unânimes em dizer que o trabalho com as artes na
escola desde cedo auxilia no aprendizado, porém existe a necessidade de
maiores estudos sobre o assunto. Roberto (2014) assinala que uma proposta
de ensino com arte procura apontar caminhos para que o educador trabalhe as
linguagens artísticas de forma interdisciplinar, uma vez que essas linguagens
admitirão que as crianças vivenciem a emoção, a sensibilidade, o pensamento
e a criação, ao mesmo em que vai aprender brincando.
A música facilita a escuta dos sons, melhorando as habilidades auditivas, tão
importantes para o desenvolvimento da linguagem e para o aprendizado da
leitura e a escrita. O teatro ajuda na socialização, na memória e na criatividade.
A dança trabalha desde cedo o ritmo, a atenção e o equilíbrio. As atividades
motoras da dança também são essenciais para o desenvolvimento infantil,
propiciando melhora significativa na coordenação global da criança e a pintura
auxilia na atenção, criatividade e autoestima.
Existem crianças que possuem distúrbios orgânicos que impedem o adequado
desenvolvimento
desta
aprendizagem
e
outras
que
não
tiveram
o
acompanhamento educacional e ambiental apropriados, podendo levar ao
fracasso e evasão escolar. Além disso, existem crianças que possuem
necessidades especiais que precisam de acompanhamento educacional e
clínico especializado para minimizarem suas dificuldades.
A arte deve ser algo estimulado e incentivado nas unidades escolares desde
cedo, não como algo estereotipado e maçante, e sim como uma atividade
essencial no currículo escolar.
Reily (2010) mostra que a sociedade atribui valores desiguais aos conteúdos
escolares. Conhecimentos em Português, matemática, ciências, história e
geografia são preferenciais, enquanto o ensino das artes, como música, teatro
e dança, não existem incentivos nos espaços escolares.
As manifestações artísticas utilizadas na escola desde o início da escolaridade,
como por exemplo, música, teatro, artes visuais e dança pode auxiliar no
processo de aprendizagem de crianças com e sem dificuldades no
aprendizado. Estas manifestações são capazes de estimular áreas importantes
como a motricidade, coordenação motora grossa e fina, comunicação,
equilíbrio, audição, ritmo, atenção, lateralidade e integração social.
Através da arte muitas capacidades como a percepção, expressão,
criatividade, imaginação, motricidade, autoconfiança, relação entre o mundo
interno e externo e a socialização podem ser desenvolvidas (Koehler, Pinho &
Leite, 2013).
A arte demonstrou ser um excelente recurso para a melhoria da aprendizagem,
essencial nos currículos escolares desde a educação infantil. Como apontam
Koehler, Pinho & Leite (2013) as atividades artísticas ajudam a diminuir as
dificuldades de aprendizagem e possibilita o desenvolvimento da criatividade,
autoconfiança, imaginação, expressão, comunicação, entre outros.
A escola possui o importante papel de desenvolver os cidadãos. As artes
podem transcender o espaço escolar, onde visitas a espaços culturais e
museus, por exemplo, podem ser experiências enriquecedoras.
A preocupação da escola não deve ser formar artistas e sim utilizar a arte como
um importante trabalho educativo. O contato sistemático com o universo
artístico desde cedo, nas suas diferentes linguagens, como na música, teatro,
dança e artes visuais, estimulam importantes áreas do desenvolvimento,
contribuindo assim, para o aprendizado.
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