I. Potência em um circuito RLC II. Grupo Davi dos Santos Zocchio - 083414 Francisco Azevedo Alves - 081432 Ricardo Hideki Takizawa - 082692 III. Resumo O experimento tem por objetivo analisar a relação entre as voltagens do transformador primário (VP) e secundário (VS) em um circuito (representado pela figura 2) com o núcleo de ferro do transformador de teste e em outro sem a parte superior deste. Após coletarmos os dados de VP e VS montamos um gráfico (VS por VP) e na primeira montagem encontramos uma reta com um coeficiente angular maior que reta feita com os dados da segunda montagem. Estas retas se encontram no gráfico um, onde ambas tem coeficiente linear nulo e a diferença entre os coeficientes angulares é devida, sobretudo, ao enfraquecimento do campo magnético confinado no núcleo de ferro do transformador após a retirada da parte superior deste. Em outra parte do experimento montamos o circuito da figura 2 com resistências em série com os terminais do transformador de testes. Ao variarmos a resistência coletamos os valores da corrente eficaz IP, montando o gráfico Ip x Rs que mostra a variação da corrente no primário em função da resistência no secundário. Com o circuito da figura 3 mudamos a tela do osciloscópio para o modo XY e obtivemos o ciclo de histerese, através do qual podemos encontrar o campo coercitivo e a indução remanescente do núcleo de ferro. Ressaltamos que a maioria dos erros e discrepâncias entre os valores teóricos e experimentais se deve principalmente aos erros instrumentais, os erros propagados na análise, a resistência interna dos equipamentos, o campo magnético da terra (não considerado por nós) e também a quantidade de equipamentos eletrônicos presentes no laboratório (e que, portanto, interferem significativamente em um experimento de eletromagnetismo). IV. Introdução Este experimento destina-se a analisar o funcionamento de um transformador e o fenômeno de histerese do ferro. Esse fenômeno tem muitas aplicações e dentre elas destacamos a limpeza da cabeça de gravação dos vídeos-cassetes. O problema mais comum é a magnetização das cabeças de gravação. As cabeças de playback e gravação devem ser desmagnetizadas regularmente. Tal processo consiste em percorrer o circuito 123 da figura 1, que ilustra o ciclo de histerse. 1 V. Teoria No transformador de corrente alternada com núcleo de ferro, com dois enrolamentos, representado na figura 1, classificamos o mais próximo e mais distante da tensão variável, respectivamente, como enrolamento primário e secundário. Como utilizamos um gerador de corrente alternado, temos uma variação de corrente elétrica que gera um fluxo de campo magnético, gerando uma força eletromotriz. Assim, segundo a referência (2), temos que a relação entre o número de espiras no primário e secundário e a tensão aplicada a eles é dada pela equação: VS = (NS/NP) VP (1) sendo “VS” a tensão no secundário, “NS” o número de espiras do secundário, “NP” o número de espiras do primário e “VP” a tensão no primário. Utilizando o método de regressão linear, dado pela referência (2), temos as seguintes relações, referentes à equação (1): Y = VS; A = (NS/NP); X = VP Y = AX + B (2) (3) Segundo a referência (3), temos a seguinte relação, entre as correntes nas partes: IPNP = ISNS (4) Nos materiais ferromagnéticos, a curva de desmagnetização não é igual à de magnetização. Esse fenômeno é denominado histerese e pode ser visto no gráfico da Figura 1. Nesse gráfico, o eixo horizontal indica a intensidade de campo magnético H produzida por um solenóide com núcleo do material ferromagnético. Lembrando que H é a parcela devida apenas à corrente elétrica, de acordo com a relação H dl N .i . Figura 1 O eixo vertical é a indução magnética B no núcleo, que inclui a magnetização do material. Supondo o material desmagnetizado, o aumento progressivo (a partir do zero) da intensidade H até o valor de saturação Bs produz a curva inicial 01. Se o valor de H é reduzido até zero, o caminho é a curva 12, diferente da inicial. No ponto 2, não há nenhuma corrente de magnetização (H = 0) e o valor de B não é nulo, significando uma magnetização residual Br (ímã permanente). Para anular a magnetização residual, é necessário um valor negativo de intensidade (ponto 3) Hc, que é usualmente denominado campo coercitivo ou força coercitiva. 2 Aumentando o valor negativo de H, chega-se ao ponto de saturação 4, de sentido inverso ao 1 anterior. E o caminho de retorno até o ponto 1 inicial é dado pela curva 4561, com Br e Hc de sinais contrários aos sinais dos anteriores. VI. Metodologia experimental Figura 2 Inicialmente montamos o circuito da figura 1, com a bobina de 400 espiras no canal primário do transformador de teste e uma bobina de 1600 espiras no canal secundário do transformador de teste. Começamos a montar uma tabela de VS e VP com os dados fornecidos pelo osciloscópio, tomando cuidado par não ultrapassar 15 volts pico-a-pico no canal primário. Depois desrrosqueamos a parte de cima do núcleo de ferro do transformador de teste, agora com o núcleo aberto pegamos novos valores de VS e VP e construímos uma nova tabela, tomando o cuidado de manter 400 espiras no primário e 1660 no secundário. Agora tomando um circuito parecido com o da figura 1 com uma bobina de 1660 voltas no canal primário e outra de 400 voltas no secundário só que colocando um resistor (Rp = 4,7 ) em série com o primário e uma resistência (Rs) que irá variar com os seguintes valores: 4,7; 10; 22; 47; 100; 220; 470; 103 e 104 , nos terminais do secundário, ajustando o osciloscópio para medir o valor eficaz da corrente no canal primário (Ip), e mantendo uma voltagem fixa de 20 volts eficazes, montamos outra tabela com os dados de IP para Figura 3 cada valor de Rs. Na última configuração montamos o circuito da figura 2 com r = 4,7 , R = 100 k, C = 1 F e a bobina de 400 espiras em série com r, e obtivemos o ciclo de histerese na tela do osciloscópio e medimos o valor onde a parte esquerda do ciclo cortava a o eixo das abscissas (B0), e onde a parte superior do ciclo cortava o eixo das coordenadas (Br). 3 VII. Resultados e análise dos dados Do circuito um coletamos os dados esquematizados na tabela um. Na segunda parte, onde, no mesmo circuito um, removeu-se a parte superior do núcleo de ferro do transformador de teste, coletamos dados que estão apresentados na tabela dois. Tabela 1: núcleo de ferro fechado. Tabela 2: núcleo de ferro aberto. Vp(V) Vs(V) Vp(V) VS(V) 0,62 0,72 0,83 1,07 1,30 1,51 1,74 2,03 2,43 2,90 3,03 3,33 3,80 4,01 4,80 1,96 2,27 2,61 3,30 4,01 4,65 5,32 6,19 7,35 8,69 9,07 9,93 11,40 12,00 14,10 1,63 2,16 2,93 3,85 4,45 6,02 7,12 8,24 9,89 10,50 11,60 12,60 13,20 13,70 14,30 0,25 0,33 0,46 0,59 0,69 0,94 1,12 1,29 1,55 1,65 1,82 2,01 2,08 2,18 2,28 Realizamos a regressão linear, pelo método dos míniomos quadrados, dos dados acima apresentados. O resultado é mostrado no gráfico que segue: Gráfico 1 16,00 14,00 12,00 Vs 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0,00 Vs X Vp 2,00 Vs X Vp (núcleo de ferro aberto) 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 Vp Da regressão linear, que foi aproximada por uma expressão do tipo y m.x , conseguimos a partir dos dados experimentais as expressões: Com o núcleo de ferro fechado: y (2,99).x 4 Com o núcleo de ferro aberto: y (0,16). x A razão entre o número de espiras no secundário e no primário, N s N P , é então o coeficiente angular das retas cujas expressões foram descritas acima. Teoricamente N s 1600 4 . A reta teórica é então y (4). x . Ou melhor, temos as essa razão é: N P 400 seguintes expressões: Com o núcleo de ferro fechado: Vs (2,99).V p Com o núcleo de ferro aberto: Vs (0,16).V p Teórico: Vs (4).V p Os erros relativos encontrados entre os valores experimentais e os esperados na teoria são então: Com r Com r o | VS , EXP VS ,TEO | VS ,TEO o | VS , EXP VS ,TEO | VS ,TEO núcleo de ferro | 2,99VP 4VP | 100% 25,25% . 4VP núcleo de ferro | 0,16VP 4VP | 100% 96% . 4VP fechado: aberto: Como notamos os erros encontrados para o segundo caso são demasiadamente insatisfatórios. Isso se deve ao fato de a teoria que usamos ter sido elaborada para o caso do transformador com o núcleo de ferro fechado. Quanto a este, temos cerca de um quarto de erro para os valores medidos em confronto com os esperados pela teoria. Não é motivo para espanto se observarmos todos os fenômenos que interferem na obtenção desses dados. Dentre eles destacam-se: os erros instrumentais, os erros propagados na análise, a resistência interna dos equipamentos, o campo magnético da terra (não considerado por nós) e também a quantidade de equipamentos eletrônicos presentes no laboratório (e que, portanto, interferem significativamente em um experimento de eletromagnetismo.) Na segunda parte do experimento, consideramos o mesmo circuito um, mas agora com resistências ligadas em série com os primários. Os dados coletados para esse circuito, mantendo-se uma corrente eficaz de 23V, estão na tabela três: Tabela 3 Ip(A) Rs( 0,116 0,114 0,112 0,107 0,097 0,079 0,057 0,040 0,025 4,7 10 22 47 100 220 470 1000 10000 5 Obtivemos assim o seguinte gráfico, que mostra a dependência da corrente no primário do transformador com a resistência associada ao secundário: Gráfico 2 Ip xRs 0,14 0,12 0,1 Ip 0,08 0,06 0,04 0,02 0 0 2000 4000 6000 Rs 8000 10000 12000 A parte final do experimento destinou-se a analisar o circuito três e o ciclo de histerese do ferro. A imagem observada na tela do osciloscópio está esboçada abaixo: Figura 4 Com essa figura conseguimos coletar dois dados. O campo coercitivo BOC e o de indução permanente BR. Estes são, respectivamente, a intersecção do eixo horizontal (que mede o campo produzido pela corrente da bobina atuante na barra de ferro) e do eixo vertical (que é a indução magnética B no núcleo, que inclui a magnetização do material). O significado físico desses campos é que em Br temos somente a magnetização residual do ferro (imã permanente), ou seja, quando não há corrente de magnetização, sendo esse campo intrínseco das características do material. Para anular a magnetização residual é necessário um valor negativo de corrente de magnetização, que é usualmente chamado de campo coercitivo. VIII. Discussão e conclusão Primeiramente, observamos que o transformador de dois enrolamentos obedece com muito boa aproximação a equação 1, onde a tensão em um dos enrolamentos varia linearmente com a do outro. Ressaltamos mais uma vez que as discrepâncias observadas devem-se não somente aos erros sistemáticos dos instrumentos, mas também aos erros de leitura, aos erros propagados na análise e à qualidade dos instrumentos de medida. 6 Mas também ao próprio material dos constituintes eletrônicos pode influenciar nos dados coletados, resultando assim num erro considerável da medida. Entendeu-se bem o que é o ciclo de histerese e como ele está relacionado com a corrente que percorre o solenóide do transformador como também com o material de que é feito o núcleo do transformador. IX. Bibliografia 1. Livro: o Halliday, Resnick e Walker, Fundamentos da Física, vol 3. 2. Apostila: o Apostila de F429 do curso. 3. Site: o http://www.scribd.com/doc/15261202/Capitulo08EletrotecnicaTransformadores 7